O USO DAS TICS E A SUA CONTRIBUIÇÃO PARA O APRENDIZADO DE QUÍMICA

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Química

Documento 1

Dr. Edson Carpes Camargo – Orientador Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul ______________________________________ Prof. Drª Cibele Aparecida de Oliveira de Vargas Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul _______________________________________ Prof. Dr. Rafael Silveira Peres Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul AGRADECIMENTOS Fico honrada em poder agradecer a todos que de alguma forma, oportunizaram a realização do meu curso de Licenciatura em Química. Pensando em uma solução para esta problemática, e considerando a vasta utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação TIC`s, no ensino desta disciplina, este estudo procurou avaliar a integração entre TIC e experimentação, fazendo uso de uma simulação sobre determinação prática da acidez do vinagre, disponibilizada em um Laboratório Virtual da Universidade de São Paulo.

Inicialmente foi feito uma revisão literária dos assuntos envolvidos neste estudo e em seguida a aplicação da simulação na sala de aula em uma turma de primeiro ano do curso Técnico em Química – Integrado ao Ensino Médio. Foi realizada também a prática em laboratório físico com a finalidade de comparar as diferenças nos níveis de aprendizagem entre alunos que assistiram à aula em laboratório virtual e aqueles que assistiram em laboratório físico. Como instrumento de avaliação, lançou-se mão de questionário sobre o conteúdo químico. Os resultados apontaram que a TIC acaba sendo muito eficiente, pois 85,72 % dos alunos que assistiram à aula experimental, através do laboratório virtual, tiveram um rendimento superior a 70%.

LISTA DE FIGURAS Figura 01: Tela inicial do site Laboratório Virtual. Figura 02: Tela do site ao clicar no link de Acidez do Vinagre na salada. Figura 03: Primeiro slide da simulação escolhida. Figura 04: Segundo slide da simulação escolhida. Figura 05: Terceiro slide da simulação escolhida. O uso dos mecanismos de comunicação e os recursos tecnológicos no processo de ensino aprendizagem. O uso das Tecnologias no ensino de Química. Tecnologia e formação de professores. O Laboratório Virtual como elemento de aprendizagem. Metodologia. O processo de ensino e aprendizagem em sala de aula é muitas vezes visto como algo abstrato, distante da realidade em que o aluno está inserido, gerando inicialmente um desinteresse por parte do mesmo em aprender o conteúdo transmitido e ministrado, causando assim uma preocupação maior com a aprovação e notas nas provas.

Este cenário é preocupante, pois sabe-se que os conteúdos abordados são logo esquecidos, aumentando assim a problemática do ensino em disciplinas como a Química. Esta configuração, do desempenho geralmente encontrado nos estudantes, faz com que os professores do Ensino Médio reflitam sobre a problemática relacionada aos alunos desinteressados e que não desenvolvem o seu raciocínio lógico. Partindo dessa ideia, precisamos estar em constante aprendizado para acompanhar as transformações tecnológicas, reconhecendo as TIC’s – Tecnologia de Informação e Comunicação – como uma potencial ferramenta a favor do ensino. Um mecanismo de comunicação interativa que faz o uso da tecnologia e da informática, sendo fortes aliados na busca e construção do conhecimento. Inicialmente, acreditava que por esta ciência fazer uso da matemática, outra matéria que comumente apresenta as mesmas dificuldades, que poderia estar aí um fator preponderante relacionado a este problema.

Contudo, passado algum momento, acho que consegui amadurecer um pouco profissionalmente, melhorando a percepção sobre o tema. Observando também na realidade de outras escolas, comecei a refletir mais atentamente e chegar a uma conclusão pessoal: embora 12 exista desmotivação do aluno em escolas bem equipadas e que disponham de laboratórios e boa infraestrutura, o problema se dá em menor escala, em comparação àquelas escolas de infraestrutura deficiente1. Somando-se a isto, destaco a necessidade de diminuir a distância entre professor e aluno, com a finalidade de compreender o que está por detrás da falta de interesse e desmotivação dos estudantes com os assuntos relacionados a esta disciplina em específico. Percebi o quanto a prática profissional precisa ser melhorada, é preciso reinventar e aprimorar formas de comunicação entre professor e aluno no desenvolvimento e comunicação do conteúdo em sala de aula.

