ANÁLISE TEÓRICA SOBRE O USO DE IMAGENS EM LIVROS DIDÁTICOS DE HISTÓRIA

Tipo de documento:Dissertação de Mestrado

Área de estudo:História

Documento 1

O Jaques Le Goff em suas pesquisas tem apresentado certo grau de valorização do trabalho de pesquisa e estudo com utilização das fontes iconográficas sobre uma perspectiva de que se deve está atento na forma como estão sendo realizadas as interpretações sobre a historiografia humana. As imagens presentes nos diversos livros didáticos tem o valor de monumentos na construção do saber histórico, pois apresentam sensivelmente na sua forma de visualizar a produção de acordo com sua época. A visão sobre as imagens precisa ser bastante ampla, pois a ideia de que existem ilustrações no livro apenas para ornamentar as paginas e apresentar um cenário mais prazeroso no momento de estudar está infundado visto que estas estão no livro didático com a função de complementar e acrescentar conhecimentos de acordo com cada conteúdo abordado.

A transmissão das informações pode apresentar-se por meio das fontes históricas iconográficas que traz consigo valores humanos e a visão de mundo dos autores dos livros didáticos, sendo fundamental que docentes e discentes identifiquem na leitura dessas imagens uma realidade histórica. As diversas formas de leitura presentes nos livros didáticos materializam os diferentes tipos de conhecimentos pelas opções de interpretações através do material escrito ou pelas imagens. O hábito de realizar leitura de imagens apresenta-se como uma realidade muito comum devido à contribuição das diversas maneiras de se comunicar com a tecnologia que desenvolve a prática de leitura rápida que impressiona pela velocidade com que se consegue captar as informações principais propostas. A sociedade vivencia uma realidade de avanços na produção capitalista que tem ocasionado em decréscimo das experiências de vida diante do sentimento profundo em relação à sociedade e ao indivíduo.

A educação no espaço escolar necessita cultivar a importância da utilização de imagens nos livros didáticos é indiscutível diante da realidade da iconográfica comunicativa. As tecnologias que permitem as impressões das fotografias e registrar fielmente a realidade demonstrada têm um novo tempo histórico e assim tornou-se necessário adaptam-se as representações como instrumentos comunicativos, sendo que para boa parte da sociedade é possível à compreensão pelo método visual como forma de facilitar as vivencias e interpretações da realidade humana. As imagens representam uma forma pela qual os conhecimentos adquiridos no cotidiano servem para o mundo, sendo que essa realidade de uma sociedade imagética foi construída ao longo do tempo no ocidente. Na sociedade contemporânea somos fortemente influenciados pela mídia que busca desenvolver no homem o consumismo e uma educação onde a imagem apresenta-se com tanta importância que até mesmo o nível de aparência da impressão pode modificar a compreensão da mesma, uma vez que nos livros didáticos as ilustrações são alteradas para atender a necessidade do autor e em algumas situações a imagens originais é recortada para se deixar somente o foco almejado na medida em que cada conteúdo é apresentado ou ainda existe realidade em que as iconografias são redesenhadas para atender a necessidade do autor e da editora.

Na realidade das instituições escolares é possível verificar diversas filosofias de ensino, porém as formas como são apresentadas as pinturas estão fundamentadas em bases de interpretação que tenho trabalhado nesta dissertação, pois as iconografias são expressões a realidade em que o ser humano está inserido e, portanto no trabalho com imagens os autores sempre as usam as ilustrações para confirmar seus pensamentos e interpretações referentes ao tema em exposição. As imagens presentes nos livros didáticos estão articuladas e são apresentadas nesta dissertação por meio de analise que se baseia nas ilustrações iconográficas que são reproduzidos para fins didáticos conforme se apresenta nesta pesquisa. As diversas formas de pinturas, gravuras e desenhos nos livros assumem características estáticas, portanto como uma representação imagética são prioridade neste trabalho temos de compreender que está são moldadas para cada situação histórica.

