LINGUÍSTICA TEXTUAL

Tipo de documento:Projeto

Área de estudo:Linguística

Documento 1

Para que isso ocorra, o ensino da gramática deve assumir um novo formato, não sendo possível ensinar regras gramaticais, por exemplo, fora do seu contexto de uso social, é necessário integrá-las às suas bases textuais por meio de produções de textos, assim como por meio de leituras de textos autênticos e diversos. Desse modo, assim como quando se aprende a andar de bicicleta é necessário, em primeiro lugar, subir nela e arriscar a dar as primeiras pedaladas, correndo o risco de cair e se machucar, sendo assim, para escrever bons textos, coerentes, é necessário escrever e ler e vice-versa. Paulo Freire (1989), diz que “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”, em sua palestra de abertura do Congresso Brasileiro de leitura, em novembro de 1981, na cidade de Campinas – São Paulo, sendo ele o primeiro teórico a utilizar o termo “leitura do mundo”.

Com essa afirmação, Freire argumenta que para compreender bem um texto é preciso possuir uma experiência de mundo. Desse modo, ler um texto pressupõe que o leitor utilize todos os seus conhecimentos prévios e de vida para compreender o escrito. Anna Christina Bentes (2008, p. afirma que, Para compreender o texto, no entanto, o leitor terá de mobilizar uma outra forma de organização do conhecimento na memória, a saber, os esquemas (conjunto de conhecimentos ordenados numa progressão, de modo que se podem estabelecer hipóteses sobre o que será feito ou mencionado no universo textual). MUSSALIM, BENTES, 2008, p. Koch e Travaglia (Cf. KOCH. Definindo o termo textualidade, Koch e Travaglia (2011, p. afirmam: “Textualidade ou textura é o que faz de uma sequência linguística um texto e não uma sequência ou um amontoado aleatório de frases ou palavras”.

Dentre esses elementos de coerência, foram escolhidos três pontos a serem analisados: conhecimento linguístico, conhecimento de mundo e inferências. A análise tem como corpus de estudo uma produção textual redigida por uma aluna de 14 anos de idade, matriculada no 8º ano do Ensino Fundamental, do Colégio Estadual Pio XII, na cidade de Maripá – PR, e que agora será transcrito. Texto da aluna: [Não tem título]1 L á por volta das 22:00 horas eu e algumas amigas decidimos sair, pois era época de natal e queriamos comprar coisas para enfeitar nossa casa, e fazer comidas, doces diferentes. Nesse ponto inclui-se a ordem dos termos, o modo como eles estão relacionados no texto para construção de sentidos, os recursos de retomada e continuidade de informação dentro do texto, a grosso modo, são todos os recursos linguísticos importantes para a concatenação do texto.

Conforme afirmam Koch e Travaglia, “Embora não seja possível apreender o sentido de um texto com base apenas nas palavras que o compõem e na sua estruturação sintática, é indiscutível a importância dos elementos linguísticos do texto para o estabelecimento da coerência. ” (KOCH. TRAVAGLIA, 2011, p. Análise Na produção da aluna acima transcrita, é possível verificar o fato de que ela não consegue diferenciar o advérbio “mais” da conjunção adversativa “mas”, o primeiro diz respeito à quantidade, enquanto o segundo refere-se à ideia de contrariedade, oposição. Como visto, a aluna utiliza os elementos indiscriminadamente, essa observação é valiosa ao professor, assim ele sabe onde deve intervir para que o aluno avance. Conhecimento de mundo 1. Definição Sobre o conhecimento de mundo, é importante dizer que ele desempenha um papel de extrema importância para a compreensão de um texto, visto que os conhecimentos que o leitor possui sobre o assunto tratado no texto integra o texto e contribui para a análise crítica do texto lido.

