Desvendando as determinações sócio-históricas do instrumental técnico-operativo do Serviço Social

Tipo de documento:Resenha Crítica

Área de estudo:Serviço Social

Documento 1

p. jul. dez. O artigo apresenta a perspectiva sócio-histórica do instrumental técnico-operativo do Serviço Social, reafirmando a compreensão de que as requisições postas aos profissionais “estão permeadas pelas circunstâncias em que se produzem as necessidades sociais e pela caracterização das intervenções sociais que se propõem a enfrentar as manifestações da questão social. ” (TRINDADE, 2001, p. Idem, p. Eles são compreendidos como elementos mediadores e potencializadores do trabalho, e a técnica pode ser definida no sentido de ser a “habilidade humana de fabricar, construir e utilizar instrumentos”. TRINDADE, 2001, p. Vale ressaltar que, “o processo de consolidação do modo de produção capitalista, impulsionado pelo crescimento da industrialização, é acompanhado pelo aumento da miséria e de várias manifestações que abalam a ordem social necessária à hegemonia burguesa”.

TRINDADE, 2001, p. Isto é, o instrumental também faz parte da direção teórico-política do exercício profissional. No decorrer da história da profissão o instrumental técnico operativo também teve tratamentos distintos, de acordo com as demandas sociais passíveis de intervenção profissional. Desta forma, a autora considera a historicidade da utilização desses instrumentos durante o percurso da profissão em território nacional. Consideramos, então, que o Serviço Social é parte do processo de reprodução social e que se a sua prática se desenvolve no interior da divisão social e técnica do trabalho - como uma especialização do trabalho coletivo - sua instrumentalidade sofre as determinações da dinâmica social, da qual emanam as demandas para as instituições nas quais os assistentes sociais atuam.

Para a consecução de seu trabalho, os assistentes sociais acionam um instrumental técnico-operativo, que contribui para a viabilização da inserção da profissão em diversas formas de enfrentamento das manifestações da questão social. Idem, p. Apesar dos instrumentais utilizados na gênese da profissão não se diferenciarem das práticas utilizadas pelas ações de assistência, o contexto histórico é diferente dado a crescente necessidade de respostas mais organizadas e planejadas para conter o agudizamento dos antagonismos de classes presentes no referido contexto. A filantropia não tinha mais condições de realizar o enfrentamento da questão social presente na sociedade. TRINDADE, 2001, p. No período de institucionalização da profissão no país ganha espaço a abordagem psicologizante advinda dos Estados Unidos.

Nas décadas de 1950 e 1960 o Serviço Social inaugura uma abordagem profissional voltada à organização e desenvolvimento de comunidades, o que possibilitou à profissão a apreensão de novos instrumentais e técnicas que antes não eram utilizados. A intervenção em organização de comunidade busca melhorar o meio, as condições imediatas, deixando de centrar-se, apenas nas mudanças comportamentais do indivíduo e da família. Além disso, pode-se afirmar que o engajamento do Serviço Social no desenvolvimento de comunidade também significa uma busca de modalidades interventivas mais abrangentes do que o Serviço Social de Caso e de Grupo [. Isso traz algumas inovações aos procedimentos interventivos do Serviço Social. TRINDADE, 2001, p. A onda da modernização conservadora que transitava no Estado ditatorial requisitava profissionais capacitados tecnicamente com as características profissionais já citadas.

TRINDADE, 2001, p. A autora destaca que “na passagem dos anos 70 para os 80, o clima político de discussão e de luta pela redemocratização do país favorece a cultura crítica assumida pelos setores profissionais, alinhados com o projeto de ruptura. ” (TRINDADE, 2001, p. Com o fim da ditadura militar, a conquista hegemônica de um novo projeto profissional que rompe com o pensamento conservador da profissão e entende que as problemáticas sociais são relacionadas as desigualdades produzidas pelo capitalismo. Portanto, Vale salientar, no entanto, que a permanência de procedimentos de caráter individual, grupal, coletivo e administrativo-organizacional não expressa a mera continuidade de um padrão (permanente e imutável) inerente à prática do Serviço Social. Isto porque a configuração dos procedimentos e do instrumental técnico-operativo acompanha as alterações históricas da base sócio-organizacional do Serviço Social e está marcado por tratamentos diferenciados conferidos pelos diversos projetos profissionais.

TRINDADE, 2001, p. Assim, o instrumental coloca-se como um conjunto articulado historicamente, pois faz parte do atendimento de necessidades reais, permeadas pelas relações sociais. Não se constituindo, portanto, um acervo neutro e meramente técnico, embora assim seja apresentado pelo pensamento dominante, racionalista-formal.

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