JOGOS E BRINCADEIRAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Geografia

Documento 1

MSc Leticia Pessanha MACAÉ 2020. LÍVIA NOGUEIRA DA SILVA JOGOS E BRINCADEIRAS NO ENSINO DE GEOGRAFIA Trabalho de Conclusão de Curso apresentada à banca examinadora da Faculdade FAFIMA – Macaé, como requisito parcial para a obtenção do título de Licenciatura em Geografia. Banca Examinadora: ____________________________________________________ (Orientador) Titulação/Nome / Instituição de Origem ____________________________________________________ (Membro 1) Titulação/Nome / Instituição de Origem ____________________________________________________ (Membro 2) Titulação/Nome / Instituição de Origem Macaé, ____de_____________de 2020. MACAÉ 2020. RESUMO Os jogos sempre tiveram presentes na vida das pessoas, pois serviam como forma de diversão, disputa ou como alternativa para o ensino. A educação brasileira vive um momento de adversidade, onde tem-se procurado cada vez mais proporcionar um ensino inovador para que os alunos aprendam de forma eficaz e divertida. Isso demanda uma ampla discussão sobre quais os caminhos e metodologias aplicar na educação básica, e em especial na disciplina de geografia.

Neste contexto, os jogos surgem como uma alternativa pedagógica para o ensino dos conteúdos. Pois enquanto o modelo tradicional requer que os alunos permaneçam sentados e ouvindo as explicações do professor, os jogos possuem como característica marcante proporcionar aos educandos uma forma divertida de aprender um determinado assunto, contribuindo com uma maior aproximação entre professor e aluno, e aluno-aluno. É importante ressaltar, os jogos, enquanto metodologia, não possuem como objetivo substituir o modelo de aula vigente nas escolas, mais sim de contribuir com novas formas pedagógicas de ensinar, diversificando a forma como os conteúdos são ensinados, contribuindo com a estimulação do aprendizado. Entre os problemas enfrentados pelo ensino, principalmente em relação ao ensino de geografia, está a associação do ensino com as ditas técnicas tradicionais, com destaque para o livro didático como elemento central no processo de ensino e aprendizagem.

Quando o ensino se faz única e exclusivamente baseado no emprego do livro didático, as aulas correm o risco de não gerar o estímulo apropriado ao aprendizado. É comum que o livro seja usado apenas como meio para transcrição dos conteúdos teóricos no “quadro” para serem diretamente “copiados no caderno” pelo aluno. É possível afirmar que os jogos sempre tiveram presentes na vida das pessoas, pois serviam como forma de diversão, disputa ou como alternativa para o ensino. É preciso esclarecer que um jogo pode ser considerado educativo quando este mantém um equilíbrio entre o lúdico e o educativo (CUNHA, 2012). Na leitura prévia os trabalhos científicos foram lidos, tendo como objetivo a obter uma noção básica sobre o conteúdo abordado em cada literatura.

Foi por meio de uma leitura prévia que houve a possibilidade de selecionar os textos que contribuíram para a realização do trabalho. A leitura seletiva consistiu em analisar os textos selecionados de forma mais atenta e crítica. Esta etapa permitiu destacar os trechos mais importantes de cada trabalho científico para a sua posterior utilização no corpo do texto. O processo de integração ao texto ocorreu a partir de uma leitura crítica, fichamento e leitura interpretativa, onde foi possível integrar as ideias de cada artigo e/ou literatura ao trabalho principal. Em prosseguimento, o capítulo 2 traz uma discussão teórica sobre a utilização dos jogos como metodologia de ensino, destacando o ensino de geografia. Por fim, no capítulo 3 temos a apresentação de uma série de jogos que podem ser aplicados com vistas ao dinamismo no ensino de conteúdos da geografia.

– Contexto Histórico do ensino de geografia no Brasil É possível pensar a geografia como uma ciência que se localiza entre as dimensões ambientais e humanas, onde estas dimensões se materializam no espaço transformado, que aqui é denominado de espaço geográfico. Por ser uma área em constante transformação, nem sempre a geografia teve como objeto principal o estudo entre o homem e o meio. De acordo com Fantin e Neusa (2005) foi por volta do século XVII, quando a geografia tinha um importante papel na catalogação dos recursos naturais, que a geografia se institucionaliza enquanto ciência, em um contexto eurocêntrico. Trata-se, por tanto, de uma ciência jovem no cenário científico e educacional. A Geografia passou a fazer parte do currículo escolar do ensino primário no Brasil a partir da promulgação da Lei Orgânica do Ensino Primário e do decreto Lei N° 8.

