A Aplicabilidade das Mandalas Terapêuticas na Estimulação Cognitiva

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Neste sentido, acreditando nos efeitos comprovados da aplicação das mandalas terapêuticas teorizadas por Jung, a presente revisão bibliográfica traz a proposta de união das intervenções de estimulação cognitiva e mandala arteterápica, numa tentativa de comprovar sua aplicabilidade. A revisão da literatura foi possível de ser realizada valendo-se de meios eletrônicos e bancos de dados como Scielo, Pubmed, Bireme e Periódicos Capes, bem como de sites de busca como ScholarGoogle e GoConqr, e bibliotecas universitárias. Ao longo da pesquisa, apenas um artigo trouxe especificamente a mandala aplicada num contesto de estimulação cognitiva em crianças e adolescentes. Entretanto, entende-se que outras formas de utilização da mandala, ainda que não especificamente junto a este meio de intervenção, também seja válida para a proposta do treino cerebral.

Palavras-chave: Estimulação Cognitiva; Mandala; Intervenção Cognitiva; Estimulação com Mandalas The Applicability of Therapeutic Mandalas in Cognitive Stimulation Abstract Cognitive stimulation, the process of performing standardized tasks aiming to involve the individual in a situation of mental effort, has been gaining space in the academic area and consequently appearing in many studies and professional work, in an intervention directed mainly to the elderly person. Conclusão. Referências. Introdução Procedimento baseado pela metodologia neurocientífica, o interesse por resultados já amplamente comprovados através da estimulação cognitiva tem crescido no meio acadêmico. A prática reflete um esforço de amenizar as consequências de déficits cognitivos adquiridos ou mesmo aprimorar os processos envolvidos na estimulação, que podem ser: memória, atenção, linguagem, entre outros.

Neste sentido, visando contribuir para a produção de conhecimento na área, a presente tese aponta uma breve revisão bibliográfica do tema, bem como indica achados quanto a aplicação de mandalas terapêuticas para o aprimoramento da neuro estimulação. A previsão é de que até 2025 se tenha um planeta constituído por cerca de 1,2 bilhões de idosos, destes, 30 milhões brasileiros. Tal envelhecimento vem atrelado com uma série de novidades e desafios para os estudiosos. Evidências sobre a eficácia dos programas de intervenção cognitiva para essa população irromperam na década de 1980, com foco na investigação da possibilidade de reverter o declínio relacionado à idade, principalmente quanto a demências, por meio de testes psicométricos cognitivos. Pesquisas informam que, de forma geral, mulheres e jovens, a depender do nível educacional, do status sócio-econômico, da menor severidade da lesão, da preservação da capacidade de insight, da ausência de transtornos psicopatológicos ou uso de drogas, estão correlacionados com melhor êxito após lesão cerebral adquirida.

Dados evidenciados por estudos internacionais explanam que a estimulação cognitiva associa-se a uma diminuição do risco de declínio cognitivo e melhoria na autonomia de idosos que receberam a intervenção, aumentando a proteção contra a instalação de quadros demenciais. Para o autor, as mandalas e imagens equivalentes provém de sonhos e visões correspondentes aos mais primários símbolos religiosos da humanidade, já encontrados em rochas gravadas no tempo paleolítico e são utilizadas com o intuito de consolidar o ser interior ou favorecer a meditação em profundidade. As mandalas assumem diferentes significados espirituais de acordo com as várias tradições que as utilizam. Alguns exemplos são: tradição hinduista, na qual a mandala é um símbolo espacial da presença divina; tradição budista, visualiza-se a figura como divindades e seu resultado, ou seja, a iluminação ou nirvana; tradição tibetana, que seria uma imagem interior.

De acordo com a Psicologia Analítica de Jung, a concentração em uma mandala pode culminar numa serenidade e ajudar a reencontrar um sentido e ordem na vida, tendo esta concentração o mesmo efeito tanto se o observador estiver conscientemente admirando a imagem ou espontaneamente em sonhos. O psicanalista verifica que a mandala possui dupla eficácia: conservar a ordem psíquica ou restabelecê-la, exercendo uma função estimulante e criadora. Esse sentido se apresenta no momento de um contato mais cuidadoso com a ilustração -um estado ampliado de consciência-. Assim, consegue-se transformar a libido em direção ao processo de criação. À vista disso, as mandalas terapêuticas acabam sendo bastante utilizadas numa abordagem mais lúdica, como a arteterapia. A técnica bebe da fonte de Jung e é utilizada especialmente em casos de pacientes/clientes somáticos, psicóticos e em outros casos de análise nos quais "as mãos podem falar mais que o cérebro".

