O LEITOR

Tipo de documento:Resumo

Área de estudo:Direito

Documento 1

Ela, ainda desconhecida ao garoto, lhe oferece ajuda de um jeito que ele descreve como “quase bruto”. O jovem fica, desde então, deslumbrado com a sua beleza e sexualidade. A princípio, assume-se que Michael, tomado pelo constrangimento e pela excitação, é tratado com indiferença pela mulher. No entanto, por iniciativa de Hanna, estando consciente dos sentimentos que o menino nutria por ela, essa relação rapidamente se torna sexual, e a dinâmica entre os protagonistas passa a evoluir e mudar gradativamente. Em certo ponto, o garoto passa a se questionar porque sempre se sentira mimado pelas mulheres em sua vida. Ela queria ouvir como soavam o grego e o latim, e li para ela a Odisseia e o discurso contra Catilina. p. Michael e Hanna passavam cada vez mais tempo juntos.

Era nítido que, sempre que a mulher se aproximava da palavra escrita, ela se tornava desconfortável e vulnerável, em face do que reagia com raiva e pesar. Certa ocasião, após uma briga, o menino diria: “eu a tinha visto chorar, a Hanna que também chorava ficava mais próxima de mim do que a Hanna que era só forte” (p. Mais tarde, Michael, enquanto estudante de Direito, voltou a rever Hanna na sala do tribunal, durante um julgamento de crimes nazistas. O personagem, ao se deparar com a mulher no banco dos réus, apresenta suas reflexões acerca da aplicação da lei penal: Bastava o fato de o parágrafo pelo qual os guardas e carrascos dos campos de concentração eram julgados já estar no código penal, na época de seus atos? Ou dependia de como ele foi entendido e cumprido naquela época, e do fato de então ele não se aplicar de modo algum a eles? O que é o direito? O que está no código ou o que é imposto e cumprido de fato pela sociedade? Ou é direito aquilo que, estando ou não no código, deveria ser imposto e cumprido, se tudo corresse normalmente? (p.

Hanna, assim como outras mulheres que estavam sendo julgadas, havia exercido a função de guarda em um pequeno campo de concentração feminino ligado a Auschwitz. Com destaque, durante o julgamento, discutiu-se a respeito de como era feita, entre elas, a seleção das judias que seriam enviadas para a morte quando não possuíam mais condições físicas para o trabalho. Em uma das sessões, uma das sobreviventes relatou que Hanna frequentemente selecionava uma mulher particularmente fraca e frágil para lhe fazer companhia à noite. Formado, atuando como professor de História do Direito, ele passou a fazer gravações em fitas cassete dos livros que lia e enviá-las para Hanna frequentemente na prisão. Em dado momento, ela o respondeu com um pequeno bilhete escrito em agradecimento, demonstrando que havia aprendido a ler e escrever.

Entretanto, Michael nunca reunira a coragem que julgava necessária para lhe escrever de volta. Após dezoito anos de pena, Hanna estava prestes a ser liberada. Logo antes de sair, contudo, optou por tirar a própria vida. Nesse sentido, entende-se que a protagonista, por diversas vezes demonstrada como emocionalmente instável, sucumbindo à raiva e às lágrimas, o faz porque é carente de conhecimento. Ademais, na constância do julgamento, ao ser indagada a respeito de seu trabalho como guarda do regime nazista, Hanna responde que era apenas isto: um trabalho. Não questionava se a tarefa era boa ou má, apenas a cumpria. Adotava uma postura dogmática, sem a influência dos questionamentos outrora propostos por Sócrates ou Descartes, que, no entendimento dos filósofos, figuram como cerne da existência consciente (CHAUI, 2010, p.

À luz do exposto, entende-se que Hanna, durante a maior parte de sua vida, enquanto condicionada ao determinismo, assumindo não possuir outras virtudes ou atrativos, valia-se de sua sexualidade - ou de sua posição de poder - para exercer domínio sobre Michael - e sobre suas favoritas no campo de concentração.

68 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download