O USO DE METFORMINA NO TRATAMENTO DO DIABETES

Tipo de documento:TCC

Área de estudo:Medicina

Documento 1

INTRODUÇÃO. OBJETIVO. METODOLOGIA. REVISÃO DE LITERATURA. O DIABETES. É considerada por muitos autores uma das melhores opções para o tratamento da doença (ROJAS; GOMES, 2013; SCHEEN; PAQUOT, 2013). Adicionalmente, a metformina tem sido usada devido seus efeitos pleiotrópicos, já que além de diminuir os níveis de glicose e melhorar a sensibilidade à insulina, influencia positivamente múltiplos marcadores de risco cardiovascular, reduz o risco de câncer e tem sido avaliada como potente agente emagrecedor, por induzir a redução de apetite e estimular a perda de massa corpórea (GLUECK et al. MALIN; KASHYAP, 2014; SALPETER et al. SEIFARTH; SCHEHLER; SCHNEIDER, 2013). Embora seja amplamente utilizada, diversos aspectos da utilização da metformina não estão completamente elucidados. A hiperglicemia crônica decorrente do diabetes está associada a diversas disfunções e falha de diferentes sistemas e órgãos como olhos, rins, coração, vasos sanguíneos(endotélio vascular) e, em alguns casos, aumento da susceptibilidade a infecções específicas (ASSOCIATION, 2014; SAAD, 2013).

Entre os sintomas deste quadro clínico estão poliúria, polidipsia, perda de peso e, alguns casos, polifagia e visão borrada. Já as complicações atribuídas a hiperglicemia crônica podem incluir retinopatia com potencial perda da visão, nefropatia que pode levar a falha renal, neuropatia periférica que pode evoluir para o desenvolvimento de úlceras nas extremidades dos membros inferiores e em casos mais severos amputação; e neuropatia autonômica que causa disfunções nos tratos gastrointestinais e genitourinário, além de problemas cardiovasculares e sexuais (ASSOCIATION, 2014; TATTERSALL, 2017). Na literatura, a primeira descrição do diabetes consiste em um trabalho do ano de 1776, no qual o médico Matthew Dobson, de Liverpool descreve a poliúria de seu paciente e a constatação de que a mesma apresentava odor adocicado.

O termo “mellitus” só foi cunhado em 1809, pelo cirurgião John Rollo e somente mais tarde, na metade do século 19, o metabolismo da glicose foi esclarecido pelo trabalho do fisiologista Claude Bernard, responsável pela descoberta, denominada “teoria glicogênica” que parte do açúcar absorvido no intestino era convertido em glicogênio no fígado e, posteriormente, liberado no sangue durante períodos de jejum (TATTERSALL, 2017). Com isso, a secreção de insulina é defeituosa nestes pacientes e insuficiente para compensar a resistência à insulina. Resistência à insulina pode melhorar com a redução do peso e/ou tratamento farmacológico da hiperglicemia, mas raramente é restaurada ao normal (GELONEZE NETO, 2001; TATTERSALL, 2017; VELLOSO, 2009). Sendo assim, o DM2 é um dos principais fatores agravantes de saúde pública em nível global, atribuindo-lhe um impacto significativo na economia, na saúde e na qualidade de vida dos indivíduos diabéticos (NETO et al.

SAAD, 2013). A Metformina A metformina (Figura 1) é um fármaco da classe das biguanidas, que apresenta grande eficiência , baixa toxicidade e tem poucos efeitos colaterais principalmente no início do tratamento (MAGALHÃES; FERREIRA; MENDES, 2015; NETO et al. LALLI et al. ROJAS; GOMES, 2013; SAAD, 2013). Uso de metformina no tratamento de diabetes Considerando que doenças cardiovasculares são as maiores complicações da DM2 e contribuem para o aumento da mortalidade deste tipo de paciente, há um constante interesse no desenvolvimento de estratégias as quais possam controlar as taxas de glicose sanguínea, afim de reduzir os possíveis danos (GELONEZE et al. HONG et al. Desde sua descoberta, a prática clínica do uso da metformina no tratamento do diabetes foi embasada no fato deste tipo de fármaco reduzir a incidência de complicações vasculares em pacientes obesos e com DM2.

