INCLUSÃO DO ALUNO PORTADOR DE DEFICIÊNCIA VISUAL NO ENSINO REGULAR

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

Palavras-chave: Inclusão; deficiência visual; ensino. INTRODUÇÃO A educação inclusiva é uma temática que vem sendo amplamente discutida no cenário educacional e, visa integrar e promover a aprendizagem significativa dos alunos portadores de necessidades especiais incluindo-os não somente no meio escolar, mas na sociedade como um todo visando garantir a todos iguais oportunidades de educação e trabalho, sem qualquer espécie de discriminação, e com respeito às diferenças individuais. A luta pela inclusão que tem avançado, ainda que lentamente, tem promovido a conscientização da sociedade de que o portador de algum tipo de deficiência tem seus direitos enquanto cidadão e é uma pessoa capaz de desenvolver potencialidades e habilidades, assim como as demais que não possuem deficiência.

Para isto, ele precisa ter as suas necessidades respeitadas e atendidas. No entanto, apesar dos esforços das pessoas envolvidas, o sistema regular de ensino, tem se mostrado, na maioria das vezes, inabilitado de trabalhar com o aluno portador de necessidades especiais. A escola tem como dever, proporcionar o acesso à educação a todos, inclusive aos portadores de necessidades educativas especiais como os deficientes visuais. Em termos genéricos o termo inclusão é entendido como o ato ou efeito de incluir. O ensino inclusivo é aquele em que as crianças portadoras de algum tipo de deficiência aprendam de forma eficiente e siginificativa quando frequentarem as escolas de ensino regular, tendo como pilar dessa aprendizagem a qualidade do ensino. A Educação inclusiva é uma política que objetiva o ingresso, a continuação e a aprendizagem significativa de todos através da construção de um ensino competente que atenda às necessidades educacionais, especiais ou não, de todos os alunos.

A inclusão é um movimento que visa acabar com a segregação, favorecendo as interações sociais de alunos com necessidades especiais com alunos considerados “normais”. Dessa forma, pode dizer que a inclusão é considerada um processo; não vai ocorrer, efetivamente, por decreto dos legisladores. O sistema escolar carece de uma reforma geral, tendo em vista uma nova visão de escola, com a função de promover o desenvolvimento de todos os alunos. É preciso também que as escolas estejam equipadas adequadamente para o atendimento dos alunos, pois o alunado da educação especial é muito heterogêneo. A escola deverá estar preparada para explorar esses alunos a partir de seus talentos, sejam acadêmicos intelectuais, artísticos, entre outras potencialidades. Entretanto, incluir não significa apenas colocar o aluno que seja portador de algum tipo de necessidade educacional especial junto com os demais na sala de aula.

Desse modo, a escola inclusiva deve, segundo a Declaração de Salamanca (1994, p. Reconhecer as diferentes necessidades de seus alunos e a elas atender; adaptar-se aos diferentes estilos e ritmos de aprendizagem das crianças e assegurar um ensino de qualidade por meio de um adequado programa de estudos, de boa organização escolar, criteriosa utilização de recursos e entrosamento com suas comunidades. Deveria ser, de fato, uma continua prestação de serviços e de ajudas para atender às continuas necessidades especiais que surgem nas escolas. Assim, deve-se entender a educação inclusiva, não como uma simples colocação em salas de aula, mas como uma atitude de aceitação das diferenças. Porque não basta apenas colocar o deficiente visual na classe de ensino regular, é preciso que ele seja incluído dentro dela.

Tais autores afirmam ainda, que as conquistas no campo da Educação Especial como área de conhecimento, pesquisa e prática profissional têm muito a contribuir neste processo, e é a partir do diálogo entre estes dois modelos de Educação que uma nova forma de se pensar a escola poderá surgir, capaz de atender, de fato, às necessidades educacionais especiais de cada um de seus educandos. A cada dia que passa mais pessoas estão falando e escrevendo sobre a inclusão, este avanço deu-se a partir da Conferência Mundial sobre educação para todos, realizada em 1990, na cidade de Jontien, na Tailândia, que se consolidaram os compromissos éticos políticos num esforço coletivo dos organismos internacionais para assegurar educação básica de qualidade para todas as crianças, adolescentes, jovens e adultos.

