A IMPORTÂNCIA DA AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Palavras-chave: Afetividade; Professor; Ensino. INTRODUÇÃO Este trabalho tem por objetivo investigar um dos mais importantes componentes do sistema educacional, que é a afetividade. Especificamente, objetiva tecer reflexões acerca da importância da afetividade para a construção do conhecimento significativo e emancipador; abordar o papel do educador no processo de ensino-aprendizagem orientado pelo cultivo das relações afetivas. Ao fazer a escolha de um tema de pesquisa, são múltiplas as possibilidades, no entanto, procura-se algo que tenha a ver com o dia a dia do profissional e questões que lhe instigam, por isso tentou-se ampliar o conhecimento acerca da afetividade já que ela é um elemento que não pode ser desvinculado do processo de ensino-aprendizagem. Assim, a intenção em desenvolver um estudo nessa área justifica-se pela necessidade de ampliar as discussões acerca da afetividade, especialmente na relação entre professor e aluno, tendo em vista que a afetividade pode trazer contribuições para o desenvolvimento do aluno e também para melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, uma vez que ao se sentir amada, provavelmente a criança vai aprender com mais facilidade.

Dessa forma, desde o inicio da vida há o estabelecimento de laços afetivos. O Novo Dicionário de Língua Portuguesa, de Ferreira (1986) define o conceito de afetividade como um conjunto de fenômenos psíquicos que manifestam sentimentos e paixões, acompanhados sempre da impressão de dor, insatisfação, de agrado ou desagrado, de alegria ou tristeza. Mas, cabe ressaltar que o conceito de afetividade não é unívoco, tendo em vista que cada área de estudo aborda esta temática sob diferentes enfoques. Nesta pesquisa, enfocar-se-á a afetividade sob o viés pedagógico. Assim, a afetividade será entendida, de maneira ampla, como a totalidade dos afetos, sentimentos e emoções que as pessoas vivenciam em diferentes situações. Desse modo, é possível termos um bom relacionamento com as pessoas com as quais convivemos.

Dessa forma, é possível afirmar que a afetividade é sem sombra de dúvida, elemento importantíssimo, especialmente no âmbito escolar. Educação e Afetividade A afetividade se faz presente em praticamente todos os momentos em que vivemos e a educação não pode estar isolada deste contexto. As interações que acontecem na escola são cheias de afetividade e, com certeza, esta carga afetiva vai influenciar no processo de ensino do educando. Souza (2002) defende que falar em afetividade é acreditar em uma educação com relevância social e, portanto, em uma escola que se constitui a partir de respeito, compreensão e autonomia de idéias. No entanto, é impossível aluno e professor se desprenderem de suas emoções e sentimentos ao entrarem na sala de aula mesmo que isto esteja invisível ou não seja sentido por ambos, tais emoções s sentimentos permanecem indissolúveis de suas ações, pois, segundo Borba e Spazziani (2005, p.

“a afetividade está sempre presente nas experiências empíricas vividas pelos seres humanos, no relacionamento com o “outro social”, por toda a sua vida, desde seu nascimento”. Assim, acredita-se que a afetividade no contexto escolar deve receber atenção especial, uma vez que esse ambiente é um rico cenário de ações humanas, “um local de interações sociais intensas e variadas” (TASSONI, 2006, p. Assim, pode-se dizer que o ato educativo é essencialmente relação. É um processo global de relação interpessoal, envolvendo pessoas que aprendem e que ensinam. É no ambiente escolar que a afetividade torna-se mais fácil de ser trabalhada, porque, segundo Gonçalves (2008, p. é o ambiente ideal para sociabilidade, sobretudo no perfil da família contemporânea, onde o pai tem um, dois filhos. Quando a criança entra numa escola e passa a frequentar grupos, nem todos têm por ela a afeição que têm os pais.

É quando ela começa a enfrentar mecanismos de rejeição, mecanismos de recusa e é nessa hora que ela precisa aprender a lidar com esse convívio. Nesse contexto que a importância da escola é muito grande também, na medida em que é o espaço ideal para a sociabilidade. A afetividade na sala de aula tem em vista a compreensão do outro, de suas possibilidades e dificuldades. Neste sentido, cabe ao professor observância de seus alunos, de suas potencialidades e, em especial, de sua historia de vida. Desta forma criam-se elos que ligam afetivamente o educador e o educando. Esta compreensão serve como parâmetro medidor da ação docente na verificação do que lhe falta para que realize uma prática pedagógica satisfatória. O professor deve acreditar que é capaz de transformar cada um de seus alunos em pessoas melhores, em cidadãos reflexivos e afetivos.