A comunidade contemporânea vem tentando no estudo teórico referente à construção do material educacional com ênfase nos da disciplina de História perceber e compreender as fontes iconográficas para uma reflexão que mesmo as imagens apresentando-se como estáticas nos livros elas podem repassar bastantes interpretações, pois o estudante ao observá-la mesmo induzido pelo texto terá percepções diversificadas, visto que dependendo do nível de compreensão cultural de cada indivíduo é provável que desenvolva um entendimento novo sobre a imagem apresentada pelo livro didático. A presença de obras de artes que tem um referencial para compreensão de determinado conteúdo histórico com destaque no cenário da história do Brasil se tornou bastante comum e por isso focalizei no estudo das imagens que estão constantemente nos livros didáticos.

Neste trabalho dissertativo me voltei a identificar os pintores e artistas que se voltam para produção de materiais iconográficos para os livros didáticos escolhidos pelo Programa Nacional do Livro Didático (PNLD) observando as intensidades que estas imagens tem se apresentado no contexto histórico brasileiro. As imagens desses artistas estão constantemente na abertura dos capítulos e seções dos livros didáticos direcionados aos fatos históricos da realidade cotidiana brasileira ao longo do tempo. Essas imagens estão compartilhadas em diversos livros que são aprovados pelo PNLD e assim uma mesma fonte iconográfica enquadra-se dentro do programa educacional de editoras diferentes adaptando-se apenas tamanho e qualidade do material além da posição dentro do projeto. A educação brasileira vivenciou no contexto histórico bastante às transformações nos métodos de se apresentar os conteúdos numa visão educacional com base nas estruturas construídas pelo livro didático no século XX onde varias imagens tem assumido posição de destaque em todas as edições do mesmo nível de ensino e repetindo-se até mesmo em outras modalidades de ensino.

O trabalho deve ser estudado para aproximar e garantir uma metodologia que trabalhe de forma significativa as pinturas que podem ser destacadas como no renascimento italiano ou ainda obras da escravatura no Brasil que são trabalhadas com técnicas varias e com destaque para as artes plásticas e passa a ser suporte pedagógico. A partir das imagens utilizadas por Panofsky tenho o objetivo neste trabalho de interpretar essas iconografias de maneira que possa rever as pinturas gráficas nos livros didáticos e dessa forma utilizar essas representações na História da arte como instrumento para colocar as ações didáticas em prática nas instituições públicas do país. A atividade com imagens necessita está sendo constantemente refletido e fundamentado em seu tempo histórico e cronológico e assim Panofsky utilizou a metodologia de dividi em três níveis a sua analise da obra de arte, sendo a seguir conceituada: Análise da obra Santa Ceia de Leonardo da Vinci 1- O significado chamado primário e natural, de certo modo óptico.

Consiste na identificação das puras formas a serem descobertas e detalhadas – po exemplo: um conjunto de treze pessoas reunidas em torno de uma mesa para uma refeição. – O significado secundário ou convencional. Os diversos movimentos que aconteceram no continente europeu no século XX, que debatia sobre as diversas possibilidades de ensino direcionado aos docentes e discentes na busca pelo desempenho da autonomia no ensino-aprendizagem. A proposta pedagógica baseada no positivismo que defende a ideia de que se tem domínio sobre o conhecimento e esses não podem ser contestados e a realidade apresenta-se como verdade absoluta. A escola dos Annales apresenta-se como uma metodologia que preza pela diversificação dos estudos a partir das diversas fontes históricas, sendo que o ensino-aprendizagem passou a vivenciar na forma de se relacionar com base nas imagens que proporciona uma nova maneira de lecionar os conteúdos de história.