Em seguida, no quarto capítulo, trago a análise dos dados de forma mais detalhada. Por fim, um capítulo com considerações finais. REVISÃO DE LITERATURA 2. TIC - Tecnologia de Informação e Comunicação para a Educação e no Ensino de Química TIC, como é chamada a Tecnologia de Informação e Comunicação é um conjunto de recursos tecnológicos que podem proporcionar comunicação e/ou automação de diversos tipos de processos em diversas áreas e principalmente no ensino e na pesquisa. Essa tecnologia é usada para juntar, disponibilizar e compartilhar as informações em site de Web, na informática em forma de hardware e software, entre outras tecnologias (PEIXOTO, 2012, apud TAVARES, SOUZA e CORREIA, 2013). Sendo esta uma possibilidade da utilização das tecnologias no ensino, o professor estará criando um ambiente de experimentação em busca de novos aprendizados, em que erros e acertos irão tornar este processo mais dinâmico e enriquecedor.

Seguindo essa perspectiva, busca-se, utilizando desta ferramenta, formar alunos pensantes e mais capacitados. A postura do professor pode basearse, segundo Hodson (1994): Na intenção de auxiliar os alunos na exploração, desenvolvimento e modificação de suas ‘concepções ingênuas’ acerca de determinado fenômeno para concepções científicas, sem desprezá-las. Os alunos devem ser estimulados a explorar suas opiniões, incentivando-os a refletirem sobre o potencial que suas ideias têm para explicar fenômenos e apontamentos levantados na atividade experimental (HODSON, 1994). Frente aos avanços da atualidade, a educação precisa atender às necessidades do mundo ao seu redor, saindo da zona de conforto e renovando as propostas pedagógicas através do uso dos recursos tecnológicos, ampliando os olhares, as perspectivas, pensamentos e direções no mundo da educação.

Freire (1996, p. aponta que “alegria não chega apenas no encontro do achado, mas faz parte do processo da busca. E ensinar e aprender não pode dar-se fora da procura, fora da boniteza e da alegria”. Com isso, podemos dizer que a constante busca por novas metodologias é suporte essencial para que ocorra, de fato, uma aprendizagem significativa. A boniteza e alegria citadas pelo filósofo são características de docentes apaixonados pela profissão, que não medem esforços e estão a todo o momento buscando incessantemente por melhores resultados. O mundo mudou, e está mudando de forma bastante aleatória. A inteligência artificial avança em todas as áreas e a educação não pode ficar para trás. Sendo assim, mesmo com os avanços tecnológicos, os professores ainda enfrentam dificuldades na utilização dessa importante ferramenta no processo de ensinoaprendizagem.

Segundo uma pesquisa realizada na Plataforma Porvir com 132 mil alunos e ex-alunos de 13 a 21 anos, oriundos de todos os Estados do Brasil, revelou que a maior parte dos jovens querem uma escola com maior participação, atividades práticas e tecnologia; querem um currículo mais flexível, em que possam escolher parte da sua trajetória, em que aprendam mais com a mão na massa do que só com aulas expositivas; querem não ficar confinados nas salas e aula e ter espaços mais livres, acolhedores e com menos paredes ou grades, que lhes permitam interagir com o entorno(MORAN, 2017, apud CARVALHO, 2017). Diante dessa realidade, cabe a nós professores, apesar das dificuldades proporcionadas pela estrutura oferecida em boa parte das instituições de ensino, buscar meios paralelos, como, por exemplo, o uso de equipamentos compartilhados da instituição, ou dos próprios alunos, como os smartphones.

