Os desafios da tutoria em cursos a distância:Uma revisão bibliográfica dos textos da disciplina Tutoria EaD

Um dos maiores desafios em vigor encarados pelos professores e pelas instituições de ensino é a oferta de graduação a distância. Logo, dos atores deste novo contexto educacional, é demandada uma nova atitude quanto à direção administrativa e educacional na oferta de faculdade a distância. Esta revisão bibliográfica apresentada pela disciplina de Tutoria EaD propõe um debate a respeito dos obstáculos que a figura do tutor presencial dispõe-se a superar ao avocar essa função, suas incertezas e desejos. Definição de Tutor O primeiro desafio imposto aos tutores é a definição do seu papel neste novo cenário educacional. Existe, aparentemente, uma consciência teórica do papel de indutor de reflexões, de instigador do conhecimento do aluno. A tutoria atua, desta forma, como uma parte essencial na atividade de orientação dos discentes de uma faculdade a distância.

O tutor, gradualmente, tem de fazer com que os graduandos tomem consciência da forma que a produção colaborativa irá auxiliar na ação de ensino-aprendizagem. Para subsidiar o aluno nesta ação, faz-se preciso que o tutor tome para si a função de orientador e fomentador da educação, e que o instrumental didático e as técnicas utilizadas estejam apropriadas. Entretanto, existe a opinião de que este tutor idealizado pela maioria dos autores já estaria extrapolando o que deve ser entendido como tutor: Pensar neste mediador ultrapassa o conceito de tutoria já que, analisando o significado da palavra, tutor é aquele que tutela, que ampara, confere proteção, dependência e sujeição (Struchiner et al. Essas características não fazem parte do perfil de um profissional de um ambiente de aprendizagem que busca a potencialização do ato educativo numa ação participativa, criativa, relacional e, principalmente, reflexiva.

Desta forma, vemos que a formação ideal para um tutor passa por um desenvolvimento da capacidade analítica e reflexiva, para que este consiga olhar para sua rotina e possa repensá-la e reformulá-la. Deve destacar sua resiliência, para que adapte a situação de ensino-aprendizagem quanto as novos parâmetros apresentados em cada momento, aproveitando sempre a oportunidade de, nesse processo, desenvolver-se profissionalmente também. Intermediação digital, comunicação e modalização de ensino. Se, por um lado, a modalidade de ensino a distância possibilitou saciar uma demanda social moderna, por outro alterou profundamente certos contextos educacionais já solidificados em nossa sociedade. Novas formas de relacionar-se com a informação acabaram por demonstrar a coerência de antigas teorias pedagógicas: o contato com a informação não é suficiente para desenvolver conhecimento.

Há de se destacar que a comunicação interpessoal do EaD tem como base o contato, a consideração com o outro e a empatia. Podemos ver na pesquisa de Reis (2003) que esta comunicação é fundamental para que a aprendizagem dinâmica e efetiva seja alcançada. Forças e fragilidades da tutoria Segundo Giannella (et al. a educação a distância se diferencia do ensino presencial de forma muito rasa, basicamente alterando-se alguns pontos que, embora importantes, são secundários. A falta de contato presencial precisa ser suprida por um arsenal de ferramentas adequadas, que garantirão a compreensão e participação de todos os envolvidos. Quanto aos fatores pedagógicos, podemos citar como positivo na tutoria a utilização de situações problemas, o leque amplo de ferramentas de comunicação - que só tem aumentado da época da pesquisa para cá - e a imersão dos tutores na sistemática e estrutura do curso oferecido.

Do lado negativo, os fatores que atrapalham essa modalidade de aprendizagem são: tutores com pouca experiência no seu ofício, a falta de compreensão homogênea das propostas educativas, a precariedade de comunicação no nível aluno-aluno e a tecnicidade da atuação dos tutores. Como fatores culturais que podem prejudicar a aprendizagem, Giannela (et al. cita o desconforto da mudança de postura passiva do aluno, as dificuldades de lidar com a tecnologia e o descompasso de conhecimento sobre determinadas matérias que tem o tutor e os alunos do curso. Situações desafiadoras no cotidiano da tutoria A função de tutoria requer uma atuação diária junto aos discentes e uma presença de espírito preparada para inúmeros situações não planejadas.

Falta de conhecimento do tutor com o equipamento necessário à tutoria: este problema é facilmente resolvido com uma seleção de tutores mais eficazes e treinamento constante. O conflito com argumentos ad hominem dentro dos fóruns entre os alunos: este é um problema mais difícil de resolver e infelizmente ainda recorrente. É preciso, logo no início dos cursos EADs, trabalhar dentro do currículo uma formação voltada para a netiqueta e as condutas pertinentes ao ambiente. É preciso que essa discussão seja feita com alunos EaD, do que é aceitável e do que não é. Fora isso, há de se contar com o bom senso dos educandos e, caso os conflitos persistam, da intervenção da coordenação do curso. Um canal franco e constante de “tira-dúvidas” - que pode ser até mesmo um fórum da disciplina - e um outro canal de comunicação - como o telefone - são algumas alternativas para evitar mal entendidos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ESQUINCALHA, A. C. Conhecimentos revelados por tutores em um curso de formação continuada para professores de Matemática na modalidade a distância. f. UEG: Goiás, 2010. Disponível em <http://arquivos. suporte. ueg. br/ moodlebetinha/moodledata/196/elisabete/curso_formacao_tutores/C-02_BD_O_dia_a_dia_do_Tutor. Biblioteca on-line de ciências da computação, 2003. Disponível em <http://www. bocc. ubi. pt/pag/ reis-hiliana-modelostutoria-no-ensinodistancia.