Em 1978, grandes teóricos da escola dos Annales lançaram a História nova, por conta da publicação de um manifesto, em forma de ensaio, redigida pelo historiador Jacques Le Goff, o qual expandiu ainda mais esses estudos. De acordo com Giulia Crippa, a Primeira Grande Guerra, no início do século XX, derrubou o sistema de crenças construído ao redor da Ciência e do conhecimento racionalizado. A interpretação referente Iconografia no remete a definição grega que diz ser “escrita da imagem”, ou seja, podemos considerar uma análise sobre o ambiente que está em nossa volta. “A iconografia é, certamente, uma fonte histórica das mais ricas, que traz embutida as escolhas do produtor e todo o contexto no qual foi concebida, idealizada, forjada ou inventada.

Nesse aspecto, ela é uma fonte como qualquer outra e, assim como as demais, tem que ser explorada com muito cuidado. Não são raros os casos em que elas passam a ser tomadas como verdade, porque estariam retratando fielmente uma época, um evento, um determinado costume ou certa paisagem”. PAIVA, 2002, p. As iconografias tem um grande pode de persuasão em uma realidade histórica que desenvolve está função em varias épocas com destaque para atuação sobre a religião, por exemplo, até metade do século VI da história humana. As imagens traduziam as palavras sagradas e eram lidas como se fossem elas para os fiéis cristãos analfabetos. Por isso chamá-las, hoje, de pedagógicas, isto é, de representações que eram dadas a ler e que ensinavam, dogmaticamente, sobre a história, sobre os homens, sobre o mundo, sobre Deus e sobre o paraíso celestial.

PAIVA, 2002, p. As pessoas no meio social eram repreendidas pela igreja com o emprego das imagens no cotidiano, sendo que essas iconografias tinham a função educativa para os fieis que não possuía domínio sobre a leitura e escrita, pois pela percepção visual a sociedade compreendia os ensinamentos religiosos. O Brasil se transformou mais uma vez no período dos séculos XVII e XX com o desenvolvimento da economia mineradora que movimentava tanto as vilas como a zonal rural com a chegada de pessoas de vários países europeus que almejavam trabalhar no Brasil e assim proporcionou uma sociedade mestiça. As imagens se apresentam como importante para transmitir a realidade vivenciada por um povo em determinado período. O período da mineração no Brasil deixou muitas transformações que somente ficaram registradas nas iconografias para serem estudadas e compreendidas a forma como viveram essa sociedade e de maneira construíram seus costumes.

A população brasileira vivenciou a realidade que durante a economia mineradora surgiu nos artistas a ideia de retratar nos desenhos e pinturas as diversas relações em sociedade e suas produções econômicas e culturais. O povo brasileiro embora convivesse com uma expressiva miscigenação deparava-se com uma constante descriminação referente ao negro e ao índio, pois havia a presença do preconceito. Na vida em sociedade é importante guardar os vestígios históricos, pois o povo que não tem suas memórias registradas como patrimônio está aos poucos confirmando que não tem conhecimento de quem realmente são eles mesmos, sendo que para construir e apresentar em livros didáticos a organização social de um povo é preciso ter algo escrito ou vestígios visuais que comprovem a realidade vivida e a História da humanidade tem utilizado em cada tempo histórico formas de proteger os patrimônios e memórias sociais.

No estudo de história as memórias dos processos históricos são primordiais nos livros didáticos e fortalecidas nas iconografias, pois se acredita o aluno é despertado para estudar a sua própria história compreendendo-a no passado, presente e futuro quando este desenvolve a habilidade de entender a memória como algo prazeroso e dinâmico na construção da historiografia humana. Algumas memórias não foram escritas, porém ao se deixar uma fonte iconográfica dos mais variados tipos que seja marcas em rochas, desenhos, pinturas, mapas e entre outros estamos garantindo o poder de fundamentação para construção da história, sendo que no passado as diversas civilizações deixaram-nos estes vestígios sendo muitas vezes de forma involuntária visto que eles mesmos não saberiam que em determinado tempo histórico alguém utilizaria estas marcas como patrimônio essencial para registrar as memórias históricas.

