ESTRATÉGIAS PARA A FORMAÇÃO DE UM LEITOR CRÍTICO

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

INTRODUÇÃO O ensino escolar de uns anos para cá está passando por várias transformações, o que faz o professor necessitar repensar seu fazer pedagógico, buscando praticas em que o aluno não seja mais um mero repetidor do conhecimento. Ensinar a língua é auxiliá-lo a perceber, a construir uma visão critica e eficiente de todas as formas de expressão, ampliando sua percepção no entendimento de qualquer linguagem. A necessidade de repensar o ensino-aprendizagem da leitura vem sendo amplamente discutida pelos linguistas e outros profissionais da área que, sobretudo nos últimos anos, vêm desenvolvendo projetos de ensino de modo a conhecer e interpretar a realidade das atividades relacionadas à leitura em sala de aula, visando implantar reflexões, propor soluções e contribuir com subsídios teóricos e práticos para o desenvolvimento dessa atividade.

Porém, o trabalho com a leitura em sala de aula pode ser considerado, ainda nos dias atuais, insuficiente, mesmo frente ao avanço das ciências da linguagem. Vivemos uma realidade bastante crítica, especialmente no que diz respeito à leitura. Diante disso, surge a necessidade de o professor buscar metodologias de ensino mais atrativas e condizentes com as necessidades dos alunos, que priorizem a leitura crítica, que possibilitem não somente o entretenimento, o prazer, formação intelectual, moral e cultural, mas que, principalmente, possibilitem ao aluno agir e atuar de forma significativa no seu meio social. E isso, certamente, não será impondo uma leitura que nada tem a ver com a realidade do aluno, na qual ele não vê objetivo, não encontra estímulo. O interesse pelo tema surgiu da constatação da desmotivação e desinteresse dos alunos em relação á leitura.

Desse modo, procurar-se-á desmistificar o problema: é possível ensinar leitura de maneira que os alunos realmente se envolvam com o processo? Diante disso, este artigo teve como objetivo discutir a importância da leitura e estratégias para a formação de um leitor crítico. Trata-se de uma pesquisa de cunho bibliográfico, que consiste no exame da literatura científica, para levantamento e análise do que já se produziu sobre acerca desta temática. Muitos alunos deixam claro que não gostam de ler e vêem a leitura, muitas vezes, como um castigo. Silva (1997) fala que a leitura sempre foi uma atividade preocupante para os professores, uma vez que rejeitada pelos alunos, acumula a desculpa destes pela falta de tempo para realizá-la, associada ao despreparo de alguns professores na área da leitura, ensinando-os ao acaso, de modo superficial, sem nenhuma metodologia adequada.

Isso acontece porque nem a escola, nem os professores levam em consideração o contexto em que o aluno vive bem como os seus conhecimentos prévios. A aprendizagem da leitura constitui uma tarefa permanente que se enriquece com novas habilidades na medida em que se manejam adequadamente textos cada vez mais complexos. Por isso, a aprendizagem da leitura não se restringe ao primeiro ano da vida escolar, pois essa leitura é simplesmente uma decodificação. Também, devem perceber que, como leitores competentes e com ajuda e recursos necessários, poderão ter êxito em suas vidas. A leitura permite que o sujeito perceba seu papel na interação com o texto, uma vez que este carrega em si ideologias, mas somente a partir da visão de mundo de quem lê, em um determinado tempo histórico, é possível estabelecer relações que venham aceitar ou não os valores ali presentes.

Ainda sobre a importância da leitura Bamberger (1991, p. diz que: A leitura é uma forma exemplar de aprendizagem, (. o aprimoramento da capacidade de ler também redunda no da capacidade de aprender como um todo, indo muito além da mera recepção. No entanto, a hora de ler um texto constitui-se em momento pouco atrativo para os alunos, o que evidencia o fracasso do ensino-aprendizagem da leitura na escola. Uma nova concepção de leitura deve incluir atitudes conscientes que levem ao questionamento. a conscientizaçào e à libertação, que precisam ser conquistadas tanto pelos professores como pelos alunos, partindo das situações concretas das escolas publicas, contrabalançando com o esforço pedagógico do professor, que aos poucos tomara seus alunos conscientes de suas capacidades e formará bons leitores.