de 02/01/1946 chamada de Lei Orgânica do Ensino Normal, como também da conhecida como Reforma Capanema (BRASIL, 1946). Até aquele ano, a Geografia fazia parte da escolarização nas escolas de forma indireta. O ensino da disciplina de Geografia nas escolas brasileiras é baseado nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s) e na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Dentro deste raciocínio se localizam os tópicos a serem trabalhados na disciplina: sujeito e seu lugar no mundo; conexões e escalas; mundo do trabalho; formas de representação e pensamento espacial; natureza, ambientes e qualidade de vida A BNCC apresenta, para o ensino de geografia, como um dos objetivos indicar os eventuais caminhos que se deve tomar para o desenvolvimento dos estudantes ao longo de sua Educação Básica (BRASIL, 2019).

Por tanto, a Base não possui caráter finalista e sim um meio para que as diferenças regionais possam consideradas na construção de um plano escolar adequado para as diferentes localidades. O componente curricular da geografia apresentado na BNCC torna importante as relações cotidianas que se passam nos lugares. Isso quer dizer que as experiências vividas pelos alunos, fruto do acúmulo de conhecimentos locais, convertem-se em importantes no ensino e aprendizagem do componente escolar. A Interdisciplinaridade, com vistas, as análises e olhares para os sujeitos e acontecimentos com base na sua totalidade também é valorizada. É a isso que se reduz a geografia? Poderíamos argumentar que é uma publicação sem cunho científico e que, portanto, lida com o senso comum. Mas, é nesse tipo de publicação que se divulga a imagem da geografia para amplas camadas da população.

Já existe, portanto, um imaginário social muito mais popular do que se imagina, que considera geográficas as descrições paisagísticas povoadas de vegetações, morros, rios, climas e eventualmente até algumas populações exóticas (por serem típicas do lugar) (PEREIRA, 2005 p. Neste sentido, observa-se a ideia de Geografia enquanto uma disciplina dita generalista, fato este que pode ser reforçado pelo professor que, via de regra, pode não acompanhar as principais discussões a respeito do conjunto de conhecimentos que compõem a disciplina, podendo acabar no grave erro de tornar o conhecimento geográfico algo para ser decorado e não entendimento em todos os seus aspectos. Quanto a isso, Rocha (1996) em seus estudos afirmava que somente a partir dos anos vinte do século XX, começaríamos a nos livrar do velho modelo francês de geografia escolar, caracterizado pela mera nomenclatura geográfica e pela descrição árida das paisagens.

Devido a sua abrangência, quanto a utilização no campo educacional, alguns autores têm buscado classificar os diferentes tipos de jogos, na tentativa de enquadrá-los em alguma tipologia, seja por meio do seu objetivo, estrutura ou forma como são aplicados. O jogo está presente na infância e permite o desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral da criança de forma prazerosa e descontraída (PIAGET, 1978). No entanto, conforme Breda (2013), quando pensamos no aspecto lúdico no âmbito educacional, o lugar do jogo ainda é um desafio a ser superado. Neste âmbito, o desenvolvimento de conteúdos que possam mitigar estas dificuldades torna-se um dever do Estado, de todos os professores e gestores educacionais. Tarouco (2004) afirma que existem diferentes tipos de jogos, que são classificados de acordo com seus objetivos.

Quadro 1 – Os três tipos de jogos. Adaptado de Tarouco (2004). Os jogos citados no quadro 1 possuem algum tipo de regra, seja ela estabelecida pela própria dinâmica do jogo ou criada pelo professor para funcionar da forma mais adequada, pois o contexto escolar pode ser diferente de acordo com o ambiente escolar. Estes jogos contribuem para desenvolver habilidades sensoriais, motoras e intelectuais dos alunos. As regras visam melhorar as condições de competição entre os indivíduos, garantindo que todos sejam regidos pelo mesmo regulamento, e que tenham as mesmas condições de competitividade. De acordo com CAMPELO et. al. os mapas conceituais criam oportunidades para os alunos mostrarem relações significativas entre os conceitos estudados na geografia. Os mapas conceituais são considerados estruturas gráficas que ajudam o aluno a organizar ideias e concepções de um determinado assunto de modo esquematizado.