Quando o professor realiza um trabalho mediado pela afetividade, o trabalho desenvolvido, certamente, atingirá bons resultados. Os professores devem procurar alternativas para aumentar a autoconfiança dos alunos e também a motivação para desenvolver o aprendizado e isso se torna possível quando se estabelece em sala de aula uma relação afetiva dentro da sala de aula. Se a afetividade do professor nortear o trabalho pedagógico na sala de aula desde o início das atividades, por exemplo, desde o momento da entrada diária dos alunos na escola, e continuar ao longo do ano letivo sendo o ingrediente mágico nas suas ações poderá ser verificado como resultado da ação docente alunos com mais um degrau percorrido com sucesso na aprendizagem. Especialmente ao ingressar na vida escolar, a criança, em alguns casos, encontra algumas dificuldades, visto ser a primeira vez que vai ausentar-se da casa para passar algumas horas em contato com outras pessoas que compõem a comunidade escolar.

No inicio da vida escolar o aluno se acaba se deparando com essas emoções, encontra dificuldades em se relacionar com os seus colegas, em participar das brincadeiras e atividades em sala de aula, uns demonstram mais suas dificuldades outros se retraem separando o mundo alheio do seu. As crianças precisam, por exemplo, sentirem-se amadas. Então, dar carinho na medida certa, louvar o esforço, são atitudes louváveis de educadores que reconhecem o seu papel, que transformam o ambiente escolar, em especial a sala de aula, em um ambiente de compreensão, calma, respeito, apoio, incentivo. Uma pratica pedagógica desenvolvida com base nestes parâmetros é capaz de provocar nos alunos maior interesse e também responsabilidade nas atividades por eles desempenhadas, porque percebem no professor a dedicação e a confiança em sua pessoa em todos os aspectos.

Tratar o aluno com afeto não significa tratá-lo com beijos, abraços ou procurando agradá-lo, significa apenas que devemos acordar e tomar atitudes que nos leve a sair de nossa indiferença, porque essa “indiferença” é justamente a falta de afetividade. Não podemos mais fazer de conta que não sentimos nada diante do que acontece a nossa volta, que toda essa violência e falta de objetivos não nos atinge. Dessa maneira as expectativas do professor em relação ao aluno, convertem-se frequentemente, em profecias que se auto-realizam. Estímulos positivos como palavras de carinho que podem se manifestar através de elogios, compreensão e respeito influenciam no desenvolvimento de todas as crianças, enfim, colaboram para o crescimento efetivo de suas habilidades Para Andrade (2010, p.

Um adulto incentivador dará estímulos positivos como, por exemplo: "Parabéns, está muito bom esse trabalho que você fez!", "Gostei muito como você brincou direitinho com sua amiguinha, repartindo seus brinquedos com ela!", "Amo você, como fico feliz de você ter nascido meu filho/a", "Você é inteligente e uma boa criança", "Sei que você é capaz de fazer, tente de novo". A criança terá um bom desenvolvimento quando receber dos adultos estímulos positivos como esses (e muitos outros tipos de estímulos positivos), estímulos de amor, de aceitação e de confiança, três dos estímulos básicos para um sadio desenvolvimento. Em contrapartida, os estímulos negativos como o fracasso, reprovação, incompreensão e humilhação desempenham a função de retroceder e/ou impedir o desenvolvimento das habilidades naturais das crianças que consequentemente influenciarão também na fase adulta.

É fundamental, portanto, que todos os profissionais que compõem a comunidade escolar, façam uma reflexão acerca de o seu fazer pedagógico visando repensar e reelaborar a sua prática pedagógica tendo em vista a importância da afetividade no âmbito escolar e que possam, de fato, contribuir para a formação de indivíduos conscientes e preparados para a realidade em que vivem. A educação se faz com prazer e através de um ensino mediado pela afetividade é possível fazer da escola um ambiente facilitador e estimulador em todos os momentos. Quando se desenvolve uma educação afetiva, as crianças têm um melhor desempenho escolar, interessam-se mais pelo aprendizado, aprendo assim, mais e melhor. A afetividade, no entanto, é algo bem mais abrangente “ultrapassa as relações de tête-à-tête entre o professor e o aluno, atingindo as diversas dimensões do trabalho pedagógico que, no conjunto, devem garantir as condições para o sucesso da aprendizagem do aluno” (COLOMBO, 2006, p.

