Ecologia

Tipo de documento:Questões e Exercícios

Área de estudo:Biologia

Documento 1

Apesar dessa dualidade ser muitas vezes vista como um problema em outros ramos, como na política ou na religião, na ciência ela é fundamental para nos fazer questionar consensos já estabelecidos e nos fazer buscar respostas para outros modelos de estudo. No caso dos artigos propostos como referência para discussão, temos duas visões divergentes sobre o mesmo assunto. De um lado temos Briggs (2010) que aponta a existência de uma atitude militarista exagerada de detecção e destruição de espécies exóticas, realizada sem registros factuais. Do outro, Albins e Hixon (2011) que afirma a necessidade de manejo dessas espécies em prol da estabilidade do ecossistema. Para analisar melhor ambos os artigos e dar a opinião sobre o tema, elenquei de forma resumida, os argumentos que cada um dos autores utiliza.

Já Albins e Hoxin (2011), estudando a invasão do peixe-leão (Pterois volitans) no oceano Atlântico Oeste e Caribe, reforça que a presença dessa espécie neste ambiente propicia diversos impactos ambientais e econômicos para a região. Para esses autores, a falta de resistência biótica do oceano Atlântico sobre o peixe-leão, leva a um aumento desordenado da sua população causando impactos em toda cadeia trófica, o que diminuiria a estabilidade do ecossistema. Segundo eles, esse impacto é ainda mais relevante nos corais. Isso ocorre, pois a diminuição de peixes herbívoros, presas do peixe-leão, acarreta o aumento desordenado das algas marinhas, que aliada ao aquecimento dos oceanos, afetaria negativamente os corais e todos as outras espécies que dependem desse habitat.

Diante do exposto, acredito que a invasão de espécies exóticas, apesar de não acarretar necessariamente a uma diminuição da riqueza local, propicia sim, a diminuição da estabilidade do ecossistema, ao afetar a dinâmica da cadeia trófica, incluindo o ser-humano, como espécie de topo. Worst case scenario: potential long-term effects of invasive predatory lionfish (Pterois volitans) on Atlantic and Caribbean coral-reef communities. Environmental Biology Of Fishes, [s. I. v. n. v. n. p. jun. Springer Science and Business Media LLC. Em seu estudo, também não foi possível detectar a influência da latitude do reservatório na riqueza de espécies não nativas. Para ele, existe uma dificuldade em isolar esse efeito, visto que as regiões mais meridionais, que hipoteticamente seriam mais vulneráveis a invasão, também são as mais populosas e, portanto, também oferecem maior facilidade de propagação dessas espécies, como citado anteriormente.

Por fim, esse autor cita que o efeito é ainda mais problemático devido ao modelo de produção hidrelétrico em cascata, o que influenciaria a dispersão a jusante das espécies. Isso acontece, pois, a propagação aconteceria mesmo que a dispersão artificial da espécie não nativa tenha sido realizada em apenas um reservatório. Além disso, esse autor cita, que grandes reservatórios também facilitam espécies não nativas e nativas a alcançarem regiões altas da bacia que até então eram inalcançáveis. Outro motivo são as características produzidas pelo fluxo lêntico que imita as características da bacia de origem facilitando a presença dessa espécie invasora. Além disso, Franco et al. também cita que o nosso modelo em cascata na construção de reservatório, elimina barreiras naturais e facilita a dispersão para áreas adjacentes da bacia.

Por fim, considerando a expansão dos números de reservatórios, o número de espécies não nativas tem o potencial para alcançar dimensões inimagináveis. Se essa síndrome de castor, como citado por Pereira et al. s10750-017-3467-x. PEREIRA, Larissa Strictar et al. Non-native species in reservoirs: how are we doing in Brazil?.  Hydrobiologia, v. n. Esse tipo de abordagem pode ajudar a conscientizar a população, melhorando sua participação em ações de engajamento pró-conservação, e consequentemente, ajudando a conservar todo um território, ou área protegida, que abriga não só a espécie bandeira, mas toda uma comunidade biótica. A mais conhecida espécie-bandeira, usadas como logotipos de inúmeras instituições pró-conservação no mundo, são os pandas gigantes, principalmente devido seu carisma e simpatia.

Hoje existem menos de 1600 pandas-gigantes em seu habitat natural e os esforços para sua conservação podem ajudar na conservação de uma das regiões mais diversas da China, as montanhas Sichuan habitat natural dessa espécie. No Brasil, algumas espécies bandeiras são, a onça-pintada principalmente para os biomas florestais, o Lobo-Guará, no cerrado, os primatas da mata atlântica, como o mico-leão e o muriqui, as araras, a anta, as tartarugas marinhas, símbolo do projeto TAMAR e tantos outros. Mais especificamente a Amazônia, maior e mais rica floresta tropical do mundo, e uma das mais ameaçadas, abriga um grande grupo de espécies bandeiras, que podem ajudar na manutenção das políticas públicas para conservação desse bioma. Esse programa utiliza essa espécie, devido sua característica carismática, visando a conservação de um dos maiores fragmento de Mata Atlântica de Minas Gerais e uma das últimas áreas com uma população viável de onça-pintada nesse estado, o Parque Estadual do Rio Doce.

A própria gestão desse parque também utiliza essa espécie para promover a conscientização das comunidades do entorno e o turismo, agregando valor econômico a região. O Parque Nacional de Iguaçu, também utiliza uma abordagem bem parecida, porém em uma maior escala. Além de espécie bandeira, a onça pintada pode ser considerada também uma espécie guarda-chuva. Isso acontece, pois, por ser um predador de topo de cadeia trófica, a extinção de sua população em determinado local, pode levar a um desequilíbrio de toda teia trófica, devido a um efeito cascata causado pelo aumento da abundância de presas. Oecologia, v. p. FREITAS, A. V. L. Métodos de estudos em biologia da conservação e manejo da vida silvestre.