“O conhecimento de mundo é visto como uma espécie de dicionário enciclopédico do mundo e da cultura arquivado na memória”, afirmam Kock e Travaglia (2012, p. Análise Voltando ao texto da aluna em análise, outro ponto de coerência que deve chamar a atenção do leitor é a questão do tempo da narrativa, ou seja, o narrador afirma que era “L á por volta das 22:00 horas eu e algumas amigas decidimos sair, pois era época de natal e queriamos comprar coisas para enfeitar nossa casa, e fazer comidas, doces diferentes”. Proposta de ação escolar Conforme análise apresentada no capítulo anterior, no texto de uma aluna foram identificados problemas com os fatores de coerência: Conhecimento linguístico, conhecimento de mundo e inferências. Partindo das obras de Koch e Travaglia (2001; 2012) e considerando o contexto escolar, foi elaborado o seguinte plano de aula, com foco no conhecimento linguístico; conhecimento de mundo e inferências.

Universidade Estadual do Oeste do Paraná – UNIOESTE Campus de Marechal Cândido Rondon Curso de Letras – Português/Alemão/Espanhol/Inglês PLANO DE AULA Instituição de Ensino: Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE Professor Regente: Adriana Blum Estagiário-docente: Kelle Cristine Schroder Hoffmann Docente Supervisor (a): Mirian Schröder Ensino Fundamental Ano/Turma 8º N. º de alunos 25 Tema: • Escrita narrativa de relato de viagem Hora/aula: 50m 3 aulas Objetivos Específicos: • Ler textos criticamente identificando fatores pragmáticos da produção do texto lido; • Reconhecer elementos linguísticos responsáveis por garantir a textualidade da sequência narrativa; • Empregar adequadamente os elementos de um texto narrativo de modo a garantir o estabelecimento da coerência; • Revisar o próprio texto e readequá-lo aos conteúdos estudados.

Conteúdos: • Texto “Snooker”, de Millôr Fernandes; • Conhecimento linguístico; • Conhecimento de Mundo; • Intertextualidade; • Inferências. Quais são os elementos contextualizadores presentes no texto? Obs: Este texto de Millôr Fernandes tem objetivo cômico, logo, a intenção é promover o riso. Como poderá ser notado, trata-se de um texto que tem coerência, porém falta a utilização adequada dos recursos linguísticos para o melhor estabelecimento da sequência narrativa. Esta organização se justifica pela situacionalidade do texto exposto acima. Aula 3: O professor deverá organizar a turma em duplas ou em grupos, em seguida devolverá aos alunos as produções textuais que eles haviam produzido em aulas anteriores, solicitará que eles releiam suas produções e solicitará que reescrevam suas produções fazendo as adequações necessárias para o estabelecimento da coerência textual.

Avaliação: A avaliação será realizada de modo contínuo durante todo o processo, visto se tratar de aulas com cunho de “revisão”. ª ed. São Paulo: Contexto, 2011. ROJO, Roxane (Org). A Prática de Linguagem em Sala de Aula – praticando os PCNs. SP: Mercado das Letras, 2000. O conhecimento do gênero textual, na sala de aula, auxilia o aluno a compreender aspectos que vem de fora e são responsáveis pela coerência textual, conhecendo os potenciais leitores do texto, ou seja, seus destinatários, o lugar e o tipo do discurso a ser empregado, entre outros aspectos. É importante, porém, assinalar que o uso adequado dos conectivos no texto também contribui com a construção de um texto coerente, sendo assim, a coesão textual também é um auxiliar nesse processo.

A coesão textual, em poucas palavras, é a conexão linguística responsável por estabelecer o sentido das ideias expostas no texto, ou seja, ela é um importante mecanismo de organização e sistematização do texto. Sendo assim, o ensino de coerência textual leva em consideração o texto como um todo, tendo em vista, concepções subjacentes e responsáveis pelo sentido do texto (Cf. VAL, 2006, p. TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência Textual. ª ed. São Paulo: Contexto, 2001. Texto e Coerência. SP: Mercado das Letras, 2000, VAL, Maria da Graça Costa. Redação e Textualidade. ª ed. SP: Martins Fontes, 2006. Anexos [INSERIR OS ANEXOS CONFORME SOLICITAÇÃO DO TRABALHO PRESENTE NAS ORIENTAÇÕES].

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