ABDOMÊN AGUDO E COVID-19

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Medicina

Documento 1

METODOLOGIA: Foi realizado uma revisão literária utilizando como base diversos artigos científicos conceituados e relatos de casos atuais. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Contatou-se que as células absortivas do intestino delgado, principalmente no íleo, continham uma alta concentração da enzima conversora de angiotensina II (ECA2) – a qual serve de porta de entrada para a replicação do vírus SARS-CoV-2 nos humanos. Por isso, muitos pacientes acabam apresentando clínica de dor abdominal, simulando uma possível causa de abdômen agudo cirúrgico. CONCLUSÃO: Com isso, conclui-se que, a maioria dos pacientes com quadro de dor abdominal que deram entrada na emergência durante a pandemia estão relacionados com a infecção viral aguda do Sars-CoV-2. Entretanto o mesmo não apresenta relação direta com o agravamento dos quadros de abdômen agudo cirúrgico.

KEYWORDS: “acute abdomen”, “COVID-19”, “SARS-CoV-2”, “gastrointestinal symptoms”, “angiotensin II converting enzyme”, “ACE2”, “ covid 19 surgical abdominal pain”. INTRODUÇÃO No dia 26 de fevereiro de 2020, foi identificado o provável paciente zero de COVID-19 no Brasil. Tratava-se de um paciente do sexo masculino, 61 anos, residente de São Paulo. O diagnóstico foi realizado pelo Hospital Israelita Albert Einstein. O homem esteve na região da Lombardia – cidade italiana em que foram identificados os primeiros casos positivos no país – entre os dias 9 e 21 de fevereiro. ³ O abdômen agudo perfurativo é caracterizado por dor de início súbito e intensa, sendo difusa em toda a extensão do abdome. Além disso, o paciente também pode referir náuseas, vômitos, febre e hipotensão. Agrava-se com a irritação peritoneal.

³ O abdome agudo obstrutivo tem como características sinais e sintomas relacionados à obstrução no trato gastrointestinal (TGI) como vômitos, náuseas, distensão abdominal e interrupção na eliminação de fezes e flatos. A dor geralmente se apresenta em forma de cólica na região periumbilical. ⁸ AUTORES, ANO, LOCAL PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS Huang, 2020, Wuhan (China) Febre (98%) + tosse (76%) + mialgia/fadiga (44%), dispneia (55%), produção de escarro (28%), dor de cabeça (8%), hemoptise (5%) e diarreia (3%). Sintomas como diarreia, náusea, vômito e dor de cabeça estiveram presentes; 32% do total e 38% dos casos que foram para UTI tinham alguma comorbidade, sendo diabetes a mais comum (20%). Todos os casos tiveram pneumonia, 98% bilateral. Guan WJ, 2020, China Tosse (67,8%) + febre (43,8% na admissão e 88,7% durante a internação). manifestaram a doença grave; 23,7%, pelo menos uma comorbidade (38% dos casos graves).

Casos graves eram mais velhos (58,7 ± 15,0 anos vs 48,9 ± 14,7 anos), tinham mais comorbidades (42 [47,7%] vs 41 [32,5%]), hipertensão (32 [36,4%] vs 19 [15,1%]), e tiveram menos sintomas considerados típicos como febre (40 [45,5%] vs 92 [73%]) e tosse (30 [34,1%] vs 77 [61,1%]). Casos graves apresentaram danos ao fígado, rins e músculos. Sintomas do SN foram mais comuns em casos graves, mas sem diferenças laboratoriais entre quem teve ou não sintomas do SNP. Giacomelli A, 2020, Milão (Itália) Febre (72,8%), tosse (37,3%), dispneia (25,4%), artralgia (5,1%), pelo menos uma desordem de olfato ou sabor (33,9%) ou ambos (18,6%). Sintomas apareceram mais em mulheres (52,6% vs 25%) e por pessoas mais jovens (mediana de 56 anos, IIQ 47-60 anos vs 66 anos, IIQ 52-77). Estudo retrospectivo. A taxa de doença hepática crônica foi superior nos casos com sintomas GI em relação aos sem sintomas GI (10,81% vs 2,95%). A taxa do tipo grave/crítico também foi aumentada em casos com sintomas GI do que naqueles sem sintomas (22,97% vs 8,14%).