Curitiba: Editora da UFPR, 2003. p. NICHOLS, E. SPECTOR, S. J. Evolution of indicators of ecosystem health. In: MCKENZIE, D. H. HYATT, E. Neste caso, a biopirataria deverá ser divida em dois grupos distintos. O primeiro refere-se à apropriação direta de indivíduos, e recursos genéticos, visando o comércio para fins científicos, farmacológicos, artístico, cultural ou domesticação. Já o segundo, refere-se à apropriação indevida da propriedade intelectual dos povos tradicionais com objetivo de se obter conhecimentos sobre o uso dos recursos naturais, visando a exploração econômica desses recursos. Já a bioprospecção refere-se a etapa de coleta dos recursos naturais e intelectuais dos povos tradicionais. Normalmente essa etapa é realizada por grupos científicos que com auxílio de pessoas com alto conhecimento tradicional, porém também de alta vulnerabilidade social, fazem expedições em áreas da floresta para coleta daqueles recursos com potencial para exploração econômica.

É necessário, maior esforço de pesquisa para identificação e catalogação de novas espécies. Ainda se sabe pouco sobre a nossa própria biodiversidade. Segundo os dados do Sistema de Informação sobre a Biodiversidade Brasileira– SIBBR (2019) apesar do número de espécies estimadas pro Brasil, ser próximo de 2 milhões de espécies, as espécies conhecidas ficam entre 170 a 210 mil, entre animais, plantas e fungos. Obviamente, deve-se ressaltar ainda, que a falta de incentivo em pesquisa pelos órgãos governamentais pode ser um grande desestimulante para a pesquisa nacional, diminuindo a capacidade dos órgãos de pesquisas brasileiros em reconhecer o potencial dos nossos recursos naturais e consequentemente, ampliar o espaço para biopirataria e a apropriação do conhecimento dos povos tradicionais brasileiros.

SIBBR. Esses conhecimentos são baseados em experiências e percepções sobre seu próprio ambiente natural. Dentro do escopo da etnobiologia, essa ciência emergente pode ser conceituada como ao estudo dos conhecimentos e conceitos cognitivos de povos ou comunidades a respeito da biologia e suas relações. Para Martin (2001) o prefixo “etno” antecedendo o nome de uma disciplina acadêmica, é uma forma simplificada de dizer que essa é a maneira como uma sociedade ou povo percebe o mundo e aquele conhecimento. Dentro da vertente da Etnobiologia, muita outras foram criadas, como a (i) Etnobotânica, que, que pode ser conceituado como o estudo das plantas usadas por uma sociedade ou povo; (ii) Etnoecologia, que é o conhecimento de determinada sociedade ou povo sobre as relações entre espécies; (iii) Etnozoologia, que visa entender o conhecimento de um povo sobre os animais, técnicas de caça, comportamentos; (iv) além de muitas outras vertentes de estudos.

A etnobiologia é uma disciplina considerada inovadora e de extrema importância para pesquisa biológica. Com o objetivo de reverter esse quadro, no ano seguinte, uma equipe de pesquisadores, coordenados pela Prof. Dr. Maria da Auxiliadora Drumond, iniciou uma série de estudos etnobiológicos com as comunidades locais, principalmente na comunidade Quilombola de Pontinha, em Paraopeba – MG. O objetivo dessas bioprospeccões era compreender mais sobre as características da espécie e como a comunidade fazia a coleta dos indivíduos. Até o ano de 2008, foram feitas diversas prospecções e entrevistas com as comunidades. CAMPOS, A. Q. GUIMARÃES, J. T. NUNES. A. A. Q. GUIMARÃES AND R. H. QUESTÃO 7: ETNOBIOLOGIA Utilizando como base o artigo de Torres et al. dê a sua opinião sobre a presença de comunidades tradicionais no interior de Unidades de Conservação e como a Etnociência pode contribuir para amenizar conflitos.

As Unidades de Conservação, segundo o Sistema Nacional de Unidades de Conservação – SNUC, Lei nº 9985/2000, são área com características naturais relevantes, legalmente instituídas e de uso restrito, com objetivo de conservar a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos associados. Porém, considerar que todas as unidades de conservação estão de fato cumprindo seus objetivos, pode ser um grande equívoco. Isso acontece, pois em certos casos, as pressões do entorno estão altas e/ou os órgãos gestores não conseguem operacionalizar suas ações de maneira eficiente, o que impede qualquer alternativa de conservação. Interciencia: Revista de ciencia y tecnología de América, Caracas, v. n. p. jan. QUESTÃO 8: DIVESRSIDADE Baseado no artigo Franco et al. demonstraram que a estrutura do habitat, neste caso a sua complexidade, influência positivamente as assembleias de peixes.

Corroborando a hipótese de que esses ambientes complexos são capazes de oferecer mais recursos a uma maior gama de espécies, favorecendo toda a comunidade. Independentemente do estudo, ambos, reforçam a importância de se avaliar múltiplos preditores para análise da integridade biológica de qualquer espécie ou espécies. Esses autores se baseiam na premissa de que organismos complexos iram responder a diferentes variações no habitat, desde o aumento da pressão antrópica ou a diminuição da complexidade do habitat, com o branqueamento de corais, por exemplo. Desta forma, é de extrema importância que levantamentos de impactos ambientais por exemplo, considerem diversas variáveis ambientais, uma vez que, cada uma delas pode gerar uma resposta diferentes para a comunidade biológica, positiva ou negativa.

n. p. fev. Wiley. doi. out. Elsevier BV. doi. org/10. j.

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