Cooperação China-Alemanha na primeira metade do século XX

Tipo de documento:Artigo cientifíco

Área de estudo:História

Documento 1

Ao lançar-se em tal estudo, tem-se em objetivo primário fazer um levantamento estrutural historio que abarque o recorte temporal durante os anos de 1911 a 1941, com a intenção de entender como e por quais motivos a cooperação entre Alemanha e China, renderam condições econômicas e militares para que os chineses pudessem se auto industrializar, se urbanizar e torna-se combatente e resistente à possíveis ameaças estrangeiras. No entanto, como forma de manter as considerações históricas sobre este tema, de modo a conferir uma maior conjuntura estrutural das relações indo além do recorte temporal proposto. Partindo da premissa de que Thomas Nipperdey em sua já clássica história da Alemanha no século XIX, é forçoso admitir que "os trabalhadores ganharam alguma coisa" e que "os seguros sociais prepararam o caminho do Estado moderno rumo ao Estado intervencionista e de bem estar" (Nipperdey 1998, p.

Com efeito, o historiador Thomas Nipperdey compreende o momento econômico histórico social vivenciado pela Alemanha do século XIX, de modo que, com uma análise subjetiva consegue-se entender que o Estado mudaria sua estrutura para um Estado de bem estar, buscando melhores condições ao seu contingente populacional. Nesses termos, supondo a mudança de um conceito e aplicabilidade estatal alemão, posto que , do século XIX ao século XX a Alemanha vai se aprimorando industrialmente , e assim, substancialmente se aproxima dos interesses da China, ao levar em conta numa perspectiva histórica, as condições mencionadas entre os dois países, considerando , pois, que tal modelo de cooperação envolve, sobretudo, interesses bilaterais que coincidem com a realidade econômica vivida e buscada para os países.

Contudo, após a derrota chinesa em 1842 na Guerra do Ópio, contra a Grã-Bretanha , não havia um grande interesse em entender os processos que ocorriam no sistema internacional nem em entender os ocidentais (HAO; WANG, 1980). A Rebelião Taiping (1851-1864) se desenvolvou como fruto dos avanços estrangeiros, o que invariavelmente impos um Autofortaleciment, de forma que, a Revolução Taiping produziram uma agenda política para o século XX implementando e forticiando a busca pela determinada Revolução Nacional. Talvez seja útil pontuar que Rebelião dos Boxers (1899-1901) nacionalistas chineses se levantaram contra o domínio estrangeiro fazendo uso das artes marciais e de armas tradicionais chinesas. Em sintese, entre as variadas formas de combate, a literatura , como forma de discursos também tinha espaço, como é o exemplo de uma publicação intitulada "Death to blow Corrupt Douctrines" algo similar em traduação a ‘‘Morte como meio para destruir doutrinas corruptas, a expulsão ou extermínio dos “diabos estrangeiros”, pois entao , ocorre concomitantemente a reação das que reunia, além da própria Alemanha, a Hungria, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão, Rússia e os Estados Unidos.

Instigando que sem a menor dúvida de que a China então pôs-se a acatar as determinações e oferecer mais atenção estratégica econômica para com as nações estrangeiras, e assim, dentro deste contexto, novas condições e situações politicas e encômios necessitavam de novos rumos para as relações internacionais e geopolítica mundial. ‘O país arrebentava em todas as suas fendas’, escreveu um observador. A inflação levava todos ao desespero. O perigo de uma revolução comunista era ameaçador (Schacht, 1999, p. Cabe elucidar a perspectiva conjuntural que aborda o nascimento de duas grandes potencias mundiais, é interessante notar que a princípio, ao buscar compreender os cenários político-economicos que cercam os dois países, é evidente que é preciso, pois, se atentar para os contextos históricos que cercam a conjunutra dialógica entre Alemanha e China e suas respectivas necessidades economicas naquele momento.

É de se pontuar ainda que por ocasião do término da Primeira Guerra Mundial em 1919, quando os alemães na China foram transferidos ao Japão, eclodiria o Movimento de Quatro de Maio, quando uma onda de protestos contra a dominação estrangeira varreu o país, ensejando o aumento do sentimento nacionalista entre a elite intelectual local, com efeitos significativos no campo da cultura e da política. A intensa guerra civil chinesa por conta dos senhores da guerra, se tornou um mercado atraente aos olhos dos empresários do ramo militar alemão. Nesse contexto, o representante de maior destaque alemão foi sem dúvida Max Bauer, discípulo militar do general Erich Friedrich Wilhelm Ludendorff , que na China como em outros países trabalhou como conselheiro militar abre um precedente para aproximar os dois países.

Noutros termos, a edificação conciliatória que proporcionou a aproximação da nação alemã com a chinesa deve-se a um esforço do coronel conselheiro militar Max Hermann Bauer ou popularmente Max Bauer, como consequência, entre suas ideias, Bauer pretendia e sugeriu a redução do exército chinês como forma para produzir uma força pequena, porém mais adequada e de qualidade, carregou o argumente em que pedia a abertura do mercado chinês para estimular a produção e as exportações alemãs. No governo provincial de Chekiang e Kiangsi, Bauer introduziu uma série de mudanças significativas,  ensinou a ideologia do nacionalismo em larga escala, fundou academias militares, sugeriu a construção da indústria de base para o desenvolvimento do transporte aéreo e ajudou a modernizar o exército (VEN, 2012, p.

