Os brinquedos e as brincadeiras na socializacao infantil

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão ambiental

Documento 1

A educação orientada pode indicar caminhos mais coerentes para o crescimento infantil, usando do lúdico para dar sentidos e integrar o “futuro adulto” ao espaço social e entender papeis sociais, cultura, linguagem, moralidade. Assim, a capacidade de assimilar informações, de aprender como lidar com suas funções motoras, de despertar consciência de si no mundo real fazem parte da educação e crescimento do ser humano. De forma análoga, entendendo que tudo é aprendizagem durante a infância, a criança adquire noções emocionais, intelectuais e sociais. É sobre o desenvolvimento da sociabilidade que será tratado neste trabalho. A discussão teórica oferece elementos para a reflexão do tema. Durante o desenvolvimento da criança como pessoa, muitas aprendizagens fazem parte dessa construção.

Os fatores psicológicos, as funções motoras, os sentidos, as experiências são constituintes do futuro adulto e da noção do “eu”. A socialização se coloca como um ponto importante também a ser entendido, como ocorre a interação com os colegas, como a criança entende o mundo em que vive a partir do social. Os jogos infantis são o início do entendimento do “nós”. O faz-de-conta ensina que todos temos um lugar no mundo pela profissão ou função familiar, como o brincar de “boneca” ou de “professora”, de “carrinho” ou “polícia e ladrão”. Miranda (1994), diz que a socialização é iniciada na família. Em uma contextualização histórica, a autora remete ao período em que não existiam ainda as escolas, que as famílias eram responsáveis por integrarem as crianças ao mundo social e, quando surgem as escolas, as famílias delegam essa responsabilidade à sociedade.

Anteriormente ao período da sociedade industrial, a infância tinha a duração da dependência motora da criança, assim que ela dispusesse de condições para trabalhar ela era colocada na convivência com os adultos para alguma atividade produtiva. A noção de infância, na qual concebemos atualmente, é relativamente nova e participa da nossa construção histórica. Nesse pensamento, Miranda (1994) afirma que há a distinção entre a natureza biológica é diferente da condição de criança. A funcionalidade da brincadeira com o corpo delimita as capacidades, fazendo com que aprenda até onde pode ir com os movimentos. Assim também acontece na cognição, onde a criança percebe o que pode ou não fazer. O mesmo autor cita a zombaria e divertimentos na brincadeira como limites cognitivos e sociais, da mesma forma que o jogo funcional.

De forma mais elaborada, as brincadeiras de faz-de-conta entram no treinamento infantil como preparação da vida adulta. A construção da ilusão infantil que imita a realidade social adulta, na interpretação de posições sociais, se apresenta como um projeto de vida a ser construído. O mundo do jogo é, então, uma antecipação das ocupações sérias (CHATEAU, 1978, p. Assim, o autor afirma que o adulto tem seu lugar social no mundo pela função que exerce, pelo trabalho que tem. A criança exercita sua função social pelo jogo na imitação de ter também ela seu lugar no mundo. A sociabilização da criança passa, portanto, pela atividade solitária ou em grupo, no seu entendimento sobre qual posição pode exercer na sociedade futuramente.

Em grupo, as crianças aprendem a lidar com o outro, sendo inseridas na cultura, interagindo, fazendo parte de um grupo com objetivos e normas. FASE INTUITIVA (Jardim de infância II e pré escola, de 4 a 6 anos) - a criança transforma a realidade em função de múltiplas necessidades do eu, em uma maneira egoísta e ver o mundo; - a linguagem e a cultura participam mais da brincadeira; - a liberdade no agir, interagir, movimentar-se e aprender torna-se importante para a construção do intelecto; - O jogo passa a ter um sentido funcional e utilitário. Nesse sentido, são objetivos recomendados pelo Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Crianças de zero a três anos A instituição deve criar um ambiente de acolhimento que dê segurança e confiança às crianças, garantindo oportunidades para que sejam capazes de: • experimentar e utilizar os recursos de que dispõem para a satisfação de suas necessidades essenciais, expressando seus desejos, sentimentos, vontades e desagrados, e agindo com progressiva autonomia; • familiarizar-se com a imagem do próprio corpo, conhecendo progressivamente seus limites, sua unidade e as sensações que ele produz; • interessar-se progressivamente pelo cuidado com o próprio corpo, executando ações simples relacionadas à saúde e higiene; • brincar; • relacionar-se progressivamente com mais crianças, com seus professores e com demais profissionais da instituição, demonstrando suas necessidades e interesses.

