A influência do futebol na formação da identidade nacional brasileira

Com o Brasil a situação naturalmente seguiu o mesmo curso, embora com suas próprias particularidades e a seu tempo. Em realidade, para cada nação esse fenômeno se dá de uma determinada maneira, e em ritmos próprios. Para compreender o processo de identificação brasileiro faz-se necessário entender primeiro o conceito de identidade, e os fatores que a justificam. De acordo com o PNAD 20151 o futebol é a principal modalidade esportiva praticada, sendo 15,3 milhões de pessoas. Os dados evidenciam a anuência do esporte no país. O povo brasileiro assimilou e vivenciou experiências que direcionam e justificam a presente conjuntura de uma personalidade ligada ao esporte. Acontecimentos histórico culturais permitiram o metamorfosear em uma identificação futebolística brasileira frente a perspectiva nacional e mundial do país.

O país do futebol É de conhecimento geral que o esporte conhecido como futebol, tem berço inglês. Entretanto há ditos populares no Brasil que brincam, foi criado na Inglaterra, mas aperfeiçoado pelo brasileiro. Fato é que o futebol se tornou o mais popular esporte praticado no país, sua importância é tão grande que gera reconhecimento mundial, e por muitos anos esse país deteve o título de melhor do mundo no ranking da FIFA4, e até hoje é o maior detentor de títulos da competição mundial entre as nações, a Copa do Mundo de Futebol. E a partir dessa composição identificadora o Brasil tornou-se o país do futebol. No qual, há evidências que desde o período Imperial e nos demais subjacentes, foi procurado algo que pudesse unificar culturalmente o país, haja a vista o multiculturalismo existente no território brasileiro, o futebol é o fator consubstancial de unificação.

O papel da inclusão na identidade Não basta apenas que o esporte identifique uns poucos, ou uma determinada faixa de sociedade, por isso desenvolveram-se inúmeros projetos de inclusão que se utilizam desse meio esportivo para aproximar as diversas realidades e contribuem direta ou indiretamente para a perspectiva de recognição autóctone. Para que alguém se sinta participante de algo, é extremamente importante o processo de inserção, ou seja, a inclusão de indivíduos auxilia no processo de representatividade social, a medida que esses indivíduos se sentem uma real parcela daquele meio em questão. O esporte tem-se comportado como catalizador e direcionador desse sentimento de pertencimento em muitos lugares do mundo, e não diferentemente esse movimento acontece no Brasil. O que acontece no Brasil é que a ampla abrangência do esporte o tornou atrativo às elites políticas.

Durante o regime autoritário, a utilização política do esporte tornou-se mais intensa, mais especificamente o futebol. O presidente Getúlio Vargas, valeu-se, já em 1940 de patrocinar atividades esportivas e por vezes servia-se do Estádio de São Januário (então o maior do Rio de Janeiro) para realizar os discursos comemorativos do dia do trabalho. Por esse meio alcançou a alcunha o de Pai dos Pobres, associando-se ao trabalhador assalariado a à suas áreas de interesse. A vitória na copa de 1970, serviu ao governo Médici para insuflar o patriotismo, que foi usado como arma contra os distúrbios políticos internos. O papel do esporte como fundamento para o desenvolvimento humano também o aproximou dos campos da saúde e educação, além de torná-lo excelente instrumento de reintegração de indivíduos a sociedade.

De acordo com o professor Ailton de Oliveira, em entrevista submetida pela Revista do IBGE9, o investimento feito no esporte para lazer é algo barato e, portanto, deve ser mais difundido pelos governos, a fim de que mais pessoas possam beneficiar-se. Conclui-se, portanto, que com a reformulação do conceito de esporte ele passou de um caráter meramente individualista, a um caráter social cuja função é unificar as pessoas. Sinônimo de unidade Diante do conceito de identidade exposto, tem-se possível estabelecer que o Brasil, é sim aquele que detém a o futebol como registro pessoal. As ações governamentais no decorrer das últimas décadas também contribuíram de forma massiva, apesar de visar por vezes o benefício próprio, para que o conceito de esporte fosse difundido e aceito por todos, e que o futebol fosse o extremo máximo dessa paixão brasileira.

Ser brasileiro é sim ir ao estádio, cantar para incentivar seu time do coração, se emocionar com o gol, sofrer com os rebaixamentos, brindar a felicidade da conquista, se ressentir da derrota, cair e se levantar novamente sabendo que mesmo nas horas difíceis não se está só, sempre haverá uma torcida, um grito de guerra, uma canção. O futebol ensina os valores que se deve sempre carregar, e confere o desejo de nunca desistir que é tão peculiar ao nativo desse país, além de tudo, ainda traz consigo a alegria que reconhecidamente é marca registrada desse povo. Conclusão O Brasil é o país do futebol, atravessou períodos de crise, sofreu suas revoluções, seus governos autoritários, suas perdas, suas dores, e mesmo nesses momentos o esporte sempre teve destaque e foi deveras o respaldo por meio do qual a nação seguiu prosperando.

O futebol se tornou o representante máximo do país e foi tão importante que em 1969 um time brasileiro parou uma guerra civil na Nigéria. A identidade nacional se estabeleceu e se fortificou cada vez mais por meio dos valores difundidos e assimilados socialmente, valores esses oriundos do esporte, grandemente do futebol. com. br/books?hl=pt-BR&lr=&id=PQThAQAAQBAJ&oi=fnd&pg=PA2&dq=futebol+e+identidade+nacional&ots=GqLiVQT-Jx&sig=tkV5ruuFILaGEkFnQyOsdu6j33Y#v=onepage&q=futebol%20e%20identidade%20nacional&f=false>. Acesso em: 28 nov de 2018. CAZORLA Prieto, L. M. Para uma teoria sociológica da identidade. Em A socialização. Editora Porto: Porto 1997 ESPORTE, Globo. Há 44 anos, liderado por Pelé, Santos para uma guerra civil na Nigéria. Disponível em: < http://globoesporte.