DIVERSIDADE SEXUAL E DE GÊNERO: os desafios na escola e na sociedade

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Os resultados apontam à reflexão sobre estigmas da sexualidade humana dentro da educação e no contexto familiar. Concluindo que para vivermos num país mais tolerante socialmente e quem sabe assim diminuir radicalmente a violência em relação a diversidade sexual e de gênero é preciso discutir abertamente o assunto, pois a partir das indagações é possível construir respostas juntos e quem sabe viver em um ambiente harmonioso e respeitoso. Palavras-chave: diversidade; sexualidade; gênero; escola. Introdução Este artigo visa analisar a importância da discussão da diversidade sexual e de gênero nas escolas e na sociedade como um todo. Tem como objetivo conhecer o significado de diversidade sexual e de gênero e conceituar os principais termos utilizados para definir as diversidades, sendo possível compreender o tema e as várias formas de abordagens que podem ser inseridas nas escolas.

A partir disso, surgem "piadinhas", "brincadeiras" e várias maneiras de bullying que muitas vezes, encontra-se por meio do comportamento conservador que ainda está presente em diversos "Aparelhos Ideológicos do Estado" (Althusser, 2007) como nas Escolas. Sobre o preconceito, a segregação e o estigma é fato que precisamos "descongelar" as atitudes que causam violências e inferiorizações na sociedade e congelar, combater, impedir a intolerância de tal forma que possamos orientar a capacidade cognitiva e formativa do ser humano para que, finalmente, seja um indivíduo humano e com a mente aberta. O ser humano precisa se "humanizar", conhecer direitos, desenvolver aspectos sociais da vida cidadã, manifestar suas inquietudes e conquistar referências de respeito mútuo, especialmente entre as minorias sociais. É inconcebível que no Sistema Educacional não façamos tamanha discussão.

A Escola enquanto Instituição de ensino precisa aprimorar conhecimentos e compreender que a sociedade é dinâmica, que caminha em constante transformação histórica e que os aclamados processos educacionais baseados na Teoria da Educação necessitam de prática social e ações concretas, eficazes, de diálogos e reconhecimentos de que podemos e devemos transmutar o desnivelamento social, cultural e simbólico que ainda "habita" o ensino brasileiro (assim como o todo social). O que devemos nos perguntar é: até que ponto é válido interferir na cultura "do outro" sem parecermos "salvadores do mundo" e da cultura alheia? Pedofilias e espancamentos existem no Brasil. Inúmeros. Incontáveis. Diários. E não é necessário existir "contrato social" para isso. Os movimentos sociais do cenário político brasileiro envolvem mulheres, negros, prostitutas, homossexuais, religiões de matriz africana ou afrodescendente, sem-terra, sem teto e demais "minorias" que formatam as lutas cotidianas de busca por cidadania e participação democrática.

No tocante, são exemplos de resistências sociais que precisam ser ouvidos e estabelecidos no corpo social e educacional não como parcelas de uma sociedade à margem, mas sim como sujeitos sociais que constroem identidades e inscreve a própria história, a história do Brasil, que devem ser discutidos em sala de aula e, a partir de novas idéias, a tarefa do educador é estimular a construção social daqueles sujeitos, para que sejam verdadeiramente inseridos na sociedade de direitos a fim de aprimorar novas visões de mundo. A inquietude reside justamente em tentar elucidar, através da crítica social, a idéia inculcada da violência vista com normalidade em sala de aula e também na própria sociedade, em frases aleatórias como: "Isso é até normal!", ou "Acontece todo dia", ou ainda, "A violência não tem mais jeito" e outras reproduções derivadas de uma "natureza" da banalização e do conformismo, assim como se reproduzem as normalidades da corrupção e da falta de ética, da alienação social, das relações de poder e de agravantes semelhantes – comportamentos intolerantes e sem precedentes –, sendo que o resultado de todas as observações e estranhamentos sociais, partindo do pressuposto que a interpretação dos modos de ser e de agir sociais é dinâmica, deve suscitar o pensamento crítico, englobando atitudes coerentes para que mais e mais violências sejam evitadas.

As relações de gênero, de separações históricas entre "meninos" e "meninas" e que ainda hoje causam polêmicas dentro das escolas são atitudes conservadoras que refletem a quase inexistência de um debate que problematize determinados comportamentos que são incompreensíveis na Pós-Modernidade. O que mais maltrata o ser humano que sofre alguma forma de opressão é a "naturalização" de determinadas "marcas" – estigmas – que deixam profundas cicatrizes sociais, causando transtornos na saúde mental – emocional/sentimental – do indivíduo afetado, e por essa razão precisamos debater diuturnamente as relações sociais apontadas para que consigamos naturalizar, entre todos e todas, o respeito, a dignidade e a tolerância humana. Muitos cidadãos não as conhecem e mesmo para uma faixa etária inicial, é necessário contextualizar o discurso e demonstrar a elas e eles que a Orientação Sexual e a Sexualidade são garantias de todo cidadão e que a busca da Cidadania, da Sexualidade e do Respeito implica a discussão dos mesmos, inserindo aos poucos no contexto educacional.

