Ética Grega

Assim, as questões socráticas delineavam o povo para questionar suas próprias crenças, valores morais e obrigações (CASTRO, 2007). Platão por sua vez, discorre sobre a ética, a partir de uma compreensão existencial. Quando em seu discurso defende que a ética rege a existência humana. Contudo, a finalidade dela consiste em preparar a alma, posto que na sua concepção a alma seja imortal. Castro (2007) salienta que o entendimento de alma transcendental para Platão, se afasta de qualquer ideia que temos no campo da religiosidade, seguindo um viés de entendimento intelectual, de conhecimento, como aquele que não acaba com a morte humana. Assim, na visão de Agostinho a ética é empreendida a partir do amor, como um sentimento de caridade, que em última instância possibilita o desenvolvimento do homem em sua integralidade.

Pois assim, estando conectado com o amor, sobretudo, a Deus é possível que esteja em equilíbrio com sua alma para poder socializar com outro de maneira moral e ética e para tanto a vontade é fator fundamental. ALMEIDA, 2014). Já na linha de pensamento de São Tomás de Aquino a ética está associada à ideia de perfeição e ordem, que segundo Silva (2011) está relacionado ao entendimento de Aquino, a respeito do senso de justiça, como um preceito essencialmente de relações igualitárias. Assim, ser justo implica em ser solidário e este é o maior bem que pode prover a ética no ser humano. Assim, Hobbes defende a ética, como uma particularidade egocêntrica do sujeito, uma vez que, o que faz o homem comportar-se de maneira civilizada, é exclusivamente a ideia de ganhos em benefício próprio.

Em contrapartida, de acordo com Sena (2017) Hume acredita que a validade da ética está em sua utilidade, e acredita que o que nos move é a empatia, assim diferentemente de Hobbes e Espinoza, Hume acredita que o senso empático nos conecta e consequentemente torna aquilo que é alheio em pessoal, assim impactando na conduta do homem perante o mundo. Rousseau dentre os pensadores modernos, apresenta pela primeira vez o entendimento da ética sob o olhar na perspectiva humanista fenomenológica. Assim, no entendimento Rousseauniano o princípio da ética, é pautado na relação entre individuo e espécie, ou seja, para entender a ética é preciso retomar a essencialidade das coisas, como forma de compreender a si, acima de tudo como espécie (LIRA, 2013). Par falar do pensamento moderno acerca da ética, é imprescindível destacar a perspectiva de kant neste tema.

Assim, Sales (2002) caracteriza a concepção do ser, proposta por Heidegger como o princípio de uma ética originária, uma vez que para o autor o valor no contexto da ética, relaciona-se a subjetivação, mas o ato de valorar possibilita a compreensão do objeto para o sujeito e sua presença constante. A concepção de Nietzsche, ao tratar ética é talvez, a mais radical dentre todas as concepções apresentadas, visto que, seu discurso consiste primeiramente na negação da moral. Tendo em vista que, para o autor o conceito de moralidade é nocivo. Embora, algumas interpretações da obra Nietzschiana deem conta de uma negação da moral exclusivamente religiosa, Clarck (2017) afirma que, na verdade essa negação se trata da moral em sua essência. Assim, moral está relacionado ao único modo de viver eticamente, e é nesse sentido estrito que Nietzsche a nega, enquanto instancia que escraviza, para ele não se pode afirmar que o bem e o mal nem sempre são respectivamente prospero ou degenerativo para todos.

Assim, no momento atual a ética ganha dimensões complexas e diferentes, visto que, uma de suas maiores representações, por exemplo, está na delimitação de condutas nas classes profissionais, por meio dos códigos de ética. A política também é um campo que se apropria de conceitos ética, embora enquanto moralidade, essa seja a categoria que mais se distancia da essencialidade da ética. Pena; Oliveira e Silva (2016) salientam que, nossa sociedade atual enfrenta uma crise moral, posto que, a decadência da educação implica, em um enfraquecimento do senso crítico social, de modo a abrir espaço para desigualdades sociais cada vez mais dispares, e crescente corrupção. Ressalva-se ainda, a compreensão de que a globalização torna condutas humanas “a”morais cada dia mais unificadas, e o que inicialmente poderia ser uma ferramenta de harmonização social, nos parece cada dia mais condicionando a uma liquefação das relações e da consciência e sabedoria do ser.

REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. d). Disponível em: http://www. ecsbdefesa. com. br/defesa/fts/PED. Tradução, ética e subversão: Desafios práticos e teóricos. Dissertação de Mestrado]. Orient. Maria Paula Frota. Pontífica Universidade Católica do Rio de Janeiro, 2007. Síntese Revista de Filosofia, v. n. p. LIRA, M. Ética e política em Rousseau: A natureza e os fundamentos das instituições políticas públicas. sabedoriapolitica. com. br/products/lei-da-ficha-limpa/. Acesso em 15 Dez. SALES, M. Disponível em: http://piersonsena. blogspot. com/2008/10/tica-moderna. html. Acesso em 15 Dez de 2019. v. n. jan/jun 2011. p.