Kemal Ataturk: O fundador da moderna Turquia
Tipo de documento:Revisão Textual
Área de estudo:Estatística
Recebeu sua educação em escolas militares, e sua carreira nesse meio o colocou em contato com realidades políticas de um império em declínio. Enquanto ainda estava na escola de cadetes, se envolveu nas parcelas liberais contra o despotismo do sultão Abdul Hamid II, que seria derrubado pela revolução liberal em 1908-1909. Suas experiências com os líderes do movimento dos Jovens Turcos, coalizão de diferentes grupos que tinham o desejo em comum de reformar o governo e a administração do Império, mas muito críticos a respeito do Islã, o considerando uma das fontes de atraso do Estado3, deixou clara para ele a necessidade de separação do poder civil e militar. Liderou o Movimento Nacional Turco, que tinha por objetivo instituir a República da Turquia em uma país onde o regime vigente era o do Império Otomano, que comportava inúmeros coletivos étnicos e religiosos, cuja legitimação se dava na figura do Sultão como soberano e autoridade religiosa, ainda que outras manifestações religiosas julgassem seus assuntos internos segundo as leis eclesiásticas que correspondessem-lhe.
Na Primeira Guerra Mundial, na qual Atatürk também lutou, as forças armadas do movimento Kemalista protegeram o espaço nacional contra as investidas do exterior após o colapso do Império, o que levou também a destruição da estrutura política interna imperial e rejeitou o modelo multiétnico em favor da secularização do estado4. Tradução de Oscar Mascarenhas 4 GUIMARÃES, Marcos Toyansk Silva. “Turquia: dicotomias e ambivalências de uma possível potência regional”, p. 8 1 2 parte da elite. Apesar disso, a República mostrou-se estável, não sendo minada por inúmeras tentativas de golpe de Estado e insurreições populares, o que pode ser explicado pela legitimidade adquirida através da guerra e o sentimento geral de alívio pelo país deixar para trás um período de guerras devastadoras5.
Uma vez proclamada a república, lançou um extenso programa de reformas, que além de visar o desenvolvimento interno e se basear no que já foi descrito, tinha por objetivo proteger a Turquia do imperialismo europeu, além de tentar ao máximo se afastar da “ameaça” russa6. Ele foi removido das instituições estatais, e apesar disso continuou exercendo forte influência principalmente no interior do país, o que resultou em uma profunda divisão entre a cultura kemalista secular, que estava centrada em Ancara e nas grandes cidades da parte ocidental do território, e a cultura tradicional, tendo esta prevalecido nas aldeias e cidades da Anatólia Oriental, por meio da desobediência civil cotidiana até revoltas abertas(o que radicalizou ainda mais a repressão kemalista).
idem 3. idem 4, p. 84 e 85. idem 3 5 6 Kemal marginalizou os colaboradores da Guerra da Independência e fundou um partido único, em 1925, condenando alguns deles a prisão ou a pena capital e manipulando a história moderna turca como seu único contador8. Foram criadas novas palavras para o vocabulário, e inclusive foi convocado um Primeiro Congresso Linguístico, em 1930, de onde saíram os novos programas da faculdade de Letras. A filologia árabe e persa, que formavam a base dos estudos linguísticos, foram reduzidos a uma única cadeira, enquanto a filologia turca se desdobrou em cinco cátedras: história da língua turca, história da literatura, gramática histórica, linguística geral e um curso especial de textos comentados. A faculdade de Direito também teve grande transformações, já que todo o direito otomano tinha fundamento religioso e foram realizadas as mudanças acima citadas.
Os tribunais seculares foram abolidos e em seu lugar surgiu uma codificação do direito moderno, com bases européias. Os estudos de História foram reformados, dando um direcionamento nacionalista e política que resultava muito na exaltação que Kemal trouxe e no denegrir das instituições muçulmanas. É inegável que muitas das medidas pós Revolução Turca parecem benéficas, como conquistas das mulheres exemplificadas acima. Mas é importante destacar que, apesar da posterior dificuldade no diálogo entre os domínios civis e estatais, as mudanças no cenário interno e interno da Turquia se deveu mais ao impulso dado pela própria civilização e menos a Atatürk. BIBLIOGRAFIA BOUCHER, Christiane. “Atatürk: the father of modern Turkey”, In “The Unesco Courier: A window open on the world”.
November 1981, 34th year BOZARSIAN, Hamit. “A Universidade de Istambul e a Transformação da Turquia”, p. a 454. In Revista de História, v. 03, nº 08, 1951. GUIMARÃES, Marcos Toyansk Silva.
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