Embora sendo uma atividade habitual de alunos e professores que vai desde a educação básica até o ensino superior, apesar de se constituir em tema de discussão frequente, a leitura continua a ser um grande desafio para os alunos e professores. Um dos objetivos de ensino da língua materna é o de que o aluno saiba interpretar textos com competência ao sair do ensino fundamental e, principalmente do ensino médio. Por isso, em sala de aula as atividades de leitura devem atender a dois objetivos básicos: informação e recreação. Informação, com os textos fornecendo dados ou informações genéricas sobre os acontecimentos atuais, o que pode ser facilmente coletado em jornais. Como recreação, se analisarmos que sendo a leitura informativa alvo de todas as disciplinas e não visando à busca imediata de conhecimentos, mas sendo uma leitura sem um fim imediato, de qualquer modo levará ao aluno algo novo, despertando nele o espírito crítico.

Sendo assim, a crise de leitura pode ter sua origem na escola, se for ensinada de maneira mecanica, padronizada, decodificadora de letras, servindo apenas para que os alunos adquiram conhecimentos, lendo sem darem sentido ao texto, sem questionarem e sem posicionarem-se frente a ele. A escola e por lógica os professores, vem ao longo dos anos considerando a tarefa de ensinar a ler ao aluno como alguma coisa mecanica e estatica, confundindo ler com a aquisição de um costume e que o aluno aprende a ler e não mais desaprende. Nesse sentido, torna-se fundamental conhecer os modos como a linguagem é pensada no curso da história, para entender o porquê de determinados conteúdos, objetivos, metodologias e procedimentos de avaliação em voga nas salas de aula e buscar metodologias de ensino mais condizentes com as necessidades da atual conjuntura social.

Luft (2000, p. afirma que “o primeiro requisito de um professor de língua materna é ter noções corretas sobre linguagem, língua e fala, e fazer delas o alicerce de suas atividades. ” Sendo assim, o professor deve desempenhar sua função seguramente embasado em concepções de linguagem, para que possa adotar uma postura metodológica produtiva. Para Travaglia (2006, p. Assim, os alunos não são vistos como interlocutores, mas como seres passivos que apenas recebem as informações do texto, sendo expostos a atividades comuns de “interpretação” que se restringem a perguntas superficiais cujas respostas encontram-se explícitas no texto. Não se considera o leitor, o contexto, bem como, os componentes semânticos, pragmáticos e discursivos. Em decorrência disso, os alunos, formados nesse contexto acabam sentindo dificuldades no que diz respeito à compreensão dos diferentes sentidos que podem ser atribuídos ao texto, tornando-se alunos com dificuldade de reflexão crítica, uma vez que o texto é utilizado para ensinar normas gramaticais e lexicais e para responder questões óbvias que não exigem nenhum esforço e/ou reflexão por parte do aluno.

CONCEPÇÃO DE LINGUAGEM COMO INSTRUMENTO DE COMUNICAÇÃO E AS ATIVIDADES DE LEITURA O processo de leitura que se apoia numa concepção de linguagem como um meio de comunicação, tem como elemento principal o texto, que segundo Koch (apud NOGUEIRA, 2006, p. nessa concepção “é visto como simples produto da codificação de um emissor a ser decodificado pelo leitor/ouvinte, bastando a este, para tanto, o conhecimento do código, já que o texto, uma vez codificado, é totalmente explícito”. Desse modo, esse tipo de leitura não exige maior esforço por parte do leitor, uma vez que exige apenas que ele conheça o código, a estrutura da língua para extrair informações. Em concordância com vários estudiosos, acreditamos que a leitura não implica somente em decodificar os sinais gráficos, mas implica, além disso, em ativar os nossos conhecimentos prévios, ou seja, aqueles que não estão escritos graficamente no texto, mas sim os que foram, ao longo do tempo, sendo armazenados em nossa memória e que são ativados no momento da leitura.

No entanto, não é o que ocorre nessa concepção de linguagem, que além de não considerar o conhecimento prévio do leitor, não leva em conta outros fatores relevantes como o contexto, o momento histórico em que o texto em questão foi escrito e a intertextualidade. Assim, ao leitor não cabe o papel de construir sentidos, mas somente extrair, captar, perceber os sentidos que estão presentes na estrutura do texto. Não se permite ir além do texto, pois aos alunos somente são feitas perguntas comuns de “interpretação” que se restringem a perguntas superficiais do tipo quem, quando, onde etc. A compreensão deixa de ser entendida como a simples captação de uma representação mental ou como a decodificação de mensagens e passa a ser uma atividade interativa de produção de sentidos que se realiza com base nos elementos lingüísticos presentes na superfície textual, mas que requer a mobilização de um vasto conjunto de saberes e sua reconstrução deste no interior do evento comunicativo.

