Análise dos efeitos das modalidades de carga em tratamentos de idosos sarcopênicos: Um estudo de Revisão

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Medicina

Documento 1

O objetivo deste estudo foi verificar a eficácia de diferentes modalidades de exercícios no tratamento de sarcopenia em idosos, por meio de uma revisão da literatura. Para atende-lo, foi realizada foi realizada uma revisão de literatura de artigos indexados nas bases MedLine e PEDro, a partir das palavras – chave: envelhecimento; sarcopenia; exercícios multimodais; massa muscular e seus similares em inglês, de forma isolada e/ou conjugada, na busca de artigos publicados em revistas nacionais e internacionais correspondentes à área da Fisioterapia, publicados no período de janeiro de 2015 até julho de 2018. Os critérios de inclusão foram: 1) artigos com desenho metodológico de ensaio clínico e/ ou revisão sistemática; 2) estudos publicados nos idiomas português, inglês, espanhol e francês; 3) estudos realizados com idosos engajados em programas de prevenção e/ou tratamento da sarcopenia.

Os critérios de exclusão foram: 1) estudos que avaliaram a associação ao programa de exercícios de suplementações alimentares e de vitaminas; 2) outras condições específicas e/ ou comorbidades associadas à sarcopenia. Foram incluídos 12 estudos que trataram sobre a eficácia de exercícios físicos em idosos sarcopênicos, que preencheram aos critérios de inclusão, sendo 10 publicados em língua inglesa e 02 em espanhol. RESULTADOS E DISCUSSÃO 8 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 16 REFERÊNCIAS 18 1. INTRODUÇÃO A revolução da longevidade marca a realidade brasileira e alguns dados relevantes compõem este cenário (OLIVEIRA et al, 2017). Tem sido observado um aumento significativo da população idosa, sendo antecipadas as progressões de crescimento destes indivíduos por profissionais de saúde e pesquisadores. Em apenas 25 anos iremos ampliar o percentual da população de 10% para 20%, enquanto outros países como a França demoraram 145 anos para esta transição (OLIVEIRA et al, 2017).

Da mesma forma, a sarcopenia passou a ocupar um importante papel na patogênese da fragilidade e no comprometimento funcional. Além disso, comorbidades como a obesidade tendem a agravar o quadro da sarcopenia (BROOK et al, 2016). Sabe-se que cerca de 20 a 40% da força contrátil voluntária máxima dos músculos proximais e distais é diminuída para homens e mulheres com idade entre os 70 e 80 anos de vida (DOHERTY, 2003). Viana et al (2016) estimaram que após os 50 anos há perda anual de 1% de massa muscular, 2% de velocidade de marcha e de 1,9% a 5% da força de preensão palmar. Esta diminuição que ocorre de forma fisiológica aponta para a gravidade do fenômeno e a necessidade de maior compreensão da sua fisiopatologia, diagnóstico e tratamento.

Neste caso, sugere-se que a identificação precoce de indivíduos com sarcopenia pode prevenir a incapacidade associada à idade. Desta forma, o European Working Group on Sarcopenia in Older People (EWGSOP) recomenda que todas as pessoas com mais de 65 anos passem por uma triagem gradual, iniciando pelo uso do questionário SARC-F para encontrar indivíduos com provável sarcopenia. Os autores aconselharam também o uso de medidas de força muscular para identificar baixa força muscular global (CRUZ-JENTOFT et al, 2018). A avaliação da função muscular tem sido de grande importância para se detectar incapacidades de indivíduos idosos. A ressonância magnética (RM) permite calcular a massa muscular segmentar e total e avaliar a qualidade muscular e infiltração de gordura no músculo.

Além disto, fármacos como a grelina, secretagogo do hormônio do crescimento e inibidor da miostatina estão em teste, mas poucos resultados foram demonstrados (MALAFARINA et al, 2012). Têm sido feitos estudos também sobre os efeitos de suplementação com a testosterona e vitamina D, porém sem muitas conclusões satisfatórias (MALAFARINA et al, 2012). Na literatura atual, encontramos fortes evidências sugerindo que tratamentos com exercícios, especificamente de membros inferiores, melhoram o déficit da função muscular em idosos (FRELBERGER et al, 2016). No entanto, existem relatos de várias modalidades com eficácias que ainda se divergem (MARUYA et al, 2016). São relatados especificamente que, o treinamento de resistência com sobrecarga progressiva é um método seguro e eficaz para o aumento de força muscular em idosos (MARUYA et al, 2016).