Na obra História e Memória de Jacques Le Goff ele fala sobre a memória fazendo referencia de Leroi­Gorhan para fundamenta a importância da mesma na construção da história e assim confirma também a utilização de iconografia na montagem dos eventos vividos pelas diversas civilizações ao longo do tempo. Não é uma propriedade da inteligência, mas a base, seja ela qual for, sobre a qual se inscrevem as concatenações de atos. É necessário “meditar com frequência no que se deseja recordar”. É por isso que Aristóteles diz que “a mediação preserva a memória, pois “o habito é como a natureza”. LEGOFF apud TOMÁS DE AQUINO, 2003, p. Na colocação do autor é possível entender que as imagens têm forte influencia sobre a memória humana, sendo que a História cresce dentro desta e alimenta na buscar de salvar o passado servindo a historiografia e fortalecendo o presente e futuro onde a liberdade deve florescer com objetivo de construir uma sociedade democrática com posições critica e reflexivas, portanto o material que utilizamos em sala de aula com os alunos devem não apenas confirmar a realidade apresentada pelo autor, mas gerar questionamentos que possam desafiar a historiografia exigindo que seja fiel aos fatos em determinados tempos histórico e respeitando os verdadeiros patrimônios da humanidade.

O conhecimento histórico necessita dos documentos para concretizar os fatos vivenciados, sendo importante ressalta que a memória de um povo está registrada pelos vestígios deixados que para o estudo de história assumam a posição de patrimônio cultural e assim para fortalecer esse conhecimento pelo mundo além dos documentos escritos é importante ter imagens da historiografia patrimonial. Paisagens e telhas. Com as formas do campo e das ervas daninhas. Com os eclipses da lua e a atrelagem dos cavalos de tiro. Com os exames de pedras feitos pelos geólogos e com as análises de metais feitas pelos químicos. Numa palavra, com tudo o que, pertencendo ao homem, depende do homem, serve ao homem, exprime o homem, demonstra a presença, a atividade, os gostos e as maneiras de ser do homem.

A formação é hoje uma das maiores dificuldade que disparam no campo da educação no Brasil. LEITE, OSTENTTE, 2006, p. Os indivíduos não conseguem interpretar os patrimônios históricos sem uma base conceitual, portanto os livros didáticos estão organizados com ilustrações dos principais meios para concretizar o conhecimento proposto pelos relatos escritos, sendo importante observar que grande parte das iconografias presentes nos livros apresenta uma realidade positivista. As escolas como espaço de construção do conhecimento devem utilizar os livros didáticos como suporte para interpretar os patrimônios históricos, tornando possível desenvolver nos estudantes habilidades pedagógicos de compreensão do contexto da historiografia e analise das iconografias que em sua maioria são partes integrantes do acervo patrimonial da humanidade, portanto objetiva-se criar nos alunos o senso crítico referente ao conhecimento apresentado.

As transformações na sociedade têm provocado profundas alterações na forma de se estudar a história, pois diante do mundo globalizado e volta para uma cultura imagética tem se buscado métodos de ensino que proporcione no aluno uma compreensão rápida da mensagem histórica, porém ainda existe uma deficiência no processo formativo dos professores, visto que a condução da intepretação das imagens históricas de acordo com o conteúdo necessita domínio do docente em relação à temática, mas ainda encontramos muita deficiência neste trabalho, mesmo com a frequente presença do material presente nos livros didáticos. Os livros didáticos estão organizados de forma a direcionar os gostos ilustrativos e ideológicos voltado para desenvolver uma educação com padrões estéticos europeus e que alimentam prioritariamente o acervo iconográfico com patrimônios históricos que enriquece a ideia de historiografia defendida pelos autores europeus.