Nesta conferência, as Nações Unidas, representadas pela Unesco, garantiram a democratização da Educação, independente das diferenças particulares dos alunos. No Brasil essa democratização está assegurada pelo artigo 58 da Lei nº 9394/96 de Diretrizes e bases da Educação, essa nova proposta de inclusão propõe uma revolução de valores e atitudes que exige mudança na estrutura da sociedade e da própria educação escolar. CONSIDERAÇÕES SOBRE A DEFICIÊNCIA VISUAL Ainda hoje, grande parte da sociedade tem concepções errôneas sobre os deficientes visuais. A cegueira classifica-se em congênita hereditária ou adquirida. Diz-se que a cegueira é congênita quando decorre de agentes que atuam sobre o feto, como o alcoolismo, as drogas em geral, as radiações, as doenças infecciosas…[.

A cegueira adquirida ocorre após o nascimento, causada por traumatismos em geral ou por doenças como: diabetes, retinopatias, glaucoma, coroidites. A cegueira congênita tem características distintas da cegueira adquirida. Na cegueira congênita o indivíduo já nasce cego, o que faz com que, por óbvias razões, em nenhum momento, ele possa formalizar uma memória visual das coisas abstratas da natureza, que não são sentidas, mas somente percebidas pela visão. A escola deve sair da sua tradicional visão “todos são iguais” para uma outra que sempre existiu “ todos nós somos diferentes uns dos outros”, com desejos, habilidades, capacidades e deficiências, as quais devem ser identificadas e trabalhadas pela escola, respeitando sempre a individualidade e as necessidades de cada um.

Considerando que a escola desempenha um papel relevante no processo de integração dos deficientes visuais, atualmente há um consenso que determina novas linhas de ações inspiradas no principio de integração e na necessidade de assegurar “escolas para todos” que reconheçam as diferenças, promovam aprendizagens e atendam as necessidades de todos os alunos. Silva (2004) diz que a escola ainda não se encontra preparada para as novas concepções sobre os alunos sem autonomia, assim como não apresenta condições estruturais de acesso, bem como recursos materiais para realizar a inclusão escolar. A autora destaca ainda, que os professores não têm formação pedagógica para escolarizarem alunos com qualquer diferença, seja ela bio-psico-sociocultural, embora existam várias leis alicerçando o professor no processo pedagógico relacionado a estes alunos.

A inclusão deficiente visual resulta de um processo de reforma total do sistema escolar, cuja meta é a criação de uma escola comum que ofereça uma educação diferenciada a todos, em função de suas necessidades. Como fazer e construir coisas, trabalhar com o conhecimento, resgatando suas aptidões para o aprendizado prazeroso e, adaptando a possibilidade de interação, comunicação, compreensão e ação da criança. O processo de ensino-aprendizagem de um aluno com deficiência visual requer procedimentos e recursos específicos. O trabalho consiste em desenvolver prioritariamente estímulos auditivos e táteis, como forma de proporcionar melhor encaminhamento educacional. O aluno precisa ser percebido como um cidadão, dotado de seus ideais, e construtor, do seu próprio conhecimento. Desde muito cedo a criança portadora de deficiência visual se depara com sérios obstáculos nas etapas evolutivas do seu desenvolvimento.

As pesquisas enfatizam a necessidade dos alunos portadores de deficiência visual terem experiências físicas e diretas com os objetos reais e interagirem verbalmente com os membros dos outros grupos para aprenderem sobre o mundo que os rodeia. O professor pode trabalhar com formas positivas de interação e trocas comunicativas, como: toque para percepção de formas e reconhecimento de relêvos, gestos, palavras ou símbolos que possam expressar a situação, buscando com que o aluno tome consciência de seus outros sentidos. Isso poderá agilizar o aprendizado e permitir que o alfabetizando portador de deficiência visual desenvolva-se enquanto pessoa. Nesse sistema educacional que visa à inclusão, é papel da escola e do professor se adaptar às necessidades dos alunos e não ao contrario, como acontece em muitas escolas onde são os alunos que precisam se ajustar conforme a proposta daquela escola e à forma como o professor trabalha com o restante da turma.

