A Psicologia da Educação na formação docente

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

A autora menciona áreas como: Antropologia, Sociologia, Filosofia, Biologia, Didática e Psicologia da Educação, pois serviriam como recursos aos docentes em meio a tantas atribuições e demandas que permeiam à docência, principalmente esta última, no que se refere ao ensino e aprendizagem. Para a compreensão das contribuições da psicologia da educação, no processo educativo, é preciso conhecer primeiramente um dos lócus da questão, o que se entende pela ciência da psicologia. A psicologia em uma definição ampla poderia apresentar-se como uma ciência que se dedica compreender o comportamento humano, seus processos mentais e sua relação com os meios, assim tornando-se indispensável para o processo de compreensão e reconhecimento das individualidades existentes, por isso é considerada um saber necessário para humanização dos sujeitos.

Tendo várias vertentes de conhecimento, entre elas: a Psicologia da Educação que é o corpus da nossa pesquisa, essa junção da psicologia com a educação propicia um campo para reconhecimento das pluralidades na interação com os indivíduos, estudando o processo de ensino-aprendizagem. No entanto quando se trata de formação de docentes, reverbera diversas discussões e questionamentos entre os profissionais dessa área, acerca dos métodos e conteúdos que devem ser ministrados na formação do futuro licenciado. No que se referem aos currículos, as Diretrizes Curriculares Nacionais para as licenciaturas são extensas e a estruturação do currículo fica a cargo de cada Instituição de Ensino Superior. Por esse motivo, acarreta em variáveis organizações frente aos conteúdos que cada licenciatura opta por trazer a formação do estudante e futuro docente.

Diante dessa realidade esse artigo se dispôs a investigar como a disciplina de Psicologia da Educação, está sendo colocada/abordada no currículo da licenciatura de Letras- Português da Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR – Campus Paranaguá) e qual a percepção desses docentes em seu âmbito profissional, possibilitando uma análise e reflexão sobre a formação dos licenciados em língua portuguesa. A Psicologia da Educação na formação docente A mudança educacional depende dos professores e da sua formação. Depende também da transformação das práticas pedagógicas na sala de aula (NÓVOA, 1997, p. Assim, a Psicologia da Educação, assim como qualquer área de conhecimento, passa por algumas modificações e não fica de fora do avanço da ciência.

Algumas mudanças ocorrem no formato de apresentação dessa disciplina, pois passa a haver interdisciplinaridade entre as outras disciplinas que compõe a grade curricular, ou seja, surgindo uma ampliação dos estudos e também uma forte pesquisa no âmbito da psicologia educacional. De acordo com os autores Lucian e Frota (2010) a principal atuação da Psicologia da Educação, desde seu início foi dar suporte ao profissional da educação, funcionando como uma espécie de psicologia clínica da educação, onde o docente por meio de suas atribuições, estaria preparado para enfrentar a docência com a flexibilidade na aplicação de toda teoria absorvida durante a graduação. Entretanto, não é isso que acontece, os estudos referentes a formação docente vêm crescendo na esfera científica, pelo fato da (in) segurança no início da carreira docente, onde esses recém-formados questionam sua própria formação.

Candau (1995, p. Assim, outras perguntas podem surgir com relação a concepção do docente e a disciplina da Psicologia da Educação, como: “fez alguma diferença aprender essa disciplina? Estou preparado para dar aulas por causa disso?” É comum que cada um tenha uma resposta própria sobre a forma que este conhecimento contribui ou não diante da atuação prática. Em um estudo realizado por Prada (2007), a autora identificou que o professor apenas consegue de fato explicitar sua capacidade de resolver problemas tanto nas questões conflituosas que surgem durante a gestão educacional como os problemas relativos à aprendizagem de alunos quando ele de fato está diante de situações que sejam exigidos deste profissional certa determinação e capacidade de ação. Nesse raciocínio é possível assegurar que, apesar de serem válidos todos os esforços que são feitos durante o curso de licenciatura serem, é durante a prática, segundo os pesquisadores, que de fato o novo docente irá assimilar e aprender a lidar com os problemas de sua condição e escolha profissional.