Não há para mim, na diferença e na distância entre a ingenuidade e a criticidade, entre o saber de pura experiência feito e o que resulta dos procedimentos metodicamente rigorosos, uma ruptura, mas uma superação. A superação e não a ruptura se dá na medida em que a curiosidade ingênua, sem deixar de ser curiosidade, pelo contrário, continuando a ser curiosidade, se criticiza. Ao criticizar-se, tornando-se então, permito-me repetir, curiosidade epistemológica, metodicamente ‘rigorizando-se’ na sua aproximação ao objeto, conota seus achados de maior exatidão (FREIRE, 1996, p. Percebe-se, então, que a realização de aulas práticas utilizando-se da tecnologia possui extrema relevância em relação à construção do conhecimento científico, pois representa uma excelente ferramenta para que o aluno faça o experimento referente ao conteúdo trabalhado, estabelecendo desta forma a relação indissociável entre teoria e prática.

Pelo fato de muitas escolas não possuírem laboratórios, muitos professores alegam não poderem aplicar a metodologia da experimentação e acabam por optar pela simples memorização da informação, método tradicionalmente empregado nas salas de aula. Cabe ao educador aproximar-se da realidade do aluno para adaptar e explorar o conteúdo de química, abordando-o através de aula experimental, buscando assim, uma alternativa na construção do conhecimento, uma vez que desperta as curiosidades por parte do aluno. Tecnologia e formação de professores Frente às novas tecnologias, o professor necessita atualizar-se, obtendo um conhecimento básico de informática, podendo fazer uso de computadores e softwares como ferramentas no processo de aprendizagem. Para Serra: Dificilmente os sistemas de ensino irão obrigar o professor a ter domínio dos novos artefatos tecnológicos, entretanto, profissionais que não se apropriarem desse conhecimento irão manter-se à com informações científicas e fontes cada vez mais pobres que irá influenciar na aprendizagem do aluno.

Sendo assim a responsabilidade da escola para além das escolhas individuais dos professores (SERRA, 2009, p. apud TAVARES, SOUZA e CORREIA, 2013). Entendemos que o movimento da formação inicial voltado para o uso das tecnologias digitais deve ter prosseguimento com a formação continuada, uma vez que as tecnologias estão em constante avanço. FRIZON, LAZZARI, SCHWABENLAND, TIBOLLA, 2015, p. O processo de construção de meios de comunicação em sala de aula é algo contínuo e mutável de acordo com as novas tecnologias presentes, adaptando-se ao ambiente na qual está presente, fazendo com que a formação dos professores se encontre em constante atualização. O Laboratório Virtual como elemento de aprendizagem 22 Com o foco numa educação científica mais contextualizada e significativa, alguns projetos vêm sendo implementados com sucesso na área de ensino de ciências.

Pode se citar como exemplo, o Labvirt - Laboratório Didático Virtual da Escola do Futuro da Universidade de São Paulo. O laboratório é acessível a partir de site no endereço http://www. labvirtq. fe. usp. br/. A simulação utilizada neste estudo foi Acidez do Vinagre na salada. Ao clicar neste link, abre-se a seguinte imagem mostrada na Figura 02, abaixo. Estando nesta página, basta clicar em “ver simulação”, que aparecerá o slide inicial da simulação. Figura 02: Tela do site ao clicar no link de Acidez do Vinagre na salada Fonte: <http://www. labvirtq. Ela se opõe a pesquisa tradicional, pois se une a prática de formar e melhorar a compreensão de um dado conteúdo: A pesquisa-ação é um tipo de pesquisa participante engajada, em oposição à pesquisa tradicional, que é considerada como “independente”, “nãoreativa” e “objetiva”.

