Metodologia do Ensino da Filosofia e Sociologia

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Sociologia

Documento 1

Consulte a 3ª Cláusula, § 4º, do Contrato de Prestação de Serviços). RESUMO - O presente artigo, intitulado “O Emprego da Música no Ensino da Filosofia e Sociologia” trata sobre a música como uma metodologia de ensino que auxilie tanto o professor, quanto os alunos nas aulas de Filosofia e Sociologia da educação básica. Ademais, aborda sobre as contribuições desse recurso e proporciona orientações de como empregar a música consoante ao conteúdo a ser trabalhado. Metodologicamente, realizou-se uma análise bibliográfica, onde foram examinadas as literaturas pertinentes à temática em foco, sobretudo com autores como Bréscia (2003), Bittencourt (2004), Ponso (2008), Félix (2015) e Correia (2009). Os resultados aqui encontrados evidenciam que, mediante a aplicação da música como um recurso didático, tem-se um ensino mais dinâmico, por intermédio do qual, professores e alunos desenvolvem uma aprendizagem mais efetiva das disciplinas de Filosofia e Sociologia.

De acordo com a doutora em Comunicação, Teca Alencar de Brito: Perceber gestos e movimentos sob a forma de vibrações sonoras é parte de nossa integração com o mundo em que vivemos: ouvimos o barulho do mar, o vento soprando, as folhas balançando no coqueiro. Ouvimos o bater de martelos, o ruído de máquinas, o motor de carros ou motos. o canto dos pássaros, o miado dos gatos o toque do telefone ou o despertador. ouvimos vozes e falas ,poesia e música. Os sons que nos cercam são expressões da vida, da energia, do universo em movimento e indicam situações, ambientes, paisagens sonoras: a natureza, os animais os seres humanos e suas maquinas traduzem, também sonoramente, sua presença seu ″ser e estar ″, integrando ao todo orgânico e vivo deste planeta (BRITO, 2003, p.

Com o decurso do tempo, a música sempre se manteve presente o cotidiano do ser humano, sendo algo imprescindível para aqueles que possuem condições de ouvi-la. Consoante a especialista em Musicoterapia, Vera Lúcia Pessagno Bréscia (2003), a música encontra-se em quase todas as manifestações pessoais e sociais do ser humano, desde os primórdios da humanidade. Destarte, Bréscia complementa: Pitágoras, filósofo grego da antiguidade, ensinava como determinados acordes musicais e certas melodias criavam reações definidas no organismo humano. As sensações de bem estar com a aplicação da música, já eram consideradas naquela época. Pitágoras demonstrou que a sequência correta de sons, se tocada musicalmente num instrumento, pode mudar padrões de comportamento e acelerar o processo de cura.

Dentre suas contribuições, destaca-se o desenvolvimento intelectual, da concentração, do raciocínio e da criatividade, além da promoção do equilíbrio e do bem-estar, bem como o estímulo intelectual. Assim, torna-se evidente que as aulas com músicas tendem a proporcionar ao estudante um melhor desempenho na escola e na vida, viabilizando o conhecimento e a aptidão escolar. De acordo com a historiadora Circe Maria Fernandes Bittencourt (2004, p. “o uso da música é importante por situar os jovens diante de um meio de comunicação próximo de sua vivência, mediante o qual o professor pode identificar o gosto, a estética da nova geração”. Assim, a música se emprega como uma metodologia de ensino que facilita a compreensão do aluno, tendo em vista sua identificação com o recurso, o que viabiliza a transformação de seus conceitos naturais em conceitos científicos.

Surge então o imperativo de despertar o interesse e a atenção dos estudantes para essas disciplinas, além de convencer os professores “tradicionais” a empregarem novas metodologias de ensino. Adaptar-se à nova realidade do aluno é imprescindível ao professor, para que suas aulas promovam um ensino de qualidade. Assim, ao passo em que se insere a música, ou seja, uma linguagem acessível e condizente ao cotidiano dos alunos renova-se as metodologias educacionais, motivam-se os estudantes, cria-se um ambiente dinâmico e propício ao aprendizado. Ademais, verifica-se que determinadas letras de músicas permitem que o professor explore o potencial de interpretação dos estudantes, além de despertar seu senso crítico. Em Filosofia e Sociologia é possível averiguar conteúdos teóricos, os quais são rejeitados por parcela dos estudantes.

