Crime e Castigo

Tipo de documento:Revisão Textual

Área de estudo:Física

Documento 1

Às do primeiro grupo, Raskólnikov atribuía o direito de burlar a lei, caso fosse necessário, pois eram essas pessoas, segundo ele, que alavancam o mundo, e o progresso, e guiavam as massas. O rapaz se sentia entre essas pessoas, extraordinário, destinado a grandes feitos, porém paupérrimo vivia em um cubículo no qual mal podia esticar as pernas. Pouco tinha para comer e as roupas que possuía era as que levava no corpo. Imbuído desses sentimentos, no entanto, decide se colocar acima da lei e para isso planeja o assassínio de uma velha usurária, Alena Ivanova. Ele sabia que Alena era má e sovina, tinha muito dinheiro em casa, devido à função que exercia e que para não deixar nada para a meia irmã (na qual chegava a bater e pegar todo o dinheiro que ela ganhava com costuras) deixaria tudo para crianças órfãs.

A miséria humana é retratada por Dostoiévski com um olhar único. Raskólnikov é alguém levado ao máximo da indignidade, ao fundo da miséria, ao desespero total e enlouquece. Antes de cometer o crime já era um espírito atormentado, privado de tudo. Quando a história começa Raskolnikóv havia abandonado os estudos, pois havia chegado a uma conclusão de que não valia a pena o que estava fazendo. Os anos de privação e fome, os sacrifícios de sua mãe e irmã, no interior, para que ele se formasse, se depois disso somente dali há dez anos poderia com custo ter um salário médio. O guarda o olha como para um louco e se afasta atrás da jovem.

Esse pequeno trecho diz muito sobre a luta interior que se travava em Raskólnikov. Lutar ou deixar como estar¿ Tinha ele realmente os direitos que supunha¿ Merecia mais¿ Ou, como aquela pobre criatura, sua sorte e lugar no mundo eram aqueles¿ E tinha que se contentar¿ Outras personagens são apresentadas na história e todas tão complexas como Raskolnikóv, e uma que merece destaque nessa resenha é Sônia Semenovna. O homem a quem Ródion dá dinheiro para que não seja despejado vem a ser pai dessa moça, e se chama Marmelâdov. O sujeito se viciou em álcool depois de perder o emprego e por conta disso nunca mais parou em outro. Sônia Semenovna exposta ao mesmo, optou por vender seu corpo. E mais, ambos não pensavam apenas em si, mas nos seus.

O que levou a essa diversidade tão grande de ponto de vista¿ Sendo ambos tão opostos e tão iguais¿ As circunstâncias de um encontro casual entre Ródia e Marmelâdov e aproximam de toda à família e em especial de Sonetchka, a quem ele passa mesmo a nutrir um grande carinho. Em uma cena ajoelha aos pés da moça e os beija, será que vê ali o seu oposto¿ A força que ele deveria ter tido para não cometer um crime. Ora, Raskólnikov dava aulas, um amigo lhe ofereceu trabalho como tradutor. Ao se prostrar aos pés de Sônia é isso mesmo que o protagonista diz, que não se ajoelhava aos pés, mas sim diante de toda a dor humana.

Um momento no qual também sucumbia e entendia, até certo ponto, seu próprio espírito. Enfim, o foco principal do livro é esse, o crime e o castigo, de Ródion Românovitch, que é uma personagem enigmática, por várias razões que já dei. E muito humano, impossível não senti-lo e não simpatizar com ele. Por vezes taciturno e amargo chega a ser cruel com o seu melhor amigo, Razumíkhin, e até mesmo com sua mãe, sua irmã e com Sônia também.

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