CONSIDERAÇÕES ACERCA DA EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) NO BRASIL

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

No entanto, embora tenha tido avanços ao longo da história, ainda necessita de reflexões que contribuam com subsídios teóricos e práticos para a sua melhoria. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica. Palavras-chave: História; EJA; Formação. INTRODUÇÃO Para desenvolver esta pesquisa sobre a Educação de jovens e adultos (EJA) foi necessário pesquisa, leitura, reflexão, análise, construção e reconstrução de alguns conceitos. É de grande valia poder escrever sobre um tema tão relevante, buscando o desenvolvimento de novas estratégias bem como a elaboração de propostas. A EVOLUÇÃO DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS AO LONGO DA HISTÓRIA A educação de jovens a adultos no Brasil apresenta múltiplas facetas ao longo de história estando relacionada aos aspectos sociais, econômicos e políticos.

Durante o período colonial a educação no Brasil ficou a cargo dos jesuítas. Ensinava-se a ler e a escrever a língua portuguesa, a gramática, a filosofia, a literatura, com o objetivo de preparar a elite privilegiada para a Universidade de Coimbra. A educação no Brasil-colônia esteve sempre ligada à política colonizadora dos portugueses. No que se refere à educação no período de colonização houve um transplante da cultura portuguesa, com uma educação clássica feita pelos jesuítas, preocupados com a educação da elite e com a catequização. A formação passada pelos jesuítas era muito rígida na maneira de pensar e de interpretar. Segundo Ribeiro (2007, p. Dedicavam especial atenção ao preparo dos professores - que somente se formam aptos após trinta anos - selecionavam cuidadosamente os livros e exerciam rigoroso controle sobre as questões a serem suscitadas, especialmente em filosofia e teologia.

Sendo assim, pode dizer que ao longo de todo este período, a educação visou muito mais o caráter religioso do que o pedagógico. As mudanças significativas que marcaram a educação de jovens e adultos começaram a ocorrer a partir da década de 60. O ensino primário é obrigatório a partir dos sete anos e só será ministrado na língua nacional. Para os que o iniciarem depois dessa idade poderão ser formadas classes especiais ou cursos supletivos correspondentes ao seu nível de desenvolvimento” (Lei de Diretrizes e Bases – lei nº 4. de 20 de dezembro de 1961). A educação de jovens e adultos, na década de 1960, constituía-se de vários movimentos que visavam à educação desse público. Após o golpe militar de 1964 as atividades dos movimentos destinados á educação dos adultos que estavam atrelados aos ideiais de fortalecimento de uma cultura popular foram em sua maioria paralisados.

A Lei 5692/71, que fixa uma nova versão de Diretrizes e Bases para o ensino dedicou pela primeira vez na história da educação um capítulo ao ensino supletivo. Foi aprovada em 11 de agosto de 1971 e veio a substituir a Lei 4. reformulando o ensino de 1º e 2º graus. Vieira (2004, p. aponta que: Durante o período militar, a educação de adultos adquiriu pela primeira vez na sua história um estatuto legal, sendo organizada em capítulo exclusivo da Lei nº 5. Os cursos, por outro lado, passaram a ser organizados e regulamentados pelos respectivos Conselhos de Educação. O Parecer nº 699/72 foi elaborado para dar fundamentação ao que seria a doutrina de ensino superior. Nesse sentido, ele viria a "detalhar" os principais aspectos da Lei nº 5. no que tange ao ensino supletivo, facilitando sua compreensão e orientando a sua execução (PEREIRA, s/d, p.

Depois de 1971, a estrutura do ensino supletivo começou a seguir as orientações da legislação, ofertando exames e cursos, para suprir a escolarização de jovens a adultos que não tiveram oportunidade na idade própria. Uma outra versão da Lei de Diretrizes e Bases da Educação é criada em 1996. Nesta LDB, também foi afirmado a obrigatoriedade e a gratuidade da oferta da educação para todos que, em idade própria, não tiveram a oportunidade de acesso. Essa nova LDB, novamente, muda a terminologia para essa modalidade de ensino utilizando o termo “Educação de jovens e adultos”, também conhecido como EJA, ao invés de “Ensino Supletivo”. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (9394/96, art. e art. Embora tenha tido alguns avanços, ainda hoje, a Educação de Jovens e Adultos, não tem conseguido ocupar o lugar que, de fato, merece, nas instituições que ofertam cursos de formação de docentes, bem como nas políticas públicas.

O ATUAL MOMENTO DA EDUCAÇÃODE JOVENS E ADULTOS NO BRASIL Em uma sociedade onde muitos se encontram marginalizados, a Educação de Jovens e adultos passa a ter um papel de destaque, tendo em vista que através dela é possível fazer com esses sujeitos marginalizados saiam dessa posição e passem, efetivamente a usufruir de seus direitos na sociedade. Muitas instituições ainda carecem de preparação para trabalhar com as diferenças entre os alunos da EJA. Muitos professores ainda continuam reproduzindo as mesmas práticas que utilizam com crianças, sem ao menos, fazer uma adaptação voltada especificamente para esse público. Hoje, a educação de jovens a adultos volta-se para um âmbito diferenciado, não mais sendo um meio de assistencialismo aos envolvidos. Por isso é que na medida que a sociedade vai desenvolvendo-se a necessidade de educação de adultos se torna mais imperiosa pois a maioria da clientela já se posiciona na sociedade, apenas não se encontarram na forma escolarizada.

