AS FUNÇÕES DO TELHADO VERDE NO MEIO URBANO, NO CONTROLE E NO PLANEJAMENTO DA TEMPERATURA DOS EDIFÍCIOS

Tipo de documento:Apresentação

Área de estudo:Engenharia civil

Documento 1

Me. Jaime Hidalgo _______________________________ Prof. Me. Ricardo Francis _______________________________ Prof. Me. Em meio a este contexto, o telhado verde surge como uma solução construtiva de extrema importância, para a melhoria das condições de conforto e de desempenho térmico das edificações. Sendo assim, o presente trabalho de pesquisa tem como objetivo principal demonstrar que esta tecnologia pode reduzir a temperatura das edificações e ilhas de calor das grandes cidades. A metodologia utilizada consistiu no levantamento bibliográfico e no estudo de caso de um sistema de telhado verde implantado no município de Petrópolis. Os principais resultados demonstraram. Concluindo que. The methodology consisted in bibliographical survey and case study of a green roof system deployed in the city of Petrópolis. The main results showed… Concluding that.

Key-words: Green roof; Heat island; Thermal Comfort; Thermal Transmittance; LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Os pilares do Planejamento Urbano Sustentável 12 Figura 2 – Carta bioclimática de Giovani (adotada para o Brasil) 14 Figura 3 – Diagrama bioclimático Rio de Janeiro 15 Figura 4 – Níveis da Construção Sustentável 18 Figura 5 – Edificação Vikings 20 Figura 6 – Perfil da Ilha de Calor Urbana 24 Figura 7 – Aspecto da Ilha de Calor 25 Figura 8 – Ilhas de Calor da região central de São Paulo 25 Figura 9 – Visão infravermelha da cobertura do Chicago City Hall 29 Figura 10 – Telhado verde do Edifício Conde Matarazzo 30 Figura 11 – Camadas constituintes do sistema de telhado verde 33 Figura 12 – Representação gráfica dos tipos de telhados 35 Figura 13 – Telhado verde extensivo construído em Michigan 36 Figura 14 – Telhado verde extensivo do edifício Schulumberger 37 Figura 15 – Telhado verde semi-intensivo do Hotel Firmount 38 Figura 16 – Telhado verde intensivo 39 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Classificação de Telhados Verdes 34 SUMÁRIO 1.

INTRODUÇÃO 9 2. TÍTULO) 10 2. Isolamento Acústico 30 2. Benefícios Econômicos 30 3. COBERTURAS VERDES 31 3. Tipologia 32 3. Extensivos 34 3. Camada de isolamento térmico 44 3. Normas e Legislações 44 4. METODOLOGIA 47 4. Estudo de Caso 47 5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 47 6. Desta forma, o presente trabalho tem como objetivo principal demonstrar que o telhado verde pode diminuir a temperatura dos edifícios e das ilhas de calor das grandes cidades, por meio do estudo de caso de uma obra de telhado verde localizada no condomínio Quinta do Lago, município de Petrópolis, estado do Rio de Janeiro. Neste estudo foram calculados os valores de transmitância térmica da cobertura verde e duas coberturas convencionais, visando demonstrar o seu desempenho por meio do estudo comparativo. TÍTULO) 2. Bioclimatologia e planejamento urbano sustentável O crescimento acelerado e desordenado, pós Revolução Industrial, foi responsável, ao longo dos anos, por promover o desequilíbrio de ecossistemas urbanos, reduzindo drasticamente a qualidade do ambiente urbano e a capacidade de suporte dos sistemas ambientais, acarretando, entre outros fatores, a perda da qualidade de vida nas grandes metrópoles.

Uma vez que, este desenvolvimento não vem sendo acompanhado de investimentos em infraestrutura urbana, saneamento, saúde e educação, principalmente, nos centros urbanos, que tendem a abrigar, cada vez mais, uma quantidade superior de habitantes (VEIGA, 2010). Além disso, são consideradas as mudanças climáticas e a aplicação de novos conceitos de adensamento e expansão, de forma a reconceitualizar os sistemas urbanos existentes, promovendo uma distribuição de infraestrutura mais compacta, dotada de uso do solo misto e com diversos núcleos urbanos (descentralizados) (FERREIRA, 2016). Neste conceito, o modelo conceitual do planejamento sustentável sintetiza três pilares (energia e materiais, água e biodiversidade, planejamento urbano e transporte), onde inclui-se sistemas que visem a não emissão de gases (consumo de combustíveis fósseis) e geração de resíduos, bem como a reengenharia dos bairros, como demonstra a Figura 1 (FERREIRA, 2016).

