DIATERMIA POR MICRO-ONDAS NO LIMIAR DE DOR NA DISMENORREIA PRIMÁRIA E COMPARAÇÃO DE EVN E QUESTIONARIO McGUIL: ENSAIO CLÍNICO PLACEBO-CONTROLADO

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Medicina

Documento 1

O homem deixa sempre sua marca, seja boa ou má, por onde vai passando. E isto já se vê nas pegadas que deixamos na praia. ” (William Douglas R. dos Santos, 2005) RESUMO A dismenorreia primária é definida como cólicas ou dor hipogástrica, associada ou não a sintomas sistêmicos, que precede ou acompanha a menstruação em algumas mulheres, sem doença preexistente que explique a queixa. É mais frequentemente observada em adolescentes e mulheres jovens, entre os quais a incidência varia amplamente. In this study, the main objective was to use microwave diathermy to reduce the pain autorelate associated with dysmenorrhea. We selected 88 women, divided into two groups: ACTIVE (who received the treatment by microwave with the attached device) and the PLACEBO group (who received the same treatment with the device turned off).

The EVN and McGill questionnaires were used before and after microwave intervention. The use of microwave diathermy was effective in reducing pain autorelate in both groups, showing a significant placebo effect in the treatment with the appliance switched off. Therefore, it is concluded that the use of microwave diathermy reduces the reported pain of women with primary dysmenorrhoea. Randomização 13 3. Local da Pesquisa 13 3. Intervenção 13 3. Desfechos 14 3. Escala Visual Numérica (EVN) 14 3. REFERÊNCIAS 28 Anexos 30 1. INTRODUÇÃO A dismenorreia é caracterizada por menstruação dolorosa e dor pélvica que ocorre antes ou durante o período menstrual, durante o ciclo, que acaba interferindo nas atividades normais e em muitos casos, necessita de medicação específica, podendo ser primária (dor menstrual sem patologia pélvica) ou secundária (dor associada com uma patologia secundária).

A dor pontua-se na região suprapúbica, pode se estender até a região lombar e irradiar-se até a região medial das coxas, frequentemente pode ser acompanhada de sintomas que inclui náusea, cefaleia, fadiga e/ou diarreia, e desaparece após cerca de 2 dias ou com o fim da menstruação1-3. Aproximadamente 50% das mulheres em idade reprodutiva referem cólica menstrual, sendo que em 10 a 15% a presença de dor é o bastante para interferir nas ocupações do quotidiano, com duração em torno de 1 a 3 dias por mês1,4. A dismenorreia é um transtorno de difícil diagnóstico, assim como o seu tratamento. estudaram os efeitos da termoterapia profunda por meio da diatermia por micro-ondas em uma paciente com dor severa por dismenorreia primária. Ao longo de 7 meses de tratamento, a dor tornou-se ausente, demonstrando a efetividade do micro-ondas no alívio dos sintomas da dismenorreia primária.

A avaliação da dor na dismenorreia primária é feita, na maioria das vezes, por meio da Escala Visual Numérica (EVN)2,4 a qual demonstra a melhora desta variável, sendo um parâmetro importante para a prática clínica. Porém, até o momento, não foi elucidado se o micro-ondas pode alterar a percepção do paciente em relação à dor, mas julga-se necessário conhecer se pode ocorrer alteração dos mecanismos centrais da dor por meio de avaliação específica. OBJETIVOS 2. com, em dois grupos: MO ativo (GA / n= 44) e MO placebo (GP / n= 44). As siglas dos grupos foram guardadas em envelopes opacos e selados, os quais foram guardados em local seguro, sendo que apenas o pesquisador responsável pela randomização teve acesso ao local.

Local da Pesquisa As voluntárias foram submetidas à avaliação e intervenção fisioterapêutica na Clínica de Fisioterapia da Universidade Cidade de São Paulo. Intervenção As pacientes foram submetidas à avaliação e intervenção por um ciclo menstrual. O estudo teve avaliador e pacientes cegos. Em função do aquecimento promovido pelas ondas eletromagnéticas do aparelho de micro-ondas, as pacientes foram orientadas a trajar roupas de algodão e retirar objetos metálicos do corpo, para evitar queimaduras. Figura 1 – Demonstração da aplicação da diatermia por micro-ondas 3. Desfechos As pacientes foram submetidas à avaliação fisioterapêutica previamente à intervenção (Av-pré) e imediatamente após a intervenção com o micro-ondas (Av-pósMO), independente do grupo ativo ou placebo. Na Av-pré, foram coletados os dados demográficos por meio da identificação e feita uma anamnese composta dos seguintes itens: doenças associadas, antecedentes pessoais e ginecológicos, para verificar se a paciente se enquadrava ou não nos critérios de inclusão do presente estudo.

