Como o influência os padrões de beleza do corpo feminino na atualidade

AVIS, 2021). A rede social do Instagram foi criada em 2010. Em 2011, a empresa as contabilizava mais de 10 milhões de usuários e, em 2012, o aplicativo foi vendido para a empresa do Facebook. Atualmente, a rede social tem mais de 1 bilhão de usuários ativos e 15 vezes mais interação do que outras redes sociais, por isso é considerada uma das rede sociais que mais cresce no mundo. AVIS, 2021). O aplicativo foi lançado em outubro de 2010. Desenvolvido originalmente pelo engenheiro de programação Kevin Systrom, seu predecessor chamava-se Burbn. Envolvia a publicação de fotos organizadas por geolocalização (usando GPS) e bate-papo. Estudiosos da história da beleza feminina mostram que, do século XVI para cá, ocorreu uma lenta descoberta de territórios e objetos corporais que foram insensivelmente valorizados.

Ao longo dos tempos, passamos da valorização inicial das superfícies (a pele do resto, do colo) à observação dos volumes do corpo, depois à sinalização da mobilidade para, finalmente, chegar à profundidade (da expressão dos sentimentos, do bem-estar, da alma), mudando e ampliando os parâmetros da beleza feminina. Surgiram, então, o empoamento do rosto, os espartilhos e os regimes episódicos contra a obesidade, salientando sempre o rosto, os ombros, o busto, para os quais a parte inferior do corpo serve apenas de pedestal. MORENO, 2016). É inegável a influência da mídia hoje, particularmente das mídias sociais, na formação da subjetividade da população. Os modelos, de valor, beleza, felicidade, são introjetados desde a mais tenra infância e passam a ser modelos aspiracionais.

É como a Barbie ou a Gisele Bündchen que as meninas e mulheres querem se parecer hoje. Logo, os corpos são moldados e significados através da cultura, estando em um processo de constante transformação. Assim, o corpo se modificada à medida que as necessidades e desejos mudam. Fatores como: tempo, doença, mudança de hábitos alimentares, novas formas de prazer, intervenções médicas e tecnológicas oportunizam tais mudanças. LOURO, 2000). Nesse final de milênio, usando a metáfora do ciborgue cunhada por Donna Harraway (1991), teríamos de admitir que muitas fronteiras foram transgredidas: há agora "potentes fusões e perigosas possibilidades" que tornam problemáticos os dualismos de mente e corpo, animal e máquina, humano e animal. CORRÊA, 2008, p. Essa nova realidade exige uma maior aproximação com o público, criando, do ponto de vista físico, um distanciamento no ato comunicativo, mas, do ponto de vista geral, uma incrível aproximação entre as pessoas fisicamente distantes.

Essa relação pode parecer mais profunda, no sentido de que um de seus pilares é o engajamento com o público-alvo, em busca de fidelização. NAVARRO, 2020). As redes sociais são a principal ferramenta dos novos canais de relacionamento da era digital. A imagem corporal que o indivíduo constrói de si mesmo, advém do seu convívio com amigos, familiares e mídia. Sendo a imagem uma construção da representação da mente do indivíduo com o seu próprio corpo, sentimentos, pensamentos e comportamentos relacionados com ele e com o ambiente que o cerca. A insatisfação que pode surgir nesse momento está relacionada com a diferença entre a forma como o indivíduo percebe o seu corpo e como ele é de fato, sendo que o resultado dessa avaliação é negativo.

Nesse quesito, alguns estudiosos ressaltam que a internacionalização dos padrões de beleza acaba por serem mediadores no processo de insatisfação do indivíduo com o seu próprio corpo. CAMPOS, 2020). O corpo de cada indivíduo é acompanhado por discursos que podem ser elogios, desvalorização ou representar a força de um determinado segmento da sociedade. Para alguns autores, o corpo pode ser compreendido como uma linguagem de comunicação e uma forma de suubjetivação, estando relacionado intimanete com a prática do discurso. Nesse quesito, as publicações que são divulgadas no instagram acabam por serem vistas como fatores chaves para a formação do discurso público, servindo como referência para as atitudes, crenças e comportamentos praticados pela massa. MELO, 2021). Analisando um exemplo em relação aos padrões estipulados para o corpo feminino, pode-se exemplificar o caso de um corpo gordo, onde surgem sentimentos de saúde e preconceito acerca de tal padrão, sendo compartilhados nas mídias sociais discursos estereotipados na busca pelo corpo ‘perfeito’.

O ideal de beleza feminino sugerido no instagram e a frustração.  Anais do IV Fórum de Iniciação Científica. Scientia Generalis, v. n. Supl. Acesso em: 29 de abr. FOUCAULT, Michel. Vigiar e punir: nascimento da prisão. ed. Petrópolis: Vozes, 2007. br/bitstream/ANIMA/18107/1/Nadie%cc%81ge%20Melo%20-%20Dissertac% cc%a7a%cc%83o%20%28Mestrado%29. pdf. Acesso em: 16 maio de 2022. MORENO, Rachel. A Beleza Impossível: mídia, mulher e consumo. TERRA, Carolina Frazon. Mídias Sociais. e Agora? 1. ed. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2018.