Como o próprio nome já diz, a pesquisa-ação procura unir a pesquisa à ação ou prática, isto é, desenvolver o conhecimento e a compreensão como parte da prática. É, portanto, uma maneira de se fazer pesquisa em situações em que também se é uma pessoa da prática e se deseja melhorar a compreensão desta. ENGEL, 2000, p. No que diz respeito a essa diferenciação, Tripp (2005) ressalta que [. Assim sendo, é pouco provável que algum dia venhamos a saber quando ou onde teve origem esse método, simplesmente porque as pessoas sempre investigaram a própria prática com a finalidade de melhorá-la. O relato de Rogers (2002), sobre o conceito de reflexão utilizado por John Dewey (1933), por exemplo, mostra muita semelhança com o conceito de pesquisaação e também se poderia realçar que os antigos empiristas gregos usavam um ciclo de pesquisa-ação.

TRIPP, 2005, p. Hoje a pesquisa-ação é amplamente aplicada na área de ensino, permitindo avaliar problemas e conduzir a um resultado imediato (Engel, 2000). Considerando a aplicação deste tipo de pesquisa no ensino, Tripp (2005), define pesquisa-ação educacional como: A pesquisa-ação educacional é principalmente uma estratégia para o desenvolvimento de professores e pesquisadores de modo que eles possam utilizar suas pesquisas para aprimorar seu ensino e, em decorrência, o aprendizado de seus alunos, mas mesmo no interior da pesquisa-ação educacional surgiram variedades distintas. Na avaliação do plano de intervenção, faz-se uma verificação para avaliar se o plano é eficiente ou se aperfeiçoamentos são necessários em uma nova pesquisa. Por fim, a comunicação do resultado tem haver com a publicação do trabalho quando os resultados obtidos foram efetivos (ENGEL, 2000, p.

Nesta perspectiva, a parte experimental deste estudo consistiu em selecionar uma determinada tecnologia, neste caso a TIC, fazendo-se uso da mesma em sala de aula e, após sua aplicação, avaliar suas contribuições para o processo de ensinoaprendizagem. Isso foi feito de forma a considerar, na medida do possível, as fases da pesquisa ação conforme. O problema foi definido conforme exposto na introdução, em relação à motivação sobre o estudo. Esta simulação, além de contextualizar o tema, faz uso de conhecimentos relativos à técnica de titulação ácido-base, uma prática experimental que permite abordar conceitos e assuntos químicos como ácidos e bases, indicadores químicos, reação de neutralização, cálculos de concentração, sem falar que possibilita a apresentação, tanto dos instrumentos típicos de uma prática experimental como essa, quanto os detalhes do procedimento técnico da mesma.

Após a escolha da ferramenta, ainda pensando no desenvolvimento do plano de ação, defini que o foco do assunto seria reações de neutralização, conteúdo químico abordado, geralmente, no primeiro ano do Ensino Médio. Foi definido também que a aplicação se daria em uma escola que possuísse em sua infraestrutura um laboratório físico, para que fosse possível comparar o nível de aprendizado dos estudantes, quando os mesmos estivessem presentes na experimentação no laboratório virtual e em um laboratório físico. Para realizar essa comparação e avaliar se realmente existia, ou não, diferença no nível de aprendizado dos estudantes, quando submetidos a essas diferentes formas de mediar o conhecimento, planejou-se um questionário contendo sete questões.

