EXPERIÊNCIAS COM O USO DE JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE QUÍMICA

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Química

Documento 1

Além da terminologia complicada, a fala de laboratórios didáticos contribui para a falta de interesse dos estudantes. Os jogos didáticos constituem um importante recurso no auxílio do processo de ensino e aprendizagem, podendo ser usados em diferentes temas da disciplina. Conhecer diferentes recursos é importante para auxiliar o professor no planejamento de suas aulas. Este trabalho consiste em um levantamento da bibliografia sobre diferentes jogos didáticos adaptados para o ensino de química, avaliando diferentes experiências. Foram analisados trabalhos que relataram a experiência na utilização de diferentes jogos didáticos no ensino de química. Estes elementos constituem estratégias pedagógicas com grande proveito para que o aluno possa desenvolver suas capacidades. Desta forma, não deve-se tratar atividades lúdicas como algo incidental, ou mero passatempo no processo pedagógico.

A ludicidade envolve desafios que instigam o aluno a pesquisar e propor soluções. Huizinga (2008) discute sobre a importância do uso de atividades lúdicas no ensino de ciências: “Primeira das características fundamentais do jogo: o fato de ser livre, de ser ele próprio liberdade. Segunda característica, intimamente ligada à primeira: o jogo não é vida ‘corrente’ nem vida ‘real’. Conhecer diferentes recursos é importante para auxiliar o professor no planejamento de suas aulas. Dentro desta concepção, este trabalho tem por objetivo fazer uma análise da experiência com a utilização de jogos didáticos para o ensino de química, à partir da revisão bibliográfica de trabalhos já publicados sobre o assunto. Serão analisados trabalhos realizados em diferentes locais do país, com a utilização de jogos didáticos em sala de aula.

Foram selecionados trabalhos cuja experiência foi relatada em artigos publicados em revistas científicas referenciadas, garantindo assim a qualidade do trabalho. USO DE JOGOS DIDÁTICOS NO ENSINO DE QUÍMICA Mesmo nos dias atuais, o ensino de Química é, em geral, tradicional, como já foi citado em diversos trabalhos (GUIMARÃES, 2009; SILVA, 2011; MELO; NETO, 2013), centralizando-se na simples memorização e repetição de nomes, fórmulas e cálculos, totalmente desvinculados do dia-a-dia e da realidade em que os alunos se encontram. Dentro do ambiente escolar, as atividades lúdicas podem auxiliar o professor na identificação das dificuldades enfrentadas pelos alunos, além de propiciar uma maior interação ente os estudantes em si, e entre estudantes e professores. Essas possibilidades já são apontadas nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio (OCEM) do Ministério da Educação: Os jogos e brincadeiras são elementos muito valiosos no processo de apropriação do conhecimento.

Permitem o desenvolvimento de competências no âmbito da comunicação, das relações interpessoais, da liderança e do trabalho em equipe, utilizando a relação entre cooperação e competição em um contexto formativo. O jogo oferece o estímulo e ambiente propício que favorecem o desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos e permite o professor ampliar seu conhecimento de técnicas ativas de ensino, desenvolver capacidades pessoais e profissionais para estimular nos alunos a capacidade de comunicação e expressão, mostrando-lhes uma nova maneira, lúdica, prazerosa e participativa de relacionar-se com o conteúdo escolar, levando uma maior apropriação dos conhecimentos envolvidos. BRASIL, 2008). Segundo diversos autores (KISHIMOTO, 1996; CUNHA, 1998; GOMES, FRIEDRICH, 2001), o uso de jogos didáticos tem o objetivo de proporcionar determinadas aprendizagens, diferenciando-se do material pedagógico, por conter o aspecto lúdico e por ser utilizado para atingir determinados objetivos pedagógicos, sendo uma alternativa para melhorar o desempenho dos estudantes em alguns conteúdos de difícil aprendizagem.

Dentro desta perspectiva, o jogo não é o fim, mas o meio que conduz a um conteúdo didático específico, resultando em um empréstimo da ação lúdica para a aquisição de informações (KISHIMOTO, 1996). De acordo com Cabrera e Salvi (2005), o uso dos recursos lúdicos influencia naturalmente o ser humano, que apresentam uma tendência à ludicidade, desde criança até a idade adulta. Uma grande influência deste fator se dá pelo fato destas atividades envolverem as esferas motoras, cognitivas e afetivas dos indivíduos e assim, o ser que brinca e joga é também um ser que age, sente, pensa, aprende e se desenvolve intelectual e socialmente. Para Volpato (2002), nas mais diversas culturas os jogos ocuparam lugar muito importante. Um dos jogos mais adaptados para o uso em aulas de química é o Ludo.

O Ludo é um jogo milenar, com origem indiana, onde era conhecido como Pachisi, e foi patenteado por um inglês. Basicamente, os jogadores devem percorrer um caminho em forma de cruz com suas peças, cada m na sua vez, sendo o número de casas a ser percorrido determinado pelos dados (RAMOS, 1990). Diversos trabalhos utilizando o Ludo adaptado para o ensino de diferentes temas dentro da química foram encontrados. Zanon et al. As autoras aplicaram questionários aos alunos antes e depois do jogo, além da observação durante a execução do jogo. As autoras concluíram que o jogo teve participação significativa no processo de ensino do conteúdo, apresentando uma aprendizagem significativa, e criando um ambiente descontraído. Em 2013, Costa et al. desenvolveram um jogo de tabuleiro intitulado “Up and Down Chemical”, inspirado no jogo Sobe e Desce.

No jogo, os jogadores devem responder corretamente as perguntas para poderem seguir com seu peão, subindo as escadas. Estas atividades também mostram grande contribuição no processo de memorização de conteúdos por parte dos alunos. No entanto, é preciso lembrar que os jogos pedagógicos não são substitutos de outros métodos de ensino. Eles devem servir como aliados, buscando sempre inovar a forma de ensinar, e permitindo assim que a apropriação do conhecimento aconteça de forma eficiente e ao mesmo tempo prazerosa. O professor pode adaptar diferentes atividades e jogos para sua realidade em sala de aula, de acordo com os temas a serem abordados. O desenvolvimento de jogos didáticos também oferece uma grata experiência para acadêmicos de licenciatura em química, permitindo assim que estes explorem diferentes experiências de ensino e aprendizagem.

BRASIL, Orientações Curriculares para o Ensino Médio. v. Brasília, 2008. CABRERA, W. B. Contribuições de um jogo didático para o processo de ensino e aprendizagem de Química no Ensino Fundamental segundo o contexto da Aprendizagem Significativa. Revista electrónica de investigación En educación en ciencias, v. n. p. CARVALHO, M. BARBOSA, E L. C. M. SÉRIO, S. S. LIMA, M. A. A. FERNANDES, P. R. Jogos didáticos de química. Santa Maria: Grafos, 2000. EICHER, M. DEL PINO, J. C. Química Nova na Escola, v. n. p. GOMES, R. R. Escolarização e brincadeira na educação infantil. História da educação: processos, práticas e saberes. São Paulo: Escrituras, 1998. KISHIMOTO, T. M. n. p. MORATORI, P. B. Por que utilizar jogos educativos no processo de ensino e aprendizagem? Trabalho de conclusão de curso, Mestrado em Informática.

Brinquedos e jogos no ensino de Física. Instituto de Física, Universidade de São Paulo, Dissertação de mestrado, 230 p. SANTANA, E. M. Influência de atividades lúdicas na aprendizagem de conceitos químicos. SOARES, M. H. F. B. O lúdico em Química: jogos e atividades aplicados ao ensino de Química. A. V. GUERREIRO, M. A. S.

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