Os alunos buscam a escola para satisfazer suas necessidades particulares, para se integrar à sociedade letrada da qual fazem parte por direito, mas da qual não podem participar plenamente quando não domina a leitura e a escrita. É notório que o que o aluno da EJA busca é exatamente recuperar o tempo perdido, pois muitos estão na verdade em busca do diploma para se inserirem no mercado de trabalho e no afã de acompanhar as exigências da sociedade. Os jovens e adultos buscam na escola, mais do que conteúdos prontos para serem produzidos. Como cidadãos e trabalhadores, esses alunos querem se sentir sujeitos ativos, participativos e crescer cultural, social e economicamente. têm condicionado o lugar reservado a sua educação no conjunto das políticas públicas oficiais".

É importante romper com este preconceito, em relação ao EJA, que muitas vezes, parte dos próprios alunos que: Assumem o discurso da dificuldade, da quase impossibilidade de aprender, trazendo para si as causas do fracasso tanto nas suas características pessoais (aptidão, talento) quanto à sua idade e tempo “fora” da escola (. Eles se sentem constrangidos diante das suas dificuldades relacionadas à aprendizagem e, como os professores (ou a maioria deles) não os encorajam a apresentar suas conjecturas e argumentações, permanecem em silêncio com suas dúvidas (ARAÚJO, 2001, p. O estigma que jovens e adultos trazem de serem analfabetos, numa sociedade de letrados, é tão forte que interfere na estruturação de sua auto-estima e autonomia. Isso fica evidente nas falas desses sujeitos, quando dão a entender sua leitura do mundo, focalizando as oportunidades que a sociedade moderna, dominada pela tecnologia da informação, tem oferecido (PEREIRA; ALVES; BARRETO, 2008).

Inicialmente os programas de Educação de Jovens e Adultos eram freqüentados, em sua maioria, por pessoas mais velhas que não tiveram a oportunidade de serem alfabetizadas. Mas, com o passar do tempo, passaram a “acolher” também jovens que deixaram de frequentar a escola em idade própria. No público que efetivamente frequenta os programas de educação de jovens e adultos, é cada vez mais reduzido o número daqueles que nunca tiveram nenhuma passagem anterior pela escola. É também cada vez mais dominante a presença de adolescentes e jovens recém-saídos do ensino regular, por onde tiveram passagens acidentais. O público da EJA é diversificado e, sendo assim, o professor não pode querer que eles aprendam em menor tempo os mesmos conteúdos, das mesmas formas que o faziam quando estiveram na escola, antes de serem obrigados a interromper os estudos; tampouco se pode imaginá-los iguais ao público que hoje freqüenta o ensino regular.

Para isso é fundamental que os professores estejam capacitados, investindo, principalmente em formação continuada, para que o ensino não seja voltado somente uma prática descontextualizada, focada apenas em exercícios mecânicos e repetitivos que não proporcionam ao aluno desenvolver-se como um sujeito capaz de responder adequadamente os desafios impostos pela sociedade atual. Ao final deste trabalho, espera-se que algo tenha sido acrescentado à reflexão sobre a educação de jovens e adultos. Se, de alguma forma, este trabalho contribuiu para despertar reflexões e mudanças em relação ao EJA, nosso objetivo foi atingido. Espera-se que com este trabalho possamos ter contribuído para a melhoria do ensino desta modalidade, acreditando que qualquer ponto de apoio que se possa contar é valido, quando se procura soluções para os problemas, por menores que eles sejam.

Por fim, acredita-se ser necessário expandir os estudos sobre a educação de jovens a adultos tendo em vista que esta objetiva contribuir melhorar as condições de vida de seus alunos. Alfabetização e Cidadania. São Paulo: Rede de Apoio à Ação Alfabetizadora do Brasil (RAAAB), n. abril 2001. BRASIL. Lei nº 4024. BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Câmara de Educação Básica. Parecer no11, de 10 de maio de 2000. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos: Brasília, D. FREIRE, P. Pedagogia da esperança. Um reencontro com a pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1997. Parecer Câmara da Educação Básica/ Conselho Nacional de Educação nº 15/98 – Estabelece as Diretrizes Curriculares nacionais para o ensino médio. A; BARRETO, J.

Educação de jovens e adultos trabalhadores: A contribuição da informática no processo de alfabetização. Disponível em http://marcy-projetosdeaprendizagemt53. blogspot. com/feeds/posts/default. N; NACARATO; A. M. Re)significando a matemática escolar por mei da resolução de problemas em sala de aula da EJA. Disponível em http://revistas. pucsp. São Paulo: Autores associados, 2007. VIEIRA, M. C. Fundamentos históricos, políticos e sociais da educação de jovens e adultos – VolumeI: aspectos históricos da educação de jovens e adultos no Brasil. Universidade de Brasília, Brasília, 2004.

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