O Consumo de Alimentos Processados e Seus Impactos na Saúde

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Gastronomia

Documento 1

Considerando que o consumo de alimentos ultraprocessados cresce vertiginosamente e pode ocasionar grandes malefícios à saúde humana, como obesidade, neoplasias, doenças cardíacas e diabetes, é de suma importância analisar os impactos da ingestão destes alimentos na saúde dos indivíduos, demonstrar como são produzidos e o aditivos alimentares utilizados em seu preparo e sua toxicidade, assim como avaliar e induzir às melhores práticas alimentares. Palavras-chave: Alimentos Ultraprocessados. Hábitos Alimentares. Aditivos Alimentares. Introdução Os efeitos do fenômeno da globalização e a expansão do setor logístico, aliados ao avanço das indústrias química e alimentícia, trouxeram para a alimentação diária uma variedade de aditivos alimentares, que tem como objetivo aperfeiçoar as formas de armazenamento e a oferta de alimentos considerados seguros, buscando servir às necessidades do mercado.

Buscou-se ainda demonstrar os efeitos da ingestão em idosos e crianças, e os efeitos negativos da comida ultraprocessada a longo prazo, como diabetes, hipertensão e a curto e médio prazo, como a obesidade, além de buscar buscar possíveis estratégias alimentares. Categorização dos Alimentos Conforme o Guia Alimentar para a População Brasileira, os alimentos são classificados em 4 categorias, conforme a forma de processamento: In natura e Alimentos minimamente processados, Alimentos Extraídos de Alimentos In Natura, Alimentos Processados e Alimentos Ultraprocessados. BRASIL, 2014 p. Alimentos In Natura e Minimamente Processados Alimentos in natura são os alimentos colhidos diretamente da natureza ou de origem animal e que podem ser consumidos sem nenhum processo prévio (além da lavagem), como frutas, legumes, leite e ovos, dentre outros.

Já os alimentos minimamemte processados podem passar por alguns processos como secagem, embalagem, pasteurização, moagem, congelamento e fermentação etc. É de conhecimento amplo que a ingestão excessiva de açúcar pode ocasionar doenças crônicas como diabetes, cáries, e obesidade enquanto o consumo excessivo de sal pode levar à hipertensão arterial, problemas renais, arritmias e até mesmo infarto. Alimentos Processados Os Alimentos Processados são produtos relativamente simples e antigos fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar (ou outra substância de uso culinário como óleo ou vinagre) a um alimento in natura ou minimamente processado. BRASIL, 2014, p. As técnicas de preparo dos alimentos processados podem ser similares `as técnicas utilizadas na culinária simples, como a salga, a salmoura, a cura e a defumação, ou mesmo o simples cozimento e acondicionamento em latas, como o milho em conserva, por exemplo.

As técnicas utilizadas no preparo dos alimentos processados tem como objetivo o aumento da durabilidade dos alimentos in natura ou minimamente processados. De acordo com o Guia Alimentar Alimentos ultraprocessados incluem vários tipos de guloseimas, bebidas adoçadas com açúcar ou adoçantes artificiais, pós para refrescos, embutidos e outros produtos derivados de carne e gordura animal, produtos congelados prontos para aquecer, produtos desidratados (como misturas para bolo, sopas em pó, “macarrão” instantâneo e “tempero“ pronto), e uma infinidade de novos produtos que chegam ao mercado todos os anos, incluindo vários tipos de salgadinhos “de pacote”, cereais matinais, barras de cereal, bebidas energéticas, entre muitos outros. BRASIL, 2014, p. Em sua maioria, são alimentos ricos em açucares, gorduras, alto teor de sódio e de gordura, além de serem pobres em fibras e nutrientes.