O leitor não é mais visto como um ser passivo que apenas recebe as informações, mas sim como um produtor de sentidos do texto. Para essa construção de sentido, contribuem fatores importantes como o conhecimento linguístico, que é o conhecimento de uso da língua nativa que cada indivíduo tem desde que nasce, o conhecimento textual que diz respeito ao conhecimento dos tipos de textos existentes, de suas estruturas e tipos de discurso, e de seus usos, e o conhecimento de mundo que são os nossos conhecimentos adquiridos e que fazem parte de nossa memória e inteligência e que utilizamos quando necessários na leitura, além do conhecimento linguístico e textual. Quando uma leitura é feita, o leitor aciona seus conhecimentos prévios e os confronta com os dados do texto, constituindo sentido para o que foi lido, ou seja, o conhecimento prévio é tudo aquilo que o leitor já sabe, são os conhecimentos que ele armazenou ao longo da sua vida de diferentes formas e que são ativados no momento da leitura.

Nessa abordagem, é possível uma multiplicidade de leituras para um mesmo texto, justamente porque os leitores não são iguais, seus conhecimentos de mundo são diferentes e cada um lê de um determinado lugar social. Porém, em muitos casos, a escola não vê a leitura como um processo de afirmação do sujeito e de sua história enquanto produtor de linguagem. É nesse reconhecimento do valor das subjetividades, que se alicerça a relação com a cidadania. Dessa forma, é papel da escola favorecer o desenvolvimento das competências específicas da leitura. Desde a Educação Infantil, o contato com os livros e textos multidisciplinares e em várias linguagens é indispensável, por isso a criança: Conviver com os diferentes gêneros textuais aguça a capacidade de distingui-los e de entender seu funcionamento.

A tarefa de graduar esses textos é atribuição do professor. Para tal, o professor precisa dispor de tempo para estudo e reflexão, precisa inserir-se em projetos de pesquisas, participar de cursos formação continuada e estar a par das concepções e novas discussões na área da linguagem. O PAPEL DO PROFESSOR NA FORMAÇÃO DE LEITORES A escola é a principal responsável pelo desenvolvimento do ensino da leitura, é responsável pela formação do aluno leitor. A criança esta desde muito cedo deve aberta para esta prática, que deve ser cultivada e desenvolvida. Não se pode deixar de pensar o papel do professor nesse processo, pois ele é o elemento essencial no desenvolvimento do hábito de leitura do aluno. Sua ação pedagógica, pautada da visão de mundo que a permeia é que possibilitara a mediação entre o aprendiz e o objeto a ser aprendido, gerando homens críticos e inovadores e não meros repetidores de algo que já foi dito e redito.

O educador, considerado hoje, agente da mudança social, não vem refletindo seriamente sobre a prática educativa e sobre as condições em que ocorre o processo ensino aprendizagem. Cabe a ele assumir uma postura critica, além disso, é preciso que o professor se assessore e se alicerce em embasamento teórico que as ciências educacionais colocam a sua disposição como referencial teórico bem como, conheça os estudos mais recentes sobre a aprendizagem da leitura e sobre o ensino da literatura na escola e sobre o acervo da literatura infantil. Se a escola deseja produzir um ensino de leitura avaliado como eficaz, deve contar, além de uma biblioteca com razoável acervo, com professores leitores e detentores de boa fundamentação teórica e metodológica.

Para formar leitores críticos não basta, somente, oferecer livros, ou forçá-los a lê-los numa tentativa desesperadora de promover o gosto pela leitura. Cabe principalmente ao educador estar em contato com os livros, se familiarizar com esse enorme material, para depois incentivar o aluno a realizar suas leituras. Segundo Bamberger (1988), os hábitos só se formam através de uma atividade regular. Assim, a prática regular de leitura é a precondição para a formação do hábito. Esta leitura somente tornar-se-á realidade se o aluno sentir que vale a pena ler, se estiver de acordo com seus interesses pessoais e para a satisfação de suas necessidades. Assim, o hábito de leitura está muito relacionado com o interesse e a motivação. É papel dos pais e, especialmente, dos professores conhecer os interesses dos alunos e baseados nestes, realizar atividades para motivá-los a leitura.