As cinco primeiras questões elaboradas foram de múltipla escolha, a sexta e sétima questões foram abertas. Atualmente, o IFRS conta com cerca de 20 mil alunos, em mais de 250 opções de cursos técnicos e superiores de diferentes modalidades e Proeja. Oferece também cursos de pós-graduação e dos programas do governo federal e de Formação Inicial ou Continuada. Tem aproximadamente 1. professores e 950 técnicos-administrativos. INSTITUTO, IFRS, 2018). Além disso, a equipe é composta por professores e técnicos administrativo das mais diversas áreas de atuação, que colaboram para a premissa da instituição: oferecer ensino público, gratuito e de qualidade. O Campus Feliz oferece atualmente os seguintes cursos: • • • • • • • • • • • Técnico em Informática (Integrado ao Ensino Médio) Técnico em Química (Integrado ao Ensino Médio) Técnico em Meio Ambiente (Subsequente ao Ensino Médio) Superior de Tecnologia em Processos Gerenciais Superior de Tecnologia em Análise em Desenvolvimento de Sistemas Bacharelado em Engenharia Química Licenciatura em Letras – Português/Inglês Licenciatura em Química Especialização lato sensu em Gestão Escolar Especialização lato sensu – MBA em Gestão Empresarial e Empreendedorismo Mestrado stricto sensumulticampi (Farroupilha, Feliz e Caxias do Sul) em Tecnologia e Engenharia de Materiais.

INSTITUTO, IFRS, 2018) Já em sala de aula a turma composta por 30 alunos foi dividida em dois grupos: um dos grupos se dirigiu ao laboratório físico acompanhado pela docente e o outro permaneceu na sala de aula para assistir o experimento virtual comigo. Fiz uma breve introdução sobre o assunto: expliquei o que era uma reação de neutralização total e que formava sal e água. Os estudantes questionaram se independentes do ácido ou da base utilizados, se sempre teríamos sal e água? Respondi que poderíamos ter também a neutralização parcial, onde o sal formado poderia ser hidrogenado ou hidroxilado, sendo hidrogenado quando contém cátions H+, pelo fato de o ácido estar em excesso e hidroxilado quando contém ânions OH-, pelo fato de a base estar em excesso.

br/simulaoes/química/sim_qui_vinagre. htm. Figura 03: Primeiro slide da simulação escolhida Fonte: <http://www. labvirtq. fe. usp. br/simulacoes/quimica/sim_qui_vinagre. htm > Um dos primeiros questionamentos que realizei foi relacionado ao terceiro e ao quarto slide. A pergunta foi baseada na aula teórica que eu tinha dado: O que eles fariam com aquele vinagre para saber se estava bom ou não? Figura 06: Quarto slide da simulação escolhida Fonte: <http://www. labvirtq. Após a aplicação do questionário, recebi em sala de aula o grupo que havia realizado a prática com a docente em laboratório físico, e com o intuito de também avaliar o rendimento obtido na prática, lancei o mesmo questionário aplicado ao grupo anterior. Cabe salientar, que estes alunos reclamaram bastante da prática realizada, destacando que realizaram o experimento sem entender o que estavam fazendo e que tiveram pouco tempo para a realização do mesmo.

Após o término da aula conversei com a docente que havia acompanhado os alunos no experimento realizado em laboratório físico e a mesma apontou que os discentes apresentaram dificuldades na realização do mesmo, pelo fato de não terem efetuado a leitura sobre titulação ácido-base que havia pedido em aula anterior, com o intuito de relembrarem o conteúdo já visto em aulas anteriores. No que diz respeito ao espaço físico da sala de aula, onde foi aplicado o plano de ação: o ambiente físico é propício na aplicação do processo de ensinoaprendizagem. A sala é ampla, com boa ventilação e luminosidade. Resultado do questionário avaliativo de conteúdo químico, aplicado aos estudantes que assistiram à aula em laboratório virtual 35 Gráfico 02: Número de alunos por desempenho.

Resultado do questionário avaliativo de conteúdo químico, aplicado aos estudantes que assistiram à aula em laboratório físico. Em relação às respostas fornecidas pelos estudantes na questão 5 do questionário, que indagava se o experimento possibilitou esclarecer alguns conceitos sobre o tema da prática, de forma mais perceptível e menos abstrata, obteve-se como alternativa mais assinalada, a letra E – “Sim, me ajudou a perceber detalhes da técnica de titulação, os quais ainda não conhecia”. A mesma foi assinalada por tantos 43,8% dos alunos para o laboratório físico e tantos 42,9% dos alunos para o laboratório virtual. Outro dado importante em relação ao grupo de estudantes que utilizaram o laboratório virtual foi que 0% de alunos escolheram respostas negativas, alternativas A ou C, desta maneira, o uso do laboratório virtual foi sob essa perspectiva, 100 % eficiente, em fornecer um meio de melhor esclarecimento dos conceitos para os alunos.