Metodologia A pesquisa foi realizada com o auxílio dos buscadores ScholarGoogle, GoConqr e dos bancos de dados Scielo, Pubmed, Bireme e Periódicos Capes. autora utilizou-se de: teste psicológico de atenção concentrada; identificação da idade e sexo dos adolescentes no ensino médio; registro cursivo das atividades e inter-relações individuais em sala de aula; aplicação gráfica da mandala e questionário a respeito da construção da mandala para a coleta de dados e posterior análise para as conclusões citadas. O estudo de Dibo15, que se concentra nos possíveis efeitos da mandala sobre a atenção concentrada em adolescentes do ensino médio, é capaz de afirmar que a aplicação de mandalas terapêuticas foi uma "atividade enriquecedora para a vida psíquica, aumentando a atenção concentrada dos sujeitos e proporcionando momentos de melhora na integração emocional de contato interior de ordem e harmonia, o que pode levar, à integração".

De resultados concretos, tem-se que a maioria dos desenhos apresentaram-se centralizados, o que indica ajustamento, auto-direção e sujeitos auto-centrados. As figuras também foram medianas, o que significa inteligência, capacidade de abstração espacial e equilíbrio emocional. A aplicação permitiu que os adolescentes entrassem em contato com seu mundo interno, criando-se possibilidades de maior aprendizagem tanto de tarefas diárias quanto no ambiente escolar. Estas criações simbólicas expressam e representam níveis profundos e inconscientes da psique, configurando um documentário que permite o confronto, no nível da consciência, destas informações, propiciando “insights” e posterior transformação e expansão da estrutura psíquica. PHILIPPINI, 1998). A importância de se trazer o conceito de arteterapia se mostra quando, ao retornar à definição de estimulação cognitiva como tarefa envolvente para que o indivíduo realize certo esforço mental, infere-se que ao efetuar desenhos de madalas, mesmo que como método arteterápico, o sujeito esteja praticando certo esforço tanto físico -o ato de desenhar- quanto mental, já que a figura necessita de certa concentração, atenção, percepção, processos estes entusiasmados na estimulação cognitiva.

Discussão Diferentemente do recorte da população a que a reabilitação cognitiva mais se destina, a estimulação com mandalas terapêuticas apareceu com seu uso muito mais voltado à menores de idade em fase escolar, servindo para aprimorar alguns dos processos psicológicos básicos, como a atenção, e para identificar possível sofrimento psíquico. Constata-se que pesquisas e serviços de assistência investigando a influência da espiritualidade na saúde "tem sido foco de atenção em diversos serviços públicos e privados nos últimos dez anos". Conclusão Considerando a estimulação cognitiva como tratamento não farmacológico e de baixo custo, estima-se que o uso desta forma de intervenção seja cada vez mais ampla e com maiores finalidades. Atualmente, há uma aplicação da reabilitação cognitiva, a qual a estimulação é associada, voltada à população idosa com o intuito de amenizar déficits cognitivos adquiridos.

Apesar de a maioria das pesquisas mostrarem intervenções com mandalas terapêuticas em crianças, entende-se que esta seja válida e possa ser incorporada ao processo de reabilitação cognitiva. Pesquisas comprovaram a eficácia das mandalas terapêuticas na estimulação de processos psicológicos básicos e até mesmo efeitos na melhora do humor, o que acaba por validar a aplicabilidade destas numa intervenção cognitiva. Referências 1. gerontol. Haase VG, Lacerda SS. Neuroplasticidade, Variação Interindividual e Recuperação Funcional em Neuropsicologia. Temas psicol. Carneiro RR, Cardoso FB. Mandala: Um Estudo na Obra de C. G. Jung. Último Andar. Ramos FS. Gaeta I. O Círculo Sagrado: Mandalas de pacientes de C. G. Jung - Oficina de Mandalas. Departamento de Arte & Psicologia da AJB: Associação Junguiana do Brasil.

Dissertação Para Obtenção do Título de Mestre em Ciências. Dibo M. PRABHÃ-MANDALA: Os Efeitos da Aplicação do Desenho da Mandala no Comportamento da Atenção Concentrada Em Adolescentes. Último Andar. Santos JF. Estimulação em Idosos Institucionalizados: Efeitos da Prática de Atividades Cognitivas. Ver. Pesqui. Cuid. Fundam. Psic.

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