CONTRIBUIÇÕES DA NEUROPSICOPEDAGOGIA NA EDUCAÇÃO ESPECIAL

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

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Palavras-chave: Neuropsicopedagogia, Educação especial, Aprendizagem. Introdução Pode-se conceituar neuropsicopedagogia como uma área de pesquisa e conhecimento que faz uso, de maneira harmoniosa, dos pressupostos de outras áreas, como da psicologia, pedagogia, sociologia, antropologia, entre outras. Portanto, compartilha suas contatações com outros saberes e ciências, complementando os conhecimentos. Dessa forma, o neuropsicopedagogo tem um relevante papel, para, entre outras funções, buscar esclarecer as dificuldades de aprendizagem de alguns alunos, bem como traz elementos para superar e mitigar essas dificuldades. Os entraves no processo de aprendizagem, embora em grande medida comuns e esperados, necessitam de ações que levem a superação das dificuldades por parte dos alunos. A neurociência é uma área do conhecimento que se serve dos pressupostos trazidos por outras ciências, como a neurofisiologia, a neurofarmacologia e a psicologia evolucionária, na tentativa de demonstrar como funciona o sistema nervoso central, inclusive nos processos de aquisição da aprendizagem.

Tem ganhado destaque na área da saúde e da educação na atualidade, na medida em que ela auxilia na compreensão de como a pessoa aprende e desenvolve diferentes habilidades, codifica e retém informações, gera e acessa as memórias, dentre outros (SILVA, 2017). A neurociência traz para os espaços de ensino a discussão de como o conhecimento da memória, do esquecimento, do sono, da atenção, do medo, do humor, da afetividade, da lógica, da linguagem é estruturado em cérebros de crianças e adultos (SCORTEGAGNA, p. out. Neuropsicopedagogia: conceitos, pressupostos e contribuições para as práticas educativas. construir indicadores formais para a intervenção frente aos educandos padrões com baixo desempenho e que apresentam disfunções neurais devido à lesão neurológica de origem genética, congênita ou adquiridas” (ROTTA apud CONSENZA, 2011, p.

As atribuições do profissional da área, inclusive no que diz respeito a atuação junto à Educação especial, pode ser esclarecidasatravés do Código de Ética Técnico Profissional da Neuropsicopedagogia, capítulo III, sobre o exercício das atividades, das responsabilidades e promoção profissional, resolução SBNPp n° 03/2014: 1°. Entende-se que sua atuação na área de Institucional, ou de educação especial, de educação inclusiva escolar deve contemplar: a) Observação, identificação e análise do ambiente escolar nas questões relacionadas ao desenvolvimento humano do aluno nas áreas motoras, cognitivas e comportamentais; b) Criação de estratégias que viabilizem o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem do aluno; c) Encaminhamento do aluno a outros profissionais quando o caso for de outra área de atuação/especialização.

Esclarecidas as contribuições da neurociência e do profissional neuropsicopedagogo para o ensino, vale refletir sobre a atuação educativa convencional, não amparada pelo que é preconizado pelos estudos da neurociência e áreas afins. Percebe-se que o modelo tradicional de escola demonstra fragilidades em garantir a aprendizagem de todos os alunos, especialmente daqueles que demandam alguma atuação diferenciada por parte do corpo docente, aqueles que apresentam alguma dificuldade ou transtornos de aprendizagem. Conhecer, analisar e compreender amplamente os paradigmas focados na Educação Especial Inclusiva, de modo transdisciplinar e sistêmico, com ênfase na aprendizagem e suas possíveis dificuldades ( BEAUCLAIR, 2014, p. Educação Especial e a Neuropsicopadagogia Para enriquecer as funções cognitivas, a interação entre o docente e o aluno tem que ser significativa e intencional, o processo ensino-aprendizagem tem que ser mais midiatizado e com uma acessibilidade aumentada para todos, especialmente para aqueles com necessidades educativas especiais.