Eles mostram que os estudantes tiveram resultados excelentes. Dos 14 alunos que utilizaram o laboratório virtual, 85,7% tiveram um rendimento superior a 70%. Isso é muito positivo, pois mostra que a ferramenta, objeto de teste deste estudo, é muito eficiente. Provavelmente, porque prende a atenção dos alunos já que traz conceitos contextualizados e de forma interativa. Sem falar na facilidade de uso e na qualidade do material. Sobre a questão 7, a qual pergunta em relação ao fato da aula prática ter ou não contribuído para entender melhor os conceitos, observamos no gráfico 3, que os estudantes são unânimes em dizer que “sim”. Ou seja, a aula prática de titulação do ácido acético, assistida através de uma TIC que associa tecnologia a experimentação, contribuiu para entender melhor os conceitos sobre reações de neutralização.

A seguir, faço a transcrição completa de algumas respostas da questão 7 fornecidas por alguns estudantes que assistiram a aula utilizando o laboratório virtual: “Sim, Esse é um bom método de aprendizado, principalmente para escolas sem laboratório de química. Pois assim aprendem mais "na prática" algo que só poderia aprender em laboratórios físicos”; Outro aluno afirma que “Sim, acho que ajuda bastante na aprendizagem, principalmente antes da prática. Aula diferente que chama a atenção”. mesmo que o apresentado no laboratório virtual, alguns aspectos da prática acabaram saindo diferente. A professora havia solicitado em aula anterior a prática, que os alunos efetuassem a leitura sobre reações de neutralização, com o intuito de relembrarem este conteúdo, o qual já havia sido visto em momento anterior da disciplina.

O tema seria aplicado na prática e precisava ser revisto pelos discentes, porém foram poucos que realizaram a atividade de leitura. Os resultados obtidos para o laboratório físico estão disponíveis nos gráficos 2 e 3. No gráfico 2, podemos analisar o grau de rendimento destes estudantes, aos quais foram aplicados o mesmo questionário no qual os alunos do laboratório virtual responderam. A alternativa C, foi selecionada por 6 alunos, ou seja, 37,5%, do total de alunos, disseram que o experimento não contribuiu para adquirir nem clarificar conhecimento químico. Já a alternativa D foi selecionada por apenas 1 estudante, o que significa que 6,3% disseram que o experimento o ajudou a visualizar e entender melhor alguns conceitos químicos já estudados. A alternativa E, que foi a mais assinalada, foi selecionada por 7 estudantes, o que representa 43,8% do total, os quais disseram que ajudou a perceber detalhes da técnica de titulação, os quais ainda não conhecia.

Sobre a questão 7, a qual pergunta em relação ao fato da aula prática ter ou não contribuído para entender melhor os conceitos, observamos no gráfico 3, que apenas 6 de 16 alunos, ou seja, 37,5% dizem que “sim”. Percebe-se então, que a aula prática experimental, realizada em laboratório físico, sobre a titulação do ácido acético presente no vinagre, não contribuiu, de um modo geral, para melhorar o entendimento sobre os conceitos de reações de neutralização. GADOTTI, 2000, apud FRIZON et al, 2015, p. isso se expressou nos resultados da questão 5, quando os alunos destacaram que ampliaram seus conhecimentos. Destaco aqui, que na prática em que a TIC foi utilizada, observei os alunos muito interessados. Fizeram perguntas, responderam aos meus questionamentos e participaram da prática.