A presença das imagens nos livros didáticos motivam os indivíduos a criar uma estética educacional que confirmam a importância de construir memórias visuais a partir dos documentos ou patrimônios históricos que contribui para uma ideia histórica tradicional de resistência ligado aos bens culturais de determinadas civilizações. As fontes iconográficas apresentam-se proporcionando aos estudantes iniciarem uma reflexão que levem a compreender as representações das obras de artes e patrimônios culturais ou históricos de acordo com o gosto trabalhado pelos autores e historiadores que colaboram para uma estética com objetos da cultura que trás um padrão de beleza. Para que o docente leve seu aluno a um raciocínio crítico e de posicionamento a partir das imagens visuais.

Os diversos profissionais da educação tem chamado a atenção para o estudo dos patrimônios históricos de forma reflexivas e ordenadas dentro do tempo cronológico no caminho para ordenar, ampliar e vencer as perspectivas históricas diante das ações humanas ao longo do tempo. São também os que se produzem no presente como expressão de cada geração, nosso “Patrimônio Vivo”: artesanatos, utilização de plantas como alimentos e remédios, formas de trabalhar, plantar, cultivar e colher, pescar, construir moradias, meios de transporte, culinária, folguedos, expressões artísticas e religiosas, jogos etc. GRUNBERG, Evelina 2007 p. A educação patrimonial utiliza-se de metodologias diferenciadas para ensinar e aprender os patrimônios culturais em um sistema educativo que preza pelas manifestações dos indivíduos no meio histórico e social, sendo, portanto muito presente em registos imagéticos nos livros didáticos de historia.

As transformações nos livros didáticos de história tiveram inicio nos anos 1980, sendo um período onde as influencias tecnológicas estiveram presentes como recursos editoriais que facilitaram e tornaram mais rápido o processo para finalizar os detalhes de ilustrações. No principio dos anos 2000 as características dos livros didáticos sofreram novamente alterações, principalmente dentro dos capítulos que passaram a ordenar os conteúdos e sugerir atividades que se apresentavam como proposta pedagógica no processo histórico. Os textos de caráter críticos foram colocados de forma a dividir os espaços com as fontes históricas complementando a historiografia tradicional. O trabalho de exploração das imagens tem uma função de avaliar como está a compreensão do estudante, portanto a colocação estratégica das ilustrações colabora com o trabalho pedagógico do professor, pois este deve instigar o aluno a refletir os patrimônios históricos numa realidade em que este está inserido.

Ensino de História com imagens no livro didático Na minha pesquisa de analise do livro de didático com foco nas iconografias enquanto documentos históricos possuidora de dialogo teórico e metodológico interpretado com base nos relacionamentos históricos e culturais, tendo como direcionamento a compreensão da cultural presente nas escolas e de que maneira este material colabora com o ensino e aprendizagem na sala de aula. As características singulares do livro de didático concentram-se no tipo de leitura proporcionada no ambiente escolar, que em diversas situações aplicam uma metodologia pedagógica própria da escola eliminando a ideia de que o sistema de práticas pedagógicas do próprio livro seja predominante. “O ato de estudar os livros didáticos pressupõe o entendimento de relações mais gerais, pois são documentos didáticos que representam espaços de memória, sendo objetos dependentes do tempo, do espaço e da disciplina que estes trabalham CHOPIN (2000, p.

No entanto, os dois modos de elaboração e transmissão de mensagens, o visual e o linguístico, comparecem juntos na construção de significados propostos pela página impressa. numa página com desenho mais complexo, que combina texto, imagens e outros elementos gráficos, parece mais evidente seu caráter visual e que sua leitura não é exclusivamente linguística. Como são grandes as possibilidades de combinação bem como, a variedade e a característica que pode ter cada elemento desenho de letras, estilo das ilustrações e fotografias, usa de cores, organização espacial, etc. a possibilidade de significados comunicados visualmente parece bem maior, e efetivamente é. Por exemplo, o arranjo de elementos que identificam uma publicação com um grupo de leitores com interesses comuns, ou o que predispõe afetivamente para a leitura, criando o ―clima‖, ou o ―cenário gráfico‖ para a recepção do conteúdo textual que pode ser válido.

