Alfabetização e Letramento

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Desde há muito tempo o país vem lutando para a erradicação deste problema social. O contexto do analfabetismo está rodeado por problemas sociais que contribuem para que os índices, ainda nos dias de hoje, sejam alarmantes. A educação é um direito de todos e a própria Constituição Federal (1988) garante isso no seu artigo 6º: “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”. O letramento leva o indivíduo a um outro estado onde as suas capacidades são potencializadas sob vários aspectos: social, cultural, cognitivo, linguístico, histórico, entre outros.

A pessoa passa a fazer parte das decisões de transformação e se torna um agente impulsionador de mudanças. Literacy takes the individual to another state where their capacities are potentiated in various aspects: social, cultural, cognitive, linguistic, historical, among others. The person becomes part of the transformation decisions and becomes a driving force for change. He becomes no longer a co-adjutor, but the author of the construction of life itself. Keyword: Illiteracy. Literature. A educação é um direito de todos e a própria Constituição Federal (1988) garante isso no seu artigo 6º: “são direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”.

Partindo desse princípio, compreende-se que a educação e uma sociedade letrada são de fundamental importância para o desenvolvimento e crescimento de uma país. Uma sociedade bem desenvolvida é uma sociedade bem alfabetizada. O letramento leva o indivíduo a um outro estado onde as suas capacidades são potencializadas sob vários aspectos: social, cultural, cognitivo, linguístico, histórico, entre outros. A pessoa passa a fazer parte das decisões de transformação e se torna um agente impulsionador de mudanças. Na palavra analfabetismo, aparece ainda o sufixo –ismo: indicando “o modo de proceder” como analfabeto. O analfabetismo, nesta perspectiva, é um estado, uma condição, o modo de proceder daquela que é analfabeto (SOARES, 2003). Alfabetizar, portanto, é ensinar a ler e a escrever. Ainda nesta palavra, observa-se o sufixo –izar: indicando “o modo de tornar, fazer com”.

Alfabetizar, dentro desta compreensão, é tornar o indivíduo capaz de ler e escrever. De maneira simplificada, afirma-se que alfabetização é o processo pelo qual se adquire o domínio de um código a das habilidades de utilizá-lo para ler e escrever, ou seja, é o domínio da tecnologia, conjunto de técnicas, que auxilia na arte e na ciência da escrita. O exercício efetivo e competente da tecnologia da escrita denomina-se letramento. A palavra letrado e iletrado, assim como analfabeto, é de conhecimento comum, não precisando buscar grandes explicações para conceituá-las. O letrado é aquele que é versado em letras, é o erudito. Versado em letras significa ser versado em literatura, línguas. Ele vai indicar que se o termo “letramento” surgiu é porque um fato novo se evidenciou, no qual um nome era preciso.

A palavra letramento é uma tradução do inglês para o português da palavra literacy. Literacy deriva da palavra latina littera, que significa letra. O sufixo ­–cy indica qualidade, condição, estado. Litercy, portanto, é condição de ser letrado. Ser letrado significa muito mais do que saber ler e escrever; significa a condição de possibilidade da transformação do indivíduo no contexto sócio-histórico bem determinado. O letramento leva o indivíduo a um outro estado onde as suas capacidades são potencializadas sob vários aspectos: social, cultural, cognitivo, linguístico, histórico, entre outros. A pessoa passa a fazer parte das decisões de transformação e se torna um agente impulsionador de mudanças. Passa a ser não mais um coadjuvante, mas autor da própria construção da vida.

Soares, no livro Letramento no Brasil (2003, p. São as pessoas que tem “sabedoria”, muito mais que a teoria, elas têm a experiência vivencial. Dessa forma, a educação passa a ter outra conotação. Educação, em sentido experiencial, completa-se na busca pelo “saber”. Saber é um vocábulo que vem do latim sapere que significa ter gosto, exalar um cheiro, perceber pelo sentido do gosto. Em sentido figurativo, entende-se como ter inteligência, ter conhecimento, compreender etc. são meros sinônimos ou redundâncias e não diferem muito das definições entre profissionais da Educação (“transmitir conhecimento ou conteúdo”, “informar”, “preparar”, “dar consciência” etc. Paulo Freire denunciou que essas expressões são compatíveis com o que define uma “concepção bancária” de educação e não permitem o desenvolvimento de uma “prática educacional” adequada.