Dessa forma, não basta mudanças curriculares para o enriquecimento do potencial de aprendizagem dos alunos. Além de uma atuação investigativa, que busca compreender as causas de possíveis dificuldades de aprendizagem, o neuropsicopedagogo deve cultivar, primordialmente, uma prática crítico-reflexiva. Para que esse profissional possa usufruir dessa abordagem adequadamente é imprescindível que o mesmo procure desenvolver sua capacidade de atenção e percepção através de uma observação sistemática sobre os fenômenos que o rodeiam, ou melhor explicando, o neuropsicopedagogo deve encontrar uma maneira em que possa enxergar e analisar a realidade vivida pelo aluno, lembrando-se de que a construção do conhecimento não é um acontecimento que se manifesta de forma isolada, mas sim como produto resultante de inúmeros fatores.

A mudança de um sistema educacional, que se caracterizou tradicionalmente por ser excludente e segregatório, para um sistema educacional que se comprometa efetivamente a responder, com qualidade e eficiência, às necessidades educacionais de todos, inclusive às dos alunos que apresentam necessidades educacionais especiais, exige um processo complexo de transformação, tanto do pensar educacional, como da prática cotidiana de ensino (SILVA e ARANHA,2005). A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional conceitua Educação Especial como sendo “para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais (LDB, Art. Assim, de acordo com essa legislação as escolas devem acolher estes alunos, oportunizando a eles condições de aprenderem em toda o seu potencial.

Para tal, essa lei preconiza que “haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender as peculiaridades da clientela de educação especial” (LDB, Art. Um desses profissionais pode ser o neuropsicopedagogo. Ter acesso ao modo como cada pessoa se forma é ter em conta a singularidade da sua história e, sobretudo, o modo singular como age, reage e interage com os seus contextos. Um percurso de vida é assim um percurso de formação, no sentido em que é um processo de formação (MOTA, 1992, p. O neuropsicopedagogo, como mediador, deverá promover um ensino igualitário e sem desigualdade, já que quando se fala em aprendizagem não podemos esquecer da inclusão não só dos deficientes e sim da escola também, onde a diversidade se destaca por sua singularidade, formando cidadãos para a sociedade.

O cotidiano escolar tem o dever de contemplar serviços de apoio pedagógico especializado, da mesma forma em que precisa, segundo Stainback (1999), reconhecer e responder às necessidades diversificadas de seus alunos, acomodando os diferentes estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando educação de qualidade para todos. Considerações Finais Para superar a exclusão e o fracasso escolar entre parcela significava de alunos, cabe ao professor e a escola adotar uma postura crítico-reflexiva ao lidar com os alunos e, em especial, aos estudantes com uma trajetória marcada pelo insucesso escolar. Transtornos psiquiátricos, como o Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), a depressão e ansiedade e também o uso de drogas podem gerar dificuldades de aprendizagem. Todos os alunos podem aprender, desde que sejam devidamente estimuladas e acompanhadas por professores, que estejam capacitados para desenvolver estratégias alternativas de aprendizagem, pois seus cérebros utilizam circuitos neuronais diferentes.

A aprendizagem não depende apenas do funcionamento cerebral. O contexto social, cultural, político, econômico, familiar e escolar é definitivo para a aprendizagem. Os resultados das pesquisas neurocientíficas são importantes, mas não garante a priori o sucesso escolar. br/wp-content/uploads/2014/09/C%C3%B3digo-de-%C3%89tica-e-T%C3%A9cnico-Profissional-da-Neuropsicopedagogia-SBNPp. pdf. Acesso: 14 dez. CONSENZA, Ramon M. GUERRA, Eleonor B. edu. br/images/Relatos_2016/Como_a_neuropsicopedagogia. pdf. Acesso em: 13 dez. HENNEMANN, Ana Lúcia. br/revistas/cintedi/trabalhos/TRABALHO_EV110_MD1_SA4_ID2897_12082018160127. pdf. Acesso em: 14 dez. RELVAS, M. P. Disponível em < https://psicofarmacologia/neuropsicologia/atuacao-do-profissional-da_neuropsicope>. Acesso em 11 Dez 2019. SCORTEGAGNA, Eliana Pimentel. Neuropsicopedagogia: um cérebro na escola! Disponível online: exatasnaweb. com. SANCHEZ, A. O Diálogo Entre o Ensino e a Aprendizagem. São Paulo: Ática, 2001.

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