Principais modificações ocorridas na política econômica

Tipo de documento:Questões e Exercícios

Área de estudo:Economia

Documento 1

Isto não “condiz” com o que os modelos macroeconômicos predizem através da Curva de Phillips e dos modelos de Macroeconomia Aberta na qual, por um lado afirma haver uma relação indireta entre desemprego e inflação, por outro aponta a relação inversa entre crescimento econômico e saldo no Balanço de Pagamentos (Hermann, 2005). A explicação para que o país conseguisse esse feito reside na forma como o novo Ministro da Fazenda conduziu a politica de controle da inflação que havia sido iniciada com o PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo) em 1964. No primeiro governo militar, os economistas Roberto Campos e Octávio Bulhões atacaram o problema inflacionário brasileiro pelo lado da demanda (controle principalmente dos gastos públicos e emissão de moeda); já Delfim Netto, o novo ministro, a ênfase do controle do nível de preços se deu via custos.

Esta mudança no foco no controle da inflação foi contrabalanceada pelo estímulo a demanda o que era visto como uma necessidade do regime militar em se legitimar no poder (Hermann, 2005). Araújo (2018a) aponta que a nova equipe econômica capitaneada por Delfim Netto questionava o diagnóstico de inflação de demanda dado pela equipe anterior baseando-se em duas evidências: a primeira é que toda política macroeconômica executada para controlar a suposta inflação de demanda não tinha sido suficiente para colocar a inflação nos patamares toleráveis; a segunda é que o excesso de capacidade ociosa da economia caracterizaria a inflação como sendo de custos e não de demanda. As indústrias tradicionais deveriam passar por um processo de modernização que contaria com programas de financiamento específicos para este fim.

Do ponto de vista fiscal houve um aumento das desonerações fiscais com expansão do gasto público. Hermann (2005) cita o aumento da participação das empresas estatais nestes projetos reduzindo a participação da administração direta. Araújo (2018a) aponta que houve expansão do gasto público principalmente com transferências e assistência previdenciária – o que permitiria, via efeito multiplicador, aumento de consumo em camadas que haveria demanda reprimida. Uma nova política cambial, com um regime de minidesvalorizações foi implementado pois o aumento da atividade econômica estimulou o aumento das importações; contudo, e felizmente, as exportações também aumentaram em ritmo compatível o que não gerou déficits sistemáticos. Diminuída as incertezas com grandes desvalorizações futuras, o país tornou-se um grande receptor de investimentos externos direto (IED).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARAÚJO, V. L. a) A macroeconomia do governo Costa e Silva (1967-1969). Niterói: Universidade Federal Fluminense/Faculdade de Economia, Texto para Discussão nº 336.

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