O lúdico no processo de alfabetização e letramento

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Pedagogia

Documento 1

Vale antecipar que o brincar é uma oportunidade de desenvolvimento e aprendizagem, pois brincando a criança experimenta, descobre, inventa, exercita, podendo esses benefícios estarem a serviço da alfabetização e do letramento. Através dessa escrita pode-se ressaltar a importância de se trabalhar com o lúdico, podendo ajudar e muito no processo de ensino/aprendizagem, sendo que a utilização da ludicidade como estratégia de ensino deve superar a ideia de “passatempo”, estando a serviço da proposta pedagógica estabelecida pelo professor. Palavras-chave: Alfabetização/letramento; ludicidade; prática docente. INTRODUÇÃO Esse artigo aborda a temática do lúdico no processo de alfabetização e letramento, buscando verificar a pertinência do uso de jogos e brincadeiras na aquisição de aprendizagem significativa da leitura, escrita e desenvolvimento da oralidade.

Para isso, resgatou-se os pressupostos da ludicidade como prática escolar, as contribuições dos jogos e do brincar na alfabetização e no letramento e o papel do professor, como mediador, nesse processo. Nos jogos e brincadeiras a criança age como se fosse maior que a realidade, é isto inegavelmente contribui de forma intensa e especial para o seu desenvolvimento. QUEIROS, MARTINS apud VYGOSTSKY, 2002, p. É possível afirmar que o lúdico, na vida escolar dos alunos, apresenta-se como uma forma muito eficaz de repassar os conhecimentos e as formas de interação do mundo adulto para o universo infantil. Assim, a ludicidade é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não pode ser vista apenas como diversão. O desenvolvimento do aspecto lúdico facilita a aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural e colabora para boa saúde mental e física.

O ato de brincar permite o desenvolvimento da sensibilidade, da expressividade, espontaneidade e criatividade, elementos muitas vezes desconsiderados nas formas de atuação tradicionais nas escolas. Existem, nos jogos, um aspecto importante que é o cognitivo. A partir da brincadeira e do jogo, a criança utiliza a imaginação que “é um modo de funcionamento psicológico especificamente humano, que não está presente nos animais nem na criança muito pequena” (REGO, 1995, p. Sobre o brincar, Macedo, Petty e Passos (2005, p. é fundamental para o nosso desenvolvimento. REGO, 1995, p. Para Santos (1999), o ato de brincar e jogar pode ser encarado sob várias perspectivas: Do ponto de vista filosófico, o brincar é abordado como um mecanismo para contrapor à racionalidade; Do ponto de vista sociológico, o brincar é literalmente a inserção da criança na sociedade.

É por meio de brincadeiras que a criança assimilará conhecimento às crenças, costumes, regras e hábitos da sociedade em que vive; Do ponto de vista psicológico, o brincar está presente em todo o desenvolvimento da criança nas diferentes formas de modificação do seu comportamento; Do ponto de vista pedagógico, o brincar tem se revelado como uma estratégia útil e eficaz ao para que a criança possa aprender (p. Especialmente nos primeiros anos de escolarização, os alunos demonstram desenvolverem suas habilidades e apropriarem-se de aprendizagens mais significativas quando envolvem-se em atividades desafiadoras e que provocam satisfação. Inclusive, atividades que envolvem movimentos rítmicos e diferentes expressões corporais atraem muito as crianças, motivando-as a participarem, com maior interesse, de tais atividades.

enfatiza que Reprimida na forma de aluno, do qual se espera obediência, silêncio, passividade, submissão a regras e rotinas – muitas das quais sem objetivos claros –, encontra-se a criança, curiosa, ativa, ansiosa por novas experiências e pelas oportunidades de interagir com outras crianças e com o ambiente. O professor deve fazer uso da necessidade dos alunos por novas experiências para desenvolver atividades que façam sentido para eles, que despertem o interesse, o entusiasmo e aprimorem a criatividade, elementos que alicerçam o processo de ensino aprendizagem. Apesar disso, percebe-se que a escola, ainda hoje, ampara-se em propostas tradicionais de ensino-aprendizagem e encaram as atividades lúdicas como desperdício do tempo de aula para ensinar, aos alunos, os conteúdos curriculares, demonstrando em suas práticas a dificuldade de valorizar o lúdico enquanto promotor de aprendizagem, indispensável para o desenvolvimento humano.