A dor foi avaliada por meio da Escala Visual Numérica (EVN) e pelo Questionário de dor McGill (Br-MPQ). O questionário será aplicado sob forma de entrevista, sendo utilizado nos momentos Av-pré e Av-pósMO. Análise estatística A análise estatística foi feita utilizando o software BioEstat 5. Para verificar se os dados apresentavam distribuição normal foi utilizado o teste Shapiro-Wilk. Foram analisadas as diferenças entre os grupos nos diferentes momentos de avaliação. Os dados gerais foram expressos em média, desvio-padrão e porcentagem. O sistema reprodutivo feminino é projetado para realizar várias funções, além de produzir os óvulos ou oócitos, necessários para a reprodução. O sistema todo é projetado para transportar os óvulos para o local de fertilização, que ocorrerá nas tubas uterinas e que posteriormente será implantado na parede do útero, iniciando uma gestação16.

Se a fertilização e / ou implantação não ocorrer, o endométrio, que se desenvolveu para receber uma nova vida, descama, ocasionando a menstruação, um fenômeno mensal, para a maioria das mulheres e causador de muitos transtornos para muitas delas. Resumidamente, o ciclo menstrual tem uma frequência de cerca de 21 a 35 dias. Amplamente definido, possui duas fases: folicular e lútea (Fig. Dismenorreia A dismenorreia é uma cólica menstrual dolorosa de origem uterina. É comumente dividido em primária (dor sem patologia orgânica) e dismenorreia secundária (dor pélvica associada com uma condição patológica identificável, como a endometriose ou cistos ovarianos)19. O início da dismenorreia primária é geralmente logo após a menarca (6 a 12 meses), quando os ciclos ovulatórios são estabelecidos.

A dismenorreia secundária também pode ocorrer a qualquer momento após a menarca, mas pode surgir como um novo sintoma durante a quarta e quinta década, após o início de uma condição causal subjacente20. Alguns estudos encontraram uma prevalência consistentemente alta em adolescentes e mulheres jovens de diferentes idades e nacionalidades, entre 45 a 95%19,21,22. A Fisioterapia e a dismenorreia Atualmente, em ginecologia, estudiosos do tema, discutem formas terapêuticas de minimizar o desconforto feminino, especialmente no caso de dismenorreia primária, no entanto, quando se trata de tratamento, os analgésicos são o tratamento de eleição35. Eles agem diminuindo atividade da via ciclooxigenase, inibindo a síntese de prostaglandina. Existem estudos mostrando que os antinflamatórios não esteroidais (AINEs) melhoram de17 a 95% das queixas das mulheres, sendo os seus efeitos colateriais (gastrointestinal) em geral tolerável, embora deva ser evitado por mulheres com risco de desenvolver úlceras36.

No entanto, os efeitos dos AINEs duram apenas durante a crise de dor, proporcionando alívio imediato, porém a crise se repete a ciclo menstrual37. Infelizmente algumas mulheres não podem usar esse recurso, porque não respondem ao tratamento farmacológico convencional (10 a 20%)38. O pilates age diminuindo significativamente a intensidade da dor e aumento do fluxo sanguíneo, pela correção de desequilíbrios posturais e recuperação da vitalidade corporal e mental51. Outra forma para gerenciar a dor provocada pela dismenorreia, proposta por Nascimento54 é a dança do ventre. Essa modalidade de exercícios tem mostrado ser positiva para aliviar a dor. Isto é possivelmente relacionado à semelhança com exercícios de cinesioterapia, como: inclinação pélvica anterior e posterior, inclinações laterais, elevação pélvica, além de alongamento e foco em exercícios de respiração.