Em sua pesquisa, Félix indica 12 músicas que se relacionam com a Sociologia, as quais trabalham diversos conceitos sociológicos, sendo elas: 1- Caminhando e Cantando (Geraldo Vandré); 2- Podres Poderes (Caetano Veloso); 3- Alegria-Alegria (Alegria-Alegria); 4- Vapor Barato (Gal Costa); 5- Cálice (Chico Buarque de Holanda); 6- Apenas um rapaz latino–americano (Belchior); 7- A Palo Seco (Belchior); 8- Sociedade Alternativa (Raul Seixas); 9- O bêbado e o equilibrista (Elis Regina); 10- Ouro de Tolo (Raul Seixas); 11- Roda Viva (Chico Buarque de Holanda); 12- É proibido proibir (Caetano Veloso) (FÉLIX, 2015, p. Ademais, ressaltamos aqui, outras músicas e os conteúdos que também aludem as aulas de Sociologia, tais como: “Fábrica” de Legião Urbana abordando sobre a Revolução Industrial e os meios de produção; “Anomalias” de Zé Mulato e Cassiano sobre a cidadania; “Grande Esperança” de Zilo e Zalo sobre a reforma agrária; “Burguesia” de Cazuza sobre as classes sociais; “Supertrabalhador” de Gabriel, o Pensador e “Trabalhadores do Brasil” de Portela, sobre a classe operária; “Guerra Santa” de Gilberto Gil sobre as religiões; e “Etnia” do Nação Zumbi sobre a diversidade cultural.

Músicas como “Apesar de Você” de Chico Buarque, “Canção da América” e “Coração de Estudante” de Milton Nascimento, “Como nossos Pais” de Belchior, “Veraneio Vascaína” da banda Capital Inicial e “Pra não dizer que não falei das Flores” de Geraldo Vandré, abordam sobre diversos cenários da Ditadura Militar no Brasil, como a censura, perseguição e exílio. A música “Aquarela Brasileira” de Silas de Oliveira aborda sobre a identidade cultural e canções como “Fotografia 3x4” de Belchior, “Sampa” de Caetano Veloso, “Asa Branca” de Luiz Gonzaga e “Faroeste Caboclo” de Legião Urbana, dissertam acerca da imigração. Na disciplina de Filosofia, verificam-se: “Como uma Onda” de Lulu Santos, visando elucidar a teoria do movimento de Heráclito; “Cotidiano” de Chico Buarque para a teoria de Parmênides sobre o ser imóvel; “Escravos” de Elegia para explicar o Mito da Caverna de Platão; “Admirável Chip Novo” de Pitty para a teoria da liberdade de Sartre; “Epitáfio” dos Titãs, abordando sobre o amor e a solidariedade; e “Essa tal Liberdade” do grupo Só Pra Contrariar, sobre valores morais.

Citamos nessa pesquisa, determinadas músicas que se relacionam as disciplinas de Filosofia e Sociologia, no entanto, muitas outras são encontradas com facilidade em plataformas da internet, como no Youtube e no Spotify. Em síntese, pudemos compreender mediante esse artigo, as contribuições que a música, como recurso, acarreta para as aulas de Filosofia e Sociologia como um todo, ou seja, para o desempenho do professor e para o aprendizado dos alunos. Contudo, permanece uma problemática que deve ser resolvida em caráter de urgência e apresenta-se como objeto de estudo para as pesquisas futuras, isto é: como fazer com que os professores ditos “tradicionais” de Filosofia e Sociologia insiram as músicas em suas aulas? As contribuições foram destacadas aqui neste artigo, porém, cabe a cada docente a análise da relevância e o emprego das músicas em suas aulas.

REFERÊNCIAS BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2009. Disponível em: https://acervodigital. ufpr. br/bitstream/handle/1884/21190/Marcos%20Correa. pdf?sequence=1&isAllowed=y. MERRIAN, Alan P. The Anthropology of Music. Illinois: University Press, 1964. PONSO, Caroline Cao. Música em Diálogo: ações interdisciplinares na educação infantil.

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