Ora sorrindo, ora com expressão angustiada, enxugando o rosto redondo, exortava as pessoas com amplos gestos. Mandei essas fotos a vários jornais ilustrados europeus sob o inofensivo título: Instantâneos da Bolsa de Paris. Algum tempo mais tarde, recebi recortes de um jornal belga, e qual não foi minha surpresa ao ver minhas fotos em uma manchete que dizia: Alta na Bolsa de Paris, as ações alcançam preços fabulosos. Graças aos subtítulos ardilosos, minha inocente reportagem passava a ter o sentido de um acontecimento financeiro. Minha surpresa quase me sufocou quando vi alguns dias mais tarde, as mesmas fotos em um jornal alemão, desta vez com o título Pânico na Bolsa de Paris, perdem-se fortunas, milhares de pessoas arruinadas.

p. O trabalho com imagens tem como fundamentos desenvolver a interpretação da realidade apresentada criando um ambiente de estudo prazeroso e, portanto motivador. As ilustrações fotográficas podem trazer consigo um contexto a ser compreendido ou pode assumir a função sem fins de intencionalidade interpretativa e formadora de conceitos predefinidos. As imagens como documentos históricos se consolidou ao longo do tempo de forma bastante lenta, mais gerou concepções pedagógicas que se confirmaram com base nos interesses dos pesquisadores e que fortaleceram algumas imagens como patrimônios históricos relevantes, sendo assim utilizado com maior frequência em determinados contextos da historicidade. O estudo da importância das imagens nos livros didáticos é um tema de grande relevância no cenário educacional local, tendo em vista que em várias situações encontram-se docentes e discentes que desconsideram a utilização dessas ilustrações com fins pedagógicos.

Nos livros o estudo da antiguidade, por exemplo, apresenta um entendimento das imagens faz referencia a valores afetivos onde se expõe o sentimento religioso, pois são comuns as ilustrações de momento onde as pessoas cultuam suas divindades assim é presente os rituais em memória aos mortos em diferentes civilizações. Este trabalho está focado na comprovação da importância de se considerar as imagens como patrimônios históricos e fundamentais para concretização do processo de ensino e aprendizagem que os livros didáticos de histórias aprovadas pelo Programa Nacional do Livro Didático disponibilizam aos estudantes da educação básica brasileira, portanto está discussão mostra que as ilustrações trás mensagens que podem ser induzidas ou interpretadas conforme condução do docente, contudo sabe-se que as legendas explicativas das iconografias exercem forte influencia sobre a compreensão da realidade histórica apresentada e podem sofrer alteração de entendimento caso os editores e autores venham a colocar textos escritos como legenda que não fortaleça as verdades por eles defendidas.

A história precisa contar com a presença das imagens nos materiais de estudos, pois estes têm funções que vão muito além de somente embelezar as paginas dos livros. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENJAMIN, Walter. Obras escolhidas III. Papirus, 1996. CHOPPIN, Alain. Pasado y presente de los manuals escolares, traducido por Miriam Soto Lucas. In Berrio, Julio Ruiz (ed), La cultura escolar de Europa. Tendências históricas emergentes. São Paulo, 2008-2009. Disponível em: <https://www. fe. unicamp. br/revistas/ged/FEH/article/viewFile/6298/5195> Acesso em 10 janeiro de 2019. São Paulo: Papirus, 2006. LE GOFF, Jacques. História e Memória. ª ed. São Paulo: Unicamp, 2003. Estudos em Iconologia: temas humanistas na arte do Renascimento. Trad. Olinda Braga de Sousa. Lisboa: Estampa. SALIBA, Elias Thomé. jun. SONTAG, Susan.

Imagem. Caderno Mais Folha de São Paulo, 05 de Março de 2000. STAMATTO, Maria Inês Sucupira.

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