Grandes Questões da Economia Internacional: A controvérsia entre o livre mercado e o protecionismo

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Economia

Documento 1

No entanto não é de hoje que se nota uma certa inconsciência entre a clara correlação entre as vantagens do livre comércio e as desvantagens da adoção do livre comércio para os interesses nacionalistas. Há uma controvérsia histórica entre as argumentações liberais e protecionistas, tanto no aspecto teórico como em seu confronto com políticas efetivamente adotadas por algumas nações desenvolvidas e em desenvolvimento e existe uma divergência histórica entre os procedimentos recomendados pelas correntes dominantes do pensamento econômico e as práticas políticas evidenciadas (FILHO, 1998, p. Já no final do Séc. XIX, quando as ideias de Adam Smith acerca do livre mercado estavam em alta e muitos economistas e policy makers mantinham a crença a favor do livre comércio esses defendiam, ao mesmo tempo, uma política tributária doméstica pouco liberal(FILHO, 1998) Na literatura sobre questões econômicas os escritos mercantilistas foram os primeiros a defender as práticas protecionistas, com o objetivo de obtenção de excedentes na balança comercial, o que seria desejável para a prosperidade de uma nação.

Os principais argumentos usados para a adesão ao protecionismo eram a defesa da proteção de indústrias específicas, como aquelas de setores que envolvem questões de segurança nacional, ou indústrias de setores considerados essenciais à economia doméstica, indústrias setores que empregam grande parcela da mão-de-obra, ou também a indústria infante, nesse caso a imposição de um imposto protecionista temporário seria justificável, especialmente para uma nação jovem em desenvolvimento, quando um país estivesse procurando implantar uma nova indústria específica (FILHO, 1998) Mesmo no início do Séc. Na década de 1990, após a recuperação econômica do mercado mundial e retomada de pautas liberais vários analistas consideravam que as evidências daquele momento indicavam uma definitiva vitória dos princípios do liberalismo, alimentando uma crença de que a discussão torna sobre livre comércio e protecionismo havia se tornado obsoleta.

No entanto, Por maior que fosse a tendência liberal que se manifestava nos anos 90, já naquela época algumas discussões políticas sobre o assunto pareciaem indicar que tal visão refletia acerca da vitória do liberalismo dizia respeito, antes de tudo, aos interesses muito específicos dos Estados Unidos no âmbito da economia globalizada e não uma vitória do liberalismo (FILHO,1998). A partir de um breve resgate teórico e análise histórica é possível perceber que a controvérsia entre liberalismo e protecionismo tende a ser sempre um tema de bastante destaque na Economia Internacional pois envolve muitos interesses políticos e econômicos, sendo ponto crucial para se referenciar nos debates geopolíticos e econômicos. Para fins de ilustrar essa última afirmação e evidenciar como essa controvérsia é uma questão dentro do debate da Economia Internacional cabe citar um episódio recente que diz respeito ao posicionamento da Alemanha e da França, as duas principais potências da UE, diante da “Quarta revolução industrial”.

De acordo com matéria recente, publicana no jornal O Globo, o ministro de Assuntos Econômicos e Energia da Alemanha, Peter Altmaier, publicou um documento que pode conduzir a uma importante mudança na política econômica do país e, possivelmente, da Europa a caminho de um maior protecionismo no mercado europeu ligado à tecnologia. com/mundo/em-resposta-protecionismo-chines-americano-alemanha-propoe-estimular-campeas-nacionais-23607524> Acesso em: 29 de Junho de 2019. FILHO, Sérgio Buarde de Hollanda. Livre Comércio versus Protecionismo: Uma antiga controversa e suas novas feições. Revista USP, São Paulo, SP V. p.

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