Os riscos do uso da Metformina sem prescrição médica para emagrecimento por adultos no Brasil

Tipo de documento:Artigo acadêmico

Área de estudo:Medicina

Documento 1

Objetivo: Analisar a produção científica acerca dos riscos da utilização da metformina sem prescrição médica para emagrecimento por adultos. Metodologia: Para obter os artigos a serem utilizados com base, realizou-se um levantamento nos bancos de dados eletrônicos da BVS (Biblioteca Virtual em Saúde), PubMed e Scielo. Para a busca, sendo informados os seguintes descritores: “Metformina”, “Utilização”, “Administração”, “Obesidade”, “Emagrecimento”, “Sem prescrição”, considerando artigos escritos nas línguas Portuguesa e Inglesa. Resultados: A análise e reflexão sobre os artigos selecionados permitiu concluir que a metformina, amplamente utilizada para o tratamento da diabetes mellitus tipo 2, tem sido identificada como um importante fármaco no controle da massa corporal, uma vez que atua como um redutor do apetite. Entretanto, o grande potencial terapêutico da metformina pode ser sobrepujado por seus efeitos colaterais quando utilizada sem prescrição médica.

However, the great therapeutic potential of metformin can be outweighed by its side effects when used without a prescription. Among the main side effects are lactic acidosis, gastrointestinal disorders and sleep disorders. Conclusion: The use of metformin without a medical prescription should be avoided, since the side effects are diverse and serious to the patients' health. Keywords: metformin; risks; gastrointestinal disorders; lactic acidosis. Sleep disorders. Palabras clave: metformina; riesgos desórdenes gastrointestinales; acidosis láctica. Trastornos del sueño. Introdução A obesidade é uma doença crônica multifatorial na qual está presente o acúmulo de gordura corporal em excesso. Esse excesso é responsável por ocasionar prejuízos à saúde dos indivíduos, uma vez que a obesidade está relacionada a diversas comorbidades como diabetes, cirrose, hipertensão e outras doenças cardiovasculares, transtornos mentais, síndrome metabólica e disbioses (BUTTITTA et al.

DOS SANTOS et al. Entretanto, o grande potencial terapêutico da metformina pode ser sobrepujado por seus efeitos colaterais quando utilizada sem prescrição médica. Dentre os principais efeitos colaterais, destacam-se a acidose láctica, desordens gastrointestinais e distúrbios do sono (LALAU, 2010; MCCREIGHT; BAILEY; PEARSON, 2016; RAMADAN et al. WIWANITKIT; WIWANITKIT, 2012) Assim, o presente trabalho tem como objetivo a produção de um material atual e acessível à comunidade acadêmica brasileira na forma de revisão bibliográfica, a respeito dos riscos do uso da metformina sem prescrição médica para emagrecimento por adultos no Brasil. Procedimentos metodológicos de revisão integrativa da Literatura A metodologia revela o procedimento de explicação detalhada, minuciosa, exata e rigorosa de toda a ação que é desenvolvida no método (caminho) seguido nos trabalhos de pesquisa (DE SOUZA MINAYO, 2011).

Assim, para que uma investigação venha a ser considerada científica é necessário que sejam utilizados procedimentos intelectuais e técnicos. REQUENA et al. A prevalência da obesidade tem crescido na população mundial nos últimos anos. No ano de 2016, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 1,9 bilhão de pessoas acima dos 18 anos apresentaram o Índice de Massa Corporal (IMC) maior que 25 kg/m2 e 600 milhões de pessoas foram classificadas como obesas, uma vez que apresentaram o IMC maior que 30,25 kg/m2 (AL-ASSAL et al. Na Europa, a obesidade tem sido tratada como um problema de saúde pública, uma vez que quase 25% da população é considerada obesa. Nos Estados Unidos da América, essa porcentagem é ainda maior e excede os 30%, dependendo da idade e gênero considerados (REQUENA et al.

Medicamentos que aumentam a liberação serotoninérgica também fazem parte do tratamento da obesidade e são conhecidos como “sacietógenos”, como a fluoxetina e sertralina, ambos utilizados também em tratamentos de depressão, ansiedade, compulsão alimentar e outros transtornos psiquiátricos (FABRICATORE; WADDEN, 2004). Medicamentos redutores da digestão ou da absorção de nutrientes, classificados como o segundo grupo, como por exemplo o orlistat, se ligam à lipase lipoprotéica pancreática reduzindo sua ação e, consequentemente, a digestão de triglicerídeos (NONINO-BORGES, BORGES; SANTOS, 2006). Nesse contexto, em virtude da proibição da utilização de vários desses medicamentos supracitados, a Metformina tem sido um medicamento importante nos tratamentos médicos que objetivam a perda de peso em pacientes adultos (SIQUEIRA; FRIGERI, 2018). A metformina como agente emagrecedor A isoamilenoguanidina, também chamada galegina, foi descoberta na década de 1920 em extratos da planta Galega officinalis, e havia sido usada há séculos para o tratamento do diabetes mellitus (BAHMANI et al.