A partir da análise de diversos estudos envolvendo os principais sinais e sintomas pode-se concluir que os achados de maior relevância estão relacionados aos órgãos e sistemas com maior concentração da enzima conversora de angiotensina II. ABDOMÊN AGUDO E A COVID-19 O intestino delgado possui uma camada mucosa com a presença de vilosidades intestinais (vilos). A primeira deu entrada na emergência com a ocorrência de choro paroxístico, vômitos e fezes melena. O segundo caso apresentava dor abdominal. O terceiro, convulsões. O quarto, vômitos e diarreia. Por fim, a quinta criança apresentava diarreia, sonolência excessiva e recusa alimentar. ¹³ DISCUSSÃO É fato que o COVID ainda é um campo desconhecido no mundo da ciência. Contudo, diversos estudos vêm mostrando uma relação íntima entre o sistema gastrointestinal e a fisiopatologia da doença.

O vírus SARS-CoV-2 utiliza a enzima conversora de angiotensina II, muito encontrada nas células absortivas – principalmente no íleo – como porta de entrada para a célula humana, assim se replicando e causando a infecção. Uma vez estabelecida essa relação, pode-se entender a origem dos sintomas gastrointestinais em uma infecção que, até então, era vista somente como respiratória. Ademais, ainda foi permitido criar a hipótese que a transmissão não ocorre somente por gotículas, mas também via fecal-oral. CONCLUSÃO Apesar dos diversos estudos em andamento pelo mundo, correlacionar o Coronavírus como causador de um abdômen agudo cirúrgico ainda é desafiador. Não há evidências suficientes no momento para demonstrar que o vírus esteja aumentando as patologias cirúrgicas.

Sabe-se claramente que o vírus apresenta tropismo pela Enzima conversora de Angiotensina 2 e que esta está implicada na porta de entrada do vírus no organismo humano. Como nosso trato intestinal apresenta grande quantidade dessa enzima, dores abdominais associadas a náuseas, vômitos e diarreia são bem presentes no quadro agudo infeccioso pelo SARS- CoV-2. Prosseguimos com nossa investigação diagnóstica lançando mão de exames complementares e mantendo uma conduta expectante conservadora ativa até que sinais claros de necessidade cirúrgica sejam evidenciados. Organização Mundial da Saúde declara pandemia de coronavírus. Disponível em: https://agenciabrasil. ebc. com. br/geral/noticia/2020-03/organizacao-mundial-da-saude-declara-pandemia-de-coronavirus. OXFORD ACADEMIC. Association of hypertension and antihypertensive treatment with COVID-19 mortality: a retrospective observational study. Disponível em: https://academic. oup.

com/eurheartj/article/41/22/2058/5851436. scielo. br/scielo. php?script=sci_arttext&pid=S2237-96222020000300401#t1. Acesso: 06 set. Junqueira & Carneiro. FRONTIERS IN PEDIATRICS. Clinical Characteristics of 5 COVID-19 Cases With Non-respiratory Symptoms as the First Manifestation in Children. Disponível em: https://www. frontiersin. org/articles/10. Lu-Lu Zhai, Wei Wang, Lun Wu and Zhi-Gang Tang. COVID-19 with abdominal symptoms and acute abdominal pain: a guide to identification for general practice. British Journal of General Practice 2020; 70 (696): 358-359. De Simone B, Chouillard E, Di Saverio S, Pagani L, Sartelli M, Biffl WL, Coccolini F, Pieri A, Khan M, Borzellino G, Campanile FC, Ansaloni L, Catena F. Emergency surgery during the COVID-19 pandemic: what you need to know for practice. Lu-Lu Zhai, Wei Wang, Lun Wu, Zhi-Gang Tang. COVID-19 with abdominal symptoms and acute abdominal pain: a guide to identification for general practice.

British Journal of General Practice 2020; 70 (696): 358-359.

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