Tabela 1 – Estudos incluídos na análise conforme autor e ano, objetivo, desenho metodológico e evidências demonstradas. Autor/ano Objetivo Método Evidências Montoro et al, 2015. Avaliar a eficácia da vibração do corpo inteiro no sistema neuromuscular do idoso. Revisão sistemática. O treinamento de vibração do corpo inteiro demonstrou ser um método seguro, adequado e efetivo de treinamento de força muscular na população idosa. Estudo randomizado, controlado. Os resultados sugeriram que, enquanto em baixo volume, o treino de resistência melhora a força muscular, a hemoglobina glicada e o excesso de peso por porcentagem de gordura. Ossowski et al, 2016. Avaliar o impacto de 12 semanas de treinamento em marcha nórdica sobre a força muscular, mobilidade funcional e desempenho funcional em mulheres.

Ensaio clínico randomizado. A folilistatina aumentou apenas no grupo TR (+18%). O treinamento de resistência pode melhorar a performance física e a qualidade muscular em mulheres idosas institucionalizas. Hong et al, 2016. Desenvolver uma forma de tele-exercício que permita interações em tempo real entre instrutores de exercício e idosos residentes na comunidade e investigar seus efeitos na melhora dos fatores relacionados à sarcopenia da composição corporal e da aptidão funcional entre os idosos. Ensaio clínico randomizado. Não houve nenhuma prescrição padrão ouro definitiva para o treinamento de resistência para os resultados de mobilidade. Steffl et al, 2017. Explorar a relação entre atividade física e sarcopenia em pessoas idosas com base em cortes transversais e estudos de coorte. Revisão sistemática e meta-análise.

Associação estatisticamente significativa entre atividade física e sarcopenia foi documentada na maioria dos estudos, bem como o papel protetor da atividade física contra o desenvolvimento da sarcopenia. Nunes et al (2016) realizaram um teste de 1 repetição máxima (1RM) para avaliar a força muscular em cada exercício. Antes do teste de 1RM, todos os voluntários compareceram a um período de familiarização de 1 semana com baixas cargas para aprender as técnicas de exercício. Após essa semana, foram realizadas três sessões em dias não consecutivos da familiarização com o teste de 1RM e, posteriormente, o teste de 1RM também foi realizado. A carga utilizada como peso máximo foi o peso do último exercício realizado com sucesso (amplitude total de movimento) pelo indivíduo.

Três a cinco tentativas foram usadas para determinar a carga máxima. Hoffmann et al (2016) atestaram por meio da realização de um programa de exercícios de resistência progressiva que a qualidade muscular das extremidades inferiores aumentou significativamente. Inicialmente foi realizada uma fase adaptação de 4 semanas, utilizando baixa resistência externa (1 série de 15 repetições). A intensidade do exercício foi progressivamente aumentada pela adaptação da resistência do elástico. Foram avaliados dois grupos, em que um deles também utilizou suplementação. As reuniões aconteceram duas vezes por semana, durante 60 minutos. A proteção contra sarcopenia deve-se ao aumento da velocidade da marcha, equilíbrio e atividades da vida diária em idosos frágeis; melhora da mobilidade e incapacidade física.

Porém, os autores alertaram para o fato de que o método de aquisição dos dados sobre atividade física variam entre os estudos: algumas pessoas realizavam tarefas domésticas regulares, jardinagem ou faziam uma atividade ocupacional envolvendo o transporte de objetos leves ou pesados, andavam ocasionalmente, faziam natação lenta, jogavam tênis de duplas, voleibol, faziam exercícios vigorosos como corrida, escalada, ciclismo rápido, natação rápida, futebol, basquete, pular corda, squash e tênis individual. Neste estudo, o fato de terem sido usados muitos métodos diferentes para diagnóstico da sarcopenia, resultou em aumento do risco de viés. Outra fraqueza relatada foi a não inclusão de análises de subgrupos, pois havia poucos estudos para a criação de subgrupos de acordo com a sarcopenia ou várias atividades físicas diferentes, assim como o equivalente metabólico da tarefa (MET).

