A FLEXÃO DE NÚMERO NA CONCORDÂNCIA VERBAL COM ABORDAGEM DA SOCIOLINGUÍSTICA NO ENSINO BÁSICO

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Linguística

Documento 1

O objetivo geral é refletir sobre o ensino da concordância verbal em uma abordagem sociolinguística que leva em conta a variação usada pelos estudantes do Ensino Básico. Quanto aos objetivos específicos, eles são identificar o funcionamento da concordância verbal na língua padrão; explicar a vantagem de dominar a forma padrão e encontrar explicações para a falta de concordância verbal presente na língua em uso, em um viés sociolinguístico. A metodologia da pesquisa é bibliográfica, embasada por autores que abordam o tema. Palavras-chave: Concordância verbal. Sociolinguística. A concordância verbal é um assunto amplo, complexo e muito abordado tanto pelos gramáticos tradicionais quanto pelos contemporâneos. Se o sujeito é posposto, a dificuldade para realizar a flexão conforme a norma culta é ainda maior.

A concordância verbal é o problema tratado nessa pesquisa que pretende responder à pergunta: como ensinar concordância verbal, respeitando a linguagem oral do estudante, nos pressupostos sociolinguísticos? A hipótese é que o estudante vem de uma comunidade de fala que não faz a concordância verbal ou ainda, existe uma falta de atenção que pode ser de qualquer falante que está relacionada à estrutura da frase, na qual o sujeito vem depois do verbo. Por meio da linguagem pode-se perceber traços culturais da sociedade que usa uma língua, pois é por meio dela que as pessoas se comunicam. Além disso, quando elas começam a escrever, percebem a existência de formas linguísticas que não correspondem aos sons da fala, sendo uma convenção para a escrita.

A FLEXÃO DE NÚMERO NA CONCORDÂNCIA VERBAL E LÍNGUA EM USO Ao se estudar a concordância verbal, percebe-se que existem uma grande quantidade de considerações a esse respeito nas gramáticas normativas que admitem várias situações em que se admitem duas possibilidades de uso da concordância, o que propicia a variação linguística. Concordância Verbal Para Bagno (2000), as gramáticas não consideram língua atualmente em uso e impõem normas que são geralmente as dos grandes escritores de séculos passados. Um exemplo disso é a concordância do verbo com o sujeito, pode ser que a mente do falante esteja mais acostumada com a sequência canônica do sujeito-verbo-objeto (SVO) e quando a ordem é verbo-objeto-sujeito (VOS), objeto-verbo-sujeito (OVS) ou verbo-sujeito-objeto (VSO); a tendência é a não concordância de número.

Exemplos: Eles consertaram o carro. Consertaram o carro eles. Essa interferência acontece na escola na tentativa de substituir a modalidade que esse sujeito adquiriu no contexto onde vive. Para Silva e Scherre (1986), a escolarização exerce mais influência sobre a forma padrão. O estudante tende a substituir variantes estigmatizadas pelas de prestígio. A maioria dos falantes adquire a forma padrão ao longo de sua escolarização, sem perder a variante não padrão. No entanto, há aqueles falantes que entram na escola com a variante sem prestígio e a substitui pela considerada de prestígio. b) Sujeito simples e plural: o verbo fica no plural. Exemplo: As casas ficaram prontas. c) Há mais de um sujeito: Quando o sujeito for composto, normalmente, para o plural, qualquer que seja a sua posição em relação ao verbo: o verbo fica no plural.

Exemplo: O rio e a serra formam um cenário natural. II. Dito isso, a autora faz uma reflexão em torno da língua: Pelo que se sabe até o presente momento, a língua materna, entendida como primeira língua, é adquirida no convívio com a sociedade, sem ensino formal, sem a presença da escola, neste sentido, não existe ensino de língua materna. Em matéria de gramática o que se ensina normalmente na escola é a gramática normativa da língua de uma comunidade e não a língua desta comunidade. Então quando um falante nativo de uma língua explicita o sentimento secular inculcado de que não sabe falar a sua própria língua, ele de fato está confundindo a sua língua com a gramática normativa de parte de sua língua.

A língua materna de uma comunidade é seu maior legado. SCHERRE, 2004, p. No entanto, Silva (2004) concorda com Scherre (2004) que considera deslizes desse tipo como evidência da internalização na mente de qualquer falante do português brasileiro, da existência da variação na concordância. A gramática ensinada nas escolas ignora que a comunidade linguística aceita os usos dos exemplos (i) e (ii), pois não percebe que se trata de um fenômeno variável tanto na fala quanto na escrita e que é preciso ver os usos cultos ou não com um olhar mais qualitativo que quantitativo (SILVA, 2004). Entretanto, a escola usa apenas uma gramática para usos recomendáveis, dispensando a abordagem sociolinguística. A escola precisa dar a oportunidade ao estudante para que ele possa escolher a variedade que quer usar ou usar a variedade conforme a situação, em outras palavras, o objetivo dessa instituição deveria ser preparar o educando para que ele se torne: 1º) um ouvinte eficiente do português urbano e rural, falado em diversas situações, das menos às mais formais; 2º) um leitor eficiente de textos variados, desde os escritos em estilo familiar até os literários, especialmente contemporâneos; 3º) um falante eficiente, capaz de expressar as suas ideias de modo claro, diversificando os estilos conforme a sua necessidade; 4º) um produtor eficiente de texto, apto a expressar o seu pensamento e adequar a sua forma ao contexto da comunicação (SILVA, 2004, p.