Assim, pode-se concluir que a ingestão destes alimentos eleva os riscos de aquisição de cardiopatias, neoplasias, diabetes, além de propiciar quadros de deficiência nutricional nos indivíduos. Aditivos Conforme a portaria da Agência Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA, de nº 540/SVS/MS, de 1997, aditivo alimentar é qualquer ingrediente adicionado intencionalmente aos alimentos, sem propósito de nutrir, com o objetivo de modificar as características físicas, químicas, biológicas ou sensoriais, durante a fabricação, processamento, preparação, tratamento, embalagem, acondicionamento, armazenagem, transporte ou manipulação de um alimento. Existem conservantes antioxidantes, antimicrobianos e inibidores enzimáticos. Conforme Araújo (2009), ‘Os conservantes mais utilizados são: dióxido de enxofre, ácido benzóico, ácido sórbico, ácido propiônico na forma livre, ou de sais de sódio ou potássio e nitritos e nitratos de sódio e potássio.

’ É necessário estar atendo aos riscos relacionados à utilização sem moderação destes componentes químicos, visto “que o emprego de sais de sódio como conservadores eleva o consumo diário desse mineral, o que pode ser prejudicial à saúde humana pela correlação do sódio com a hipertensão arterial (PEREIRA; GALVAO; ZANELLA, 2005). Corantes Os corantes são os aditivos responsáveis por reforçar, proporcionar ou revigorar a cor dos alimentos, tornando-os ainda mais atraentes aos olhos. Os corantes podem ser naturais ou mesmo sintéticos. Aroma natural utiliza somente material vegetal ou animal, obtidos por extração ou por processos enzimáticos ou microbiológicos e não há toxicidade. A utilização de aromatizantes artificiais também não oferece risco, desde que usados de forma moderada.

No entanto, Quando as doses são elevadas, podem provocar ações irritantes e narcóticas, outros podem produzir toxicidade crônica em longo prazo, sempre que sejam empregados em doses superiores às recomendações (SALINAS, 2002). Estudos científicos demonstram ainda que o Glutamato de monossódico pode produzir risco tóxico e danos cerebrais a animais recém nascidos. Umectantes São substâncias próprias para evitar a perda de umidade do alimento, capturando a umidade do ar em ambientes úmidos ou impedindo o ressecamento em locais secos. realizou um estudo avaliativo dos potenciais cancerígenos do aspartame em ratos, sendo que houve um aumento considerável de linfomas e leucemias, mesmo em doses menores que o máximo estabelecido. Antioxidantes Antioxidante quer dizer que impede a oxidação, ou seja, os aditivos antioxidantes são substâncias constituídas por pigmentos naturais, enzimas, vitaminas e minerais e outras composições vegetais que tem o poder de bloquear o efeito tóxico dos radicais livres.

São bastante aplicados em óleos e gorduras, na busca de retardar ou mesmo impedir sua decomposição. São encontrados também em sorvetes, produtos que contém cacau, conservas de carne, refrescos, refrigerantes e farinhas dentre outros. Os antioxidantes também podem ser naturais ou sintéticos, sendo que o uso dos sintéticos tem sido reduzido pela suspeita de atuarem como estimulantes da carcinogênese. Esses alimentos tem ainda uma composição nutricional deficiente e que afeta a dieta do indivíduo, aumentando o consumo de calorias, sódio e gorduras indesejáveis. De acordo com o Guia Alimentar para a População Brasileira, a composição nutricional desbalanceada inerente à natureza dos ingredientes dos alimentos ultraprocessados favorece doenças do coração, diabetes e vários tipos de câncer, além de contribuir para aumentar o risco de deficiências nutricionais.

Ademais, embora cada aditivo utilizado nesses produtos tenha que passar por testes e ser aprovado por autoridades sanitárias, os efeitos de longo prazo sobre a saúde e o efeito cumulativo da exposição a vários aditivos nem sempre são bem conhecidos. BRASIL, 2014, p. A partir das informações coletadas percebe-se que os impactos da má alimentação à saúde são imensuráveis. Essa deficiência sensorial aponta para o consumo de produtos ultraprocessados para melhoria do paladar e consequentemente, do apetite dessa parcela específica da população. No entanto, o consumo de ultraprocessados por idoso soa como veneno. De acordo com Cervato et al. No processo do envelhecimento, a importância da alimentação é comprovada por estudos epidemiológicos, clínicos e de intervenção, entre outros, que demonstram ligação consistente entre o tipo de dieta dos indivíduos e o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis.

