História do poder russo

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Estatística

Documento 1

E da fusão do elemento eslavo local e escandinavo nasceu o estado Rus’, cuja capital após a morte de Rurik (879) e a expansão rumo ao sul seria transferida para Kiev, que a partir de 882 se tornou o centro político e cultural da nova formação estatal. Inicialmente pagãos (cujo deus supremo era Perun, o deus do trovão), os russos se converteram ao cristianismo ortodoxo em 988 sob a liderança de São Vladimir. No reinado de Jaroslav o sábio (r. – 1054) a Rus’ de Kiev atingiu seu ápice. Pouco antes de morrer, Jaroslav o sábio dividiu seus domínios entre seus cinco filhos e seu neto Vladimir Monomakh. No que não raro os obrigavam a longas viagens a Saraj e até mesmo a Karakorum (primeira capital do Império Mongol).

Inicialmente o dominador tártaro-mongólico, no exercício de seu poder sobre os principados russos, procurava mantê-los desunidos entre si e estimulava as rivalidades entre eles. Mas, a partir do século XIV, a situação muda de figura diante do crescimento da Polônia e da Lituânia nas terras russas. A Horda passa a apoiar o Principado de Moscou, fundado em 1283 pelo príncipe Daniel Aleksandrovič de um fragmento do principado de Vladimir-Suzdal. Sob o príncipe Ivan Kalita, o principado de Moscou se tornou o encarregado pelo então khan da Horda Dourada Uzbek de coletar os impostos dos principados em nome da Horda (que até então coletados por meio de cobradores de impostos estabelecidos nos principados, conhecidos na historiografia russa como baskaki). Entretanto, essa não foi a libertação definitiva dos russos do jugo tártaro-mongólico.

Em 1382 Tokhtamyš, após assumir o poder com a ajuda de Tamerlão, eliminar o poder Mamaj nas terras ocidentais da Horda e colocar fim a um quarto de século de querelas internas dentro da Horda Dourada, reimpõe o jugo tártaro-mongólico nas terras russas após sitiar e incendiar Moscou e outras cidades russas. A libertação definitiva do jugo da Horda Dourada (que no decorrer do século XV se fragmentou nos khanatos da Criméia, Kazan, Astrakhan, Nogaj e Sibéria) apenas se consumou em 1480, sob a liderança de Ivan III o Grande, após o acampamento no rio Ugra. Ivan III também entrou para a história como o “reunidor das terras russas”, tendo conquistado Novgorod (1471), Tver (1485), Vjatka (1489). Após sua morte, Pskov em 1510 e Rjazan em 1520 foram conquistadas por seu filho e sucessor Vasilij II.

Tal título a ele foi assegurado pelo patriarca de Constantinopla E é sob Ivan IV que a Rússia dá início a seu movimento de expansão ao leste com as conquistas dos khanatos de Kazan (1552) e Astrakhan (1556), colocando assim um fim a três séculos de poder tártaro-mongólico na bacia do rio Volga e assim impedindo uma eventual futura reorganização do poder tártaro-mongólico nas estepes ao norte do Mar Cáspio. Ao final de seu reinado, os Urais foram atravessados e o khanato da Sibéria conquistado (embora tal conquista tenha sido concluída só em 1598, passados 14 anos após sua morte). Tal movimento de expansão ao leste culminou com a conquista da bacia dos rios Amur e Ussuri da China entre 1858 a 1860 e a fundação de Vladivostok.

Também é sob Ivan IV que há uma crescente centralização do Estado russo sob sua autoridade. Para isso, foi criada a Opričnina, espécie de polícia secreta, que em 1572 foi abolida pelo próprio Ivan IV após o incêndio de Moscou pelos tártaros da Criméia. São Petersburgo: Mednyj vscadnik, 2017 (em russo).

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