Biblioterapia para pacientes internados: a cura através da leitura

ª Tamie Aline Lança Claretiano - Centro Universitário TAGUATINGA/DF 2019 BIBLIOTERAPIA PARA PACIENTES INTERNADOS: A CURA ATRAVÉS DA LEITURA Resumo: A internação hospitalar compreende uma medida que afeta consideravelmente a qualidade de vida do paciente, afetando sua saúde física e mental, independentemente do perfil do quadro clínico. Nesta perspectiva o presente trabalho apresentou, a partir de uma revisão de literatura especializada, os efeitos e benefícios relacionados ao uso de biblioterapia em pacientes em internação. Foi constatado que a biblioterapia é uma ferramenta terapêutica complementar bastante útil e versátil, uma vez que pode ser aplicada para indivíduos de quaisquer faixas etárias. Além disso, a biblioterapia contribui para uma melhora do quadro clínico relacionado, apresentando benefícios sobre a saúde física e mental dos pacientes.

A biblioterapia também permite a abertura de espaços de maior interação social entre pacientes, familiares e equipe profissional, comprovando-se como uma alternativa bastante promissora sobre a implementação da humanização da saúde pública, inclusive no Brasil. SANTOS, 2016; SANTOS; MARQUEZ, 2017). Mais especificamente, diferentes estudos demonstraram, nos últimos anos, os benefícios da leitura para pacientes internados em unidades hospitalares e/ou em clínicas médicas. A prática tem sido disseminada em todo o mundo, inclusive no Brasil, envolvendo não somente o paciente, mas também a equipe responsável e familiares que participam da prática dinâmica da leitura (SEITZ, 2006; SANTOS; MARQUEZ, 2017). Sob tal perspectiva, o presente trabalho apresentou o objetivo de realizar uma revisão de literatura especializada acerca do panorama atual relacionado aos benefícios do uso de biblioterapia para pacientes internados.

Para isto, foram realizadas buscas digitais nas bases de dados, Scielo, Science Direct e Pubmed, nas quais foram pesquisados periódicos indexados, monografias, dissertações e teses. Com o avanço e progressão de estudos acerca dos benefícios da biblioterapia, atualmente, a prática envolve uma série de planejamentos, sob uma perspectiva de condução e controle de tratamento de enfermidades e comorbidades relacionadas. Assim, recomenda-se também a participação e orientação médica na prática da bilbioterapia, a fim de se potencializar os resultados relacionados à cura sintomatológica de problemas sociais e de comportamentos (SANTOS, 2016; SANTOS; MARQUEZ, 2017; SEITZ, 2006). Diante disso, Santos (2016, p. pontuou: “A atividade de biblioterapia é mais uma ação de humanização com o próximo do que uma ação cultural visando promover um evento.

É uma atividade que está mais ligada ao bem-estar do paciente, podendo envolver não só o paciente mas também as famílias que acompanham o processo hospitalar na internação do paciente (SANTOS, 2016, p. Além disso, a técnica se destaca por compreender um procedimento bastante simples, como o hábito da leitura, resultando em imensuráveis benefícios à saúde e qualidade de vida dos envolvidos (SANTOS; MARQUEZ, 2017). Santos e Marquez (2017) também salientaram os efeitos notórios e positivos da biblioterapia para pacientes internados devido a problemas hematológicos. As autoras evidenciaram, assim, que tal condição clínica frequentemente está atrelada a transformações no estado físico do indivíduo e também em seu estado emocional. A impossibilidade de locomoção, consequentemente, é apontada como uma das potenciais causas relacionadas à manifestação de alterações psicossociais em pacientes internados (SANTOS; MARQUEZ, 2017).

Por isso, a biblioterapia é sugerida como atividade secundária na promoção da saúde de pacientes que estão internados com doenças hematológicas. Em consequência, ocorre também um fortalecimento na interação entre profissional e paciente, o qual deixa de ser abordado meramente como um indivíduo doente. Tal fato pode, assim, influenciar sobre uma melhor qualidade de vida ao idoso internado, auxiliando também na minimização, e até mesmo reversão, de seu quadro clínico. Adicionalmente, especialistas também reforçaram a utilidade e benefícios do uso de biblioterapia em abrigos e lares para idosos, mostrando-se como uma ferramenta versátil, para além de espaços hospitalares (CERIBELLI et al, 2009; FONSECA; AZEVEDO, 2016). Fonseca e Azevedo (2016) descreveram os resultados do projeto “Criando Sorrisos”, realizado em um lar de idosos na cidade de Braga, Portugal.

O trabalho mostrou que a biblioterapia para idosos resultou na promoção de momentos de entretenimento, humor, socialização e purificação das emoções por meios catárticos. Tais fatos podem indicar um panorama de pouca divulgação de métodos que visam humanizar o cuidado (BERNARDO et al. p. ” Considerando os enormes benefícios do uso de biblioterapia para pacientes de diferentes faixas etárias e grupos populacionais, a realização de estudos mais apronfundados acerca da temática é incentivada e se mostra desejável (BERNARDO et al. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho identificou que a biblioterapia compreende uma temática em expansão nas comunidades acadêmica, científica e médica. Diferentes relatos comprovaram seus benefícios sobre a saúde mental e física de pacientes em internação clínico-hospitalar, independentemente da faixa etária ou evolução do quadro clínico.

n. p. CALDIN, Clarice Fortkamp. Biblioterapia: um cuidado com o ser. São Paulo: Porto de ideias, 2010. v. n. p. FONSECA, Karla Haydê Oliveira; AZEVEDO, Fernando. Biblioterapia: relato de uma experiência no lar de idosos em Braga – Portugal. p. SEITZ, Eva Maria. Biblioterapia: uma experiência com pacientes internados em clínicas médicas. Revista ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina. v.