Fonte: FEREIRA (2016, p. Outro conceito que pode ainda estar associado ao planejamento sustentável corresponde a “resiliência urbana”, definida como a capacidade das cidades de enfrentar, resistir, absorver e adaptar-se a eventos devastadores e reduzir minimamente os seus danos (CAMPANELLA, 2006). Para o correto planejamento, que alie os centros urbanos ao uso racional de recursos, não basta que sejam estabelecidos programas de preservação ambiental, mas, também, condições para que os municípios tenham uma rápida recuperação perante um evento desastroso, incorporando assim, conhecimentos de vulnerabilidade e riscos, aos quais a população se encontra exposta. Esta carta foi elaborada e apresentada por Givoni, construída sobre o diagrama psicométrico (Figura 2), que relaciona a umidade relativa, pelas temperaturas de bulbo seco e úmido, e pela razão da umidade apresentada em um determinado local, que torna possível identificar os tipos de estratégias possíveis de serem adotadas.

Fonte: FELICE JUNIOR (2015, p. Nesta carta, como pode ser observada na figura acima, são identificadas nove zonas de atuação, sendo: zona de conforto, ventilação natural, ar condicionado, inércia térmica para resfriamento, umidificação, resfriamento evaporativo, inércia térmica para aquecimento, aquecimento solar e aquecimento artificial. Atualmente, há uma série de programas computacionais que recolhem dados destas variáveis e geram cartas bioclimáticas, de acordo com a metodologia de Givoni e que, também, aceitam a inserção de dados manuais de uma localidade que não faça parte da lista de municípios analisados pelo INMET. No município do Rio de Janeiro, por exemplo, o diagrama bioclimático é expressado por meio da Figura 3 (SANTOS, 2012). A dimensão ambiental busca e exige o equilíbrio, bem como a proteção do ambiente físico e de seus recursos.

Já a dimensão social exige e requer a construção de uma sociedade justa perante todos, que possam vir a proporcionar desenvolvimento humano e um nível, no mínimo, aceitável de qualidade de vida (ALMEIDA, 2004). Sendo assim, o desenvolvimento sustentável constitui uma ferramenta capaz de possibilitar o crescimento econômico contínuo, a partir da utilização racional de recursos naturais, bem como do uso de tecnologias mais eficientes e menos poluentes. Além disso, representa um projeto social e político, que objetiva aumentar a qualidade de vida e satisfazer as necessidades básicas da humanidade (CURI, 2011). Sendo extremamente importante para ser compreendido e aplicado quando possível (VIEIRA, 2014). Em 1999, foi elaborada e publicada pelo CIB (The International Council for Research and Innovation in Building and Construction) e UNEP-ITC (United Nations Environment Programme International Environmental Technology Centre), uma agenda para o setor da construção civil, a qual foi nomeada como “Agenda 21 para Construções Sustentáveis” (Agenda 21 on Sustainable Construction) (DEGANI, 2003).

A agenda foi responsável por apresentar e discutir os desafios da construção civil que devem ser superados para alcançar assim, o desenvolvimento sustentável de suas práticas e produtos, com ênfase em aspectos sociais (GEHLEN, 2008). O objetivo deste documento foi propor uma estratégia de ação para a construção sustentável em países em desenvolvimento, apresentando o escopo e as recomendações necessárias a serem aplicadas (KEELER; BURKE, 2015). As distinções entre os aspectos sociais, econômicos e ambientais, foram divididas em três pontos: materiais e componentes, edificação e meio ambiente interno, e meio ambiente urbano (BAKENS, 2003). Esta publicação, também, evidenciou que a indústria da construção civil representa o setor que mais consome recursos naturais e provoca impactos sobre o meio ambiente, além de utilizar recursos energéticos de forma intensa (MMA, 2012).

A tecnologia do telhado verde como um instrumento funcional as edificações e a sociedade, têm origem em diferentes regiões do mundo (WILLES, 2014). Por esta questão, é possível observar traços de coberturas verdes na era dos Vikings, que consistiram em importantes construtores destes sistemas, de acordo com os primeiros registros que datam cerca do ano de 1000 D. C (SILVA, 2016). Nesta época, as residências eram compostas com pedras e madeiras locais, onde seus telhados eram cobertos por vegetação gramínea, a qual atuava na função de isolante térmico, de proteção e de camuflagem natural (LIRA, 2017). De acordo com Rodriguez (2006), o princípio de construção da cobertura na Escandinávia, portanto, consistia na instalação de pesadas vigas de madeira, intercaladas com cascas de árvores, que atuavam na impermeabilização do telhado.

