A transversalidade da fotografia

Tipo de documento:Projeto

Área de estudo:Sociologia

Documento 1

Os antigos escritos, encontrados nas cavernas, eram feitos através de imagens e através delas, pôde-se conhecer a história do mundo, a sua evolução até a chegada da língua escrita como forma de comunicação e transcrição da língua falada. A evolução da língua escrita trouxe a criação de histórias, de relatos, de contos nos quais a imaginação do homem ultrapassa o simples decodificar e chega aos nossos sentimentos e, não raro, reporta à memória. Assim, textos escritos ou falados remetem à interpretação, à hermenêutica. Para uns tem um significado, enquanto, para outros, tem outro e aí residem as discussões interpretativas. A fotografia como um simples retrato, comumente visto, não remete à nenhuma interpretação que não aquela de uma simples imagem.

As fotografias nos fazem pensar, refletir e por vezes a agir. Como ficar isento de responsabilidade social quando nos são apresentadas fotos de crianças desnutridas na África, esqueletos ambulantes sem que tenhamos a intenção e, muitas vezes, buscar formas de ajudar? Fotos históricas como a daquela criança correndo nua na explosão da bomba atômica em Hirochima, ou como daquele homem que, sozinho, se coloca diante de um tanque de guerra. Certamente, é mais do que uma imagem, sem dúvida resgata a história do mundo e os caminhos escolhidos pelos homens que detém o poder. Como em quaisquer dos outros tipos de linguagens existentes, há na linguagem fotográfica diferentes sistemas que se articulam na produção de mensagens. A produção dessas mensagens é marcada pelas relações de poder presentes no meio sociocultural em que o conto fotográfico é produzido e no qual os seus leitores estão imersos (SEVERINO, 2001) Aprender sobre a realidade através de conhecimentos sistematizados, os quais são exclusivos dos sistemas de ensino, e aprender a realidade, na vida real, é transversalidade.

No livro A leitura de imagens na perspectiva social, organizado por Maria Chiavatta e Nilda Alves ( 2008), o aprendizado de fotografia não envolve apenas uma atividade livre de produção artística, mas o desenvolvimento da percepção, sendo sensível ao conhecimento histórico , no momento da produção da fotografia. Assim, a fotografia tem as funções de documentar, informar e registrar o real, mas quando ultrapassa a fronteira destas funções, nas quais estão apenas registros, e chega ao nosso íntimo, trazendo memórias, lembranças, ativando nossa criatividade, mexendo com nosso inconsciente, evocando percepções sensoriais, passa a ser uma forma de Arte. A fotografia transgride a realidade quando mexe com nosso ser humano, com as nossas experiências, com nossas vivências, com nosso conhecimento já existente ou aquele que vamos buscar em função daquela imagem que nos atiça o impulso da curiosidade.

Somos humanos quando temos consciência do que sentimos, quando não a temos, partimos para uma busca incessante, é o que nos move. As imagens tem esse poder de instigação. Vivemos uma cultura globalizada, onde não há fronteiras. Imagens que antes levavam meses até chegar ao nosso conhecimento, hoje são instantâneas, através delas temos acesso a qualquer tipo de informação, como não utilizá-las como ferramentas pedagógicas ou como divulgação de novos eventos científicos ou mesmo no nosso cotidiano. É inegável a contribuição da fotografia na sociedade atual, tanto no que diz respeito às fotografias artísticas que nos conduzem ao imaginário quanto aquelas de ordem puramente informacional. Chiavatta, Maria; Alves, Nilda. A leitura de imagens na perspectiva social.

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