“Este é um pensar que percebe a realidade como processo, que capta em constante devenir e não como algo estático. Não se dicotomiza a si mesmo na ação. Banha-se permanentemente de temporalidade cujos riscos não teme” (FREIRE, 1996, p. Evidentemente, a aprendizagem é um processo do qual são capazes certos tipos de organismos vivos. Muitos animais, incluindo os seres humanos, mas não as plantas. É um processo que torna estes organismos capazes de modificar seu comportamento de modo relativamente rápido, de uma forma mais ou menos permanente, de tal modo que não tenha que ocorrer frequentemente, em cada nova situação. Um observador externo pode reconhecer que houve aprendizagem quando observa a ocorrência da mudança comportamental e também a permanência desta mudança.

Inferindo destas observações está um novo “estado permanente”, atingido pelo aluno (Ibid, p. O professor tem muitas coisas a fazer e pode estar ocupado em atividades que promovam a aprendizagem em um número de alunos diferentes, simultaneamente. Os outros aprendizes na mesma situação, interagindo com um grupo, em equipes ou pares, ou como indivíduos, podem estar aprendendo as mesmas coisas, coisas diferentes, ou podem mesmo não estar aprendendo. Para entender e reconhecer a aprendizagem que se está realizando, é necessário que se relacionem estes vários tipos de características do ambiente ao processo que se espera que ocorra no aluno, individualmente (GAGNÉ, 1980, p. Tendo em vista a ação do indivíduo sobre o meio e a maneira como cada ser humano organiza, aprende e interioriza as informações de uma dada realidade, a aprendizagem resulta em uma transformação que tem por base as experiências do sujeito no mundo a partir das interações por ele estabelecidas.

Contudo, é importante que os processos para tais transformações se façam com vistas a contar efetivamente com o indivíduo, conforme por Agnes Heller: “[. Relação entre Analfabetismo, Pobreza e Desigualdade O analfabetismo está relacionado diretamente com a pobreza, desigualdade e com políticas públicas que garantam o acesso à educação de forma democrática. Nem sempre a educação no Brasil foi tomada como primordial e de interesse público. Sempre esteve relegada a questões de interesse político. Contudo, depois da Proclamação da República (1889) houve grande interesse em qualificar a mão de obra para atender o processo de urbanização e industrialização. Esse processo se deu de forma muito lenta e muito segregaria. A educação não depende só de novos incentivos, edifícios e materiais coloridos e atraentes, mas, também, de um olhar clínico para diversos envolvimentos, desenvolvimentos, rupturas e análises com resultados satisfatórios, como, por exemplo, o número considerável de analfabetos funcionais no Brasil: uma realidade preocupante.

Segundo Naoe (2012), as taxas de analfabetismo no Brasil, normalmente tratadas dentro do universo de números e metas, deveriam, segundo especialistas em educação, ser também analisadas dentro da área de política social e econômica, já que a população considerada analfabeta é a mesma que sofre de outros problemas que afligem o país. O mapa do analfabetismo, dessa forma, coincide com o mapa do desemprego, da fome, e da falta de moradia. A pessoa não é analfabeta porque ela deseja ser, mas por um sistema de desigualdade. Ou seja, a pessoa não nasce analfabeta, mas é o próprio sistema social que a condiciona a ser analfabeta. Mas analfabetismo está intrinsicamente relacionado com a desigualdade social. E a desigualdade, assim como a educação, é um problema endêmico no Brasil.

Os problemas sociais do Brasil ficam evidenciados e podem ser compreendidos com o auxílio e interpretação de indicadores sociais. Houve um progresso muito considerável destes indicadores nos últimos anos, principalmente em relação ao aumento da expectativa de vida, queda da mortalidade infantil, acesso a saneamento básico, coleta de lixo e diminuição da taxa de analfabetismo. Contudo, apesar dos avanços, as diferenças regionais ainda são enormes, especialmente em relação ao nível de renda. Em 1990, a região Sudeste, com 42% da população brasileira, respondia por quase 60% da renda do país, ao passo que o Nordeste, com 30% da população, possuía 15% da renda. De acordo com os dados do Ipea (2012) (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) a concentração fez com que a riqueza ficasse concentrada em poucos municípios e foi ampliada em decorrência da centralização de gastos e investimentos públicos, o que causou o congelamento e desestímulo aos desenvolvimentos regional e local.