Estas pesquisas foram, inicialmente, fundamentais para o entendimento da tecnologia de coberturas verdes, constituindo uma importante ferramenta ao desenvolvimento sustentável de áreas urbanas (WILLES, 2014). E possibilitaram o surgimento de vários materiais, como: os inibidores de raízes (PECK, 1999). Com isso, no início dos anos 80, começaram a ser publicadas, na Europa, pesquisas direcionadas a estes temas, principalmente, na Alemanha, que constitui uma das principais fontes de bibliografia dos assuntos que envolvem os telhados verdes (WILLES, 2014). O que resultou no aumento de construções, de 15% a 20% ao ano, totalizando cerca de dez milhões de metros quadrados de telhados verdes na Alemanha até 1996 (PECK, 1996). A Alemanha foi responsável pelo desenvolvimento de telhados verdes em grande escala, inicialmente, entre 1880 a 1930, com o objetivo de promover a economia de energia em equipamentos de climatização e proporcionar o reaproveitamento da água da chuva (KOELLER, 2000).

As coberturas verdes por serem capazes de atuar como um isolante térmico, reduzem a necessidade do uso sistemas condicionantes em estações quentes (verão), bem como a necessidade de aquecimento em estações consideradas frias, caracterizadas por baixas temperaturas (BALDESSAR, 2012). No Brasil, cerca de 23% da energia total consumida no país está relacionada com as edificações residenciais, 11% as comerciais e 8% as públicas, totalizando assim, aproximadamente 42% da energia nacional. No Rio de Janeiro, por exemplo, o consumo de energia elétrica nos edifícios comerciais e públicos, chega a alcançar 50% na estação do verão, pelo uso de sistemas condicionantes, e 70% em edificações que utilizam vidro (LAMBERTS, 1997). Biodiversidade Urbana A implantação de telhados verdes na cobertura das edificações possibilita o aumento de áreas verdes e a reabilitação ecológica da área, de modo a proporcionar a recuperação das características iniciais, portanto, de origem da região.

Assim como reabilitar espaços a novas funções e proporcionar a criação de jardins (ARAÚJO, 2007). O que favorece a gestão, preservação e conservação de recursos hídricos (BALDESSAR, 2012). Ilhas de Calor A ilha de calor pode ser definida como um fenômeno climático típico das grandes aglomerações, corresponde ao aquecimento diferenciado entre diferentes regiões de um mesmo município (FERRAZ, 2012). Caracteriza-se, normalmente, por promover o aumento das temperaturas médias em áreas urbanas, que apresentam uma maior superfície construída e, consequentemente, menor presença de coberturas vegetadas (MAGALHÃES FILHO, 2006). Desta forma, passam a ser mais quentes do que outras localidades, como, por exemplo, a zona rural circundante, que se encontra sob o mesmo clima (FERRAZ, 2012). Sendo assim, de acordo com Arya (2001), a ilha de calor urbana corresponde ao acúmulo de calor nas superfícies e consequentemente, elevação da temperatura do ar sobre uma área urbana, em relação às áreas rurais ou suburbanas vizinhas, como é possível observar na Figura 6.

Pode, também, ser provocado por inúmeros fatores, como, por exemplo: 1. o aumento da temperatura em áreas urbanas. As áreas urbanas são mais quentes do que a zona rural circundante, particularmente à noite. a capacidade térmica de calor e a condutividade das superfícies urbanas que acarretam absorção da radiação durante o dia e sua liberação na atmosfera, á noite; 3. o acréscimo de calor por combustão, aquecimento do espaço e metabolismo do corpo humano; 4. Além disso, as ilhas de calor também podem ser observadas no período noturno, devido ao armazenamento de calor, durante o dia, por parte dos materiais e novos equipamentos empregados na expansão das malhas urbanas (concreto, asfaltos, telhados, entre outros) (MASHIKI, 2012). Segundo Fialho (2009), existem diversos tipos de ilha de calor, que podem ser resumidos em: atmosférica, vertical e de superfície.

