UM OLHAR SOBRE O TDAH – TRANSTONO DO DÉFCIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Gestão de crédito

Documento 1

O diagnóstico é essencialmente clínico e alguns casos apresentam comorbidades, o que dificulta a avaliação, assim como o tratamento. É fundamental que profissionais da educação, como, pedagogos e professores tenham cada vez mais informações sobre o TDAH, pois, quanto maior o conhecimento, melhores poderão ser as estratégias para encaminhamento destas crianças para tratamento adequado e para minimizar seus problemas de aprendizagem. PALAVRAS-CHAVE: Educação Inclusiva. Dificuldade de Aprendizagem. Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade. É importante que os pais juntamente com a escola busquem uma avaliação realizada por um especialista de forma minuciosa e cautelosa para identificar o distúrbio. Este transtorno necessidade de cuidados especiais que vão além dos cuidados medicamentosos, uma vez que os medicamentos não podem ser dispensados nesses casos (MATTOS, 2005).

Há também a importância de um acompanhamento psicológico, psicopedagógico, fonoaudiólogo e quiçá, - a depender do grau de intensidade do transtorno - um acompanhamento neurológico. O TDAH tem que ser levado a sério como qualquer outra necessidade especial. Dentro da escola, esse transtorno deve ser bem trabalhado pelo professor da sala de aula bem como pelo profissional que atua na sala de recursos. As principais características sintomatológicas, segundo Mattos (2005) são: Primeiramente observa-se a falta de coordenação motora e falta de equilíbrio. São chamadas de estabanadas, pois, derrubam objetos e caem com muita frequência. Outra característica é a insensibilidade. Não possuem exata consciência do perigo e demoram mais para perceber se ocorreu algum ferimento. Também podem apresentar distúrbio da fala, onde são verificados atrasos na aquisição e desenvolvimento da linguagem que pode ocorrer devido à dificuldade de atenção e à lentidão em ultrapassar as etapas do desenvolvimento da linguagem oral.

É classificado a partir de quatro formas: Forma Hiperativa/ Impulsiva – É caracterizada por pelo menos seis dos seguintes sintomas, em pelo menos dois ambientes diferentes: - Dificuldade em permanecer sentada ou parada; - Corre sem destino ou sobe excessivamente nas coisas; - Inquietação, mexendo com as mãos e/ou pés, ou se remexendo na cadeira; - Age como se fosse movida a motor, “elétrica”; - Fala excessivamente; - Dificuldade em engajar-se numa atividade silenciosamente; - Responde a perguntas antes mesmo de serem formuladas totalmente; - Interrompe frequentemente as conversas e atividades alheias; - Dificuldade em esperar sua vez (fila, brincadeiras). Forma Desatenta – A criança apresenta pelo menos seis das seguintes Características: - Dificuldade em manter a atenção; - Corre sem destino ou sobe excessivamente nas coisas; - Distrai-se com facilidade, “vive no mundo da lua”; - Não enxerga detalhes ou comete erros por falta de cuidado; - Parece não ouvir; - Dificuldade em seguir instruções; - Evita/não gosta de tarefas que exigem um esforço mental prolongado; - Dificuldade na organização; - Frequentemente perde ou esquece objetos necessários para uma atividade; - Esquece rápido o que aprende.

Forma Combinada ou Mista – É caracterizada quando a criança apresenta os dois conjuntos das formas hiperativa/impulsiva e desatenta. Existem ainda outros critérios que devem considerados, tais como: - Persistência do comportamento há pelo menos seis meses; - Início precoce (antes dos 7 anos); - Os sintomas têm que ter repercussão na vida pessoal, social ou acadêmica; - Tem que estar presente em pelo menos dois ambientes; - Frequência e gravidade maiores em relação à outras crianças da mesma idade; - Idade de 5 anos para diagnóstico. Tipo não específico – A pessoa apresenta algumas características, mas em número insuficiente de sintomas para chegar a um diagnóstico completo. Silva, 2007); - Mudanças rápidas de interesse (começa várias coisas e não termina) (Dra.