Assim, a afetividade também abarca os métodos de ensino. Além destes conhecimentos é necessário entender sobre o desenvolvimento da criança, respeitando suas aptidões e dificuldades. Sob esta temática, Leite (2006, p. considera que: A atuação pedagógica, necessariamente, precisa ser planejada, organizada e transformada em objeto de reflexão, no sentido de buscar não só o avanço cognitivo dos alunos, mas propiciar as condições afetivas que contribuam para o estabelecimento de vínculos positivos entre os alunos e os conteúdos escolares. Para Leite (2006, p. “portanto a afetividade não se limita apenas às manifestações do contato físico acompanhados de elogios superficiais, como: ‘você é bonzinho’”. A escola desconhece a vida afetiva da grande maioria dos seus alunos e reproduz a velha concepção ideológica, e que determina até hoje, de que a criança “bem-educada” é aquela que sufoca seus sentimentos.

Ensinar as crianças a se controlarem, reprimindo suas emoções, faz parte, historicamente, das tarefas dos professores (MOREIRA, 2007, p. Muitos professores acreditam que dar carinho ao aluno não é sua obrigação profissional, acreditam ser tarefa da família. No entanto, depois ambiente familiar, a escola é o principal lócus de formação deste indivíduo. A formação integral do aluno é, sem dúvida nenhuma, uma obra complexa demais para ficar apenas sob a responsabilidade da família ou da escola. Desse modo, promover uma educação através da afetividade possibilita ao aluno desenvolver-se integralmente e estar preparado para enfrentar os desafios que a vida impõe, diferentemente da educação tradicional na qual o aluno somente repete mecanicamente tudo aquilo que é passado pelo professor. Dessa forma, quanto melhor for a relação entre professor e aluno, maiores serão as chances de se promover uma aprendizagem mais significativa.

A afetividade é com certeza um elemento determinante do processo de ensino-aprendizagem, pois engloba todo o conjunto de relações entre professor, aluno e demais componentes do processo de ensino-aprendizagem. Ao final deste trabalho, espera-se que os apontamentos aqui feitos possam contribuir como referencia para pais, professores e demais profissionais da educação, bem como para trabalhos futuros que possam refletir e orientar sobre a temática aqui discutida. Espera-se que esta pesquisa ter contribuído para a melhoria da qualidade da educação oferecida às crianças, acreditando que qualquer ponto de apoio que se possa contar é valido, quando se procura soluções para os problemas, por menores que eles sejam. da. Afetividade na educação infantil, 2010. Disponível em http://www. ucpparana. edu. com. br/artigos/artigo. asp?entrID=1047. Acesso em 18/04/2012.

BORBA, V. CARVALHO, A. M. de; FARIA, M. A de. A Construção do Afeto na Educação, 2010 Disponível em http://www. Afetividade e práticas pedagógicas. ª ed. – São Paulo: Casa do Psicólogo, 2006. COSTA, K. S. COSTALLAT, D. M. de. Psicomotricidade. Porto Alegre: Globo, 1976. Afetividade na prática pedagógica: educação, tv e escola. Rio de Janeiro: WakEd, 2007. FERNANDES, R. A importância da relação afetiva entre professor e aluno, 2008. Disponível em http://pt. São Paulo: Paz e Terra, 1996. GONÇALVES, E. Em casa e na escola, afetividade facilita o aprendizado, 2008. Disponível em http://www. bonde. D. A importância da afetividade no processo ensino-aprendizagem de matemática, 2007. Disponível em http://www. pucsp. br/pos/edmat/mp/dissertacao/eline_dias_moreira. br/scielo. php?script=sci-arttext&pid.

Acesso em 05/04/2012. SAMPAIO, F. Afetividade em sala de aula, 2011. Disponível em http://www. ideau. com. br/upload/artigos/art_87. F. de L. A influência da afetividade no ambiente pedagógico. Disponível em http://veterinariosnodiva. com. br/books/afetividade-ambiente-pedagogico. br/site/bibdigital/monografias/a_afetividade_na_formacao_da_auto. pdf. Acesso em 13/04/2012. TASSONI, E. C. Adaptação: o ingresso na educação infantil. Congresso de leitura do Brasil. Campinas – São Paulo, 2005.

130 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download