Nesse contexto, tanto a metformina quanto a fenformina são derivados da guanidina (PERNICOVA; KORBONITS, 2014). Além disso, há indícios de que a metformina atua sobre a interação do metabolismo da gordura e genes do relógio circadiano (MALIN; KASHYAP, 2014). A metformina atua principalmente no sistema nervoso central para reduzir o apetite atenuando a atividade da AMPK hipotalâmica, o que diminui o neuropeptídeo orexigênico Y (NPY) e aumenta a expressão da pró-opiomelanocortina (POMC), uma proteína precursora de diversos hormônios peptídicos anorexigênicos, como α-MSH, ACTH e β-Endorfina (LEE et al. LV et al. SALOMÄKI-MYFTARI et al. YE et al. Estes efeitos secundários são observados em aproximadamente 30% dos doentes e levaram à interrupção do tratamento em 5% dos casos (BOUCHOUCHA; UZZAN; COHEN, 2011).

A fisiopatologia dos distúrbios gastrointestinais observados com a metformina permanece pouco compreendida, mas têm sido relatadas complicações que incluem disfunção autonômica, infecções e pancreatite crônica (MANDAL; PAL, 2008). Como os estudos relativos aos efeitos colaterais da metformina são bastante concentrados em pacientes diabéticos, por conta de sua efetividade nesta desordem, podem ser levantadas dúvidas sobre a real correlação entre o medicamento e os efeitos gastrointestinais, uma vez que estes distúrbios são extremamente comuns neste grupo de pacientes (BOUCHOUCHA; UZZAN; COHEN, 2011; MCCREIGHT; BAILEY; PEARSON, 2016). Entretanto, na ausência de diabetes, a metformina tem desencadeado náuseas e vômitos e outros distúrbios digestivos quando usada em pacientes com síndrome dos ovários policísticos (SOP). Nesse sentido, tais distúrbios digestivos provocados pela administração de metformina foram a principal causa de interrupção do tratamento em pacientes com SOP, o que sugere que tais efeitos colaterais sejam, de fato, oriundo da sua utilização.

Brady e colaboradores (2014) Quantitativo Investigar os efeitos da metformina sobre o receptor GLP-1. Cicero, Tartagni, Ertek (2012) Qualitativo Atualizar os usos clínicos da metformina. Diamanti-Kandarakis e colaboradores (2010) Qualitativo Relacionar o uso de metformina com a síndrome do ovário policícstico. Foretz e colaboradores (2014) Qualitativo Explanar sobre os mecanismos de ação da metformina. Glueck e colaboradores (2001) Quantitativo Analisar os efeitos emagrecedores da metformina em indivíduos com índice de massa corpórea (IMC) superior a 30. Seifarth, Schehler, Schneider (2013) Quantitativo Analisar os efeitos emagrecedores da metformina. Wiwanitkit, Wiwanitkit (2012) Qualitativo Relacionar o uso de metformina com desordens do sono. Wu e colaboradores (2014) Quantitativo Investigar os efeitos da metformina sobre o receptor GLP-1. Ye e colaboradores (2014) Quantitativo Investigar os efeitos da metformina sobre mediadores inflamatórios. Yousef, Omran (2010) Qualitativo Relacionar o uso de metformina com a síndrome do ovário policícstico.

Clinical Nutrition Experimental, 2018. BAHMANI, M. et al. Ethnobotanical study of medicinal plants used in the management of diabetes mellitus in the Urmia, Northwest Iran. Asian Pacific journal of tropical medicine, v. COHEN, R. Metformin and digestive disorders. Diabetes & metabolism, v. n. p. Quality of life research, v. n. p. CICERO, A. F. s. l. Appris Editora e Livraria Eireli-ME, 2018. DE SOUZA, M. T. s. l. Editora Vozes Limitada, 2011. DIAMANTI‐KANDARAKIS, E. et al. FABRICATORE, A. N. WADDEN, T. A. Psychological aspects of obesity. Como elaborar projetos de pesquisa. Atlas, 2010. GLUECK, C. J. et al. A. et al. Use of cells expressing γ subunit variants to identify diverse mechanisms of AMPK activation. Cell metabolism, v. n. s. l. Editora Vozes, 2016. LALAU, J. D. p. LENNOX, R. et al. Comparison of the independent and combined effects of sub-chronic therapy with metformin and a stable GLP-1 receptor agonist on cognitive function, hippocampal synaptic plasticity and metabolic control in high-fat fed mice.

Neuropharmacology, v. Effects of metformin on weight loss: potential mechanisms. Current Opinion in Endocrinology, Diabetes and Obesity, v. n. p. MANDAL, U. n. p. MCCREIGHT, L. J. BAILEY, C. M. SANTOS, J. E. Tratamento clínico da obesidade. Medicina (Ribeirao Preto. PERNICOVA, I. KORBONITS, M. Metformin—mode of action and clinical implications for diabetes and cancer. Nature Reviews Endocrinology, v. n. Uma abordagem epidemiológica da obesidade. RAMADAN, W. et al. Sleep apnea is induced by a high‐fat diet and reversed and prevented by metformin in non‐obese rats. Obesity, v. Neuropeptide Y overexpressing female and male mice show divergent metabolic but not gut microbial responses to prenatal metformin exposure. PloS one, v. n. p. e0163805, 2016. Metodologia científica. s. l. Cengage Learning, 2012. SEIDOWSKY, A. Experimental and Clinical Endocrinology & Diabetes, v.

n. p. SEVERINO, A. J. n. p. VASQUES, F. MARTINS, F. C. Clinical science, v. n. p. WIWANITKIT, S. WIWANITKIT, V. e3–e6, 2014. YE, W. et al. Beneficial Effects of Metformin and/or Salicylate on Palmitate-or TNFα-Induced Neuroinflammatory Marker and Neuropeptide Gene Regulation in Immortalized NPY/AgRP Neurons. PloS one, v.

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