Compreendendo as diferenças, para que possamos fazer com que esses alunos sejam incluídos não só na escola, mas na sociedade, todos, especialmente os profissionais da educação, precisam conhecer como é a realidade dos mesmos, para poder melhor proporcionar essa facilitação. Desse modo, verifica-se que as discussões que envolvem o processo educacional das pessoas portadoras de deficiência visual apontam para a necessidade de ações coletivas que se efetivem em pareceria assentada nos pressupostos de uma melhoria da educação, implicando na formação do educador, cujo perfil de atuação seja compatível com a evolução dos paradigmas educacionais que hoje apontam para a atuação na diversidade. A educação inclusiva exige uma preparação por parte do professor que o possibilite ver as diferenças e as dificuldades dos alunos portadores de deficiência como uma fonte de aprendizagem que o ajudará a aperfeiçoar as condições de trabalho em sala de aula.

Na escola inclusiva, os papéis tradicionais dos professores e da equipe técnica da escola mudam. Para que a permanência desse aluno na escola seja favorecida com o trabalho do professor e para que o aluno realmente chegue a uma aprendizagem efetiva é preciso muito empenho por parte do professor, uma vez que o aluno, precisa, frequentemente, de um atendimento individual e com materiais adequados. Os professores tornam-se mais próximos dos alunos, na captação e no auxilio das suas maiores dificuldades. No entanto, infelizmente ainda existe preconceito quanto aos portadores de deficiência visual. Grande parte destes alunos ainda continua à margem do ensino regular, uma vez que muitos profissionais da educação, principalmente o corpo docente, continuam vendo esses alunos como incapazes de acompanhar a rotina da escola regular.

Embora haja uma política de apoio e incentivo para a promoção da inclusão, o primeiro passo refere-se à postura de cada um frente a essa realidade. Infelizmente nem todos os educadores aceitam o fato de ter um aluno portador de algum tipo de necessidade especial incluso em sua turma e acabam deixando-o de lado. Sendo assim, uma educação para todos, só se evidencia quando todos os alunos têm acesso á ela e recebem uma educação de qualidade. Apesar do esforço de alguns professores, pode-se dizer que tal inclusão não é eficaz na sua totalidade. Uma das maiores dificuldades encontradas pelo professor quanto ao trabalho com o deficiente visual é a sua falta de especialização e preparo. A grande maioria dos professores encontra dificuldades quando tem, em sua turma algum aluno que precisa de um atendimento especial.

A falta de recursos essenciais, materiais pedagógicos e aparelhos específicos quando necessários, se apresenta como outra grande dificuldade enfrentada pelo professor em sala de aula. Uma das ferramentas mais importantes e eficazes na inclusão dos portadores de deficiência física, em especial a visual, são os materiais didáticos apropriados e estes não estão disponíveis aos professores. Do mesmo modo, devem ser tratados de forma igualitária nos seus deveres e responsabilidades, pois a falta da visão não interfere na capacidade intelectual e cognitiva. Esses alunos têm o mesmo potencial de aprendizagem e podem demonstrar um desempenho escolar equivalente ou superior ao de alunos que enxergam mediante condições e recursos adequados (SÁ, CAMPOS, SILVA, 2007). Portanto, é essencialmente necessário que este aluno seja recebido na escola regular não só com professores preparados, mas também com todo o material didático necessário para que ele tenha a mesma chance dos outros alunos, de se desenvolver e de se sentir, realmente, incluído na escola e na sociedade.

