A neuropsicologia e suas contribuições Um olhar para o Espectro Autista

Tipo de documento:Revisão bibliografica

Área de estudo:Psicologia

Documento 1

Portanto, pode-se concluir que, embora sejam testes altamente específicos e sensíveis, não são recomendados em todas as situações devido à alta subjetividade na avaliação comportamental, que é o principal parâmetro relacionado à doença. Palavras-chave: Neuropsicologia. Educação Especial. Espectro autista. Introdução Na atualidade existem várias discussões sobre educação especial e as diversas formas de acompanhamento que podem variar em comportamentos padrões, e ao mesmo tempo diversificado, como é o caso do Transtorno do Espectro do Autismo (TEA). Seguindo essa linha de raciocínio, Vieira e Zouain (2005) afirmam que a pesquisa qualitativa atribui importância fundamental aos depoimentos dos atores sociais envolvidos, aos discursos e aos significados transmitidos por eles. Nesse sentido, esse tipo de pesquisa preza pela descrição detalhada dos fenômenos e dos elementos que o envolvem.

Revisão de Literatura A Organização Mundial da Saúde (OMS), desde 1946, define saúde não apenas como a ausência de doença e incluiu o bem-estar espiritual como uma dimensão do estado de saúde, junto às dimensões corporais, psíquicas e sociais, formalizando assim o acréscimo da religiosidade, espiritualidade e crenças pessoais em seu instrumento de avaliação de qualidade de vida. Apresenta-se o significado de bem-estar; é a condição de quem se encontra física, espiritual ou psicologicamente satisfeito. É a saúde no seu sentido mais amplo, de maneira ativa e em todos os seus aspectos, englobando uma boa nutrição, atividade física, bons relacionamentos interpessoais, familiares e sociais, além de controle do estresse (FERREIRA, 2014).

Quanto mais se usa o cérebro aumenta-se o numero de conexões, enquanto que o desuso faz diminuir a quantidade de sinapses. Nieto 2014. P. De uma forma simplificada é possível dizer que as informações são captadas por estímulos sensitivos, recebe, seleciona, transforma, memoriza, arquiva e processa todas sensações captadas. Portanto, acredita-se que os testes neuropsicológicos devem ser sensíveis o suficiente para distinguir entre funções normais e anormais em áreas cognitivas ou comportamentais específicas. A rede cerebral responsável pelo desenvolvimento social é composta por estruturas envolvidas no processamento da informação social, da emoção e do comportamento social propriamente dito, conforme demonstrado por estudos com humanos e com modelos animais (Dawson, 2008). De fato, a esse respeito, os desafios sociais e comunicativos dos indivíduos com TEA são comumente somados às dificuldades em processos cognitivos e neuropsicológicos relacionados às funções executivas (Christ, Kester, Bodner, & Miles, 2011).

Bailey, Philips e Rutter (1996) discutiram a controvérsia acerca da relação entre comportamento social e função executiva, a qual girou em torno de uma direção causal – se é o comprometimento na habilidade de metarepresentar que afeta a função executiva ou o contrário. De acordo com a Associação Amigos dos Autistas (AMA), “TEAs são um grupo de condições caracterizadas por algum grau de alteração do comportamento social, comunicação e linguagem, e por um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades”. Os Transtornos do Espectro Autista costumam aparecer na infância e continuam até a adolescência. Porque fugia do normal. A sociedade sempre inculcava o respeito às regras e padrões estabelecidos por ela. Diante disso, constatou-se que no período histórico da Antiguidade Clássica houve as primeiras formas de tratamento desumano às pessoas com deficiência, como práticas de abandonos.

Dessa forma, séculos passados, todas as crianças que nasciam com alguma deficiência visível, era de fato condenada à morte por apresentarem riscos à sociedade e custos sociais. Portanto, não houve preocupação com os sentimentos valores e humanos, mas com os gastos e a inutilidade da mão de obra inservível. O contato com estes indivíduos se restringe muitas vezes a seus familiares, com profissionais que trabalham com eles e com outras pessoas com o mesmo tipo de deficiência, não tendo incentivo para assumir outra postura. Quando expostos as situações sociais acabam agindo de maneira inalterada reforçando mais ainda as representações preconceituosas sobre sua pessoa, justificando assim tal isolamento. Em meados de 1970 as escolas regulares começaram a receber alunos com deficiência, tendo início à conquista pelo espaço e pelo direito da escolarização.

De acordo com Vidal e Faria Filho (2003), a partir dos anos de 1960 e início de 1970, com o surgimento de programas de pós-graduação e pesquisas em educação, começou uma crescente produção de trabalhos em história da educação no Brasil. Esse foi um período difícil e ao mesmo tempo contemplado por esperanças, pois as escolas não eram preparadas para receber esses alunos. Todos os seres humanos devem ser protegidos e respeitados com base na Declaração Universal dos Direitos Humanos. A violação desses direitos afeta a dignidade ética de muitos outros direitos. O artigo 8º da Lei 7. específica que recusar a inscrição de um aluno em qualquer escola, seja pública ou privada, por motivos relacionados a qualquer deficiência, é crime.