Atribuo esses fatores a tecnologia utilizada. As aulas experimentais também podem proporcionar o conhecimento de técnicas, seus fundamentos e aplicações, possibilitando o amadurecimento de conhecimentos químicos teóricos e ainda um aperfeiçoamento da habilidade técnica. Infelizmente neste estudo, algo não foi muito produtivo no que tange a realização da aula prática em laboratório físico, pois tivemos resultados relativamente baixos. Porém, isso não diminui o valor potencial da aula experimental, pois neste estudo podem ter ocorrido algumas causas de erros como curto tempo para realização do experimento, muito tempo perdido no preparo do experimento e no final do experimento com lavagem de vidrarias e 43 organização dos materiais utilizados. Outro fator a ser destacado aqui, é que a turma trabalha em laboratório frequentemente, e por isso, talvez tenha se tornado uma aula tradicional, diferente do experimento virtual que foi uma novidade para eles.

O ideal seria que todo conteúdo do componente curricular de Química no Ensino Médio pudesse ser visto de forma prática e contextualizada em um laboratório apropriado, que tenha as condições de fazer experiências sobre o tema abordado em sala de aula. VESTENA, R. F. SOUZA, C. R. S. Disponível em: < <http://pronacampo. mec. gov. br/images/pdf/res_cne_cp_02_03072015. pdf>. br/seb/arquivos/pdf/blegais. pdf>. Acesso em: 07 de Nov de 2018. CARVALHO, Mônica Timm. Educação 3. de 2018. ENGEL, Guido Irineu. Pesquisa-Ação. Educar, Curitiba, n. p. Educere, 2015. Disponível em: <http://educere. bruc. com. br/arquivo/pdf2015/22806-11114 Pdf>. Medo e ousadia: o cotidiano do professor. ª edição. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986. GADOTTI, M. Perspectivas atuais da Educação. INSTITUTO Federal do Rio Grande do Sul - Campus Feliz.

Disponível em: <https://ifrs. edu. br/feliz/>. Acesso em 08 de Out de 2018. asp>. Acesso em 10 de Out de 2018. LEITE, Bruno Silva. M-Learning: o uso de dispositivos móveis como ferramenta didática no Ensino de Química. Revista Brasileira de Informática na Educação, Volume 22, nº 3, 2014 LIMA, Maria Socorro Lucena; PIMENTA, Selma Garrido. M. G. S. C. A tecnologia e o ensino de química: jogos digitais como interface metodológica. Mudando a educação com metodologias ativas. In Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania: aproximações jovens. Coleção Mídias Contemporâneas. Disponível em http://www2. eca. usp. br/nupic/labvirt-laboratorio-didatico-virtual/>. Acesso em 10 de Out de 2018. NUNAN, D. Introducing Discourse Analysis. l. v. n. dez. Disponível em: <http://periodicos. Acesso em: 17 de out. de 2018 PEIXOTO, J.

ARAUJO, C. H. S. G. S. C, CARVALHO, A. B. Tecnologias digitais na educação. n5. p. TRIPP D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. B) Água e ácido acético. C) Hidróxido de sódio e água. D) Fenolftaleína e ácido acético. E) Hidróxido de sódio e ácido acético. O que é o ácido acético? (A) Substância química de fórmula molecular CH3COOH. Esta técnica consiste em adicionar volume qualquer de base, cuja concentração é conhecida, a um certo volume de vinagre puro. Faz-se a adição da base até se observar uma coloração bem vermelha. E) Uma forma de se fazer isso é utilizando uma técnica chamada de titulação ácido-base.

Esta técnica consiste em adicionar de forma controlada um certo volume de base, cuja concentração é conhecida, a um certo volume de vinagre contendo gotas de fenolftaleína, um indicador de pH. Faz-se a adição da base até se observar uma mudança de coloração, a qual indica o final da reação. Defina reação de neutralização usando as substâncias vistas na prática. Você acha que esta prática contribuiu para entender melhor os conceitos que foram passados nesta aula? Deixe a sua opinião sobre a aula assistida.

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