Ana Beatriz B. Silva, 2007); - Dificuldades de relacionamento com outras crianças (Andrade, 1998). Ainda de acordo com o que Goldstein (2006) justifica acima, é necessário que o professor tenha uma ação diferenciada ao perceber que existem alunos com TDAH em sua sala de aula. Para tanto, é necessário que o educador inicie sua prática com este aluno proporcionando uma estrutura, organização e constância deixando sempre a classe com a mesma arrumação das cadeiras ou carteiras, programas diários, regras claramente definidas; colocar a criança perto de colegas que não o provoquem, perto da mesa do professor, na parte de fora do grupo. Psicopedagogos no tratamento e na aprendizagem da criança portadora do TDAH Os transtornos de atenção e sua relação com as dificuldades e transtornos de aprendizagem constituem a principal causa que leva crianças em idade escolar à consulta neuropediátrica, psicopedagógica e fonoaudiológica.

Embora, nos últimos anos, o encaminhamento para a avaliação das dificuldades reais da criança tenha sido cada vez mais frequente, essa não é uma situação nova, devido à crescente preocupação com a infância, com sua vida escolar e com o aumento do sintoma na aprendizagem. Segundo Rotta (2006), desde o século XIX houve uma preocupação com o comportamento diferente e com o desempenho escolar insatisfatório, havendo muito avanço nas pesquisas dos transtornos de atenção. Nos manuais clínicos, define-se o TDAH como uma síndrome neurocomportamental com sintomas classificados em três categorias: desatenção, hiperatividade e impulsividade (ROTA, 2006). Os estudos sobre o TDAH indicam a presença de disfunção em uma área frontal do cérebro conhecida como região orbital frontal localizada logo atrás da testa.

Tendo em vista que esperar é um ato ativo, e que se origina do poder de controlar os impulsos e nos permite criar um senso de temporalidade, criar um discurso interno de controle do comportamento, avaliar eventos, utilizar a capacidade de análise e síntese. A criança com TDAH poderá ter dificuldades em desenvolver essas habilidades, não interiorizando emoções, que criam motivação interna, dirigindo o comportamento no alcance de objetivos. SILVA, 2007) Para Brown (2007), não é tanto a dificuldade no controle do comportamento que prejudica os portadores de TDAH, mas problemas nas funções centrais na memória de trabalho. Segundo o autor, a memória de trabalho ativa as informações necessárias para realizar atividades atuais, e mantêm informações a serem decodificadas em longo prazo, recuperando informações armazenadas na memória de longo prazo, necessárias para tarefas imediatas.

Esse processo ocorre lentamente em portadores de TDAH, que mantém menos atenção e concentração nas atividades, pouco ativando a memória de trabalho, e consequentemente, armazenando menos informações na memória de trabalho, o que provoca pouca eficiência nas atividades. Para Moojen, Dorneles e Costa (2003), a avaliação psicopedagógica da criança, ou adolescente com TDAH visa investigar suas habilidades e dificuldades, assim como para compreender a causa do sintoma na aprendizagem, quando este ocorre. É importante que o psicopedagogo busque compreender com o processo diagnóstico: se o TDAH justifica a dificuldade na aprendizagem; se o sintoma na aprendizagem justifica a falta de atenção, como desinteresse; se o sintoma na aprendizagem se relaciona com a desatenção ou com problemas de aprendizagem específicos.

Segundo a teoria de Rohde e Benczik (1999), além do tratamento farmacológico e da intervenção psicoterápica, o tratamento psicopedagógico é indicado quando ocorrem dificuldades, atrasos e lacunas na aprendizagem que necessitam ser abordadas por meio de um trabalho de reconstrução de habilidades e conteúdo. O tratamento é focado nos comprometimentos analisados na fase do diagnóstico. Dessa forma, é importante estabelecer prioridades no atendimento, propondo atividades de desafios e resolução de problemas, assim como atividades específicas da área do conhecimento em que apresenta dificuldades. Contudo, ainda é muito mais estigmatizante ter uma depressão, do que ser portador de diabetes ou hipertensão arterial, pois, na história da medicina, aquilo que vem da cabeça ou do cérebro dos indivíduos, é certamente muito mais preconceituoso.