Além de receber uma multa, os diretores ou responsáveis pela escola que se negar a matricular pessoas com deficiência podem ser punidos com reclusão de um a quatro anos. Faz-se necessário também que haja uma capacitação bem planejada para todos os profissionais da área de educação para que eles cumpram da melhor maneira possível sua missão de ensinar a todos, respeitando as particularidades e o tempo de cada aluno, levando em conta suas deficiências. O governo precisa desenvolver políticas públicas voltadas para uma inclusão de verdade que respeite a todos sem distinção. Infelizmente, no cotidiano é fácil verificar a existência de poucas ações e, muitas delas partem do campo particular onde cada profissional consciente de seu papel enquanto educador busca estratégias e aperfeiçoamentos que visam contemplar uma classe ainda pouco favorecida.

Sabe-se que a escola sozinha não é capaz de produzir cidadãos autônomos, principalmente quando a criança apresenta alguma necessidade especial. Mas, é na escola que se encontra o caminho para que no futuro, onde se possa ter uma sociedade mais justa tendo observância sobre as diferenças sejam respeitadas, partindo do princípio de que cada pessoa é um ser especial, não por apresentar uma necessidade, distúrbio, transtorno, deficiência física ou qualquer outra, mas por ser singular. Segundo Vasconcelos (2019): As lutas pela aprendizagem são várias e contínuas, deixando marcas tantas vezes irreparáveis. Uma das principais marcas poderá situar-se na autoestima: a vergonha apodera-se delas ao verificarem que o que é tão simples para os colegas não é para elas. E mesmo aquelas tarefas que parecem triviais do dia a dia, transformam-se em pesadelos constantes, inibidoras das qualidades que, porventura, elas possam possuir.

A família enfrenta uma grande dificuldade de comunicação com o autista, visto que não esboçam reciprocidade nesse processo. Em vez de relacionar-se com outras pessoas, a maioria das crianças autistas prefere ficar sozinha. Em torno de 50% dessas crianças são mudas e as que sabem falar geralmente utilizam palavras de maneiras incomuns. Algumas vezes, ao invés de responder a uma pergunta, simplesmente a repete (fenômeno chamado de ecolalia). Outras usam expressões que parecem desconexas e só são compreensíveis para quem conhece o seu “código”. A maioria acha difícil se comunicar através de gestos, e comumente gritam ou fazem uma cena para sinalizar uma necessidade. Inclusão da criança com autismo na escola A construção de uma sociedade inclusiva se constitui como um processo extremamente relevante na composição de um Estado democrático.

A conferência tinha como finalidade discutir a educação de forma que fosse inclusiva para todos e disseminá-la no âmbito mundial. A respeito da inclusão das crianças com deficiência no ensino regular, a Declaração de Salamanca traz objetivos para educação como o direito de frequentar a escola, independente das condições de cada aluno. As crianças que apresentam dificuldade de aprendizado devem ser tratadas com “necessidades educativas especiais” e o processo ensino-aprendizagem deve ser adaptado a essas crianças e não ao contrário, como objetivo de construir uma escola inclusiva (MENEZES, 2016). No Brasil, a educação inclusiva é garantida pela Lei 12. de 13 de abril de 2013: Atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede regular de ensino (BRASIL, 2013).

Alguns critérios são necessários para que haja efetivação dessa inclusão, devem ser identificadas as características e necessidades individuais e realizadas as adaptações necessárias, deve haver treinamento contínuo dos profissionais que atuam com essas crianças, devem ser adaptados os métodos de avaliação de aprendizagem, a escola deverá ofertar todo o suporte físico e acadêmico para que seja garantida a aprendizagem desses alunos (SERRA, 2010). As crianças que manifestam o autismo clássico que se caracteriza por dificuldades de interação social, comunicação, comprometimento da linguagem e comportamentos repetitivos, evidencia a necessidade do aluno de receber assistência de forma individual, pois é comum que apresentem um grau de déficit intelectual e devido a isso não conseguem acompanhar o processo de ensino-aprendizagem das outras crianças, no qual devem ser direcionadas a um atendimento individualizado (CUNHA, 2015).

Para que a criança autista seja incluída no meio escolar é imprescindível que o professor inclua boas metodologias que busquem adaptar o processo ensino-aprendizagem às necessidades do aluno. O ideal seria que as salas de aula tivessem um número reduzido de alunos para que os professores pudessem dar uma atenção especial e individualizada a esses alunos. Também se configura como estratégia importante a criação de uma rotina para essas crianças como arrumação da sala, formas de escrever no quadro, manutenção de um ambiente tranquilo, pois, mudanças bruscas podem irritar o autista (ROSA, 2017). Com isso, traçar estratégias terapêuticas e curriculares que favoreçam o desenvolvimento, contribuem para sua vivência e as habilidades já adquiridas. Referências ALBUQUERQUE, Rosangela Nieto de.

Intervenção Neuropsicopedagógica e Psicopedagógica: Teoria e Prática. Olinda: Nova Presença, 2017. AMÉLIA, Fernanda C; FREDERICO, Cássio V; CARDOSO, Cláudia Cardoso-Martins; DREUX, F. Desafios da inclusão de crianças autistas na rede regular de ensino. Psicologia pt,p. BARBOSA, José Juvêncio. Alfabetização e leitura. São Paulo: Ed. P. A inclusão escolar de crianças com autismo na educação básica: teoria e prática. f. Trabalho de Conclusão de Curso (Pedagogia). Universidade Federal de Fronteira do Sul, Chapecó, 2015. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8. de 13 de junho de 1990. BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA Sobre Princípios, Políticas e Práticas na Área das Necessidades Educativas Especiais. CAGLIARI, Carlos. Alfabetização e Linguística.

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