Escrita sobre a leitura do texto

Em outras palavras, o que os autores defendem é que as relações de dominante e dominado visíveis na sociedade, são reflexos das relações de poder constituídas no universo escolar, ou seja, a sociedade nada mais é do que a perpetuação da imposição sociocultural estabelecida na escola. O texto ainda faz comparação entre as teorias de Marx, Durkheim e weber, levantando as principais contraposições entre as três no que se refere as relações de poder, onde cada teórico defende a sua posição ao tratar a influência de um indivíduo sobre o outro. Na visão dos autores, Marx analisa de forma minimalista a relação de força entre dominantes e dominados, enquanto que Durkheim em oposição a este trata o efeito destas relações apenas como um constrangimento social.

Já Weber se diferencia dos dois primeiros por tratar de maneira específica as representações de legitimidade e suas consequências para a legitimação das relações de poder. A temática central do primeiro livro da obra que estamos relatando, é sem dúvida a questão da violência simbólica. É nesta questão que os autores tratam da legitimidade da violência simbólica no processo pedagógico, pois uma ação pedagógica, não pode existir sem uma autoridade que a legitime. Sendo assim a imposição da violência simbólica passa a ser válida e justificada, reforçando o poder arbitrário entre dominante e dominado e afirmando-se como um direito de imposição legítima. Podemos dizer ainda que as práticas da autoridade pedagógica consideram as relações de força como algo necessário, ou seja, se reconhece como verdadeira a dominação de uma classe sobre a outra dentro da mesma formação social.

Assim as classes dominantes seguem subjugando as dominadas impedindo que esta tome consciência de sua força, já que tal força esta dissimulada pelo costume de imposição de uma classe sobre a outra. O que se pode ter em mente é que para impor tal força entre os agentes dominados, empregam-se técnicas que dissimulam as características da imposição de autoridade, permitindo assim que os molde de acordo com sua característica sem que se dê conta da relação de dependência criada propositalmente através da dissimulação empregada. Tem se a ilusão de uma autonomia absoluta, quando na verdade não é o que ocorre, pois, a autoridade escolar age em detrimento de uma institucionalização favorável ao sistema de ensino, que por sua vez dá condições perfeitas para que o trabalho pedagógico possa ser feito em proveito de uma instituição defendida por um determinado grupo de classes.

Desta forma pode-se dizer que a autoridade escolar serve aos interesses de uma determinada classe e por sua vez usa o trabalho pedagógico para afirmar estes interesses através do trabalho escolar. Assim temos no processo educacional uma grande estratégia de perpetuação da violência simbólica, onde é natural impor a vontade do dominante ao agente dominado.