há muita formação e pouca mudança. Talvez seja porque ainda predominam políticas e formadores que praticam com afinco e entusiasmo uma formação transmissora e uniforme, com predomínio de uma teoria descontextualizada, válida para todos sem diferenciação, distante dos problemas práticos e reais e fundamentada em um educador ideal que não existe. Grade curricular e a funcionalidade das Diretrizes da Base Nacional do Ensino Superior do curso de Letras Como visto na introdução desse trabalho, a grade curricular não é comum a todas as faculdades, com algumas matérias que são, obrigatórias por conta dos objetivos do curso, outras são avaliadas de acordo com cada Instituição de Ensino Superior. Embora não haja essa obrigatoriedade da disciplina Psicologia da Educação nos currículos de formação docente, fica evidente a sua importância, pois é onde permeiam dois grandes fenômenos para a educação: desenvolvimento e aprendizagem, sendo aliados na docência.

Fazendo-os com que o docente tenha um olhar humano diante de diversas ocasiões, sabendo identificar cada tipo de situação com profissionalismo, tendo a princípio o suporte necessário para lecionar da forma conveniente possível. Logo, boa parte das faculdades que oferecem o curso de licenciatura em Letras tem adotado a disciplina de psicologia ou algum outro módulo voltado para esta área, pois existe uma normativa referente as ementas de ensino e aprendizagem a ser seguida pelas Instituições de Ensino Superior. O Ministério da Educação estabelece um plano, no qual os cursos superiores terão de se adequar, guardadas as especificidades de cada universidade por meio dos indicativos do Plano Nacional de Educação (PNC) com embasamento nos Pareceres do Conselho Nacional da Educação/ Conselho Pleno (CNE/CP), número 492/2001 e 1.

A prática é o próprio modo como as coisas vão sendo feitas cujo conteúdo é atravessado por uma teoria. Assim a realidade é um movimento constituído pela prática e pela teoria como momentos de um dever mais amplo, consistindo a prática no momento pelo qual se busca fazer algo, produzir alguma coisa e que a teoria procura conceituar, significar e com isto administrar o campo e o sentido desta atuação (BRASIL, CNE, 28/2001, p. No Parecer 28/2001 reafirma a posição estabelecida na Lei de Diretrizes e Bases, a denominada LDB/96, onde delibera a autonomia das universidades, na construção dos seus currículos mediante os cursos, onde apresenta de forma clara a prática na formação das licenciaturas, destacando a importância da teoria e a prática.

Ainda, as Diretrizes Curriculares Nacionais definem os conteúdos que são obrigatórios em uma licenciatura de letras, sendo que fica definido: Considerando os diversos profissionais que o curso de Letras pode formar, os conteúdos caracterizadores básicos devem estar ligados à área dos Estudos Lingüísticos e Literários, contemplando o desenvolvimento de competências e habilidades específicas. Os estudos lingüísticos e literários devem fundar-se na percepção da língua e da literatura como prática social e como forma mais elaborada das manifestações culturais. é um instrumento, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. Esse procedimento metodológico foi utilizado para não ter interferência no discurso dos respondentes, desta forma eles poderiam discorrer sobre os temas propostos voluntariamente, agregando ainda mais a pesquisa.

Para Minayo, os entrevistados em uma pesquisa qualitativa “[. respondem a questões muito particulares, [. trabalham com o universo dos significados, dos motivos, das aspirações, das crenças, dos valores e das atitudes” (1993, p. A técnica utilizada neste artigo, parte do pressuposto da interpretação dos dados fornecidos pelos docentes, tendo como critério para a sistematização dos dados, cujas respostas foram agrupadas por temáticas recorrentes pelos docentes, utilizando também palavras-chave que surgiram dos mesmos. De acordo com as articulações realizadas por eles, buscou-se relacionar o discurso dos participantes com embasamento teórico e reflexão dessas informações. ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS DADOS Inicialmente verificou-se a paridade entre as informações da graduação desses docentes, surgindo assim a necessidade de explorar a matriz curricular dos cursos realizados pelos docentes que participaram deste estudo.