A ilha de calor atmosférica representa a mais evidente no período noturno, é medida por meio da temperatura do ar em transectos móveis ou pontos fixos, leva em consideração diferença entre os tipos de uso e cobertura da terra, assim como a topografia e localização da área. Já a ilha de calor vertical, é dividida entre duas camas, nomeadas como, intra urbana e limite urbano. A camada intra urbana compreende desde a superficial até o nível dos telhados das edificações, é, geralmente, detectada em microescala. A vegetação contribui diretamente para o estabelecimento de microclimas, absorvendo energia e favorecendo assim, a manutenção do ciclo oxigênio-gás carbônico, essencial para a renovação do ar atmosférico (ARAÚJO, 2007). Desta forma, a vegetação atua no controle da radiação solar e das temperaturas do ar, contribuindo para a redução de níveis de dióxido de carbono (CO2) produzidos por veículos e indústrias (SILVA, 2011).

O alcance destes objetivos é por meio de processos como sombreamento e da evapotranspiração (SPANGENBERG, 2004). A vegetação procura minimizar a radiação solar no verão e otimizá-la no inverno, além disso, permite o aumento da biodiversidade nestes locais, atraindo pássaros e insetos (SILVA, 2011). Há, também, a redução do efeito urbano nomeado como “ilhas de calor” (ARAÚJO, 2007). Enquanto que no projeto de pesquisa de Vieira (2014), referente a comparação da variação de temperatura interna de um ambiente coberto com telhado verde e outro com telhado convencional, foi constatado que a cobertura verde foi responsável por atenuar o aumento das temperaturas internas durante o dia, quando comparado a cobertura de fibrocimento. O telhado verde apresentou uma temperatura 3,7°C menor que outro protótipo e observou-se que o cômodo revestido com a cobertura verde demorou mais a resfriar, e também, resfriou menos (VIEIRA, 2014).

Um grande exemplo da implantação de coberturas verdes pode ser observado na cidade de Chicago, que possui a maior área de telhados verdes dos EUA. A estrutura possui um ótimo desempenho térmico, atuando para a redução de temperaturas, como demonstra a visão infravermelha da cobertura (Figura 9), ficando visível a pouca retenção e reflexão de calor (LAMBERT, 2007). Fonte: Lambert (2017) Já o Brasil representa um país caracterizado por um clima tropical, propicio a implantação de tecnologias que visem estabelecer melhoria no conforto térmico, principalmente, no município do Rio de Janeiro, que possui na maior parte do ano, regiões com intensa insolação (OLIVEIRA, 2009). Nos centros urbanos, as coberturas verdes podem atuar como um filtro contra partículas de poeira e sujeira, absorvendo, também, partículas nocivas que se apresentam em forma de gás, aerossóis e metais pesados.

Os sistemas de telhados verdes promovem a remoção do nitrogênio contido na água precipitada e neutralizam o efeito da chuva ácida, assim como o impacto gerado pelo dióxido de carbono (SILVA, 2011). Sendo assim, os telhados verdes proporcionam a limpeza do ar e a manutenção da umidade relativa do mesmo, uma vez que, as partículas poluentes são retidas e ficam aderidas na superfície das folhas. Além disso, estes sistemas reduzem as superfícies pavimentas e produzem oxigênio, por meio da vegetação (GATTO, 2012). Isolamento Acústico O isolamento acústico constitui uma vantagem adicional, em que a camada de vegetação reduz o ruído por meio da absorção da energia sonora em energia de movimento e calórica (GATTO, 2012). A venda de produtos pode sustentar os gastos com a manutenção do sistema, em relação a irrigação e jardinagem (ARAÚJO, 2007).

Além disso, os custos de manutenção, reparação e reposição de elementos estruturais da edificação tendem a ser menores (ARAÚJO, 2007). COBERTURAS VERDES As coberturas verdes podem ser definidas como um sistema construtivo de cobertura vegetal, composto por diversas camadas de solo e vegetação (PALMEIRA, 2016). Este sistema é nomeado, também, como jardim suspenso, telhado verde, telhado vivo, teto verde e green roof (LIRA, 2017). Sendo assim, são caracterizados como toda e qualquer cobertura que agregue uma camada de solo, substrato ou vegetação em sua composição (CORREA; GONZALEZ, 2002). Tipologia De forma geral, há três tipos de coberturas verdes, que diferenciam entre si de acordo com tamanho (área ocupada), a composição e o sistema escolhido. A escolha e o projeto de cobertura a ser implantado deve levar em consideração a área disponível no local, a capacidade de carga da laje e para qual finalidade principal a estrutura será instalada (PALMEIRA, 2016).