A estrutura física inadequada das escolas é outro desafio a ser superado. Para pensar em escola inclusiva há que se levar em conta a necessidade de todos os alunos e estruturando-se em função dessas necessidades. de 20 de dezembro de 1996, parece não estar preocupado com a real situação que se tem nas salas de aula. Ao contrário do que diz a LDB, as escolas não possuem recursos específicos de apoio aos professores que recebem estes alunos. Sendo assim, pode-se afirmar que a inclusão dos alunos portadores de deficiência visual no ensino regular, seria de fato real, se houvesse por parte do Governo um maior interesse na capacitação dos professores e na confecção de material didático apropriado para estes alunos. Não se pode receber os alunos portadores de deficiência visual numa sala de aula regular sem que eles tenham, pelo menos, o mesmo livro didático que os demais alunos recebem, ou então já se caracteriza a exclusão destes.

Sendo assim, pode-se dizer, sem sombras de dúvidas, que apesar dos esforços das pessoas envolvidas, o sistema regular de ensino, tem se mostrado, na maioria das vezes incapaz de lidar com o aluno portador de necessidades especiais. Dessa forma, o professor deve conhecer as particularidades e necessidades de seus alunos realizando assim, uma prática docente coerente encontrando soluções para minimizar as dificuldades que estes alunos venham a ter no processo de aprendizagem. Batista (2005) destaca a importância de se desenvolver materiais didáticos para cegos, no sentido de criar condições para que os obstáculos inerentes à falta de visão possam ser minimizados. Segundo Cerqueira e Ferreira (2000, p. “talvez em nenhuma outra forma de educação os recursos didáticos assumam tanta importância como na educação especial de pessoas deficientes”.

Torna-se, portanto necessária a elaboração de novos e mais adequados recursos didáticos capazes de atender as necessidades de deficientes visuais, que passa trazer para o concreto dados que em face a sua deficiência são difíceis de serem aprendidas. Os recursos destinados ao Atendimento educacional especializado desses alunos devem ser inseridos em situações e vivencias cotidianas que estimulem a exploração e o desenvolvimento pleno de outros sentidos. A variedade, a adequação e a qualidade dos recursos disponíveis possibilitam o acesso ao conhecimento, à comunicação e à aprendizagem significativa. Sá, Campos e Silva, (2007, p. afirmam também que: Recursos tecnológicos, equipados e jogos pedagógicos contribuem para que as situações de aprendizagem sejam mais agradáveis e motivadoras em um ambiente de cooperação e reconhecimento das diferenças.

Com bom senso e criatividade, é possível selecionar, confeccionar ou adaptar recursos abrangentes ou de uso. Contêm também hastes ou eixos a qual se movimentam as contas. Em cada haste da parte superior do instrumento contêm uma conta e, na parte inferior, quatro contas. Internamente possui uma borracha compressora que impede que as mesmas deslizem facilmente. O soroban adaptado para cegos e suas estratégias e técnicas de utilização, atualmente é um auxilio imprescindível na aprendizagem da matemática, onde a pessoa pode dispor de todos os cálculos como adição, subtração, multiplicação e divisão de números inteiros, fatoração, Mínimo Múltiplo Comum, Máximo Divisor Comum, cálculos com números decimais e extração de raiz quadrada ou radiciação(AUTOR DESCONHECIDO, p.

s/d). Acredita-se que estamos vivendo um momento histórico, resultado da relação entre nosso ideal profissional e o desejo de acertar, porém constrangidos por uma legislação que impõe uma mudança de hábitos e valores sem nenhum preparo real e prévio da comunidade docente, para esta mudança, inclusive no que se refere à formação docente e ao material didático. REFERÊNCIAS ALMEIDA, M. da. G. S. AUTOR DESCONHECIDO. Soroban. Disponível em http://www. olhosdaalma. com. CORDE, 1994. BRASIL. Lei nº 9. de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. CARVALHO, R. E. Integração, inclusão e modalidades da Educação Especial - Mitos e Fatos. Revista Integração. Ministério da Educação e do Desporto/Secretaria de Educação Especial, Brasília: MEC, nº 18, 1997.

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