A IMPORTÂNCIA DA ORALIDADE NO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Linguística

Documento 1

Especialização em. RESUMO O presente artigo apresenta os aspectos teóricos e práticos sobre a necessidade de se colocar no cotidiano escolar o ensino e a aprendizagem da oralidade na disciplina de Língua Portuguesa. Discute as contribuições da Linguística sobre a importância da oralidade na sala de aula que reafirmam os documentos oficiais do MEC, os PCN’S-Língua Portuguesa de 1998 e o Guia do PNDL de 2017 que consideram a sua importância como uma atividade que amplia a formação escolar plena nas habilidades linguísticas do indivíduo do falar e ouvir quanto à variedade culta letrada. Por fim, sugere a integração das Novas Tecnologias de Comunicação e Informação à aprendizagem da oralidade em sala de aula. Nesse sentido, o presente estudo propõe uma tomada de consciência do professor de língua materna sobre a inserção da oralidade no seu planejamento curricular.

Com essa premissa, a metodologia adotada é a revisão bibliográfica em que se recupera, no interior da prática pedagógica no Ensino da Língua portuguesa e das reflexões linguísticas, a relação entre oral e escrita, determinando que, ao contrário de uma rígida dicotomia, há uma relação de continuum entre elas, a oralidade alimenta a escrita e vice-versa. A partir disso, o presente artigo investiga a inserção da oralidade no ambiente escolar por meio da análise dos Parâmetros Curriculares Nacionais, Língua Portuguesa (BRASIL, 1998). Sob esse aspecto, verifica-se que os PCN’S são um marco, um divisor de águas entre o ensino tradicional da língua materna voltado para leitura, escrita e gramática normativa e as dimensões sociais mais abrangentes, voltado para as quatro habilidades linguísticas (ouvir, falar, ler e escrever) e uma gramática descritiva.

Outro documento considerado para a pesquisa é o Guia do Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), (BRASIL, 2017), onde são colocadas as orientações sobre o desenvolvimento do conteúdo curricular no livro didático. Por fim, o presente trabalho sugere atividades pedagógicas em oralidade mediadas pelas novas tecnologias de comunicação e informação. Kato (2002, p. compartilha da mesma posição quanto ao papel da escola na promoção da oralidade e afirma que deve haver deve haver também uma equidade entre o ensino da língua escrita e oralidade culta: a chamada norma-padrão, ou língua falada culta, é consequência do letramento, motivo por que, indiretamente, é função da escola desenvolver no aluno o domínio da linguagem falada institucionalmente aceita. Valorizar, portanto, a oralidade na medida em que se trabalha a língua com atividades em sala de aula, seria da competência desde a alfabetização.

Durante esse processo, acredita-se, que além do contato com o escrito que é a tarefa principal da escola, atividades que explorem a produção e a prática de textos orais deveriam ser também praticadas com o mesmo empenho pelos professores alfabetizadores. A produção do texto oral é tão importante quanto do escrito. os alunos, o cenário, o que aconteceu antes, a distribuição dos alunos, enfim todos os elementos cuja inter-relação complexa determina a construção e negociação de sentidos durante o processo comunicativo em curso. KLEIMAN, 2002, p. Diante dessa perspectiva, só é possível desenvolver a modalidade oral formal letrada no decorrer do Ensino Básico, se o professor tiver na sua prática cotidiana a consciência da sua própria competência e desempenho discursivos.

Pode-se ainda afirmar que essa consciência não é de exclusividade dos professores de língua materna, mas de todo o corpo pedagógico da comunidade escolar, como assinalam os próprios Parâmetros Curriculares Nacionais- Língua Portuguesa: A ideia de que se expressar com propriedade oralmente ou por escrito é coisa para a aula de Língua Portuguesa, enquanto as demais disciplinas se preocupam com o conteúdo, não encontra ressonância nas práticas sociais das diversas ciências. Um texto acadêmico, ou mesmo de divulgação científica, é produzido com rigor e cuidado, para que 32 o enunciador possa orientar o mais possível os processos de leitura do receptor (BRASIL, 1998, pp. Com vistas à reformulação dessa visão, Rojo; Schneuwly (2006, p. afirmam o seu contrário: A relação entre gêneros orais e gêneros escritos não é uma relação de dicotomia.