É nesse sentido que a escola deve ser o centro formador do hábito de leitura. O amor pelos livros não é coisa que apareça de repente. Sendo assim é necessário que o professor ajude a criança a descobrir o que cada livro pode oferecer. Cada livro pode trazer uma ideia nova, ajudar a descobrir mundos diferentes e ampliar o horizonte do aluno. Frente a tantos problemas cujas origens parecem estar na forma como a leitura é trabalhada na escola, é preciso que o professor utilize ferramentas para auxiliá-lo na formação dos leitores. A eficácia do trabalho pedagógico na biblioteca depende na maior parte da competência e criatividade dos professores. Porém nada impede que ocorra na escola, um trabalho independente daquele realizado em sala de aula.

A biblioteca deve ser apresentada aos alunos, mesmo aos que já conhecem, de forma simpática, atraente, descontraída, afetiva e, ao mesmo tempo, informativa, esclarecedora. A forma como o aluno vê os livros e o ambiente de leitura a que esta sendo exposta é decisiva para que ela adquira hábitos leitores. A biblioteca é uma forma de aproximar o aluno da leitura. Se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender o mundo que os cerca, cabe à escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos mais variados tipos de textos que circulam socialmente e ensiná-lo a assumir posturas frente aos mesmos e a interpretá-los. Para Caldin (2005, p. “além de despertar o gosto pela leitura como forma habitual de lazer, um dos objetivos da biblioteca escolar é a formação do cidadão consciente e capaz de um pensamento crítico e criativo”.

Porém, usar a biblioteca somente por usar não é suficiente, com enfoque tradicional, onde aluno é somente um ser passivo, que lê sem atribuir sentidos, não haverá contribuições significativas para a aprendizagem. Para que essas contribuições, de fato, ocorram é preciso que os professores mudem a forma de trabalhar, possibilitando aos alunos fazerem uma análise crítica da leitura. Sendo assim, um bom trabalho realizado pelo educador, especialmente na biblioteca, pode contribuir de forma significativa, para que as crianças adquiram o hábito e mais do que isso, o gosto pela leitura desde a infância. CONSIDERAÇÃOES FINAIS Esta monografia, resultado de uma pesquisa de conclusão de curso, teve como objetivo central discutir a importância da leitura e algumas estratégias para formação de um leitor mais crítico e reflexivo.

Para tanto, inicialmente foram apresentadas algumas considerações sobre a leitura no cenário educacional brasileiro. Diante de tais considerações foi possível constatar que muitos alunos têm dificuldade em relação à leitura, encarando esta atividade, muitas vezes, como um castigo. A partir das reflexões realizadas é possível perceber que muito se fala sobre a formação de um leitor crítico, sobre como trabalhar o texto em sala de aula, mas o veículo condutor da leitura seguido por muitas escolas apresenta uma carência quanto ao assunto. Se, de alguma forma, este trabalho contribuiu para despertar reflexões e mudanças em relação às práticas leitoras, nosso objetivo foi atingido. Espera-se que com este trabalho possamos ter contribuído para a melhoria do cenário atual em que a leitura se encontra, acreditando que qualquer ponto de apoio que se possa contar é valido, quando se procura soluções para os problemas, por menores que eles sejam.

Por fim, acredita-se, ser necessário empreendermos estudos na área de ensino de leitura para superarmos as dificuldades que ainda existem e não são poucas. Embora haja uma vasta literatura sobre o assunto, ainda é preciso expandir os estudos sobre a importância da leitura como um instrumento capaz de contribuir para a formação de pessoas mais capacitadas a atuar de forma significativa na sociedade em que estão inseridas. REFERÊNCIAS ABRAMOVICH, F. Biblioteca na Escola. In: NEY, A. et al. Biblioteca Escolar: estrutura e funcionamento. São Paulo: Edições Loyola, 1998. A. A. Literatura infantil: teoria e prática. ed. São Paulo: Ática, 1989. FARIA, M. A. Como usar o jornal na sala de aula. São Paulo: Editora Contexto, 1996. FOUCAMBERT, J. org). O texto na sala de aula.

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