Desta forma, os telhados verdes são classificados, geralmente, nas seguintes categorias, definidas como: extensivos, semi-intensivos e intensivos (PESSANHA, 2017). Esta classificação foi estabelecida pela Associação de Telhados Verdes (INGRA), responsável por determinar as características especificas de cada tipo de estrutura, com o objetivo de facilitar sua identificação, bem como aplicação, que seguem verificadas na Tabela 1. Estas características reúnem informações sobre a necessidade das práticas de manutenção e de irrigação, o peso especifico da estrutura, os tipos de espécies vegetais empregadas, a espessura vegetal, a altura do sistema, os custos e a finalidade de uso de cada sistema (SILVA, 2016). A carga estrutural para este sistema varia de 60 Kg/m² a 150 Kg/m² e, provocam impactos menores de sobrecarga sobre os elementos da cobertura, dos pilares e da fundação (VECCHIA, 2005).

Por esta questão, é mais recomendada para ser implementada em edifícios de cobertura tradicional, devido a baixa sobrecarga na estrutura (OLIVEIRA NETO, 2014). De acordo com Savi (2015), as espécies vegetais mais adequadas a este sistema são as nativas, principalmente, em locais que apresentem condições de seca. Entretanto, no Brasil, há estudos que apontam a utilização de plantas exóticas neste sistema construtivo que, também, podem vir a serem empregadas, desde que apresentem raízes menos agressivas e a necessidade reduzida de manutenção. Já segundo Silva (2011), este sistema possui como principal característica, o cultivo de plantas rasteiras de pequeno porte, aliadas a um filtro geotêxtil sintético de drenagem e retenção de umidade, a um sistema de isolamento térmico, barreira de proteção na camada da superfície.

Desta forma, necessitam de maior manutenção que as extensivas, assim como requerem um custo superior e apresentam um peso maior (SILVA, 2011). De modo geral, o sistema semi-intensivo agrega a simplicidade e os custos reduzidos dos extensivos com a acessibilidade e a vegetação mais proeminente dos intensivos (SILVA, 2016). Um grande exemplo desta tipologia é o Hotel Fairmount em Vancuver, responsável por proporcionar uma economia de 30 mil dólares, através do maior desempenho térmico e plantio de frutas, flores, verduras, temperos e ervas na estrutura de seu telhado verde, como é possível observar na Figura 15 (SILVA, 2011). Fonte: PESSANHA (2017, p. Intensivos Os sistemas intensivos, também nomeados como jardins de cobertura, são caracterizados por exigirem alta manutenção, uma vez que, incluem gramados e vegetações de médio a grande porte, como a aplicação de arbustos e árvores.

Em relação ao tipo de vegetação, geralmente, no sistema intensivo, são utilizadas desde gramíneas até árvores frutíferas e arbustos. Além disso, é um sistema que, consequentemente, demanda uma maior quantidade de água e adubo, necessita de uma camada de substrato maior, de no mínimo 30 cm, assim como da aplicação de um sistema de irrigação, drenagem e reforço estrutural, uma vez que solicita maior capacidade de carga (IGRA, 2015). O sistema intensivo, ao contrário do extensivo, raramente é utilizado em estruturas com grandes inclinações, visto que apresenta um peso superior e, portanto, é mais suscetível a deslizamentos (PESSANHA, 2017). Um grande exemplo de telhado verde intensivo pode ser observado na Figura 16. Fonte: PESSANHA (2017, p. Uma cobertura, por exemplo, de 120 m², deve ter a laje e/ou pilares reforçados para suportar, no mínimo, uma carga de 9600kg.

Normalmente, o suporte estrutural é caracterizado por lajes planas de concreto armado, porém, permite uma grande variedade nos sistemas de suporte e no nível de inclinação (LIRA, 2017). Camada Impermeabilizante A camada impermeabilizante tem como finalidade proteger a laje contra infiltrações, provenientes da ação da água, conferindo assim, estanqueidade a estrutura (SILVA, 2011). A impermeabilização representa uma etapa indispensável ao sistema de telhado verde, uma vez que, a presença de infiltração na estrutura da edificação, é responsável por reduzir a vida útil e a qualidade, bem como segurança estrutural da obra (BALDESSAR, 2012). Contribuindo assim, para o aparecimento de manifestações patológicas (manchas, mofos, oxidações, eflorescência e criptoflorescência), risco de acidentes e, transtornos ou mal-estar dos usuários (DILLY, 2016). Já a manta termo (plástica) apresenta um custo de aquisição superior, comparado as de tecido, entretanto, consegue proporcionar proteção contra raízes de plantas maiores ou mais agressivas, como, por exemplo, de pequenas árvores, arbustos e gramíneas (LUCKETT, 2009).