HONG et al. MALIN; KASHYAP, 2014; ROJAS; GOMES, 2013; SALPETER et al. No trabalho de Hong e colaboradores, os efeitos da metformina são comparados às da glipizida, sendo ambos os tipos de medicamentos mais recomendados no tratamento de DM2. Neste estudo, que acompanhou 304 pacientes com DM2 com média de 63 anos de idade durante 5 anos, embora ambos medicamentos tenham sido considerados eficientes, a metformina foi capaz de reduzir substancialmente os efeitos cardiovasculares da doenças DM2 consideravelmente mais rápido que a glipizida (HONG et al. Com isso, a metformina tem sido o agente anti-hiperglicêmico oral mais recomendado para pacientes recém diagnosticados com DM2. Para estes casos, a metformina tem sido indicada por comprovadamente diminuir a mortalidade, se compararmos com pacientes os quais fizeram o uso de outros tipos de medicamentos, como por exemplo, a insulina (YIN et al.

Além de diminuir a resistência a insulina, melhorar o controle glicêmico e diminuir certos tipos de respostas inflamatórias, a metformina também é capaz de diminuir efeitos promotores de formação de tumores e, em testes in vitro e in vivo tem demonstrado a capacidade de inibir a proliferação celular tumoral, bem como o estabelecimento de tumores (YIN et al. Farmacocinética e mecanismo de ação da metformina no tratamento do diabetes De maneira geral, a dose oral ótima de metformina para pacientes com diabetes, gira em torno de 2g/dia. Após a administração, o fármaco é distribuído por diversos tecidos e é absorvido pelo intestino, embora também seja amplamente absorvido e metabolizado por todo o trato gastrointestinal, rins e fígado. Seu pico de concentração plasmática ocorre cerca de 3h após a administração, onde permanece consideravelmente alto durante 20h (FORETZ et al.

SCHEEN; PAQUOT, 2013). Um deles é do tipo monoamina e estão presentes na membrana plasmática luminal de enterócitos. Já o segundo tipo, os transportadores orgânicos catiônicos do tipo 1 estão presentes na membrana basolateral de enterócitos e hepatócitos (FORETZ et al. ZHOU et al. O estudo destes transportadores de metformina é importante, já que muitos trabalhos de farmacogenômica têm discutido a relação direta entre as diferenças de sua eficácia clínica e a variabilidade genética em relação a tais transportadores (FORETZ et al. GELONEZE et al. CONCLUSÃO A metformina é uma droga considerada de primeira linha no tratamento do DM2 e atua como agente insulino-sensibilizador com propriedades anti-hiperglicêmicas normalizando níveis de glicose sanguínea, aumentando a sensibilidade à insulina no músculo esquelético, no fígado e no tecido adiposo, além de reduzir a gliconeogênese hepática e aumentar a captação periférica de glicose.

Embora existam outros fármacos também considerados eficientes no tratamento do DM2, a metformina apresenta vantagens químicas e biológicas as quais a fazem ser amplamente aceita e recomendada na indústria farmacêutica, já que sua administração oral é fácil, rápida e considerada extremamente eficiente. Com o desenvolvimento da tecnologia, mesmo fármacos bem estabelecidos no mercado têm sido reavaliados sob pontos de vista mais modernos e, ainda assim, a metformina tem demonstrado grande aplicabilidade clínica por apresentar perfis de toxicidade, segurança e tolerância muito desejáveis, se destacando como um fármaco seguro e eficiente no tratamento do diabetes. REFERÊNCIAS 1. Metformin: its botanical background. Practical Diabetes International, v. n. p. CARVALHO-FILHO, M. Diabetes, Obesity and Metabolism, v. n. p. FORETZ, M.

et al. GELONEZE, B. et al. Metabolic surgery for non-obese type 2 diabetes: incretins, adipocytokines, and insulin secretion/resistance changes in a 1-year interventional clinical controlled study. Annals of surgery, v. n. HONG, J. et al. Effects of metformin versus glipizide on cardiovascular outcomes in patients with type 2 diabetes and coronary artery disease. Diabetes care, v. n. et al. Genomic characterization of metformin hepatic response. PLoS genetics, v. n. p. p. MALIN, S. K. KASHYAP, S. R. M. R. et al. Metformina: uma revisão da literatura. Saúde e Pesquisa, v. DE B. VELLOSO, L. A. REYES, F. G. n. p. SAAD, M. J. A. SCHEEN, A. J. PAQUOT, N. Metformin revisited: A critical review of the benefit–risk balance in at-risk patients with type 2 diabetes. Diabetes & metabolism, v. SHU, Y.

et al. Effect of genetic variation in the organic cation transporter 1 (OCT1) on metformin action. The Journal of clinical investigation, v. n. p. WANG, Q. et al. Metformin suppresses diabetes-accelerated atherosclerosis via the inhibition of Drp1-mediated mitochondrial fission. Diabetes, v. Diabetes, 2009. ZHOU, K. et al. Common variants near ATM are associated with glycemic response to metformin in type 2 diabetes. Nature genetics, v.

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