Segundo a autora, nessa preparação se incluem a aquisição de estruturas morfossintáticas, ampliação do vocabulário, estímulo à percepção e produção de estilos, com vistas a facilitar as práticas discursivas nas interações sociais, sejam orais ou escritas. Por isso, os livros didáticos precisam elaborar propostas didáticas voltadas também para a linguagem em uso nas práticas sociais, revestidas pela variação linguística, que é parte inerente à competência linguística de qualquer falante da língua (BRASIL, 1998). Por essa razão, faz-se necessário que os professores compreendam que falar diferente da norma “padrão” não se constitui erro, mas a uma marca cultural e que não impede a comunicação. No entanto, o estudante precisa saber da existência da língua padrão e se apropriar dela para uso em contexto que exijam essa variedade, como por exemplo, em uma prova de concurso, em uma reunião ou ambiente formal.

Todavia, o que se percebe é que existem professores de Língua que não levam em conta as variedades linguísticas. A escola trata as variedades linguísticas que mais se afastam dos padrões estabelecidos pela gramática normativa como se fossem desvios ou incorreções alicerçadas na noção rígida de certo e errado. É possível compreender que ao ensinar ao estudante a concordância verbal da forma que está na gramática, é preciso discutir seu uso nos textos espalhados pelas ruas, veiculados em cartazes, faixas e placas, bem como em outros textos, tais como reportagens de revistas e jornais, textos acadêmicos, entre outros. O problema pode estar nas regras gramaticais que não são claras, não conferindo com a língua em uso, o que cria conflitos entre o funcionamento e o que diz a gramática.

Por essa razão, as situações de uso deveriam ser consideradas pelas descrições gramaticais (BAGNO, 2011). Vale ressaltar que a gramática tradicional tem se mantido estática ao longos dos tempos, tanto com relação aos seus conceitos quanto à metodologia de ensino que é inadequada e dificulta a aprendizagem dos educandos. Essa estratégia causou uma desatualização entre suas concepções e a Sociolinguística que considera a língua dinâmica, viva. Feito isso, será realizada a tabulação dos dados para discussão e análise, com alusão dos autores estudados. Dessa forma, foi criado um cronograma com as atividades a serem realizadas. CRONOGRAMA 2019 DEZEMBRO Entrega do projeto de pesquisa 2020 JANEIRO Leituras e resumos FEVEREIRO Leituras, resumos e planejamento do TCC MARÇO Elaboração do TCC ABRIL Elaboração do TCC e realização da pesquisa de campo MAIO Tabulação e discussão dos dados, análise e discussão deles JUNHO Revisão final JULHO Entrega do TCC CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo bibliográfico tratará da flexão de número na concordância verbal, em uma abordagem sociolinguística, no Ensino Básico, embasando-se em autores que abordam este tema.

Os autores estudados permitirão cumprir o objetivo geral, realizando uma reflexão sobre o ensino da concordância com o foco na variação linguística e pressupostos da Sociolinguística que considera a língua em funcionamento. Também os objetivos específicos, foram buscados para entender o uso da concordância verbal na língua padrão e seu uso desaprovado pelas gramáticas normativas, mas explicando a vantagem de dominar a forma padrão também para usá-la nos momentos em que é obrigatório o uso padrão da língua e encontrar explicações para a falta de concordância verbal presente na língua em uso, levando em consideração que a língua é dinâmica e por isso não pode ser fixa como as gramáticas deixam a entender.

BAGNO, Marcos. Gramática pedagógica do português brasileiro. São Paulo: Parábola, 2011. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: 3º e 4º ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. HALLIDAY, Michael Alexander Kirkwood. An introduction to functional grammar. ed. London: Edward Arnold, 1994. LABOV, William. In: BAGNO, Marcos. Linguística da norma. São Paulo :Loyola, 2004. SILVA, Myrian Barbosa da. A escola, a gramática e a norma. Rio de Janeiro: CiFEFiL, 2017. ZILLES, Ana M. S; MAYA, Leonardo Z. SILVA, Karine Q. A concordância verbal com a primeira pessoa do plural na fala de Panambi e Porto Alegre, RS.

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