Por isto, ao administrarmos um anti-hipertensivo ou a insulina para um paciente hipertenso ou diabético, a aceitação é bem maior do que passar um neuroestimulante para uma criança desatenta ou hiperativa. ROTTA, 2006). Observa-se inclusive, que um indivíduo quando pretende agredir de forma contundente um outro indivíduo, sem lhe provocar danos físicos, ele procura como órgão alvo a ser atingido, o cérebro do outro, não em sua estrutura motora, mas sim em sua estrutura psíquica e intelectual, onde certamente vai ter uma repercussão maior. No tocante ao preconceito, Cypel (2001), afirma que um dos alvos mais atingidos é a figura da mãe, que é cobrada pelo marido em relação ao desajuste do filho ou filha, que se for TDAH desatento, não quer nada com nada, a culpa é da mãe.

Trabalhos de pesquisas mostram, que na vida adulta, financeiramente e empresarialmente, não se pode esperar muito destes indivíduos, contrariando teorias “achistas”, defendida por algumas pessoas, que não perceberam que neste mundo globalizado, o único caminho que pode levar o ser humano, a colocar-se em condições de igualdade, permitindo-lhes competir numa situação mais favorável, é a educação. BARKLEY,2002). Temos também que entender que vez por outra ouvimos uma série de pronunciamentos, sem nenhuma comprovação científica, em relação a tratamentos alternativos para o TDAH e suas comorbidades. Cypel (2001) enfatiza que, até profissionais, que chegam à mídia, e expressam o seu parecer em relação ao problema, de forma empírica, sem nenhuma base científica. Outras vezes, emitem pareceres sobre transtorno, dizendo-se portador do mesmo e se vangloriando disto, como se ter o transtorno fosse uma coisa boa.

Nessa perspectiva, é crescente a importância da Psicopedagogia nos estudos do TDAH e suas implicações no sintoma na aprendizagem. O TDAH necessita do esforço conjunto de várias pessoas, incluindo própria criança, os pais e a equipe multidisciplinar (psicólogo, psicopedagogo, professor, fonoaudiólogo, médico), como também de uma combinação de algum tipo de intervenção, tais como a orientação aos pais, orientação aos professores, psicoterapia, psicopedagogia e acompanhamento medicamentoso. Conclui-se com este artigo que há a necessidade de se fazer um diagnóstico precoce, tanto por parte dos pais, como por parte da escola, para que se evite a rotulação da criança, pois este transtorno é impactante na vida dela e das pessoas com as quais ela convive. Tal diagnóstico se faz necessário principalmente para que se evite a dificuldade de estabelecimento da autoestima da criança com TDAH.

REFERÊNCIAS ANDRADE, Ênio Roberto de. E. Transtorno de Déficit de Atenção: a mente desfocada em crianças e adultos. Porto Alegre: Artmed, 2007. CARUSO, Marina. Ferinhas Domadas. hiperatividade. com. br Acesso em 20/ago. HALLOWELL, Edward M, M. D. A. MATOS, P. et. al. Princípios e Práticas em Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. et al. Princípios e Práticas em Transtorno de Déficit de Atenção/ Hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2003. ROHDE, L. A. Transtornos da Aprendizagem: Abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Porto Alegre: Artmed, 2006. ROTTA, N. T. Transtorno da Atenção: aspectos clínicos. Distraído e a 1000 por hora: guia para familiares, educadores e portadores de transtorno de déficit de atenção/ hiperatividade. Porto Alegre: Artmed, 2007. SILVA, Drª Ana Beatriz Barbosa.

DDA ou TDAH em crianças e adolescentes. Mentes Inquietas.

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