É antes uma relação de continuidade e de efeito mútuo, isto é, gêneros orais podem sustentar gêneros escritos; gêneros escritos podem sustentar gêneros orais. Eles estão em mútua interdependência, cada gênero oral que entra na escola, em geral, pressupõe a escrita, assim como cada gênero escrito trabalhado na escola pressupõe o oral. Nesse sentido, a prática social que sustenta tanto a oralidade quanto a escrita é baseada em referências de atualização e reatualizarão contínuas, a partir das experiências discursivas acumuladas pelos envolvidos no processo de comunicação. não se acredita mais que a função da escola deve concentrar-se apenas no ensino da língua escrita, a pretexto de que o aluno já aprendeu a língua falada em casa, Ora, se essa disciplina se concentrasse mais na reflexão sobre a língua que falamos, deixando de lado esquemas classificatórios, logo se descobriria a importância da língua falada, mesmo para a aquisição da língua escrita.

Os Parâmetros Curriculares Nacionais – Língua Portuguesa selecionam a modalidade oral letrada como aquela a ser empregada no processo de aprendizagem: Ensinar língua oral deve significar para a escola possibilitar acesso a usos da linguagem mais formalizados e convencionais, que exijam controle mais consciente e voluntário da enunciação, tendo em vista a importância que o domínio da palavra pública tem no exercício da cidadania. Ensinar língua oral não significa trabalhar a capacidade de falar em geral. Significa desenvolver o domínio dos gêneros que apoiam a aprendizagem escolar de Língua Portuguesa e de outras áreas e, também, os gêneros da vida pública no sentido mais amplo do termo. BRASIL, 1998, p. Diante desse aspecto, a sua prática contínua oferece uma rotina de trabalho que ao longo do processo educativo estabelece um ato seguro em vários momentos que sejam necessários no mundo social.

Segundo PCN, as atividades que envolvem a oralização da escrita são: Leitura autônoma. A leitura autônoma envolve a oportunidade de o aluno poder ler, de preferência silenciosamente, textos para os quais já tenha desenvolvido uma certa proficiência. Vivenciando situações de leitura com crescente independência da mediação do professor, o aluno aumenta a confiança que tem em si como leitor, encorajando-se para aceitar desafios mais complexos. Leitura colaborativa. “a escola leva ao aluno a aprender um dialeto que não é o do seu grupo social e propor-lhe um bidialetalismo não para sua adaptação, mas para sua transformação”. No que tange à produção oral, os PCN’S-Língua Portuguesa enfatizam atividades que promovam com destaque a apreensão e o uso da norma formalizada de expressão: “planejamento e realização de entrevistas, debates, seminários, diálogos com autoridades, dramatizações, etc.

” (BRASIL, 1998, p. O tratamento didático dos gêneros orais O documento oficial dos PCN’s – Língua Portuguesa afirma que a unidade básica de ensino em Língua Portuguesa é o texto que será trabalhado em três vertentes, a oralidade, a escrita e a reflexão da língua, assim, todo texto pertence ao um gênero que, socialmente, é representativo de um momento histórico, textos que circulam na sociedade e que criam vínculos entre seus interlocutores. Ao se ampliar a noção de gêneros textuais a prática pedagógica incorpora a diversidade textual e é, diante dessa nova realidade, que os gêneros orais ganham sua dimensão pedagógica: O texto oral, diferentemente do escrito, uma vez dito não pode ser retomado ou reconstruído, a não ser em casos excepcionais de montagens para rádio ou TV.

