Corpolatria e os profissionais de educação física

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Educação Física

Documento 1

FERREIRA, 2012) De acordo com Novaes e Ianelli (2015) a corpolatria nada mais é que uma dedicação exagerada ao corpo ideal de acordo com os padrões instituídos ora pela cultura vigente, ora pela pessoa que acredita que tem uma meta a atingir em relação ao seu corpo e que isto a faça se sentir parte de algo maior. A corpolatria se consolida em uma força capaz de construir uma nova “identidade social”, calcada no mais íntimo sentimento de pertencimento, ao mesmo tempo evocando uma suposta individualidade que paira na sociedade moderna. A preocupação exacerbada com o corpo assume status de ordem e/ou de meta suprema pela sociedade. NOVAES; IANNELLI, 2015,) A corpolatria tem como característica, a necessidade de adaptação às culturas, circunstâncias, modismos, por isso ela não pode ser entendida como estática, mas sim adaptável, ou melhor influenciável pela cultura vigente na época em que se predominou este ou aquele padrão assim define Toledo (2015) que desde os padrões gregos de beleza, passando por guerreiros romanos ou mesmo a idealização da mulher perfeita, cada época teve características únicas e que atendiam ao desejo que se estabelecia no momento.

As concepções de culto ao corpo porém não eram unânimes, diferentes visões de corpo perfeito foram surgindo, formando espécies de tribos ou grupos da corpolatria. O segundo, também podemos chamar de corpolatria, que é a adoração ao próprio corpo marcado por traços de narcisismo. FREZZA, 2015) O que se pode entender no texto de Frezza (2015) é que entre as metas do profissional de educação física deve estar o preceito grego mens sana, corpore sano, ou seja, o estabelecimento de uma relação equilibrada, em que o formato corporal esteja diretamente ligado à saúde plena e ao bem-estar. Já a segunda opção, corpo sarado, remete-se diretamente à corpolatria, já que está na busca incessante de atingir os padrões ora delineados por modismos, culturas, e que na atualidade tem como objetivo atender mais a interesses comerciais em detrimento a quaisquer outros.

Diante disso, podemos verificar que o culto ao corpo se tornou um forte aliado da alienação e do capitalismo, que faz com que as pessoas busquem esse corpo sarado idealizado através da mídia pela indústria do consumo, que visa um alto lucro com produtos de beleza e outros que prometem verdadeiros milagres para que as pessoas atinjam o estereótipo buscado. FREZZA, 2015, p. CORPOLATRIA. Maas (2014) ressalta a necessidade de que o profissional tenha a sensibilidade para entender as necessidades que a pessoa tem frente a corpolatria, uma vez que esta tem uma história de vida e desejos decorrentes dela, e que esta postura pessoal pode às vezes confrontar o profissional de Educação Física de forma ostensiva até tentando desestabilizar a sua forma de conduzir o processo e os objetivos a serem realmente almejados.

No contexto formado por estes discursos, o profissional de Educação Física, além de exercer um papel de formador, está sendo formado e re-formado no encontro de duas academias: a científica e a de ginástica, a primeira legitimada pelo saber técnico e a segunda pelo saber prático. Nesse encontro, o trabalhador se depara com dilemas éticos decorrentes de conflitos entre exigências do mercado e o que se aprende como papel do profissional de Educação Física, fato que evidencia a prática profissional não apenas como repetições calcadas numa racionalidade técnica, mas também como palco de rupturas da ordem discursiva, ou seja, aberturas para o questionamento e a transformação das práticas naturalizadas. MAAS, 2014) Atualmente, as academias se proliferam por todo o país, para a prática de atividade física, sendo que o Brasil é o segundo país no mundo em número de academias sendo superado apenas pelos Estados Unidos.

Parece que Fabrício se vê convocado a proporcionar resultado, mas sente que não possui o controle e condições necessárias para isso. MAAS, 2014. p. Lima (2009) explica que este saber deve ser entendido como o conhecimento conjunto de anatomia e fisiologia e que o cliente, mesmo com pressa de atingir resultados estéticos, tem que aceitar as suas limitações em razão de se manter a saúde e bem-estar e a estética deve se estabelecer como uma consequência do programa seguido respeitando seus limites, principalmente. Lima (2008) explica que muitas vezes o profissional de Educação Física, que atua em academia, vê-se com problemas, até de ordem ética, já que tem que atender ao cliente, mas, ao mesmo tempo, precisa e deve seguir o seu aprendizado, já que este foi adquirido de forma sistemática e baseado em experimentos e pesquisas científicos antes de serem introduzidos no curso universitário de Educação Física.

Além deste transtorno, Toledo (2015) enfatiza que fatores externos podem afetar como a pessoa vê o seu próprio corpo, a ditadura do fitness tem imposto padrões que pela própria formação corpórea, não tem como a pessoa atingir tal objetivo, o que a faz sentir que precisa estar em determinado modelo para pertencer a tal grupo ou momento. A corporeidade está ligada à modificação do corpo, ao condicionamento da cultura de culto ao corpo belo, buscando se encaixar no padrão de beleza ou estética, atendendo às necessidades da satisfação com o próprio corpo. Essa cultura fixa suas marcas no indivíduo, impondo normas e marcando ideias nas dimensões intelectuais, afetivas, morais e principalmente, físicas. TOLEDO, 2015) E cabe muitas vezes, ao profissional de Educação Física detectar se a pessoa tem problemas com sua imagem corporal quando busca atividade física com o objetivo exclusivo de atender aos requisitos impostos pela moda, por exemplo.

E jamais deve levar a questão da saúde como simples mercadoria, seguir o que a sociedade dita como modelo ou mesmo atender às regras de consumo. Assim sendo, a imagem do corpo reflete a história da vida de uma pessoa, constituindo-se nas vivencias que se concretizam no corpo. REFERÊNCIAS BRASIL. Lei nº 9. de 01 de setembro de 1998. Dispõe sobre a regulamentação da Profissão de Educação Física e cria os respectivos Conselho Federal e Conselhos Regionais de Educação Física. com. br/complexo-de-adonis/>. Acesso em: 15 maio 2018. CAMPOS JUNIOR, Wilson.  A PERCEPÇÃO DOS JOVENS DO SEXO MASCULINO FREQÜENTADORES DE ACADEMIA ACERCA DE SUA IMAGEM CORPORAL.  Efdeportes. com, Buenos Aires, v. n. p. jun. html>. Acesso em: 5 jul. FREZZA, Matheus di Martino.  AS DEMANDAS DO CORPO: OS SABERES E OS FAZERES DOS PROFESSORES DAS ACADEMIAS.

f. Dissertação (Mestrado) - Curso de Psicologia, Departamento de Psicologia, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2014. NOVAES, Joana de Vilhena; IANNELLI, Adriana Machado. A DIMENSÃO SIMBÓLICA DO CORPO E O FENÔMENO SOCIAL DA CORPOLATRIA.  Desafios: Revista Interdisciplinar da Universidade Federal do Tocantins, Tocantis, v. n. Corpo e Comunicação: sintoma da cultura. São Paulo: Paulus, 2004. p. RUSSO, Renata. Imagem corporal: construção através da cultura do belo.  Motriz, Rio Claro, v. n. p. ago.

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