Há sistemas de telhados verdes, também, que apresentam resistência à raiz, garantindo a proteção contra a penetração da raiz, sem a necessidade da instalação de barreiras anti-raiz, como é o caso do telhado verde modular (ASTM 2777: 2014). Camada drenante A camada drenante tem por finalidade principal remover o excesso de água, no caso, que não foi absorvida pela vegetação e pelo substrato do telhado, mantendo as condições aeróbicas no meio (LIRA, 2017). Desta forma, a camada drenante auxilia no escoamento quando o substrato se encontra saturado, nos períodos de chuva intensa, e é responsável por armazenar água nos períodos secos (LIZ, 2016). Por esta questão, deve ser projetada para suportar a carga das camadas acima dela, principalmente, do substrato e da vegetação, que correspondem as camadas de maior carga (OLIVEIRA NETO, 2014).

Este tipo de camada é constituído por um filtro de tecido, geotêxtil, que efetua a separação da parte inferior do substrato da camada de drenagem (BALDESSAR, 2012). Substrato A camada de substrato tem como objetivo principal proporcionar suporte para as vegetações, de modo a sustentar a vida das plantas durante um longo período de tempo (SILVA, 2011). Além disso, atua como reservatório de umidade, dá suporte a drenagem eficiente durante eventos de chuva e garante a proteção dos componentes do sistema de telhado verde (ASTM 2777: 2014). Desta forma, a camada de substrato é responsável por conferir suporte as plantas, assegurando seu crescimento, por meio do fornecimento de nutrientes necessários ao seu desenvolvimento (PARIZOTTO FILHO, 2010). Entretanto, a composição do substrato requer a mistura de diferentes tamanhos e tipos de ingredientes minerais (LIRA, 2017).

De acordo com Liz (2016), os tipos vegetais mais empregados no sistema de telhado verde são as suculentas, as gramíneas e os arbustos. Porém, as suculentas apresentarem capacidade de resistir a períodos de seca e perdem menos água durante o processo de evapotranspiração (LIZ, 2016). Camada de isolamento térmico Quando necessário, dependendo do tipo de clima local ao qual o telhado verde será exposto, pode-se implantar uma camada de isolamento térmico, responsável por limitar o ganho ou a perda de calor (CANTOR, 2008). Esta camada é indicada para regiões caracterizadas por baixas temperaturas, uma vez que possibilita conservar o calor nas edificações, mantendo a temperatura interna e auxiliando no conforto térmico dos usuários (LIRA, 2016). O isolante térmico deve apresentar resistência a compressão, de modo a evitar que sofra qualquer tipo de esmagamento, pela ação do peso de materiais das outras camadas (BALDESSAR, 2012).

No Recife, a Lei n° 18. estabeleceu a obrigatoriedade do emprego desse sistema, responsável por dispor sobre a melhoria da qualidade ambiental das edificações por meio da implantação obrigatória também, da construção de reservatórios de acúmulo ou de retardo do escoamento das águas pluviais para a rede de drenagem. Desta forma, esta legislação torna obrigatória o uso de telhados verdes em projetos de edificações habitacionais multifamiliares que apresentem mais de quatro pavimentos e em edificações não habitacionais que possuam mais de 400m² de área coberta, sob pena da não aprovação da edificação. Já no Piauí, a Lei n° 6888/2016 foi responsável por determinar o emprego de técnicas sustentáveis de construção civil nas obras executadas pelo Estado do Piauí ou com recursos financeiros vinculados ao tesouro estadual.