Crianças de quatro a seis anos Para esta fase, os objetivos estabelecidos para a faixa etária de zero a três anos deverão ser aprofundados e ampliados, garantindo-se, ainda, oportunidades para que as crianças sejam capazes de: • ter uma imagem positiva de si, ampliando sua autoconfiança, identificando cada vez mais suas limitações e possibilidades, e agindo de acordo com elas; • identificar e enfrentar situações de conflitos, utilizando seus recursos pessoais, respeitando as outras crianças e adultos e exigindo reciprocidade; • valorizar ações de cooperação e solidariedade, desenvolvendo atitudes de ajuda e colaboração e compartilhando suas vivências; • brincar; • adotar hábitos de autocuidado, valorizando as atitudes relacionadas com a higiene, alimentação, conforto, segurança, proteção do corpo e cuidados com a aparência; • identificar e compreender a sua pertinência aos diversos grupos dos quais participam, respeitando suas regras básicas de convívio social e a diversidade que os compõe (BRASIL, 1998, p.

Entendendo as recomendações do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil e as afirmações de Almeida, pode-se concluir que o Estado, representado pelo Governo Federal, tem responsabilidade fundamental na proposição de diretrizes para a Educação Infantil. A instituição escolar é a representação do Estado na formação do indivíduo. Diferente do faz-de-conta, o jogo exige que a criança entenda como o que está sendo proposto vai funcionar. Geralmente pautado sobre a ideia de ganhar ou perder, obtém mais êxito quem melhor corresponde as regras e sabe usa-las. Seja um jogo de tabuleiro ou esportivo, é necessário que a criança esteja imersa no conjunto de significados e símbolos que participam da atividade. Esse aspecto, por si só, já é uma socialização, porque os membros do jogo têm que compartilhar esses elementos.

Mesmo que o jogo seja para um jogador só, pressupõe-se que quem inventou o jogo compartilha-se da mesma cultura que o jogador. Segundo Kishimoto: Brinquedo é outro termo indispensável para compreender esse campo. Diferindo do jogo, o brinquedo supõe uma relação com a criança e uma abertura, uma indeterminação quanto ao uso, ou seja, a ausência de um sistema de regras que organizam sua utilização. O brinquedo está em relação direta com uma imagem que se evoca de um aspecto da realidade e que o jogador pode manipular (KISHIMOTO, 2005, p. O LÚDICO E A SOCIALIZAÇÃO No artigo A criança e a cultura lúdica, Brougère afirma que o brincar é uma dinâmica interna do indivíduo e tem sua dimensão social e como atividade dotada de significação social, necessita de aprendizagem.

Para o autor, o jogo se inscreve num sistema de significações que está inserido na cultura à qual pertence. Observamos meninas e meninos brincando com bonecos fantásticos idênticos (da série He-Man, Mestres do Universo) Os meninos inventavam jogos de guerra bastante semelhantes a outros jogos com outros objetos, já as meninas, em numerosos casos, utilizavam os bonecos para reproduzir os atos essenciais da vida quotidiana (comer, dormir), reproduzindo os esquemas de ação usados com as bonecas. Descobre-se assim uma combinação, uma negociação entre as significações veiculadas pelos objetos lúdicos e as de que as crianças dispõem graças à experiência lúdica anterior (BROUGÈRE, 1998). Assim, o jogo é um lugar de construção de uma cultura. CONCLUSÃO A temática que escolhida para este artigo relaciona o crescimento infantil com a inserção da criança do mundo social adulto.

Os artifícios utilizados para que ela compreenda seu espaço no mundo são a brincadeira, o jogo e o brinquedo. Essa profundidade do papel da Educação Infantil deve ser analisada interdisciplinarmente, entre a educação, pedagogia, psicologia, e ciências sociais, para quê todos os aspectos da relação lúdica da criança com as brincadeiras e a responsabilidade do educador nessa ligação, sejam abordados com a devida importância. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, P. N. Educação Lúdica Técnicas e Jogos Pedagógicos. ed. de Educação, São Paulo, v. n. p. July 1998. Disponível em <http://www. Summus, 1987. DE MIRANDA, Marilia Gouvea. O processo de socialização na escola: a evolução da condição social da criança. editora brasiliense, p.

KISHIMOTO, T. O lúdico: jogos, brinquedos e brincadeiras na construção do processo de aprendizagem na educação infantil. Disponível em: <http://www. pedagogiaaopedaletra. com. br/posts/monografia-o-ludico-jogos brinquedos-e-brincadeiras-na-construcao-do-processo-de-aprendizagem-na-educacao-infantil-pdf-2/ >.

801 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download