Dessa forma, continuam portando-se como transmissoras de conteúdos e não como promotoras da construção de saberes. Nas palavras de Rizzi e Haydt (1987, p. Dessa forma, será proporcionado o desenvolvimento das capacidades cognitivas, motora, afetiva, ética, estética, de relação interpessoal e de inserção social e a aprendizagem específica da alfabetização. Brincando, o aluno tem a oportunidade de conhecer seu próprio corpo, o espaço físico e social, além de interagir com conceitos, regras, normas, valores e também conteúdos conceituais, atitudinais e procedimentos nas mais diversas formas de conhecimento. O lúdico oportuniza o desenvolvimento da autoestima da criança e a interação com seus pares, propiciando situações de aprendizagem e desenvolvimento de suas capacidades cognitivas. A criança brinca o tempo todo, de forma que o lápis, os livros, suas vestimentas e seu corpo, tudo se torna brinquedo.

Quando está sem nenhum objeto, seu corpo torna-se um brinquedo. Atualmente, a proposta é alfabetizar letrando. Sobre isso, pode-se entender que: “ao mesmo tempo em que a criança se familiariza com o Sistema de Escrita alfabética, para que ela venha a compreendê-lo e a usá-lo com desenvoltura, ela já participa na escola, de práticas de leitura e escrita, sou seja, ainda começando a ser alfabetizada, ela já pode e deve ler e escrever, mesmo que não domine as particularidades de funcionamento da escrita. ” (PRO-LETRAMENTO, 2008). A todo instante, estamos rodeados por informações expressas por meio de letras, números, sinais, desenhos, mapas. Assim sendo, para desempenhar desde as mais simples atividades cotidianas às mais complexas, é necessário ler, interpretar, compreender, escrever com autonomia. Devido a isso, a alfabetização e o letramento ocorrem de forma contínua na vida criança e, quando o lúdico está presente nas práticas educativas, nas atividades de aprendizagem, nos momentos de atividades mais livres, desperta na criança o prazer de estar na escola e de aprender.

Assim, elas criam um espaço de experimentação e descoberta de novos caminhos de forma alegre, dinâmica e criativa. Além do desenvolvimento da leitura e da escrita, o lúdico enriquece o vocabulário, aumenta o raciocínio lógico e leva a criança a avançar em suas hipóteses. Desenvolve o processo de ensino-aprendizagem, se alfabetiza e de forma divertida e dinâmica. As atividades lúdicas são fundamentais para uma aprendizagem divertida e de sucesso. De acordo com Brougère (2010) “sob o olhar de um educador atencioso, as brincadeiras infantis revelam um conteúdo riquíssimo, que pode ser usado para estimular o aprendizado”. Segundo esse autor “ninguém nasce sabendo brincar. É preciso aprender”. E o professor pode enriquecer essa experiência. Mas esta não é a questão: o que se deseja é que a aprendizagem seja englobada ao lúdico e vice-versa.

CONSIDERAÇÕES FINAIS A valorização e o reconhecimento do lúdico como estratégia para o desenvolvimento infantil, que possibilita a autoafirmação da criança como um ser histórico e social. De acordo com essa escrita, podemos constatar que o lúdico exerce um papel importante na aprendizagem das crianças, inclusive considerando a alfabetização e o letramento. A ludicidade se apresenta como requisito fundamental a ser considerado tanto no desenvolvimento cognitivo e motor da criança, quanto na sua socialização e a aprendizagem. A alfabetização e o letramento tornam-se mais significativos quando o aluno tem a oportunidade de brincar/jogar e, dessa maneira, construir seu conhecimento. Porém, é imprescindível que haja, da parte da escola e do professor, um planejamento consistente que busque, principalmente, o amplo desenvolvimento da criança, levando-a ao aperfeiçoamento e avanço na sua aprendizagem.

É preciso aprender. Revista Nova Escola. São Paulo: ano XXV n. p. Março 2010. Campinas, SP: Papirus, 2004. – (Coleção Corpo e Motricidade). MACEDO, L; MACHADO, N. Jogo e projeto. São Paulo: Summus Editorial, 2006. Atividades Lúdicas na Educação da Criança. ed. São Paulo: Atica, 1987. SOARES, M. Alfabetização e letramento: caminhos e descaminhos. A Formação Social da Mente: o desenvolvimento dos processos psicológicos superiores. ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1994. WAJSKOP. G.

120 R$ para obter acesso e baixar trabalho pronto

Apenas no StudyBank

Modelo original

Para download