Passagem da mão de obra indígena para a africana no litoral do Brasil Colonial

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Estatística

Documento 1

A mão de obra indígena foi a primeira utilizada pelos colonizadores no Brasil colonial, contudo, foi pouco a pouco deixando de ser possível graças as técnicas de resistência desses grupos indígenas e do controle da igreja sobre os gentios. José Eisenberg trata exatamente desse controle em sua obra “As missões jesuíticas e o pensamento político moderno”, segundo Eisenberg, o controle passou a ser feito com base no modelo proposto inicialmente por Anchieta com seu experimento de Piratininga e logo depois por Nobrega, em que os índios seriam convidados a se mudar para povoamentos controlados pela coroa e pela Companhia de Jesus. De acordo com Eisenberg: No plano de Nóbrega, a prática se estenderia por toda a costa brasileira (. Tribos vizinhas, e muitas vezes inimigas, seriam relocadas para um mesmo acampamento onde os índios passariam a viver sob o governo dos irmãos da Companhia de Jesus.

Caso os nativos resistissem, as autoridades coloniais poderiam travar uma guerra justa contra eles. Os indígenas no início da colonização até a proibição da escravatura indígena eram chamados de “negros da terra”, em Portugal o termo “negro” já identificava pessoas escravizadas. Esse termo deixou de ser utilizado com a chegada dos negros africanos na colônia lusitana e devido à dificuldade da escravização indígena, entretanto, mesmo após a proibição da escravidão em 1570, os colonos capturavam os gentios por meio do resgate. De acordo com Schwartz: A lei de 1570 proibia a escravização ilegal de povos nativos, mas permitia a aquisição de cativos resgatando-os através de escambo com seus captores. Teoricamente o resgate objetivava salvar os que já estavam condenados a uma morte cruel nas mãos de seus inimigos tradicionais.

Tratava-se, portanto, de um favor que os nativos deviam retribuir com trabalho. O contato intensivo com os europeus nas aldeias e nos engenhos tornava os índios crescentemente suscetíveis a doenças europeias. Essa transição dependeu, em parte, da percepção da coroa lusa quanto as habilidades de africanos e indígenas. A experiência com os africanos na península ibérica, intensificada pela expansão do mercado açucareiro na América portuguesa e nas ilhas do atlântico, principalmente Ilha da Madeira e São Tomé familiarizou os portugueses com as aptidões africanas. De acordo com Stuart B. Schwartz: “No Brasil, os colonizadores, há tempos habituados ao emprego, em Portugal e nas ilhas atlânticas, de negros em serviços domésticos, como artesãos urbanos e escravos especializados, começaram a pensar na África como uma fonte logica de homens com tais aptidões.

Os índios antes do Brasil: O nosso Nilo. Rio de Janeiro: Editora Zahar, 2000. P. SCHWARTZ, Stuart B. Segredos Internos: Uma geração exaurida, agricultura comercial e a mão de obra indígena.

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