Os resultados serão apresentados conforme as respostas dos sujeitos sendo que serão identificados conforme apresentado como P1 (participante). Os resultados estão divididos em duas etapas, sendo que a primeira etapa se trata da caracterização da população e amostra e, a segunda etapa refere-se a uma reflexão sobre a percepção que os participantes do estudo possuem tem sobre a Psicologia da Educação. Almeida (1998) destaca ainda, que: Durante muito tempo a profissão de professora foi praticamente a única em que as mulheres puderam ter o direito de exercer um trabalho digno e conseguir uma inserção no espaço público, dado que os demais campos profissionais lhes foram vedados. O fato de não ingressarem nas demais profissões, acessíveis somente ao segmento masculino, e a aceitação do magistério, aureolados pelos atributos de missão, vocação e continuidade daquilo que era realizado no lar, fizeram que a profissão rapidamente se feminizasse.

ALMEIDA, 1998, p. Assim, como “ofícios como o de professora da educação básica, onde mulheres estão em maioria, são desqualificados”, acredita-se que “[. tal desqualificação é vista especialmente nas diferenças salariais, onde fica demonstrada a face mais visível das desigualdades profissionais, o que leva à identificação das disparidades salariais barreiras quase intransponíveis” (PRÁ; CEGATTI, 2016, p. Sugestões para a matriz curricular Com relação às propostas de reformulações nas matrizes curriculares dos cursos de licenciaturas, a maioria dos participantes sugerem o aumento de carga horária da disciplina com aulas práticas, para que os conteúdos possam ser alcançados de maneira mais efetiva, além de ser necessário uma atualização da disciplina, seguindo a realidade vivenciada no ambiente escolar. Gráfico 1– Visão do Docente sobre a disciplina de Psicologia da Educação Fonte: Dados do autor O P23 (formado pela UNESPAR) que demostra insatisfeito com a matriz curricular, sustenta sua opinião com o seguinte argumento: “Deveríamos ter conteúdos voltados aos alunos indisciplinados, hiperativos, transições da idade crítica, família que os levam a pouco rendimento escolar” (P23).

A posição apresentada pelo P23 foi ainda, concluída por ele, através da referência do psicólogo e professor Cloves Amorim2: A disciplina psicologia da educação parece um modelo antigo da didática tradicional, na qual a maioria de nós professores fomos formados e precisa ser revista. Então tem que sair um pouco do olhar individual para a aprendizagem cooperativa e colaborativa em que o professor tem a função primordial em ser um aliado, um parceiro e, principalmente de ser um gestor de conhecimento para que o aluno individual ou em grupo, se aproprie e construa esse conhecimento desejado” (Não identificado a fonte do material citado pelo docente). Destaca-se ainda, que outro participante (P22 – formado pela UNESPAR) que se declara insatisfeito, comenta que é necessário: “Conteúdos referente intervenções, como lidar com conflitos.

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CARVALHO, A. de L. Os caminhos perversos da educação: a luta pela apropriação do conhecimento no cotidiano da sala de aula. Cuiabá. Edufmt. FIALHO, Nadia Hage.  Paidagogein: ajuste de contas com a epistemologia. Tese de Doutorado. Dissertação de Mestrado, Faculdade de Educação, Universidade Federal da Bahia, Salvador. FREITAS, H. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. ª edição. São Paulo: Paz e Terra, 2000. GUZZO, R. S. de A. Fundamentos da metodologia científica. São Paulo: Atlas, 2003. LUCION, C. da S. ISSN 2176-4603 X MATRIZ CURRICULAR PORTUGUÊS – UNESPAR/ CAMPUS PARANAGUÁ. Disponível em: <http://paranagua. unespar. edu. br/graduacao/letras/estrutura-letras/matriz-curricular-portugues> Acesso em 08/09/2019 MINAYO, M. NÓVOA, A. Org. Os professores e sua formação. Lisboa: Dom Quixote, 1997. PATTO, Maria Helena Souza. R.

CEGATTI, A. C.  Gênero, educação das mulheres e feminização do magistério no ensino básico.  Retratos da Escola, v. anped. org. br/sites/default/files/gt08-5836-int. pdf>. Acesso em: 10/10/2019 SILVA, G. TANAMACHI, E. de R.  Psicologia escolar: tendências e avanços da psicologia na educação escolar. Tese de Doutorado. Dissertação de Mestrado, UNESP, Marília.

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