“Em 1920, os 10% municípios economicamente mais ricos tinham 55,4% de participação no PIB, ampliaram para 72,1% em 1970 e para 78,1% em 2007” (Ipea, 2012). Ainda segundo dados do IBGE (2010), seis capitais brasileiras concentram 25% de todo Produto Interno Bruto (PIB) do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Belo Horizonte e Manaus. De acordo com o mesmo estudo, as diferenças regionais em cada estado também são claras, visto que, em 2008, os cinco maiores municípios do Amazonas eram responsáveis por 88,1% do PIB estadual, assim como no Amapá (87,6%) e Roraima (85,4%). A maior parte encontra-se na região Nordeste, em municípios com até 50 mil habitantes, na população com mais de 15 anos, entre negros e pardos e na zona rural, isto é, encontra-se na população historicamente marginalizada. O censo vai revelar que houve uma redução significativa de 29% em relação aos números apresentados em 2000, mas ainda insatisfatória, especialmente, quando considerados os critérios utilizados pelo IBGE.

Considera-se alfabetizada a pessoa capaz de ler e escrever um bilhete simples. Esse conceito é muito polêmico entre os pesquisadores, visto que se se for utilizado um critério um pouco mais exigente, esse índice sobre drasticamente. O analfabetismo no Nordeste chega a 28% na população de 15 anos ou mais, em municípios com até 50 mil habitantes, onde a proporção de idosos não alfabetizados é de aproximadamente 60%. Toda uma vida foi construída pelo indivíduo sem o uso da leitura e da escrita e não é nada fácil mudar isso. Para os indivíduos que são analfabetos até os 15 anos ou mais, definitivamente não é hábito ler e escrever e é impossível se mudar o hábito de vida de alguém somente com um ano de curso de alfabetização.

Além da interrupção brusca, muitas vezes “forçada” por diversos motivos, há outros problemas nos programas de alfabetização de jovens, ligados à condição de miséria social dessa parcela da população e que dificultam sua entrada e permanência em tais programas, como a falta de estrutura de transporte coletivo, falta de escolas no campo, fome, a necessidade de trabalhar etc. A formação dos docentes também é um fator que preocupa. Não há a exigência que sejam profissionais de educação para atuar como alfabetizadores nesses programas, basta ter o ensino médio completo para tal. Acabar com o analfabetismo é possibilitar dignidade e respeito a cada cidadão; é dar condição de crescimento e possibilidade de participação nas decisões de transformação do país.

Acabar com o analfabetismo é possibilitar que um novo mundo seja criado ar redor de cada pessoa. É possibilitar sonhos e transformações. Conclusão A educação é o bem mais precioso de uma nação. Um país desenvolvido e transformado socialmente é um país que optou por acreditar em cada ser humano como agente de transformação e de sonhos. Erradicar o analfabetismo está intrinsicamente relacionado com a erradicação da exclusão social e da desigualdade. Acabar com o analfabetismo é possibilitar dignidade e respeito a cada cidadão; é dar condição de crescimento e possibilidade de participação nas decisões de transformação do país. REFERÊNCIAS BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Cortez, 1994. Secretaria de Educação Básica. Pró-Letramento: programa de formação continuada de professores dos anos/séries iniciais do ensino fundamental: alfabetização e linguagem.

Brasília, DF: MEC, 2008. CAGLIARI, C. L. São Paulo: Cortez, 1989. GAGNÉ, R. M. Princípios essenciais da aprendizagem para o ensino. Tradução: Rute V. scielo. br/scielo. php?script=sci_issuetoc&pid=0102469820130001&lng=pt&nrm=iso> Acesso em 8 jun. HELLER, A.  Para mudar a vida. br/home/estatistica/populacao/trabalhoerendimento/pnad2012/default_sintese. shtm> Acesso em 12 jun. Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio, 2010 Disponível em <http://www. ibge. gov. Analfabetismo no Brasil evidencia desigualdades sociais históricas. Disponível em: <https://www. ecodebate. com. br/2012/02/17/analfabetismo-no-brasil-evidencia-desigualdades-sociais-historicas/> Acesso em 24 jun. php?script=sci_arttext&pid=S010384862006000300006&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em 24  jun. PNUD - Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2015. Disponível em: < http://hdr. undp. VASCONCELLOS, M. A. S. GREMAUD, A. P.

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