A termoterapia também é um tratamento recorrente para esse transtorno. Espasmos musculares secundários na doença musculoesquelética; 2. Alívio da dor resultante do espasmo muscular; 3. Para articulações onde existem alguns processos inflamatórios crônicos agudos; 4. Para melhorar a amplitude de movimento e aliviar a rigidez articular; 5. Periartrite crônica; 6. Tabela1: Comparativo da caracterização amostral dos dois grupos estudados: Grupo Ativo e Grupo Placebo. Idade (anos) Estado civil Cor da pele Menarca (anos) Tempo que apresenta cólicas (anos) Dia do ciclo menstrual (até o 3º dia) IMC GRUPO ATIVO N=44 21,7 + 3,3 9% de casadas 75% brancas 12,5 + 1,7 9,2 + 4,3 1,84 + 0,64 24 + 4 9% pardas 4,5% negras GRUPO PLACEBO N=44 22,6 + 4,3 4,6% de casadas 57% brancas 12 + 1,6 9,6 + 4,3 1,8 + 0,6 25 + 4,6 30% pardas 9% negras 4,5% orientais *Diferenças não significativas para: menarca, presença de cólica (anos), dia do ciclo e IMC Abaixo o Gráfico 1 compara o nível de dor antes e após a intervenção com MO nos grupos ATIVO e PLACEBO.

Gráfico 1 - Comparativo do escore de dor, de acordo com o questionário EVN, antes e depois do tratamento com MO para o grupo ATIVO e PLACEBO. Diferença significativa entre os momentos “antes” e “depois” nos grupos estudados (Teste t pareado, p<0,0001). Abaixo o Gráfico 2 compara o nível de dor entre os grupos ATIVO e PLACEBO, antes e após a intervenção com MO. DISCUSSÃO Neste trabalho, o principal objetivo foi avaliar se os efeitos da diatermia por micro-ondas (MO) são efetivos em diminuir o limiar de dor na dismenorreia primária, utilizando os questionários EVN e McGill. Para tanto, foram estudadas 88 mulheres, distribuídas aleatoriamente em 2 grupos de estudo, denominados de ATIVO, aquele que recebeu o tratamento por micro-ondas (MO) com o aparelho ligado, e o grupo PLACEBO, aquele que recebeu o tratamento por micro-ondas (MO) com o aparelho desligado.

A maioria das voluntárias eram brancas, com índice de massa corporal (IMC), considerado eutrófico, que tiveram a menarca aos 12 anos de idade e em média, apresentavam dismenorreia há 9 anos. Sendo a percepção de dor subjetiva e muito pessoal, é importante avalia-la considerando essa variável e portanto, deve ser feita através de questionários validados, fidedignos e testados para tal análise. Para cada grupo foi usado o questionário de dor EVN e o questionário McGill, que avalia 4 dimensões da dor, antes e após o tratamento por MO. Como um fenômeno clínico, “o efeito placebo” é um nome genérico para efeitos benéficos que derivam do contexto do estudo, incluindo o ritual de tratamento e a relação clínico-paciente, quando comparados aos benefícios terapêuticos produzidos pela farmacologia específica ou efeitos fisiológicos de intervenções médicas66.

Embora o placebo “inerte” (como uma pílula de açúcar, injeção salina e neste trabalho, o MO desligado) seja uma ferramenta para a compreensão científica do efeito placebo, não há necessidade de seu uso para obtê-lo. O efeito placebo pode acompanhar e aumentar a eficácia das intervenções médicas, além disso, a interação comunicativa dos praticantes com os pacientes, tanto verbal quanto não-verbal, pode produzir efeitos placebo mesmo sem o uso de tratamentos específicos67. Esses resultados poderiam passar a impressão de que o MO tem pequena contribuição benéfica nos resultados terapêuticos da dismenorreia, mas essa seria uma conclusão equivocada, pois há evidências científicas de que a expectativa positiva influencia o benefício clínico associado ao tratamento68 e que dispositivos falsos (neste caso, o MO desligado) podem produzir grandes efeitos placebo69,70 associados ao tratamento real, inclusive.

