Canclini

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Debord em uma Europa devastada pela Primeira grande guerra, e que no campo intelectual se via totalmente desiludida com a modernidade. O retorno ao romantismo, aos “bons-valores”, foi aos poucos tomando força frente a grande desilusão deixada pela modernidade, e é nesse contexto que se inicia a ascensão do partido Nazista alemão, e consequentemente o início da Segunda grande guerra nos fins da década de 30 até 1945. Na América do Sul de Canclini, é um período de afirmação das identidades nacionais latinas, as jovens pátrias independentes ainda buscavam se consolidar internamente, delimitando seus conceitos de povo, nação e identidade nacional. É um momento de reflexão profunda e crítica interna; de reforma. Com o fim da Segunda grande guerra a intelectualidade entra em um momento de crítica interna, de reflexão, afinal o que significa modernidade? Todo o avanço cientifico levou o homem a duas guerras, ao ódio, a destruição.

Para Guy Debord o espetáculo é então o meio pelo qual o sistema capitalista se reproduz e se mantem, criando um círculo vicioso onde não existe espaço para retórica, o homem torna-se alienado, sem capacidade de refletir e aceita o que está pronto, o que lhe é entregue como uma verdade inquestionável, pois este perde sua identidade frente o sistema. O que importa é sempre o desenrolar, é a repetição, o que seduz e prende o homem, não necessariamente onde se pretende chegar, não sendo necessário criar, só reproduzir de maneira diferente aquilo que já foi apresentado. Quanto mais vago e repetitivo o espetáculo mais alienador este se torna. O desparecimento do mundo sensível se dá quando este é substituído por um conjunto de imagens, devido a atuação do espetáculo, que passa a ser a materialização da mercadoria na sociedade.

A mercadoria é tudo. A classificação em diferentes classes de recepção deixa de existir devido à grande circulação e inserção da cultura na ideia do mercado, sendo assim há um rearranjo nas formas de identidade social. Na desterritorialização, que segundo o autor é uma das bases da globalização cultural, supera-se o conceito geográfico que estabelece ordem e gera estabilidade, tendo como ideia a saída do território, a apreciação da cultura como um todo, sem levar em consideração os conceitos locais, pois o sujeito da ação não se insere mais em um território, não possui identificação, logo cria-se um novo espaço, o novo território – aquele que é global, que é homogêneo. Entendemos, portanto, que a indústria cultural a qual prega a globalização como fator libertador e equalizador das diferenças, onde a informação chega desde os mais ricos aos mais pobres age na verdade como um fator excludente, aumentando as diferenças culturais e sociais.

São evidentes as conseqüências da desigualdade na formação de diferenças culturais e na participação em redes comunicacionais com níveis distintos de diversidade e interculturalidade, em várias línguas e em circuitos de muitos países. A enorme maioria dos jovens, como o resto da população, fica limitada à televisão gratuita nacional e as redes informais de bens e serviços (Canclini, 2005: 212). Da mesma forma a indústria também vende valores conservadores e quando estes entram em contradição com o momento social são da mesma forma retirados da pauta. A educação também é afetada pelo sistema, uma vez que o lúdico faz parte do conhecimento, e para além, a educação também é mercantilizada nos dias de hoje.

O professor passa a ser um mero reprodutor da educação homogênea, o aluno recebe as informações de forma igual e aprende a obedecer, passa a ser inserido desde criança em um sistema educacional que favorece a ordem do capital. A criança aprende a não questionar, a reproduzir, logo, o sistema fecha seu ciclo, educando aqueles que irão produzir e consumir no futuro de maneira homogênea. Uso a afirmação do linguista Noam Chomsky em entrevista para explanar o parágrafo Eles não se escapam com nada. As falsas ideias de integração e superação das barreiras como mostra Canclini são meros instrumentos de ilusão e falsa liberdade que fazem o povo acreditar em uma premissa como a da superação das fronteiras sociais e culturais pela integração através dos meios de comunicação como televisão e internet.

A instantaneidade não significa acesso ao conhecimento ou integração, significam exclusão e polarização social, fato facilmente observado quando notamos as discussões diárias em redes sociais e acontecimentos como a censura da exposição “Queermuseu”. O espetáculo é uma ferramenta a serviço do capitalismo, que visa seu lucro ao criar o que muitas vezes chamamos por ‘sensacionalismos’ repetitivos com a mesma estrutura, somente para manter a sociedade moldada segundo suas premissas consumindo a indústria cultural. O tempo e o espaço perdem sua configuração no jogo do capital moderno e representações imagéticas são o que regem a vida e as relações sociais humanas. BIBLIOGRAFIA CANCLINI, Néstor García. Rio de Janeiro: Contraponto. MACEDO, Donaldo. Para Além de uma Educação Domesticadora: Um diálogo com Noah Chomsky.

Disponível em < http://www. curriculosemfronteiras. RAMIRES, Thiago. Indústria Cultural e o Espetáculo: os contrastes teóricos entre a Escola de Frankfurt e os estudos culturais contemporâneos. Disponível em < http://www. usp. br/anagrama/Ramires_espetaculo.

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