A sexualidade é uma reflexão que ainda é uma espécie de "tabu" e que remete muito mais o lado "reprodutivo", do "papel da procriação", dos métodos anticoncepcionais, do combate à natalidade, do que propriamente ao exercício de autoconhecimento, do respeito ao outro e da "significação" do que vem a ser "sexo", "sexualidade", "prazer". Discutir a sexualidade é discutir a vida (direito fundamental do ser humano garantido por Lei). É discutir o preconceito sexual, a violência contra a orientação sexual "homo", a discriminação, a exclusão de grupos "minoritários" (e que, na verdade, compostos por um sem número de pessoas) e, especialmente, é discutir o amor ao outro, o respeito, o ser tolerante e, sobretudo, conviver em harmonia com todos os grupos e sujeitos sociais que compõe a grande massa de cidadãos-trabalhadores que foram culturalmente "educados" sob a pecha do machismo, ao contrário de combater o ódio social contra o que a sociedade intitula de "diferente" ou "anormal", aprofunda ainda mais a reprodução do preconceito e da falta de informação que condiciona o "padrão" coercitivo que culminam nos fatos da discriminação social e da negligência intelectual e política e que na, verdade, precisam de uma "libertação social" que tanto buscamos e que, por vezes, nos acomodamos por motivos diversos.

Joan Scott (2009) reflete a realidade social que, ao longo do processo de constatação humana da categoria "gênero", amadurece a discussão em torno do conceito, antes visto como sinônimo de "mulheres", "feminismo", "marxismo", mas que, na verdade, formulam construções de sujeitos sociais que simbolizam, significam e contextualizam categorias que legitimam as relações de gênero que hoje conhecemos: A desconstrução do preconceito contra mulheres, negros e negras, homossexuais, pobres, indígenas, sem-terra e despossuídos é um fato a ser construído. Também não entendo poder como um modo de sujeição que, por oposição à violência, tenha a forma de regra. Enfim, não o entendo como um sistema geral de dominação exercida por um elemento ou grupo sobre o outro e cujos efeitos, por derivações sucessivas, atravessem o corpo social inteiro.

A análise em termos de poder não deve postular, como dados iniciais, a soberania do Estado, a forma da lei ou a unidade global de uma dominação; estas são apenas e, antes de mais nada, suas formas terminais. Parece-me que se deve compreender o poder, primeiro, como a multiplicidade de correlações de forças imanentes ao domínio onde se exercem as constitutivas de sua organização; o jogo que, através de lutas e afrontamentos incessantes as transforma, reforça, inverte; os apoios que tais correlações de força encontram umas nas outras, formando cadeias ou sistemas ou ao contrário, as defasagens e contradições que as isolam entre si; enfim, as estratégias em que se originam e cujo esboço geral ou cristalização institucional toma corpo nos aparelhos estatais, na formulação da lei, nas hegemonias sociais (1993, p.

Desse modo, a construção da sexualidade é diária e constante. Por fim, as políticas de educação, saúde, saneamento, entretenimento, juventude, oportunidade de renda, direitos sexuais, cultura, desportos, lideranças religiosas, ONG's e etc. devem contextualizar o que pode ser feito em termos de Direitos Humanos e atitudes solidárias.  O filósofo francês Michel Foucault (1984) produziu uma obra em três volumes intitulada História da Sexualidade, entre 1976 e 1984. Em 1976 publicou o primeiro volume, que recebeu o subtítulo de A vontade de saber (FOUCAULT, 1984). Nessa obra Foucault tomou a sexualidade como uma criação, cuja função seria o controle dos indivíduos e das populações.  A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: EDUSP. BOURDIEU, P. O poder simbólico.

In Bourdieu, P. CANDAU, V. L. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre igualdade e diferença. PUC.  Rev. scielo. br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572003000100012 Disponível em: https://novaescola. org. br/conteudo/80/educacao-sexual-precisamos-falar-sobre-romeo FOUCAULT, Michel.  Estigma: notas sobre a manipulação da identidade deteriorada. Ed. Rio de Janeiro: LTC Editora. MOTA, F. A. SIMMEL, G.  Questões fundamentais da sociologia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor.

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