Ética da alteridade

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Direito

Documento 1

É no nascimento da alteridade que se extrai o atingimento do homem na humanidade, com base no que dispõe Emmanuel Lévinas. Assim, o presente trabalho tem como objeto fazer uma análise crítica ao pensamento de Emmanuel Lévinas acerca da ética da alteridade, apresentando inicialmente o conceito de alteridade, fazendo, em apertada síntese, explanação sobre a ética aplicada a esse princípio, trazendo ao debate pensamentos filosóficos pertinentes à questão, seguida de conclusão trazendo importantes apontamentos e considerações a respeito da temática. Não é objetivo da presente pesquisa esgotar o tema, mas sim fomentar a discussão no debate acadêmico. Palavras-chave: Ética; Alteridade; Humanidade; Filosofia. ABSTRACT This article has as its theme the approach to the ethics of otherness based on the philosophical thought of the author Emmanuel Lévinas.

Ele é igual a mim na medida em que tem, assim como eu, uma consciência, mas é diferente de mim por ter outra consciência. A proximidade se expressa no rosto do outro que me olha, pois é no semblante que percebo que existe, assim como em mim, uma outra consciência diante de mim. Como seres humanos que somos, no pleno exercício de nossa humanidade e convivência social, estamos sempre nos relacionando com outros e é nessa relação que a moral adquire sentido, que nunca é individual. A proximidade, ou seja, a constatação de que este outro que está diante de mim possui, como eu, uma consciência, implica responsabilidade para com o outro. Assim, estamos juntos, somos próximos, somos responsáveis uns pelos outros. Quando falamos em ética faz-se necessário destacar que estamos falando da relação de no mínimo, duas pessoas.

Se estivéssemos sozinhos no mundo, provavelmente a ética não entraria em questão, portanto, há uma exigência de, no mínimo, uma intersubjetividade no debate da ética. Para Lévinas, a alteridade tem uma importância decisiva na ética que nada mais é do que “o alter”, o Outro, que nada pode ser atribuído previamente a este outro. Vejam, a questão essencial na ética de Lévinas é justamente a questão do outro da alteridade. O Outro sempre se mostra a nós pelo rosto. A violência pode ser definida em toda vez que o eu desconsiderar o outro – exemplo clássico do Século XX é o Holocausto. Mas qual a ligação entre o Holocausto e a ética da alteridade? A ligação consiste no simples fato de aquela não existir, se existisse, in casu, o Holocausto jamais teria ocorrido – faltaram humanidade e ética, e sobrou violência.

A ética, segundo Lévinas, não é algo pensado racionalmente, ou seja, no plano da razão e após aplicada a partir de seus princípios em casos concretos, portanto, ela não é principialista. É justamente a originalidade de cada encontro que nunca aconteceu ou se repetirá, que se inaugura a ética, pois cada encontro guarda consigo uma inteira originalidade. É na face a face que se estabelece o sentido de uma linguagem mais autêntica e a ética se mostra a partir da linguagem. Lévinas, a seu turno, rompe com essa racionalidade da ética e fala que a sensibilidade vem antes da racionalidade – daí a razão do autor e seu pensamento não serem principialistas e contratualistas. Ora, numa profunda reflexão a corroborar o tanto quanto aludido, é mais do que atualíssimo o tema para compreendermos o mundo em que vivemos e mais do que isso: para tentarmos melhorá-lo.

Se violência é contrario ao significado de considerar o outro, algo de errado vem acontecendo e se espalhando cada vez mais em toda a humanidade. Há que se refletir não só no eu, mas no todo, e mais do que pensar, é necessário agir. Enquanto seres que vivem e habitam uma sociedade, que se inter-relacionam e dependem, em algum momento da vida, de outro ser, faz-se necessária uma mudança de postura de todos para o mundo, e do mundo para com todos. p. jan. jun. BRAGA, J. L. LIMA, C. Ser-em-comum: Notas para uma aproximação entre a Ética de Lévinas e a Episteme comunicacional.  Eco-Pós, v. n. p. Paris: Fata Morgana, 1995. LÉVINAS, E. Ética e Infinito. Lisboa: Ed. LÉVINAS, E.

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