Por fim, os autores usaram apenas quatro bases de dados e os termos "sarcopenia" e "atividade física" podem não ter revelado 100% das pesquisas nessa área. Montoro et al (2015) realizaram uma revisão sistemática sobre treinamento em plataforma vibratória (PV). Concluíram que o treinamento em PV parece ser seguro, adequado e efetivo no treinamento de força na população idosa, porém com resultados semelhantes ao exercício de resistência convencional. Este método apresenta como vantagens a facilidade de poder ser realizado em casa e pode ser uma opção aos exercícios de resistência convencionais principalmente para idosos que não pode fazê-los por alguma limitação física. Todos os estudos avaliados apontaram que o treinamento em PV pode ser eficaz no tratamento e prevenção de sarcopenia.

Corroborando os achados encontrados por Montoro et al (2015), Wei et al (2016) realizaram um programa de treinamento em PV, com 12 semanas de PV e 12 semanas de acompanhamento. DISCUSSÃO Os exercícios resistidos têm como sinônimos treinamento com pesos, musculação, treinamento contra resistência e treinamento de força. Comumente, são usados para sua prática pesos livres como halteres, barras, anilhas e equipamentos. Todos os termos para exercícios resistidos referem-se à realização de contrações musculares contra alguma forma de resistência. Este tipo de exercício tem sido bastante indicado para diferentes populações, para pessoas jovens, ou idosas, com ou sem doenças relacionadas (PRUDENCIATTO et al, 2015). Após 6 meses orientando séries de exercícios de resistência em casa, Maruya et al (2016) identificaram que a intervenção melhorou a posição em uma perna e a força de extensão do joelho.

No entanto, no grupo sarcopenia a massa esquelética apendicular e massa magra da perna, assim como a capacidade vital forçada foram aumentados. Além disso, foi possível comprovar que este tipo de exercício pode melhorar a capacidade vital forçada em pacientes com sarcopenia. Por outro lado, não houve alteração significativa da massa muscular nos indivíduos com sarcopenia. Talvez o aumento da intensidade e da duração do exercício em pacientes com a síndrome possa melhorar o aumento da massa muscular. Os autores afirmam ainda que: Sujeitos com sarcopenia precisam de exercícios aeróbicos, mas também precisam de exercícios de resistência para aumentar a massa e força muscular. Watanabe et al (2015) identificaram em seu programa de intervenção, que exercícios utilizando apenas o próprio peso corporal que compõe exercícios de resistência com lentidão, o movimento e o exercício pliométrico, podem melhorar a função física em idosos, mesmo com séries únicas para cada exercício.

No entanto, não houve efeito hipertrófico muscular aumentado. Tentativas adicionais, como aumentar o desempenho de vários conjuntos, seriam necessárias para induzir hipertrofia muscular. O teste de 1RM realizado por Nunes et al (2016) permitiu concluir que para aumentar a força muscular, o volume tradicional de três conjuntos de teste de resistência já seria suficiente. O treinamento em plataforma vibratória (PV) abordados por Montoro et al (2015) e Wei et al (2016), apresenta-se satisfatório no tratamento e prevenção de sarcopenia, porém, os estudos incluídos sobre o assunto não nos permitiram conclusões mais detalhadas. Da mesma forma, exercícios como a marcha nórdica e o treinamento em plataforma vibratória também apresentaram resultados positivos em relação ao tratamento da sarcopenia.

REFERÊNCIAS CRUZ-JENTOFT, A. J. et al. Sarcopenia: revised European consensus on definition and diagnosis. J. Invited review: aging and sarcopenia.  Journal of applied physiology, v. n. p. jun. HOFMANN, M. et al. Effects of elastic band resistance training and nutritional supplementation on muscle quality and circulating muscle growth and degradation factors of institutionalized elderly women: the Vienna Active Ageing Study (VAAS).  European journal of applied physiology, v.  Journalofclinical medicine, v. n. p. MALAFARINA, V. et al. NUNES, P. R. P. et al. Effect of resistance training on muscular strength and indicators of abdominal adiposity, metabolic risk, and inflammation in postmenopausal women: controlled and randomized clinical trial of efficacy of training volume.  4, p. MORLEY, J. E. et al. Sarcopenia. OSSOWSKI, Z. M. et al. Effects of short-term Nordic walking training on sarcopenia-related parameters in women with low bone mass: a preliminary study.

 Clinicalinterventions in aging, v. D; JOSA, M. G. Exercícios de resistência no tratamento e prevenção da sarcopenia em idosos.  Revisão Sistemática Gerokomos , v.  29, n.  Clinicalinterventions in aging, v. p. WATANABE, Y. et al. Effect of resistance training using bodyweight in the elderly: Comparison of resistance exercise movement between slow and normal speed movement.

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