Em verdade, contemplando os finais dos anos 20, o partido nacionalista chinês procurou atrair a atenção estrangeira, através de uma política externa empreendedora, em que os governos estrangeiros foram chamados a tomar parte nas negociações sobre tarifas, extra-territorialidade, etc. Esse projeto tinha vários componentes básicos, como a monopolização de todas as operações relativas ao tungstênio e antimônio, e o desenvolvimento de usinas elétricas e fábricas de produtos químicos. Como fora exposto ainda no contrato de 1934, a China forneceria matérias-primas em troca de conhecimentos alemães e equipamentos na criação destes empreendimentos. Diante de tal situação, a partir desse ponto, ligações entre as duas noções começam a se aprofundar, se não esquecendo, mas amenizado de certo modo, as rixas históricas do passado.

Insta argumentar que urgência dos chineses para modernizar as forças armadas e sua indústria de defesa nacional, juntamente com a necessidade da Alemanha em obter uma oferta estável de matérias-primas. Neste cenário, importa analisar que ambos os países reuniam condições que possibilitavam uma parceria comercial , em favor diga-se, pelo êxito da Alemanha como uma nação que remava ao industrialismo e capitalismo necessitando aumentar seus bens de produção. Contudo, convém frisar que, a eclosão da Segunda Guerra Sino-Japonesa em 7 julho de 1937 destruiu grande parte do progresso e as promessas feitas em quase dez anos de intensa cooperação china-alemã. Em resumo, Adolf Hitler escolheu o Japão como seu aliado contra a União Soviética, porque o Japão foi militarmente muito mais capaz de resistir ao bolchevismo.

É nesse andar que John Fox ( 1982) expoe por fim que os interesses da China foi sacrificada no altar da Weltanschauung Nacional Socialista. Ainda, como Fox argumenta, Hitler e outros oficiais de alta patente nazistas, de alto escalão, estavam preocupados com o Extremo Oriente apenas na medida em que foi capaz de influenciar favoravelmente a posição nos assuntos europeus e mundiais. Como os anos 1930 progrediram, Hitler juntamente com o ministro Joachim von Ribbentrop, ambos não reconhecendo a importância do comércio sino-alemão para os militares, tornou-se particularmente interessado no Japão como resultado de sua posição estrategicamente importante nos assuntos internacionais. Nessa toada, talvez ainda, um dos maiores desafios encarados pelos países seria enfrentar distinções históricas e culturais sociais que se apresentavam, sendo preciso uma certa maleabilidade para pôr-se a encarar tal empreitada em busca de diálogo intercontinental.

No bojo deste debate, ao engendrar que envoltos pelas circunstancias históricas e econômicas que os uniam, sendo que, nessa linha tracejada, ao considerar e inquirir acerca das possibilidade de negócios entre os dois países, e mais, entre os dois continentes ( Europa – Ásia) abre-se um precedente reflixivo de que ao considerar que população na Alemanha, em 1934, era grande, portanto, havia uma alta demanda por alimentos. Entretanto, a produção não atendia a toda essa demanda, o que resultava na dependência das importações (COUTO; HACKL, 2007). Por conseguinte, as corajosas ações da relação bilateral entre Alemanha e China, logo renderam frutos ao desenvolvimento das duas nações, ao passo que a China necessitava se industrializar, a Alemanha pretendia como vê-se, explorar as relações externas com a Ásia, em particular com a China.

Em síntese, de um arranjo estrutural e mesmo até pelas características que cercavam os governos de China e Alemanha, a cooperação entre eles nem sempre ocorrera de forma plena, visto que é factível ter tal percepção no ponto em que são refletidas as ocorrências e posicionamentos entre eles nas guerras mundiais. Assim sendo, cabe dizer que este trabalho não pretende encerrar as conversas e estudos acerca da cooperações entre os dois países aqui estudados, mas sim, aprofundar-se na discussão de modo que trabalhos posteriores possam abordar outros campos e estratégias históricas tratadas durante o recorte trabalhado aqui. Bibliografia utilizada CALLEO, D. The German problem reconsidered. Germany and the World Order 1870 to the Present. Nova Iorque: Cambridge University Press. A Europa de 1815 aos Nossos Dias: Vida Política e Relações Internacionais.

São Paulo, Pioneira, 1976. FAIRBABK, John King. The Great Chinese Revolution: 1800-1985. Nova York, Harper & Row, 1986. HAO, Yen-p'ing; WANG, Erh-min. Changing Chinese Views on Western Relations, 1840-95. In: FAIRBANK, John K. LIU, Kwang-Ching. The Cambridge History of China, Volume 11, Late Ch'ing, 1800-1911, Part 2, pp. Fox, Germany and the Far Eastern Crisis, 1931-1938 (Oxford: Clarendon Press, 1982), pgs. KITCHEN, Martin. A history of modern Germany, 1800-2000. Malden: Wiley-Blackwell, 2006. KIRBY, William. MURPHY, D. The Heroic Earth. Geopolitical Thought in Weimar Germany, 1918- 1933. Kent, Ohio: The Kent State University Press. MUTZ, Mathias. “Reformas Econômicas na China”. Economia Política Internacional: Análise Estratégica, Instituto de Economia/Unicamp, n. abr. jun. pp. Imperial Germomu and ihe Industrial Revolution. The Viking Press, Nova York, 1942. VEN, Hans J. van de. War and Nationalism in China: 1925-1945.

65 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download