Espera-se que as coleções construam propostas didático-pedagógicas que propiciem o desenvolvimento das capacidades e formas discursivas relacionadas aos usos da linguagem oral próprios das situações formais e/ou públicas, assim como possam vivenciar outras situações de uso da linguagem oral e refletir a respeito: 1 favorecer o uso da linguagem oral na interação em sala de aula, como mecanismo de ensino-aprendizagem. recorrer, portanto, à oralidade na abordagem da leitura e da produção de textos. explorar as diferenças e semelhanças que se estabelecem entre a linguagem oral e a escrita. valorizar e efetivamente trabalhar a variação e a heterogeneidade linguísticas, introduzindo a norma culta relacionada ao uso público ou formal da linguagem oral, sem no entanto silenciar ou menosprezar as outras variedades, quer regionais, quer sociais, quer estilísticas.

propiciar o desenvolvimento das capacidades envolvidas nos usos da linguagem oral próprios das situações formais e/ou públicas. Nas classes D e E, uso de celular é de 64%, mas apenas 18% acessavam a internet. O público que mais utiliza esta tecnologia são os mais jovens (93%), com faixa etária entre 16 e 24 anos. Segundo UNESCO (2014, p. essa nova realidade deve ser objeto da ação pedagógica, nesse aspecto, dois conceitos emergem e criam-se novos paradigmas do ensino e aprendizagem: as tecnologias móveis e a aprendizagem móvel. Para o primeiro, as tecnologias móveis são “digitais, facilmente portáteis, de propriedade e controle de um indivíduo e não de uma instituição, com capacidade de acesso à internet e aspectos multimídia”. Nesse sentido, práticas pedagógicas contemporâneas e aprendizagem significativa com o auxílio das novas tecnologias propiciam um ato educativo revigorado e “conectado” às necessidades dos alunos.

CONCLUSÃO Em virtude dos pontos aqui analisados, a oralidade tem sido nos últimos vinte anos objeto de estudos linguísticos e reiterados como procedimento pedagógico nos documentos oficiais do currículo em Língua Portuguesa do Ensino Básico, o que se integra à necessidade intrínseca para formação escolar do aluno. Com efeito, a partir do trabalho aqui proposto, observou-se que esses documentos sugerem para prática docente da oralidade, expressos nos Parâmetros Curriculares Nacionais, Língua Portuguesa, de 1998 e o Guia do Plano Nacional do Livro Didático de 2017 atestam não só a sua importância como indicam recursos metodológicos que possam dar conta das manifestações de oralidade no ensino da Língua Portuguesa. Do ponto de vista teórico, talvez seja o maior complicador para a consciência docente é colocar no mesmo plano de importância a oralidade diante da escrita, vista a tradição escolar de hegemonia da língua escrita.

Nesse aspecto, há um novo quadro teórico cuja linguagem associa-se à interação comunicativa, a língua como um sistema para essa interação, determinada em sua dimensão histórica e cultural, a escrita como uma dimensão da língua, sem posição hierárquica ou exclusiva no ensino, a gramática como fruto de uma reflexão de uso, descritiva e a oralidade em sua relevância linguística e social. shtm#1a> Acesso em: março de 2018. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa. Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Plano Nacional de Educação 2014-2024. A. BELOTI, A. Concepções de linguagem e conceitos correlatos: a influência no trato da língua e da linguagem.

Revista Encontros de vista. ed. In: SCHNEUWLY, B. DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização: Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro]. Campinas-SP: Mercado de Letras, 2004. Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna. ª ed. São Paulo: Cortez, 2005. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários para a prática educativa. S. FERREIRA, E. M. O uso de tecnologia móvel: celular como apoio pedagógico na escola. Anais do II Colóquio de Letras da FALE/CUMB. São Paulo: Ática, 1987. KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. ª ed. Campinas-SP: Pontes LUCENA, S. Acesso em março de 2018. MARCUSCHI, B. Oralidade. Glossário CEALE. Disponível em: <http://ceale. H. R. SCHNEUWLY, B. As relações oral/escrita nos gêneros orais formais públicos: O caso da conferência acadêmica.

Linguagem em (Dis)curso, v. O futuro da aprendizagem móvel: Implicações para planejadores e gestores de políticas UNESCO, Brasília, 2014.

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