Anexação da Crimeia á Federação Russa

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Estatística

Documento 1

Com a Revolução na Rússia e a fragmentação do poder na Crimeia, a mesma voltou a ser palco de disputas durante a Guerra Civil, onde a região se tornou um grande foco de resistência do Exército Branco ao progresso bolchevique e também da Makhnovtchina, exército anarquista camponês ucraniano que manteve coalizão com o Exército Vermelho até a liquidação dos Brancos. Com o fim do confronto, teve início a República Socialista Soviética da Crimeia (Крымская Автономная Социалистическая Советская Республика), no ano de 1921. Durante a Grande Guerra Patriótica, a condição da Crimeia foi rebaixada por Joseph Stalin à de Oblast. Os tártaros da Crimeia, acusados de colaboração com as tropas invasoras da Alemanha Nazista durante a Guerra foram dizimados num processo de limpeza étnica empreendido pelo ditador soviético, que consistiu na deportação à força de todos os tártaros da Crimeia, dos quais quase metade foi morte no caminho para a Ásia Central.

Anos mais tarde, como parte da política de desestalinização de Nikita Krushchov, um ucraniano, a Crimeia passou a fazer parte da República Socialista Soviética da Ucrânia. Manifestantes pró-Rússia destituem o prefeito de Sevastopol e põe um político anti-Kiev em seu lugar. As tensões separatistas então tomam conta da região. Em fins de fevereiro de 2014, milícias paramilitares pró-Rússia tomam os principais edifícios da Crimeia e hasteiam a bandeira russa, num ato de soberania popular manifesta em atitude de revolta. Milícias pró-Rússia e pró-UE confrontam-se nas ruas. Russos tomam pontos estratégicos da cidade, entre prédios governamentais e aeroportos. O Ocidente insiste em denunciar supostas violações dos Direitos Humanos e uma continuidade na incidência de crimes comuns, bem como o mantimento de prisioneiros políticos no caso de militantes pró-Kiev.

A realização de um desfile da Parada da Vitória, que marca a comemoração da Vitória Soviética na Grande Guerra Patriótica, na Crimeia em maio de 2014 foi uma das maiores demonstrações de poder exercidas pela Rússia nos últimos tempos. O evento, que ocorre anualmente em memória da gloriosa vitória russa na Segunda Guerra Mundial, serve acima de tudo como exibição de poder e apresentação de inovações militares que podem vir a ser usadas a qualquer momento em caso de guerra. Com isto, as demonstrações de poder russas na região fortalecem ainda mais seu domínio, num gesto de intimidação contra qualquer força em contrário à anexação. Há de se ressaltar, porém, as diferentes perspectivas pelas quais uma análise dos acontecimentos na Crimeia se faz possível.

Vale ressaltar que, de lá pra cá, os episódios na Crimeia não foram os únicos, havendo ainda a violenta guerra civil instaurada e ainda em curso na região do Donbass, onde separatistas pró-russos lutam de forma organizada num exército revolucionário popular contra as incomparavelmente melhor equipadas forças militares de Kiev, num evento que se pode, sem prerrogativas, denominar de conflito étnico, de natureza perseguidora por parte da ofensiva ucraniana. O desdobramento de uma guerra civil tão violenta quanto na Crimeia só foi possível de ser evitado, ainda que com todas as polêmicas em torno dos acontecimentos, devido à ação enérgica da Federação Russa em pronta defesa não só de seus interesses como de seu povo. Aliás, é conveniente recordar que um cenário de guerra civil em dois focos diferentes na Ucrânia possuiria uma natureza ainda mais impactante, vindo a culminar possivelmente em um conflito de dimensões internacionais, onde Rússia e Ocidente não conteriam esforços em proteger seus interesses.

Desta forma, uma análise ampla, a partir de distintas perspectivas, pode ser feita mais corretamente. A perspectiva ocidental do conflito é corriqueira e amplamente anunciada pela mídia de massa e por boa parte da Academia. Putin acknowledges Russian military serviceman were in Crimea. Notícia veiculada em 17. abr. disponível em: http://rt. com/news/crimea-defense-russian-soldiers-108/. nov. ONU. Ukraine: Misinformation, propaganda and incitement to hatred need to be urgently countered – UN human rights report. Notícia veiculada em 15. abr.

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