Nesta presente legislação, os telhados verdes foram expostos como técnicas ecologicamente apropriadas (LIRA, 2016). R. Gestão Ambiental para o Desenvolvimento Sustentável. Rio de Janeiro: Almeida Cabral, 2012, 220 p. ARANHA, K. C. Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. Seropédica, 2007. ARYA, S. P. Introduction to Micrometeorology, 2ª ed. São Paulo: Ed. Difel, 1986. BAGNATI, M. M. Zoneamento Bioclimático e Arquitetura Brasileira: Qualidade do Ambiente Construído. f. Dissertação (Mestrado em Construção Civil). Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2012. BLUMENSCHEIN, R. J. LAMBERT, J. A. DURANTE, L. C. Thirty years unmanaged green roofs: Ecological research and design implications. Landscape and Urban Planning, v. p. CASTELNOU, A. M. V. p. CMMAD. Nosso futuro comum. ª ed. São Paul: USP, 2002. CURI, D. Gestão Ambiental. São Paulo: Pearson, 2011, 313 p. CRUZ, W; LEONI, A.

A SUSTENTABILIDADE AO LONGO DO CICLO DE VIDA DE EDIFICIOS: A IMPORTÂNCIA DA ETAPA DE PROJETO ARQUITETÔNICO. f. DIAS, V. Telhado verde reduz temperatura e aumenta umidade. Disponível em:<http://www. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. São Leopoldo, 2016. FERRAZ, I. L. O desempenho térmico de um sistema de cobertura verde em comparação ao sistema tradicional de cobertura com telha cerâmica. Telhados verdes associados com sistema de aproveitamento de água de chuva: projeto de dois protótipos para futuros estudos sobre esta técnica compensatória em drenagem urbana e prática sustentável na construção civil. f. Monografia (Graduação em Engenharia). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2012. Dissertação (Mestrado em Arquitetura e Urbanismo). Universidade de Brasília.

Brasília, 2008. GOMEZ, F. Vegetation and climates changes in a city. INSITUTO DE FORMAÇÃO E AÇÃO EM POLÍTICAS (INFAP). Desenvolvimento Sustentável. Disponível em: <http://www. infap. org. L. Diferentes tipos de telhados verdes no controle quantitativo da água pluvial. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal de Santa Maria. Santa Maria, 2013. Conference and Passive and Low Energy Arquiteture, PLEA Proc. Florianópolis, p. LAMBERT, C. Arquitetura Sustentável: Telhado Verde. Disponível em: <https://www. Brasília, 2017. LIMA, M. P. Equações preditivas para determinar a temperatura interna do ar: envolventes em painel alveolar com cobertura verde. Dissertação (Mestrado em Engenharia Ambiental). LEICHT, E. H. Sustentabilidade das edificações: Do projeto a demolição. f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil). br/pdf/Cartilha_Construcoes_Sustentaveis_MMA.

pdf> Acesso em 18 de dez. MAGALHÃES FILHO. Ilha de Calor Urbana, metodologia para mensuração: Belo Horizonte, uma análise exploratória. f. Telhados verdes: uma análise comparativa de custos e vantagens em relação aos telhados convencionais. f. Monografia (Graduação em Engenharia Civil). Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2013. A. S. Desenvolvimento, energia e sustentabilidade: uma perspectiva do Relatório Brundtland. Dissertação (Mestrado em Planejamento de Sistemas Energéticos). Universidade de Campinas. L. SOARES, R. G. SANTOS, S. X. Santa Maria, 2016. PARIZOTTO FILHO, S. Telhado Vegetado. In: Lamberts, R. Casa eficiente: bioclimatologia e desempenho térmico. Rio de Janeiro, 2017. RIBEIRO, L. P. Conforto térmico e a prática do projeto de edificações: recomendações para Ribeirão Preto. f. A. B.

Principios bioclimáticos para o desenho urbano. São Paulo: ProEditores, p. ROVERS, R. SAVI, A. C. Telhados verdes: análise comparativa de custo com sistemas tradicionais de cobertura. f. Monografia (Especialização em Construções Sustentáveis). Telhados verdes em clima tropical: uma nova técnica e seu potencial de atenuação térmica. f. Tese (Doutorado em Engenharia Civil). Universidade Federal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro, 2016. The Green Roof Manual: A proffessional Guide to Design, Installation and Maintenace. New York: Timber Press, 2010. SPANGENBERG, J. Melhoria do clima urbano nas metrópoles tropicais – Estudo de caso. Disponível em: < http://www. Acesso em: 10 de jan. de 2018. VECCHIA, F. Cobertura Verde Leve: Ensaio Experimental. ENCAC – ELACAC. Tecnologias em telhados verdes extensivos: meios de cultura, caracterização hidrológica e sustentabilidade do sistema.

f. Tese (Doutorado em Ciências). Universidade de São Paulo. Piracicaba, 2014.

38 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download