A INTERJEIÇÃO NAS GRAMÁTICAS TRADICIONAIS

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Linguística

Documento 1

Em sua concepção, ela aparece como parte que indica estados de alma. “Os gregos contaram esta parte da interjeição com o advérbio. Os Latinos (a quem nós seguimos) distintamente falaram dela. E, segundo eles, não é mais que uma denotação do que a alma padece” (BARROS, 1971, p. Desde então, essa maneira de conceber a interjeição se repetiu em grande parte das gramáticas portuguesas (LEITE, 2016, p. Assim Bechara classifica as interjeições em quatro tipos: a) Sons vocálicos representados de modo convencional na escrita: ah!, oh!, hui!, hum. b) Palavras correntes na língua: olá!, puxa!, bolas!, bravo!, homem!, valha! c) Palavras que buscam reproduzir ruídos de animais ou de objetos: clic (clique), tic-tac (tique-taque), pum!. d) Locuções interjetivas: ai de mim!, cruz credo!, valha-me Deus!, aqui d’el-rei!.

Ademais, Bechara classifica algumas das principais interjeições segundo sua situação de aparecimento, a saber: a) De exclamação: viva! b) De admiração: ah!, oh! c) De alívio: ah!, eh! d) De animação: coragem!, eia!, sus! e) De apelo ou chamamento: ó!, olá!, alô!, psit!, psiu! f) De aplauso: bem!, bravo! g) De desejo ou ansiedade: oh!, oxalá!, tomara! h) De dor física: ai!, ui! i) De dor moral: oh! j) De dúvida, suspeita, admiração: hum!, hem! k) De impaciência: arre!, irra!, apre!, puxa! l) De imposição de silêncio: caluda!, psiu! m) De repetição: bis! n) De satisfação: upa!, oba!, opa! o) De Zombaria: ­fiau! Apesar disso, o que nos parece essencial em sua conceituação reside em que ela confere um estatuto de autonomia a essa parte do discurso, o que implicaria considerar que as interjeições seriam capazes de veicular sentidos independentemente de situações conversacionais determinadas.

Mais do que apenas reduzirem orações completas, elas constituem por si “verdadeiras orações” (ibidem, ibidem), podendo assumir papel interrogativo-exclamativo, de chamamento, ou de unidades verbais, como no caso do imperativo. define as interjeições e as locuções interjeitivas como “frases de situação” que realizam “típicos atos de fala diretivos ou expressivos”. Assim como Rocha Lima, Azeredo as classifica como “substituto oracional” cuja particularidade consiste em “só serem utilizadas nas chamadas funções emotiva e conativa da linguagem” (ibidem, ibidem). Conforme Azeredo, elas podem ser classificadas em: a) Sintomáticas: formas condensadas de frases exclamativas, traduzem estados emocionais de admiração, surpresa etc. ui!, oh!, ih!, epa!, chi!, ufa!, oba!). b) Apelativas: formas condensadas de comandos verbais, alertam ou chamam o interlocutor (olá!, ei!, hein!, ahn!, psiu!).

Nível fonológico: parte complementar do nível anterior, o nível fonológico contém as representações fonêmicas, baseadas em oposições fonológicas binárias (CASSEB-GALVÃO, 2011, p. Figura 1 - Esquema geral da GDF. Extraído de: HENGEVELD; MACKENZIE, 2011, p. Os quatro níveis acima descritos operam em torno de quatro componentes, conforme Hengeveld e Mackenzie (2011, p. o componente conceitual, responsável pelo desenvolvimento da intenção comunicativa necessária para a atualização da fala; o componente gramatical, ligado à organização de mecanismos morfossintáticos e lexemáticos; o componente de saída, que gera as expressões acústicas ou escritas com base na informação fornecida pelo componente gramatical; e o componente contextual, que pode ser entendido como o contexto real perceptível durante o evento de fala, das relações sociais entre os participantes.

Por exemplo: (1) 1a droga 1b Meu Deus! • Interativos: consistem no uso de material lexical invariável frequentemente ritualizado, com a função de realizar e manter a interação verbal. Fornecem, portanto, pistas a respeito da presença dos interlocutores e de sua relação comunicativa. Por exemplo: (2) 2a Parabéns! 2b Olá! Boa tarde! • Ilocutivos: envolvem a comunicação de um conteúdo informacional pragmático-semântico. Compreendem, logo, enunciados que envolvem o locutor e a ilocução, com a função é de exteriorizar determinada informação. a Prometo que irei lá. DESCRIÇÃO E ANÁLISE DO CORPUS 8 PÁGINAS 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 4 PÁGINAS 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALI, Said. Meios de expressão e alterações semânticas. Rio de Janeiro/São Paulo:Francisco Alves, 1930. Moderna gramática portuguesa.

Ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira/Lucerna, 2009. CASSEB-GALVÃO, Vânia. Gramática discursivo-funcional e teoria da gramaticalização: revisitando os usos de [diski] no português brasileiro. CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Breve gramática do português contemporâneo. Lisboa: Edições João Sá da Cosa, 2008. FONTES, Michel Gustavo. As interjeições como atos expressivos: uma análise das variedades lusófonas à luz da gramática discursivo-funcional. A gramática discursivo-funcional. Moenia, vol 17, 2011, pp. Tradução de Marize Mattos Dall’Aglio Hattnher Disponível em: < http://www. academia. edu/1077287/Gram%C3%A1tica_Discursivo-Funcional_em_portugu%C3%AAs_ >. Acesso em: 19 jan. LIMA ROCHA, Carlos Henrique. Gramática normativa da língua portuguesa. ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2006.

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