De acordo com este ponto de vista, Santos e Delani (2015), constatam que há uma necessidade de uso de medidas preventivas para esta população específica: “diminuição do consumo de gorduras totais, o aumento no consumo de vegetais, frutas, grãos integrais e castanhas, o limite na ingestão de açúcar livre e sódio de todas as fontes com o objetivo de diminuir o risco de doenças crônicas, garantir um peso saudável e melhorar o aporte de vitaminas e minerais. DI LORENZO et al. GUIMARÃES 2010; MOUTINHO; BERTGES; ASSIS, 2007). É importante ressaltar que as quantidades ingeridas pelas crianças, em relação à massa corporal menor, as tornam mais suscetíveis aos efeitos adversos desses alimentos. Estudos realizados por Boris & Mandel (1994) demonstraram a função dos corantes e conservantes artificiais no surgimento do transtorno do déficit de atenção e hiperatividade.

Os sintomas desapareceram após uma dieta de exclusão dos aditivos. Observou-se que o consumo de alimentos ultraprocessados tem crescido nas últimas décadas, resultado da falta de tempo para o preparo de refeições e lanches nos domicílios. Desta forma, a ingestão de aditivos alimentares acontece sem a percepção do indivíduo, enganado pelas embalagens e pelo marketing. Percebeu-se, ainda, que os impactos da ingestão destes alimentos afeta a toda a população, com especial atenção para as crianças, seduzidas pelas embalagens e os idosos, ambos mais sensíveis e suscetíveis aos efeitos negativos dos aditivos encontrados nos alimentos ultraprocessados. Os resultados colhidos não apontam para a incidência de doenças crônicas não transmissíveis, porém a permanência destes hábitos alimentares a longo prazo pode se tornar predecessor de vários problemas de saúde.

Contudo, é necessária a aplicação de medidas visando à prática de hábitos alimentares saudáveis, podendo ser caracterizado por mudanças na escolha de produtos aliado a prática de exercícios físicos regulares. T. Consumo infantil de alimentos industrializados e renda familiar na cidade de São Paulo. Revista de Saúde Pública, v. p. ARAÚJO, D. BORIS M, MANDEL FS. Foods and additives are common causes of attention deficit hyperactivity disorder in children. Ann Allergy 1994; 72:462-8. BRASIL. Ministério da Saúde (Brasil). Resolução de Diretoria Colegiada – RDC nº 18, de 24 de março de 2008. Regulamento Técnico que autoriza o uso de aditivos edulcorantes em alimentos, com seus respectivos limites máximos. Disponível em: http://e- legis. anvisa. gov. Departamento de Ciência e Tecnologia.

Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS-2006). Brasília: Ministério da Saúde, 2009. DI LORENZO, G. et al. GARCIA, O. TORRES, R. PALACIOS, C. High prevalence of overweight and obesity among a representative sample of Puerto Rican children. BMC Public Health, v. C. P. Perturbação de Hiperatividade e Défice de Atenção – para além da genética. f. Dissertação (Mestrado Integrado em Medicina), Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar – Universidade do Porto, Porto, 2010; MAFRA, S. Aplicação de fotólise direta e UV/H2O2 a efluente sintético contendo diferentes corantes alimentícios. Revista Química, v. n. p. Martyn DM, McNulty BA, Nugent AP, Gibney MJ. J. Biol. S. I], v. n. p. mar. ISSN 2446-5763.

Disponível em: <http://www. sadsj. GALVAO, R, ZANELLA, M. T. Efeitos da suplementação de potássio via sal de cozinha sobre a pressão arterial e a resistência à insulina em pacientes obesos hipertensos em uso de diuréticos. Revista de Nutrição, v. n. SALINAS, R. D. Alimentos e Nutrição: Introdução à Bromatologia. ªEd. Porto Alegre: Artmed, 2002. pdf >. Acesso em: 27. junho. SCHUCH, I. et. Acesso em: 28/06/2018. SOFFRITTI, M. et. al. First experimental demonstration of the multipotential carcinogenic effects of aspartame administered in the feed to Sprague-Dawley rats. scielo. br/pdf/jped/v91n6/0021-7557-jped-91-06-0535. pdf>. Acesso em: 28/06/2018.

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