A utilização de vídeos, filmes ou até reportagens devem também passar por uma avaliação do professor quanto a veracidade e qualidade dos conteúdos abordados em tais áudios visuais. Os autores Freitas e Salvi (2007) ainda afirmam que o lúdico tem sua origem enquanto palavra com o termo latino “ludus’ que significa “jogo”. Sendo assim, ao afirmar que um determinado conteúdo pode ser ensinado de forma lúdica, é possível deduzir que pode ser ensinado por meio de jogos e brincadeiras. Neste contexto, os jogos pedagógicos podem ser caracterizados como: dinâmicas de grupo, brincadeiras, atividades envolvendo recorte e colagem, dramatizações e representação, cantigas de rodas e atividades no computador. Dessa forma, é preciso deixar claro que os jogos para serem utilizados como proposta pedagógica devem ser planejados de forma cuidadosa.

O professor, antes de propor o jogo, deve programar todas as etapas de sua execução, além de pensar quais os jogos que melhor se encaixam com o tema que se propõem ensinar. Além de contribuir com o crescimento intelectual dos alunos, os jogos são por si só gratificantes. Neste sentido, esta ferramenta de ensino viabiliza ao estudante uma compreensão do que está sendo passado, proporcionando a possibilidade de crescimento intelectual. No ensino tradicional, os alunos podem perder o interesse por aprender um assunto. Com o jogo, o aluno pode cultivar o interesse pelo assunto pelo simples fato de querer ganhar. A necessidade de ganhar, impulso próprio do ser humano, é usado neste caso, por meio de um jogo que tem como finalidade contribuir para a introdução de assuntos que geralmente não despertam a atenção dos alunos se fosse ensinado de uma maneira tradicional.

Cabe destacar que as atividades lúdicas são responsáveis por despertar no aluno um interesse maior pelas aulas, pois no momento do jogo ou da concepção do jogo os mesmos entram em contato diretamente com aquilo que caracteriza a atividade. De acordo com Very (2008) os profissionais da geografia têm se esforçado em buscar novos métodos de assimilação e aprendizado dos conteúdos ensinados. A grande maioria destes profissionais tem se preocupado em transmitir os conhecimentos de uma maneira eficaz por meio da criação de novos métodos de ensino ou simplesmente melhorando as suas aulas. E este é considerado um processo contínuo, pois a geografia é dinâmica e, constantemente, passa por renovações, seja com a inclusões de novos conceitos ou com as mudanças de pensamentos e incorporação de novos instrumentos subsidiam o pensamento geográfico.

– Os Jogos como ferramentas de ensino na geografia O uso de da imagem a partir de recursos como: vídeos, filmes, desenhos, slides, fotografias, imagens de satélite, etc. Percebe-se que a potencialidade dos jogos, enquanto recurso didático e método de ensino, é validada e enfatizada pela ludicidade e pela motivação, onde o estudante consegue desenvolver sua autoconfiança e aprendizagem de forma mais prazerosa (MIORIM; FIORENTINI, 1990 p. apud BAUMGARTEL, 2016 p. Por ser uma área que aborda uma variedade de temas e conhecimentos, o professor da disciplina de Geografia tem a possibilidade de utilizar em suas aulas jogos e brincadeiras para auxiliar os alunos em seu aprendizado. De acordo com Rupel (2011), ao ouvir falar de Geografia já se faz associação com os mapas. Podemos desenvolver várias atividades lúdicas com mapas, desde a Cartografia Tátil, jogos de localização e orientação, mapas ilustrados e outras.

Seja nas cantigas ou brincadeiras com os pais, as notas musicais se espalham pelo ambiente. Inconscientemente, as crianças vão desenvolvendo suas capacidades cognitivas que podem ser aprimoradas por meio de atividades que envolvem a música. As atividades musicais são importantes para o aprendizado pois permite que os alunos possam desenvolver suas habilidades mentais e emocionais por meio de instrumentos e sons. A partir de uma música regional um professor da área de geografia pode aprofundar mais um pouco sobre a cultura de um povo. Sons de pássaros podem ser usados para a elaboração de atividades na área de biogeografia, onde se torna possível explicar a localização geográfica destes pássaros, bem como o caminho que estes percorrem no espaço geográfico dependendo da estação do ano.