Um estudo de Kaptchuk71 sugere que os rituais de tratamento elaborados e a interação médico-paciente frequente, pode ser um método potente de cura interpessoal por meio do efeito placebo. Pain Med. Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia. Dismenorreia primária: tratamento. Rev Assoc Med Bras. Lewers D, Clelland JA, Jackson JR, Varner RE, Bergman J. Saunders Company; 2008. Michlovitz S, Von Nieda K. Therapeutic heat and cold. In: Physical Agents: Theory and Practice. nd ed. BMC Women's Health. Potur DC, Kömürcü N. The effects of local low-dose heat application on dysmenorrhea. J Pediatr Adolesc Gynecol. Vance AR, Hayes SH, Spielholz NI. Enf. USP. dez ; 30(3): 473-83. Wylie L. Essential Anatomy and Physiology in Maternity Care, Elsevier, Churchill Livingstone, London. ª Ed. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2012.

Latthe PM, Champaneria R, Khan KS. Dysmenorrhoea Search date January 2010. Clinical Evidence. Primary dysmenorrhea in young western Australian women: prevalence, impact, and knowledge of treatment. J Adolesc Health. Robertson C. Differential diagnosis of lower abdominal pain in women of childbearing age. Lippincotts Prim Care Pract. Primary dysmenorrhea among Mexican university students: prevalence, impact and treatment. Eur J of Obstet Gynecol Reprod Biol. Weissman AM, Hartz AJ, Hansen MD, Johnson SR. The natural history of primary dysmenorrhoea: a longitudinal study. BJOG. To WWK. Comparison of quality of life scores in adolescents with menstrual dysfunction. Hong Kong J Gynecol Obstet. Midwifery. Akerlund M, Anderson KE, Ingemarsson I. Rev Enferm UFPE on line. Giraldo IP, Eleutério Júnior J, Linhares IM. Como diagnosticar e tratar dismenorréia. Rev Bras Med. Ed. Mirbagher-Ajorpaz N, Adib-Hajbaghery M, Mosaebi F.

The effects of acupressure on primary dysmenorrhea: a randomized controlled trial. Complement Ther Clin Pract. Yu YP, Ma LX, Ma YX, Ma YX, Liu YQ, Liu CZ, et al. Immediate effect of acupuncture at Sanyinjiao (SP6) and Xuanzhong (GB39) on uterine arterial blood flow in primary dysmenorrhea. The effects of abdominal meridian massage on menstrual cramps and dysmenorrhea in full-time employed women]. Article in Korean] Taehan Kanho Hakhoe Chi. Dec; 35(7): 1325-32. Song XL1, Zhang LF, Li XH, Xu LL, Li CH, Ding XY, Ren XX, Zhao YF, Guo MW, Sun ZF, Zhu J. Effects of electroacupuncture of "Sanyinjiao" (SP 6) on contents of MDA and beta-EP, and expression of HSP 70 in the uterus in rats with dysmenorrhea]. TENS de alta e baixa frequência para dismenorreia primária: estudo preliminar. Conscientiae Saúde.

Gladwell V, Head S, Haggar M. Does a program of Pilates improve chronic non-specific low-back pain? J Sport Rehabil. Gerzson LR, Padilha JF, Braz MM, Gasparetto A. Lehmann JF, DeLateur BJ. Therapeutic Heat. In Therapeutic Heat and Cold Chapter 10, 404-562, (Ed) Lehmann, J. F. rd Edition, Williams and Wilkins, Baltimore, 1982. gov/ 59. Giombini A, Giovannini V, Di Cesare A, Pacetti P, Ichinoseki-Sekine N, Shiraishi M, Naito H, Maffulli N. Hyperthermia induced by microwave diathermy in the management of muscle and tendon injuries. Br Med Bull. Westermann AM, Jones EL, Schem BC, van der Steen-Banasik EM, Koper P, Mella O, Uitterhoeve ALJ, de Wit R, van der Velden J, Burger C, et al. Aug; 30(4): 307-11. Ernst E, Resch KL. Concept of true and perceived placebo effects. BMJ. Price DD, Finniss DG, Benedetti F.

Neurogastroenterol Motil. Linde K, Witt CM, Streng A, et al. The impact of patient expectations on outcomes in four randomized controlled trials of acupuncture in patients with chronic pain. Pain. Kaptchuk TJ, Goldman P, Stone DA, Stason WB.

206 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download