Este mapa pode ser utilizado para na confecção de quebra-cabeças visando chegar ao formato do mapa do Brasil ou ao formato de uma das regiões brasileiras. Figura 1 – Brasil: divisão dos estados. Fonte: Base de dados do IBGE. Elaborado pela autora, 2020. Esta atividade possibilita o trabalho com a ideia de legenda, norte geográfico, símbolos e cores que identifiquem os estados ou as regiões representadas por meio do mapa. As atividades envolvendo mapas e figuras típicas geralmente são feitas com o recorte das figuras representativas para que sejam coladas no mapa. Na figura 3 é apresentado um mapa contendo algumas figuras típicas que caracterizam a região norte. Estas figuras poderão variar de acordo com o tema trabalhado pelo professor. Figura 3 – Mapa com figuras típicas da região norte.

Ao ensinar geografia, principalmente conteúdos que podem ser especializados, o professor deve considerar a utilização de mapas como um método apropriado. Notou-se que os jogos analisados podem trazer inúmeros benefícios para o ensino de geografia como: possibilidade de maior envolvimento dos alunos nas atividades e o aprofundamento de questões podem ser tratadas por meio da espacialização em mapas. Cabe ressaltar que mesmo com a comprovação da importância da utilização dos jogos no ambiente escolar, estes devem ser desenvolvidos e trabalhados com certa cautela. Deve-se evitar, por exemplo, que a atividade proposta pelo professor desperte uma competição negativa entre os alunos ou que se constitua como uma mera atividade de cunho recreativo. A partir das informações e conceitos apresentados, espera-se que esta pesquisa contribua para o desenvolvimento de outros trabalhos que visem a investigação de novas metodologias de ensino em geografia com base na utilização de jogos.

Por quanto, busca-se com a aplicação destes jogos envolver os alunos para que estes compreendam os conhecimentos de uma forma inovadora. pdf. Acesso em: 04 set. BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Disponível em: http://legis. senado. leg. br/norma/533569/publicacao/15774477. Acesso em: 12 jul. O ensino de Geografia e o uso dos recursos didáticos e tecnológicos.  Geosaberes: revista de estudos geoeducacionais, v. n. p. CAMPELO, Leandro Fabricio; C. Acesso em: 04 set. CASTROGIOVANNI, A. C. TONINI, I. M.  Revista Recre@ rte, v. p. Disponível em: http://www. iacat. com/Revista/recrearte/recrearte07/Seccion3/3. CUNHA, Marcia Borin da. Jogos no ensino de química: considerações teóricas para sua utilização em sala de aula. Química Nova na Escola, São Paulo, [s.

L. v. Curitiba: Ibpex, 2005. p. cm. FREITAS, Eliana Sermidi de; SALVI, Rosana Figueiredo. A ludicidade e a aprendizagem significativa voltada para o ensino de geografia. p. Disponível em: https://www. lume. ufrgs. br/bitstream/handle/10183/174705/001065511. pdf. Acesso em: 07 set. OLIVEIRA, Cleomar Graef de; JÚNIOR, Donarte Nunes dos Santos; LAHM, Regis Alexandre. Cartografia através de modelos táteis: uma contribuição ao ensino de deficientes visuais.  Revista Educação Especial, v. Revista Diálogo Educacional, Curitiba, v. n. p. maio/ago. Disponível em: https://periodicos. br:8080/jspui/bitstream/1/4736/2/TAIS%20PIRES%20DE%20OLIVEIRA. pdf. Acesso em: 05 ago. PEREIRA, Diamantino. Geografia Escolar: conteúdos e/ou objetivos?. RAUEN, Fábio José. Roteiros de investigação cientifica. Tubarão, SC: Unisul, 2002. SILVA, Gleika Marques da; FERREIRA, Rosa Helena Mota. Uso de jogos e brincadeiras como estratégia de ensino na disciplina de geografia.

A geografia escolar e os recursos didáticos: o uso das maquetes no ensino-aprendizagem da geografia. Geosaberes: Revista de Estudos Geoeducacionais, v. n. p. Disponível em: https://www. ufpi. br/index. php/geografia/article/view/8178/6030. Acesso em: 02 jul. PIAGET, J. br/portals/pde/arquivos/1634-8. pdf. Acesso em: 13 jul. ROCHA, Genylton Odilon Rêgo da. A trajetória da disciplina Geografia no currículo escolar brasileiro (1837-1942). O professor PDE e os desafios da escola pública paranaense, 2012. Disponível em: http://www. diaadiaeducacao. pr. gov. br/bitstream/handle/10183/12990/000572691. pdf. Acesso em 04 ago. VERRI, Juliana Bertolino. A importância da utilização de jogos aplicados ao ensino de geografia. K. Estudo de caso: planejamento e método. Porto Alegre: Bookman, 2010, 248 p.

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